segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A cantilena da terceira via

As elites brasileiras procuram sempre uma maneira de manter o sistema inalterado, sem ameaças aos seus espúrios interesses. Depois de terem embarcado, despudoradamente, no golpe que levou ao poder o presidente genocida Jair Bolsonaro, resolveram, diante do desastre que essa opção se revelou, buscarem uma "alternativa" à polarização entre esquerda e direita na próxima eleição presidencial. Seria a famosa "candidatura de centro". Para isso, começaram a entoar, insistentemente, a cantilena da "terceira via". A ideia que sustenta essa proposta é a de que há uma "maioria silenciosa" do eleitorado que é "de centro", não se identificando com "posições extremistas". Tudo isso nada mais é do que a tentativa das elites predatórias de vender a ideia de que as ideologias são obsoletas, e de que a média do eleitorado prefere um governo de conciliação. Esse tipo de postura conquista, por vezes, incautos e desavisados, como um fã do cantor e compositor Chico César que, depois de fazer fartos elogios ao seu talento, pediu que ele evitasse o conteúdo político-ideológico em suas músicas, por estar acima disso. Recebeu como resposta, uma forte descompostura de Chico César, que afirmou que todas as suas composições tem cunho político-ideológico, e que não faz canções de ninar. Ninguém deve se deixar iludir por essa conversa fiada. O Brasil não irá sair do abismo em que se encontra com nomes como João Dória Júnior, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Eduardo Leite ou qualquer outro candidato palatável aos conservadores. A solução para o Brasil está à esquerda do panorama político, com ou sem o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Só assim o Brasil poderá começar a sua reconstrução.