sábado, 1 de julho de 2017

Desastre

Não há como qualificar de outra forma o que ocorreu, hoje, no Beira-Rio. Foi um desastre. O Inter perdeu para o Boa Esporte, por 1 x 0, pelo Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, e não houve qualquer injustiça no resultado. Pelo contrário, o Boa Esporte poderia ter vencido de forma mais ampla, pois, antes de marcar seu gol, já havia perdido uma chance claríssima. O Inter alegava que não tinha tempo para treinar e aprimorar o time. Como não teve jogos no meio de semana, aproveitou para fazer treinos intensivos. Com esse propósito, isolou-se num hotel em Viamão. Os torcedores e a imprensa não tiveram acesso aos treinos, que foram secretos. Havia, portanto, grande curiosidade sobre os efeitos do esforço concentrado em Viamão. Chegada a hora de se conhecer as consequências do trabalho da semana, o que se viu foi um descalabro. Um time desconjuntado, incapaz de articular, lento, facilitando a vida do adversário com o excesso de toques na bola sem conseguir penetrar na defesa. O Inter tem o melhor desempenho como visitante na competição. Em casa, no entanto, tem apenas 38% de aproveitamento, pois só ganhou do lanterna absoluto, o Náutico. Mais uma vez, o Inter saiu fora da zona de classificação para a Primeira Divisão. A tarefa de voltar para a elite do futebol brasileiro, que, esperava-se, seria tranquila, poderá alcançar tons dramáticos para o Inter.

As escolhas de Renato

O técnico do Grêmio, Renato, possui reconhecidos méritos nessa que é a terceira vez em que exerce o cargo. Foi ele que acrescentou competitividade ao jogo de toques estabelecido pelo técnico anterior, Roger Machado, no time do Grêmio. Também foi Renato quem devolveu ao Grêmio a conquista de um grande título, depois de 15 anos, levando o clube a ganhar a Copa do Brasil de 2016. Porém, as escolhas de Renato, por vezes, estão longe de ser as mais corretas. No jogo de hoje, em que o Grêmio perdeu para o Palmeiras por 1 x 0, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro, isso ficou evidente, mais uma vez. Ao contrário do que a imprensa informou durante toda a semana, dando conta de que ele escalaria Bruno Grassi no gol e Bruno Rodrigo na zaga, Renato os preteriu por Léo e Bressan, respectivamente. A escolha de Renato, nos dois casos, é incompreensível. Léo, em todas as vezes que jogou, mostrou-se um goleiro tecnicamente fraco e emocionalmente inseguro. Bressan, sabidamente, é um jogador abaixo da crítica, de desempenho comprometedor. Hoje, não foi diferente. O gol contra que determinou a derrota do Grêmio, num carrinho de Machado, que recém entrara em campo, só ocorreu porque a bola raspou em Bressan, desviando-a do alcance de Léo. Exatamente como aconteceu na eliminação do Grêmio no Campeonato Gaúcho de 2016, quando o clube foi desclassificado pelo saldo qualificado mesmo vencendo o Juventude por 3 x 1, na Arena, devido a um gol contra involuntário de Bressan. Como se vê, Bressan, afora sua constrangedora insuficiência técnica, coloca-se muito mal e é azarado. A torcida do Grêmio, com razão, não suporta Bressan, mas Renato insiste com ele. Perguntado, após o jogo, de porque escalara Bressan em vez de Bruno Rodrigo, Renato alegou que ele está "mais jogado" que o ex-zagueiro do Cruzeiro, e que o jogador teve um bom desempenho no seu trabalho anterior como técnico do Grêmio, quando o clube foi vice-campeão brasileiro, em 2013. Faltou alguém lembrar para Renato que o campeão brasileiro de 2013 foi o Cruzeiro, e que Bruno Rodrigo era titular do time. Com equívocos como esse, o Grêmio não poderia ter melhor sorte contra o Palmeiras. O jogo não foi bom, e talvez o empate em 0 x 0, que persistiu quase até o final, fosse o resultado mais justo, mas o futebol não aceita desaforo. Enquanto o Palmeiras escalou um time misto reforçado por titulares importantes, o Grêmio entrou em campo apenas com reservas. Nas substituições que fez durante a partida, o Palmeiras colocou jogadores como William, Roger Guedes e Raphael Viana. O Grêmio, de sua parte, colocou em campo Nicolas Careca, Machado e Lima. Com mais essa derrota ocasionada pela escalação de um time reserva, como já havia acontecido contra o Sport, na Ilha do Retiro, o Grêmio permitiu a aproximação do Palmeiras, e corre o risco de ficar sete pontos atrás do Corinthians, se o clube paulista vencer o Botafogo. O Grêmio possui plenas condições de ganhar a competição, mas parece não desejar que isso aconteça.