quinta-feira, 21 de maio de 2015

A reação do presidente

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, revoltou-se com o teor da coluna assinada pelo jornalista Leonardo Meneghetti na edição de ontem do jornal "Metro/RS". A reação de Romildo foi decidir não conceder mais entrevistas para os veículos do Grupo Bandeirantes, do qual o "Metro/RS" faz parte, por ter considerado que o texto do colunista era um ataque pessoal contra ele. Ao saber da atitude do presidente, busquei tomar conhecimento do conteúdo do comentário, pois não o havia lido. Antes de fazê-lo, pensei que o mesmo pudesse ser um texto faccioso, dada a condição de torcedor do Inter confessada pelo colunista, no mesmo espaço, na semana anterior. Porém, é forçoso que se reconheça, o conteúdo do que li não traz nenhuma acusação infundada ou agressão gratuita contra Bolzan Júnior. O título do comentário, provocativo, pergunta quando Romildo Bolzan Júnior irá tomar posse. Provocativo, mas não descabido. Ao longo do texto, Meneghetti arrola todas as ações desastradas da administração de Romildo, que são consequência da total falta de um projeto para o clube. Sinto-me a vontade para discorrer sobre isso, pois, quando da constituição da chapa que acabou eleita para administrar o Grêmio, frisei o fato de que Bolzan Júnior não tinha uma história no clube que legitimasse sua candidatura. Na verdade, sua eleição se deu tão somente pela condição de candidato apoiado pelo ex-presidente Fábio Koff, que é um ícone para os gremistas. Romildo preside o Grêmio ao sabor dos ventos, sem um projeto definido de administração. Seu "samba de uma nota só" é a necessidade de cortar gastos. Em função dessa intenção, prometeu juvenilizar o time. Em apenas cinco meses, essa ideia foi deixada de lado, e o time titular atual só tem dois jogadores formados no clube, os demais são "cascudos", ou seja, nomes rodados. O Campeonato Gaúcho, que o goleiro Marcelo Grohe definiu como sendo uma "Copa do Mundo" para o Grêmio, foi perdido, mais uma vez. No Campeonato Brasileiro, em apenas duas rodadas, o Grêmio já ocupa a zona de rebaixamento. O clube não tem técnico, o time exibe terríveis lacunas, o discurso oficial é de que não há dinheiro para grandes contratações,  a "compra" da Arena foi apenas um factóide eleitoral, pois o assunto segue em aberto, o desalento do torcedor é imenso. Diante desse quadro, Bolzan Júnior não tem o direito de se sentir ofendido com críticas. A única maneira de neutralizá-las é fazer o que não realizou até agora, isto é, ser um presidente a altura da grandeza do Grêmio.