quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A decisão que a Conmebol queria

A Libertadores será decidida entre River Plate e Boca Juniors. Uma despedida com chave de ouro para as edições com dois jogos na decisão, já que, a partir de 2019 a competição será definida num jogo único, em local previamente designado, como ocorre na Champions League. Nunca antes a Libertadores teve dois finalistas da Argentina, e, quando isso acontece a disputa será entre os dois clubes de maior rivalidade no país. Sem dúvida, quando ficaram definidos os semifinalistas, essa tornou-se a decisão que a Conmebol queria. Não se verificaram erros monstruosos de arbitragem contra Grêmio e Palmeiras, os outros participantes das semifinais, mas é óbvio que o charme de uma decisão entre os dois gigantes argentinos era algo que fascinava a Conmebol. Será uma decisão sem favoritismo, pois é um clássico de enorme rivalidade. O River Plate tem mais qualidade que o Boca Juniors, mas isso não lhe concede vantagem, pois, numa decisão desse nivel, o esforço e a superação podem nivelar tudo.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Castigo doloroso

Uma eliminação dura, com requintes de crueldade. Assim foi a derrota do Grêmio por 2 x 1, de virada, para o River Plate, hoje, na Arena, que resultou na sua desclassificação da Libertadores. Foi um castigo doloroso, mas uma consequência natural para um clube cujo técnico insistiu em desafiar o bom senso, escalando jogadores que não possuem condições de jogar pelo Grêmio. Renato, depois das várias falhas de Bressann em jogos pelo Campeonato Brasileiro, não o escalou hoje, e escolheu Paulo Miranda para compor a dupla de zaga com Geromel. Paulo Miranda fazia uma grande partida, quando teve de sair por lesão. Aí, tudo começou a se complicar para o Grêmio. Bressan não saiu jogando, mas estava no banco, e entrou no lugar de Paulo Miranda. Antes mesmo de tocar na bola, Bressan levou um cartão amarelo. Pouco depois, o Grêmio sofreu o gol de empate. No final do jogo, quando a classificação parecia garantida, Bressan cometeu um pênalti absurdo, que não foi percebido pelo árbitro, mas foi captado pelo VAR. O River Plate fez o seu segundo gol, que tirou o Grêmio da Libertadores. Ainda que o Grêmio tenha queixas a fazer da Conmebol, as declarações de Renato e do presidente Romildo Bolzan Júnior não traduzem a realidade. O Grêmio não foi roubado, como afirmou Renato. O "subterrâneo"a que se referiu Romildo Bolzan Júnior também não foi o fator que decidiu a partida. Se é verdade que Everton perdeu um gol feito quando o jogo estava 1 x 0 para o Grêmio, o que poderia ter decidido tudo, nada foi pior do que os erros de Bressan, um jogador que já comprovou de forma exaustiva que não tem condições de vestir a camisa do Grêmio. Todos sabiam disso, só Renato insiste em negar o óbvio. Mais cedo ou mais tarde, a conta viria. Ela veio de uma forma terrível, fazendo escapar uma classificação que estava quase garantida. Em respeito à torcida do Grêmio, Bressan não pode mais jogar pelo clube.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Uma receita fadada ao fracasso

Um presidente que admite nada entender de economia, e que por isso vai comer na mão do seu ministro da Fazenda, já é, por si só, algo assustador. Se esse ministro for adepto do ultraliberslismo, torna-se apavorante. Esse é o caso do presidente eleito Jair Bolsonaro e seu futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. O receituário econômico de direita, como meio de debelar crises, jamais deu certo em lugar algum, é uma receita fadada ao fracasso. O exemplo mais recente disso é a Argentina, do presidente Maurício Macri. A Argentina está quebrada, e, em consequência, teve de recorrer ao FMI. Essa situação o Brasil conhece muito bem. No último governo da ditadura militar, o do general João Batista de Oliveira Figueiredo, o Brasil quebrou, e teve, depois de três décadas, de recorrer ao FMI. A crise se prolongou pelo governo seguinte, de José Sarney, já na redemocratização, com a inflação atingindo níveis galopantes. As receitas econômicas clássicas de direita só funcionam na teoria. Na prática, só geram desemprego e recessão. A fidelidade do eleitor acaba quando o seu bolso fica vazio. A lua de mel de Bolsonaro com o seu eleitorado vai durar muito pouco. A crise, em vez de ser mitigada, vai se agudizar. O temor que paira no ar é o de que o governo recorra a um golpe para se manter no poder. Dentro das regras democráticas, o futuro governo não terá como evitar um colapso, e a abreviação do seu mandato.

domingo, 28 de outubro de 2018

O pesadelo está só começando

O avanço nas pesquisas verificado nos últimos dias não foi suficiente para Fernando Haddad (PT) obter uma virada na eleição presidencial. Com pouco mais de 55% dos votos, Jair Bolsonaro (PSL) é o novo presidente do Brasil. Haddad recebeu pouco mais de 44% dos votos. A diferença em favor de Bolsonaro não chegou a 11% dos votos, enquanto no início da campanha do segundo turno as pesquisas apontavam uma vantagem de 18%. Esse dado revela o quanto o país está dividido. Bolsonaro tem ao seu lado uma maioria circunstancial, não uma avalanche de apoiadores, como muitos tentaram fazer crer. Sua eleição se assemelha com a de dois outros presidentes brasileiros, Jânio Quadros e Fernando Collor de Melo. Em comum com ambos, Bolsonaro tem o discurso moralista e o fato de ter concorrido por um partido sem expressão. Jânio renunciou sete meses depois de empossado. Collor sofreu impeachment na metade de seu mandato. A menos que recorra a um golpe, pois tem os militares ao seu lado, Bolsonaro não deverá ter melhor sorte. A política não perdoa os aventureiros. Porém, o pesadelo está só começando. Os brasileiros terão muito sofrimento pela frente, como consequência de uma desatinada escolha. Os que votaram em Bolsonaro, no entanto, não poderão se queixar quando a realidade bater à sua porta. Afinal, como expressa um ditado popular, quem corre por gosto não cansa.

sábado, 27 de outubro de 2018

Ainda há tempo de evitar um desastre

Amanhã será realizado o segundo turno da eleição presidencial. Dois candidatos absolutamente antagônicos estarão disputando o voto dos eleitores brasileiros. De um lado, favorito para o pleito, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). De outro, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Bolsonaro e Haddad são como água e azeite, não se misturam. O candidato do PSL é racista, adepto da homofobia, misógino e defensor da ditadura militar que tanto mal fez ao país. Haddad é professor, um homem culto, sereno, equilibrado e capacitado. Ainda há tempo de evitar um desastre, que seria a eleição do tresloucado Bolsonaro. O antipetismo de parcelas do eleitorado brasileiro não pode servir de justificativa para colocar no poder um homem despreparado e violento, que não tem compromisso com a democracia. Um governo de Bolsonaro seria uma aventura funesta. O caminho estaria aberto para uma nova ditadura militar, Um governo de Haddad seria de conciliação, de busca de superação da polarização ideológica que se estabeleceu no país. Mais uma vez, é hora da esperança vencer o medo. Em vez de armas, escolha os livros. Aposte na democracia, não no autoritarismo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Um sonho cada vez mais distante

Mais uma vez, o Inter esteve na frente no placar e,novamente, deixou a vitória escapar. O empate em 1 x 1 com o Vasco, hoje, em São Januário, fez da conquista do título do Campeonato Brasileiro um sonho cada vez mais distante para o Inter. No jogo de hoje, a exemplo do que aconteceu nas derrotas de virada para Chapecoense e Sport, o Inter enfrentou um adversário nitidamente inferior, saiu na frente no placar, mas não conseguiu a vitória. O desempenho do Inter no primeiro tempo foi sofrível. No segundo, os doía times mostraram mais ambição. O Vasco foi quem teve mais chances de gol, mas foi o Inter que abriu o marcador, com um gol aos 42 minutos. A vitória parecia certa, pois faltava pouco para o jogo terminar. Porém, três minutos depois do gol do Inter,  o Vasco teve um pênalti marcado em seu favor, e estabeleceu o resultado final da partida. A chiadeira dos dirigentes do Inter em relação à arbitragem foi exagerada, pois o clube foi muito beneficiado pelo apito amigo, ao longo do Brasileirão. Ao Inter parece restar, apenas, a luta para permanecer entre os clubes que irão se classificar de forma direta para a Libertadores. A conquista do título,  ainda é possível, matematicamente, mas tornou-se improvável.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Debate desigual

O último debate antes das eleições costuma ter pouca influência no resultado das urnas. Na eleição para governador do Rio Grande do Sul, tanto faz, também, pois os dois candidatos que foram para o segundo turno são do mesmo espectro ideológico. Ainda assim, o que se viu, hoje à noite, foi um debate desigual. Afinal, poucas vezes um candidato mostrou tamanho despreparo quanto o atual governador José Ivo Sartori (MDB), que concorre à reeleição. Sartori, cuja derrota é praticamente certa de acordo com as pesquisas, mostrou-se tenso e inseguro o tempo inteiro, e preso ao roteiro que seus assessores lhe impuseram. Seu adversário, Eduardo Leite (PSDB), não deixou escapar esse detalhe, e, em dado momento, chegou a dizer que, ao contrário do seu oponente, não iria ler um texto previamente elaborado. Nada disso deve surpreender ninguém. O espantoso não é que Sartori esteja muito abaixo de Leite nas pesquisas, mas sim que tenha conseguido chegar ao segundo turno da eleição. Nunca, em tempo algum, o Rio Grande do Sul teve um governador pior do que Sartori. Nenhum outro foi tão inepto e incapaz. Na verdade, o que Sartori fez foi um desgoverno. Durante todo o seu mandato limitou-se a pagar o funcionalismo público com atraso e reclamar das condições financeiras precárias que encontrou quando assumiu o cargo. Afora praticar crueldades contra o funcionalismo e queixar-se da falta de recursos financeiros, Sartori nada fez em termos práticos para resolver qualquer um dos muitos problemas do Estado. Seu adversário, Eduardo Leite, cuja vitória é praticamente certa, não representa nenhum alento, pois segue a mesma cartilha neoliberal de Sartori, mas nada é pior que o atual governador. No debate, Leite mostrou uma fala articulada, ao contrário de Sartori, que tinha dificuldade para se expressar e só dizia o que o roteiro que lhe foi dado estabelecia. Leite não traz nenhuma esperança de dias melhores para o Rio Grande do Sul, mas a saída de cena de Sartori, por si só, será um alívio para o Estado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Contraste

Os jogos dos semifinalistas brasileiros da Libertadores nessa semana foram marcados pela diferença de desempenho. Houve um sensível contraste entre as atuações de Grêmio e Palmeiras contra River Plate e Boca Juniors, respectivamente. Se, ontem, o Grêmio surpreendeu até os seus torcedores e venceu o River Plate, com merecimento, em pleno Monumental de Nunez, o Palmeiras decepcionou. Hoje, na Bombonera, o Palmeiras perdeu para o Boca Juniors por 2 x 0. Os dois gols saíram no final do jogo, um aos 38 minutos e outro aos 43, do segundo tempo. Até então, o jogo se arrastava num 0 x 0 com muita pouca inspiração dos dois times. O Palmeiras acabou punido por sua falta se ambição. Dispondo de um grupo de jogadores qualificado, o Palmeiras poderia ser mais ofensivo, mas, parecendo satisfeito com um empate, praticamente não atacou durante a partida inteira. No futebol, tudo é possível, e o Palmeiras ainda poderá reverter o confronto, mas o Boca Juniors está com um pé na decisão da competição.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Classificação encaminhada

Foi muito melhor do que qualquer expectativa. O Grêmio venceu o River Plate por 1 x 0, hoje, no Monumental de Nunez, pelas semifinais da Libertadores. O resultado deixa a classificação encaminhada, já que bastará um empate no segundo jogo, na Arena, para o Grêmio disputar mais uma decisão de Libertadores. Claro, nada está decidido. O River Plate é um clube de grande tradição, e pode reverter o confronto. Até porque, Kannemann não jogará na Arena, por ter recebido o terceiro cartão amarelo, e o Grêmio não dispõe de um reserva satisfatório. A vitória de hoje, no entanto, deve ser devidamente  valorizada. Para quem entrou em campo sem dois de seus melhores jogadores, Everton e Luan, foi mais um grande feito. O maior destaque do jogo foi, sem dúvida, Michel que, depois de um longo afastamento por lesão, fez sua segunda partida, com muito boa atuação, e marcou o gol da vitória. O sonho do Grêmio de conquistar o seu quarto título de Libertadores começa a ficar próximo de se realizar.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Empate em hora errada

As vitórias de Palmeiras e Flamengo na rodada do Campeonato Brasileiro, tornavam obrigatório que o Inter vencesse o Santos, hoje, no Beira-Rio. O cenário era favorável, jogando em cada com o apoio de 43 mil pessoas. O Inter chegou a estar vencendo por duas vezes, mas o resultado final foi 2 x 2. Um empate em hora errada para o Inter. Faltando apenas oito rodadas para o término do Brasileirão, o Inter caiu para o terceiro lugar, e ficou cinco pontos atrás do líder, o Palmeiras. O sonho do título começa a ficar distante. O resultado de hoje não foi injusto. O Santos teve mais chances de gol do que o Inter ao longo do jogo, e poderia ter vencido. O Inter teve um gol anulado de forma correta. Claro que levar sete minutos para decidir sobre o lance, como fez a arbitragem, é inadmissível, mas a anulação foi justa. Portanto, o resultado da partida não teve a influência da arbitragem. A classificação está traduzindo a diferença entre postulantes ao título. Palmeiras e Flamengo possuem times e grupos melhores que os do Inter, e é natural que estejam melhor classificados.  Ao Inter parece restar, a partir de agora, a luta para permanecer entre os quatro primeiros colocados e, dessa forma, garantir classificação direta para a Libertadores .

domingo, 21 de outubro de 2018

A consumação do golpe

A máscara caiu de vez. A desfaçatez tomou conta do país. A omissão do Tribunal Superior Eleitoral diante das fake news disparadas no Whatsapp por empresários apoiadores do candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, é a consumação do golpe. Como a fala do senador Romero Jucá (MDB-RR), num vídeo que se tornou célebre, deixou claro, houve "um acordo com o Supremo, com tudo". A postura do Tribunal Superior Eleitoral eliminou qualquer dúvida que ainda houvesse de que o Poder Judiciário brasileiro fez parte do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita. O ódio irracional ao PT levou a magistratura brasileira a abdicar de uma postura que deveria ser obrigatoriamente equidistante, para se aliar, despudoradamente e sem disfarces, com uma candidatura fascista que, caso chegue ao poder, será um retrocesso na história do país, afundando-o nas trevas. A Justiça é o último recurso da sociedade contra as atrocidades que a perseguem. No momento em que ela anda de mãos dadas com o fascismo, nada mais resta ao povo, só o desespero de quem se vê cercado pelo caos.

sábado, 20 de outubro de 2018

Erros repetidos

O técnico do Grêmio, Renato, não volta atrás em suas decisões, por mais equivocadas que sejam. Os erros repetidos de Renato estão custando preciosos pontos ao Grêmio no Campeonato Brasileiro. Hoje, contra o América Mineiro, no Independência, Renato, mais uma vez escalou Bressan e Marcelo Oliveira, mesmo eles tendo sido os dois piores jogadores em campo contra o Palmeiras, e responsáveis diretos pela derrota. Pior do que isso, Renato deu a braçadeira de capitão para Marcelo Oliveira, e quando ele foi substituído, no segundo tempo, ela foi repassada para Bressan. Atitudes como essa são uma tentativa infantil de Renato de defender seus jogadores das críticas da imprensa. Porém, o maior prejudicado é o Grhêmio. O jogo terminou empatado em 1 x 1, e mais dois pontos foram desperdiçados pelo Grêmio numa partida que poderia vencer. O América Mineiro abriu o placar no primeiro tempo numa falha de Marcelo Oliveira. No segundo, o Grêmio conseguiu empatar, e tomou conta do jogo, parecendo que o gol da vitória viria a qualquer momento. Aí, Renato cometeu mais um erro. Retirou Kaio, que dava consistência defensiva no meio campo, e colocou Douglas em seu lugar. A presença de Douglas fragilizou o Grêmio, e cortou a reação que era demonstrada em campo. Renato está privilegiando a defesa de jogadores que lhes são leais, em detrimento dos interesses do Grêmio. No futebol altamente profissionalizado da atualidade, não há lugar para a ação entre amigos. Está na hora do departamento de futebol do Grêmio fazer Renato ver que o clube está acima de tudo, pois é ele que paga, e bem, ao técnico e aos jogadores. Sendo assim, Renato tem de perceber que ele tem de fazer, sempre, o melhor para que o clube obtenha vitórias, e isso implica, muitas vezes, barrar jogadores que não estão correspondendo. No futebol, não há lugar para o compadrio.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Nada será como antes

O título acima, lamentavelmente, não é uma referência a belíssima composição de Beto Guedes e Milton Nascimento, imortalizada na voz de Elis Regina. Ele remete ao que será a vida de cada brasileiro após a eleição presidencial. Nunca, em toda a sua história, o país esteve tão dividido. O problema é que essa divisão não se dá entre grupos fechados e desconectados. O conflito entre os apoiadores do fascista Jair Bolsonaro e os defensores da democracia se dá dentro das famílias, entre parentes e amigos, colegas de trabalho. O antagonismo dessas posições é tão grande que, seja qual for o resultado da eleição, a recomposição de relações abaladas será muito difícil, senão impossível. Afinal, não se trata de uma discussão sobre quem é melhor, se Pelé ou Maradona. O que está em questão é muito maior. Autoritarismo e violência, de um lado, humanismo e tolerância, do outro. A inconformidade com o resultado, por parte de quem for derrotado, será gigantesca. Amizades serão desfeitas, famílias ficarão cindidas, parentes irão romper relações, vizinhos se tornarão beligerantes. A disputa que está ocorrendo no Brasil é entre civilização e barbárie. Não há entendimento possível entre os que possuem posições tão díspares. Por isso é que nada será como antes. Relações que pareciam sólidas, construídas ao longo de uma vida, irão se esfarinhar. Certas fraturas são definitivas, não podem ser reconstituídas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Escândalo eleitoral

O Brasil está vivendo a eleição presidencial mais suja da sua história. A coligação que apoia o candidato Jair Bolsonaro  (PSL), de acordo com reportagem do jornal "Folha de São Paulo", está se beneficiando de um esquema de caixa dois montado por empresários para disparar "fake news" contra o PT e seu candidato no Whatsapp. Um escândalo eleitoral que não pode ficar por isso mesmo. O Poder Judiciário, tão desgastado na sua imagem por sucessivos desmandos, precisa fazer a sua parte. No caso, corresponde ao Tribunal Superior Eleitoral o papel de cassar a candidatura de Bolsonaro por abuso de poder econômico. O pedido nesse sentido já foi protocolado pelo PT e outros partidos que tomaram parte na eleição, pois o esquema já estava atuante no primeiro turno. Os fatos revelados pela reportagem são mais do que suficientes para cassar a candidatura de Bolsonaro. Se vier a se omitir em tão grave momento, o Judiciário mostrará que é parte integrante do conluio que pretende tomar o poder a qualquer preço. A imagem de candidato honesto e contra a corrupção, apresentada por Bolsonaro, caiu por terra. A cassação de sua candidatura é uma imposição legal e ética. Cabe ao Tribunal Superior Eleitoral fazer o que é seu dever, sem ceder diante de pressões ou ameaças.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O recordista de títulos

Confirmando a expectativa geral, o Cruzeiro é o campeão da Copa do Brasil de 2018. O título veio com uma nova vitória sobre o Corinthians, dessa vez por 2 x 1, hoje, no Itaquerão. O Cruzeiro saiu na frente no placar, no primeiro tempo. No segundo, sofreu o empate num pênalti discutível, mas foi beneficiado com a anulação de um gol do Corinthians. Para não deixar dúvidas sobre o mérito da conquista, chegou ao desempate com um golaço de Arrascaeta. Dessa forma, o Cruzeiro tornou-se o recordista de títulos da Copa do Brasil, com seis, e é o primeiro clube a ganhar a competição por dois anos consecutivos, ou seja, é bicampeão. O seu técnico, Mano Menezes, mostrou, novamente, ser um especialista em competições eliminatórias. Seu futebol pragmático, sem brilho, concedendo a posse de bola ao adversário, mais uma vez, se mostrou eficaz. O título ficou com quem soube como ganhar, mesmo que sem um grande desempenho técnico ao longo da competição.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O gol que salvou o jogo

Foi um jogo ruim, arrastado, sem grandes atrativos. Esse é o resumo de Brasil 1 x 0 Argentina, hoje, no King Abdullah Stadium, em Jeddah. Um único fato fez a diferença, e ele ocorreu já nos acréscimos da partida. O gol que salvou o jogo e deu a taça que estava em disputa, para a Seleção Brasileira. Diante de uma Argentina descaracterizada, sem os seus principais jogadores, a Seleção não desenvolveu um bom futebol, e venceu sem maior merecimento. O gol pelo menos poupou a todos do constrangimento de assistir a uma disputa de tiros livres da marca do pênalti para a definição de quem ficaria com a taça. A Seleção segue sem convencer sob a orientação do técnico Tite. Depois da magnífica reação nas Eliminatórias, a Seleção treinada por Tite, desde a Copa do Mundo, joga um futebol previsível e sem brilho. Não se nota evolução no trabalho do técnico. Tite obteve um voto de confiança da CBF, que renovou o seu contrato mesmo depois do decepcionante rendimento da Seleção na Copa. Porém, se o futebol da equipe não melhorar muito, e se o título da Copa América, que será sediada pelo Brasil em 2019, não for conquistado, Tite não deverá continuar no cargo. No futebol, tudo depende dos resultados.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O desapreço pela democracia

O que explica a adesão de tantos brasileiros a candidatura presidencial de um homem claramente desequilibrado e que faz questão de bradar seus preconceitos, que propõe a violência e faz a apologia da tortura? O principal motivo é o desapreço pela democracia que caracteriza grande parte da população brasileira. Por ignorância histórica e despolitização, um enorme contingente de brasileiros não preza a democracia. São pessoas que acham que o golpe militar de 1964 "salvou o Brasil do comunismo", que as torturas e assassinatos ocorridos no período são invenção de esquerdistas, que naquela época não havia corrupção, e que gostariam de ver implantada a pena de morte no país. A execrável censura aos meios de comunicação que ocorria na ditadura militar não as incomodava. Afinal, é preciso evitar a disseminação de "imoralidades". A todo esse caldeirão de boçalidade se junta o obscurantismo religioso, com sua "defesa da família e dos valores". A combinação de todos esses fatores levou um significativo número de brasileiros a votar no candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, o que demonstra que partilham de seus preconceitos e posicionamentos discriminatórios. Caso Bolsonaro ganhe a eleição no segundo turno, o Brasil irá ingressar num período de medievalismo cujas consequências serão imprevisíveis. Porém, para os brasileiros que votam nele isso parece não importar. Se não aprenderam o valor da democracia depois do espúrio golpe militar, dificilmente algo fará com que o percebam.

domingo, 14 de outubro de 2018

Recuperação

A reabilitação era obrigatória. Depois da vexatória derrota para o Sport, na Ilha do Retiro, o Inter precisava provar que ainda era um postulante ao título do Campeonato Brasileiro. A recuperação veio com uma vitória de 3 x 1 sobre o São Paulo, de virada, hoje, no Beira-Rio. O resultado deixou o Inter apenas três pontos atrás do líder do Brasileirão, o Palmeiras. Portanto, mesmo tendo desperdiçado pontos contra adversários fracos, o Inter segue com grandes chances de alcançar o título. O São Paulo, por sua vez, assim como o Grêmio, deixou de ser um candidato a conquista da competição. Ao que tudo indica, nas nove rodadas restantes, só o Flamengo ainda poderá lutar pelo título com os dois primeiros colocados.

A soberba de Renato

O pior que pode acontecer a um clube, num jogo de futebol, é já entrar em campo previamente derrotado. Por vários fatores, o Palmeiras era favorito diante do Grêmio, hoje, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Afinal, o Palmeiras lidera o Brasileirão, jogava como mandante, tinha poucos desfalques, e o Grêmio estava sem seis titulares. Porém, o que determinou a derrota do Grêmio por 2 x 0, foi a escalação que colocou em campo. O técnico Renato, cuja autoconfiança não tem limites, escalou um time que retirou do Grêmio qualquer possibilidade de obter um bom resultado. A soberba de Renato faz com que ele não aceite nenhuma contraposição às suas escolhas. Por mais que as partidas demonstrem que determinados jogadores não devam ser escalados, por absoluta deficiência técnica, Renato insiste em contrariar o bom senso. Tendo Paulo Miranda e Juninho Capixaba no grupo, Renato, pela enésima vez, escalou Bressan e Marcelo Oliveira no setor esquerdo de defesa do Grêmio. A consequência não podia ser outra. Os dois tiveram péssimas atuações, é contribuíram decisivamente para a derrota do Grêmio. Bressan foi particularmente desastroso. Ele fez contra o primeiro gol, cometeu um pênalti que o árbitro não marcou, e teve duas falhas patéticas no lance que determinou o placar definitivo do jogo. A torcida e a imprensa há muito já firmaram a convicção de que os dois jogadores não têm condições de vestir a camisa do Grêmio. Renato sustenta o contrário, e mostra irritação quando questionado a respeito. A insistência de escalar Maicon e Cícero juntos no meio de campo, embora os dois nunca tenham mostrado sincronia, é outra teimosia absurda de Renato. Outro erro foi a volta do esquema com um centroavante de referência desde o jogo com o Bahia, quando o sistema com um "falso nove", vinha dando bons resultados. Embora seja esforçado, Jael é muito limitado. Com o revés de hoje, o Grêmio praticamente ficou sem chances de conquistar o título da competição. Renato, que tantas glórias deu ao Grêmio como jogador e técnico, dessa vez foi o grande responsável por esse fracasso.

sábado, 13 de outubro de 2018

Duas faces da mesma moeda

O segundo turno da eleição para governador do Rio Grande do Sul é algo extremamente bizarro. Os "adversários" são duas faces da mesma moeda. O PSDB, partido de Eduardo Leite, foi da base aliada do atual governador e candidato a reeleição, José Ivo Sartori (MDB), até 2017. Ambos apoiam o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, e defendem as privatizações como solução para os problemas financeiros do Estado. Essa é a condição dramática da eleição. Não há contraposição, é mais do mesmo. Cabe ao eleitor, apenas, escolher entre o ruim e o pior. Pelas ideias que eles partilham na área econômica, nada irá mudar para os cidadãos, que continuarão a sofrer com o arrocho salarial, o parcelamento nos pagamentos do funcionalismo público, a substituição da Previdência pública pela privada, a venda de patrimônio do Estado. Uma estranha opção do eleitorado pelo masoquismo, pois seja quem for o vencedor, sua vida irá piorar. Leite e Sartori não tem compromisso com os mais necessitados. Tanto um como outro opera em favor dos  grandes grupos econômicos. A Argentina de Maurício Macri está aí de exemplo para que se veja o quanto é desastroso o receituário neoliberal. Há um ditado que expressa que quem corre por gosto não cansa. No caso dos eleitores do Rio Grande do Sul, o cansaço chegará logo. Serão mais quatro anos de estagnação para o Estado.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Acabar com os ativismos

Entre as tantas excrescências que vomita em suas falas, o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse que vai acabar com todos os ativismos. Essa é uma das tantas declarações que evidenciam a índole fascista de Bolsonaro. Não é de hoje que políticos de direita buscam criminalizar os movimentos sociais. Eles querem uma sociedade amordaçada, que se deixe tratar como gado, sem protestar. Nada é mais típico do discurso de direita do que "o povo ordeiro e trabalhador", ou seja, que labora muito, ganha mal, tem seus direitos pisoteados ou, até, suprimidos, e aguenta passivamente. A pretensão de Bolsonaro não vai se concretizar, caso ele ganhe a eleição. Os tempos são outros. Os movimentos sociais são muito mais fortes e estruturados do que em outras épocas. Se tentar reprimir manifestações, Bolsonaro vai promover um banho de sangue. Os que apostam na repressão sempre perdem. O ser humano nasceu para a liberdade, não para a opressão.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Um salto no abismo

Faltando 18 dias para o segundo turno da eleição presidencial, é preciso que a sensatez se sobreponha ao antipetismo irracional que se apoderou de vários setores da sociedade brasileira. Com a colaboração criminosa, por ação ou omissão, da imprensa e do Poder Judiciário, o Brasil corre o risco de dar um salto no abismo, elegendo para presidente um homem intelectualmente limitado, culturalmente indigente, apologista da tortura, racista, misógino e adepto da homofobia. Seu candidato a vice defende a realização de uma nova constituição feita por "notáveis" escolhidos pelo presidente, e quer acabar com o décimo-terceiro salário. O Brasil, na hipótese de um candidato tão despreparado e nefasto vir a ganhar a eleição, irá mergulhar no mais absoluto caos. Não é possível que se assista a isso passivamente. O golpe do impeachment custou muito caro, permitindo o surgimento da candidatura de um desequilibrado ao mais alto cargo do país. Chegou a hora de deixar as vaidades e picuinhas políticas de lado para impedir a destruição do futuro do Brasil. Votar em Fernando Haddad no segundo turno não é ser petista, é possuir senso humanitário. Todas as pessoas lúcidas e decentes do país tem a obrigação de dar o seu apoio público para Haddad. Não se trata de uma questão partidária ou ideológica, mas de salvar o Brasil do desastre, de escolher a paz e não a violência, a democracia em vez do autoritarismo. O mal pode ser evitado, basta que cada um ponha a mão na consciência antes de votar. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A reversão é possível

A primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno da eleição presidencial, divulgada hoje, pode ser lida de diferentes maneiras. Para alguns, ela mostra que Jair Bolsonaro (PSL) será o vencedor. Para outros, o crescimento percentual de Fernando Haddad  (PT), em apenas três dias após o primeiro turno, prova que a vitória é alcançável. A segunda hipótese me parece a mais provável. Vejamos o porquê. Os números apresentados pela pesquisa são de 58% para Bolsonaro e 42% para Haddad. A primeira pesquisa para o segundo turno da eleição anterior apresentava os mesmos números em favor de Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff (PT). Como se sabe, Dilma ganhou a eleição. Afora isso, como já foi demonstrado no primeiro turno das eleições, os institutos de pesquisa cometem erros enormes. Na eleição para senador no Rio Grande do Sul, por exemplo, o candidato apontado em quarto lugar nas pesquisas foi o primeiro colocado nas urnas. O candidato que aparecia em primeiro lugar nos levantamentos foi o quinto colocado. Na eleição para governador do Estado do RJ, o candidato que foi para o segundo turno em primeiro lugar tinha índices de intenções de voto irrisórios nas pesquisas. O fato é que o crescimento percentual de Haddad foi muito significativo num período tão curto como o decorrido desde o primeiro turno. Portanto, a reversão é possível. Bolsonaro é o favorito, mas a eleição não está decidida. Ainda faltam dezenove dias para o segundo turno. Se, em apenas três dias, Haddad cresceu treze pontos, tudo pode acontecer.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Polarização

Está sendo muito destacado o fato de que a sociedade brasileira vive uma fase de intensa polarização, o que teria ficado mais evidente com a disputa da eleição presidencial em segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Na verdade, não é bem assim. Não há dúvida de que Bolsonaro é de extrema direita. Porém, Haddad e o PT não são de extrema esquerda. A esquerda orgânica é representada pelo PSOL. A extrema esquerda é constituída por PSTU e PCO. O PT é um partido de esquerda, obviamente, mas não é sectário, dialoga com diversas correntes ideológicas. O perfil dos dois candidatos é muito distinto. Bolsonaro é racista, apologista da tortura, misógino e adepto da homofobia. Haddad é culto, calmo, ponderado e afável. A polarização, portanto, não é entre direita e esquerda, mas do fascismo contra o humanismo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O absurdo segundo turno do Rio Grande do Sul

A cada eleição, o Rio Grande do Sul afunda mais profundamente na despolitização e boçalidade. Não bastasse o fato de, em 2014, ter sido eleito governador José Ivo Sartori (MDB), o pior ocupante do cargo em todos os tempos, há a possibilidade de que venha a ser reeleito, pois foi para o segundo turno. O quadro de horror não para pôr aí. O absurdo segundo turno do Rio Grande do Sul terá Sartori contra Eduardo Leite  (PSDB), outro candidato de direita. Sim, isso mesmo, uma disputa entre dois candidatos do mesmo espectro político. Uma disputa entre iguais no segundo turno é algo que não faz nenhum sentido. Sartori e Leite são, ambos, privatistas, defensores da redução do Estado, privilegiam os interesses dos poderosos em detrimento dos mais vulneráveis, e apoiam o candidato do PSL a presidente, o fascista Jair Bolsonaro. Não há critério pelo qual se possa escolher entre um ou outro como sendo melhor ou menos pior. Os dois são péssimos, por tudo o que representam. Seja quem for o vencedor da eleição, o Rio Grande do Sul é, desde já, o grande derrotado. A situação econômica do Estado, que já é precária, só tende a piorar, pois continuará a aplicação do receituário neoliberal, que só gera mais crise, com venda de patrimônio público, desemprego crescente, redução do consumo e isenções fiscais para os grandes empresários. Enquanto os estados do Nordeste deram um exemplo notável de consciência política, elegendo governadores do campo da esquerda e garantindo a presença de Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial, o Rio Grande do Sul afunda politicamente, optando pelo obscurantismo da direita. Diante desse quadro deplorável, só resta, à porção lúcida desse Estado, morrer de vergonha.

Vai ter segundo turno

Embora o esforço concentrado dos setores reacionários da sociedade brasileira em sentido contrário, haverá segundo turno na eleição presidencial. Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) irão para o embate direto. Bolsonaro teve uma vantagem folgada no primeiro turno, o que lhe concede o favoritismo, mas não é garantia de que irá vencer. Os votos de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar, deverão ir, em grande parte, para Haddad. O próprio Ciro já afirmou que não apoiará Bolsonaro. A grande incógnita é como irão se comportar os eleitores de  Geraldo Alckmin no segundo turno. Afinal, o candidato do PSDB adotou um discurso igualmente hostil em relação a Bolsonaro e Haddad, sem deixar espaço para a construção de um entendimento numa fase posterior da eleição. Para os candidatos, o segundo turno é uma oportunidade para o entendimento em torno de aspirações comuns que geram alianças. Para o eleitor, uma nova chance de reflexão para fazer a melhor escolha possível entre os que permanecem na disputa. Mais do que tudo, é a hora em que o bom senso deve se sobrepor às picuinhas políticas.

sábado, 6 de outubro de 2018

Tropeço inaceitável

Se o Grêmio tivesse vencido o Bahia, hoje, na Arena, seria vice-líder do Campeonato Brasileiro. Porém, o Grêmio apenas empatou em 2 x 2 com o Bahia, e chegou a estar perdendo por 2 x 0. Um tropeço inaceitável na reta final do Brasileirão. Um jogo que se pareceu com o realizado contra o Ceará, só que, dessa vez, não surgiu o terceiro gol para que o Grêmio obtivesse a vitória. Não há como aceitar que o Grêmio leve quatro gols em casa de dois times tão modestos. A oportunidade de assumir a vice-liderança não poderia ser desperdiçada contra um adversário que luta apenas para não ser rebaixado. Se tivesse ganho, o Grêmio poderia igualar o Palmeiras em pontos no confronto direto, no próximo domingo, no Pacaembu. Agora, se perder esse jogo, sua diferença para o clube paulista subirá para oito pontos, e faltarão apenas mais nove rodadas para o fim da competição. Nenhuma explicação soará convincente para o resultado de hoje. Mais uma vez, o Grêmio praticamente perdeu a chance de conquistar um título que estava ao seu alcance.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Derrota inesperada

Perder nunca é bom, mas há derrotas que são particularmente dolorosas. O Inter perdeu, hoje, para o Sport por 2 x 1, de virada, na Ilha do Retiro, pelo Campeonato Brasileiro. Uma derrota inesperada, que compromete muito a campanha de quem sonha com o título do Brasileirão. Não será fácil para o Inter assimilar esse revés. O favoritismo do Inter era amplo, diante de um adversário que é vice-lanterna da competição e que ainda jogou muito desfalcado. Depois de um péssimo primeiro tempo de ambos os times, o Inter abriu o placar aos 22 minutos do segundo. Era de se esperar que o Inter mantivesse o resultado, ou até marcasse mais gols. No entanto, a exemplo do que aconteceu contra a Chapecoense, na Arena Condá, o Inter permitiu a virada do Sport, com gols aos 34 e aos 43 minutos. A queda de rendimento do Inter é visível. Nos últimos quatro jogos, só venceu o Vitória, no Beira-Rio, com a ajuda do apito amigo. Com pontos desperdiçados contra adversários fracos, o Inter começa a deixar escapar a chance de ganhar um título que não conquista desde 1979.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Bolsonaro fugiu da raia

O debate final dos candidatos a presidente não contou com o primeiro colocado nas pesquisas, Jair Bolsonaro  (PSL). Consciente das suas limitações intelectuais e culturais, Bolsonaro fugiu da raia. O argumento de que o candidato não compareceu por razões médicas é risível. Afinal, Bolsonaro concedeu uma entrevista para a Rede Record, que foi exibida paralelamente ao debate. Mesmo sem a presença de Bolsonaro, o debate foi importante pelo que revelou de cada candidato. O destaque negativo foi, sem dúvida, Álvaro Dias  (Podemos). Confuso e atrapalhado, Dias tentou ser agressivo, mas foi apenas grosseiro, o que lhe valeu ser devidamente enquadrado por Fernando Haddad (PT) num dos grandes momentos do encontro. Geraldo Alckmin (PSDB), como sempre, foi insosso, assim como Henrique Meirelles (MDB). Ciro Gomes (PDT) não teve a sua incisividade habitual, pareceu preocupado em se mostrar simpático. Consciente de que, assim como acontece com Bolsonaro, é um alvo preferencial dos outros candidatos, Haddad adotou uma postura firme, mas num tom ameno. Marina Silva (Rede) só foi mais assertiva nas considerações finais, quando afirmou que só ela pode pacificar o país. O maior destaque do debate foi Guilherme Boulos (Psol). Em pelo menos três momentos, Boulos brilhou. Diante de uma resposta mais agressiva de Meirelles, que disse que trabalhou muito em sua vida, algo que talvez ele não soubesse o que é, Boulos não se abalou e declarou:"Você falou que trabalhou muito, Meirelles. Você é banqueiro. Banqueiro não trabalha, Meirelles." Outra manifestação marcante de Boulos foi quando afirmou que não quer que suas filhas cresçam numa ditadura.  O melhor momento de Boulos, no entanto, foi quando ele afirmou: " Ao contrário do que diz a Globo, o agro não é pop. O agro é tóxico, e mata", arrancando aplausos de pessoas presentes ao estúdio. Agora, a hora da eleição se aproxima. O eleitor tem de pensar muito bem em quem irá votar. O Brasil não pode cair no abismo de um governo autoritário e estimulador da violência. O caminho da retomada de melhores tempos está bastante claro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O que o debate mostrou

Hoje à noite ocorreu o último debate televisivo entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul. A estrutura engessada desse tipo de programa não favorece grandes embates, o que faz com que, na maioria das vezes, sua característica principal seja a atmosfera morna. O que o debate mostrou, no entanto, foi suficiente para avaliar cada candidato. Naturalmente, quem está na frente nas pesquisas é mais visado, e procura fugir de questões mais espinhosas. Miguel Rosseto (PT ) e Roberto Robaina (PSOL) foram os mais incisivos, Eduardo Leite (PSDB ) exibiu sua tradicional postura de bom moço, que não eleva o tom, o governador e candidato a reeleição José Ivo Sartori  (MDB) repetiu seu discurso inconsistente e cheio de tergiversações, e Jairo Jorge (PDT) foi o mais opaco de todos, desperdiçando a chance de mostrar um tom mais combativo. Em geral, o último debate tem pouco efeito sobre a escolha do voto, pois faltando tão poucos dias para a eleição, as preferências estão, em grande parte, sedimentadas. Porém, para aqueles que ainda permanecem indecisos, o debate, certamente, foi bastante esclarecedor. Sendo assim, não há desculpa para fazer a recondução de um governo que já provou ser desastroso, nem para eleger a carinha nova da vez. Só se deixa enganar quem quer, depois não adianta se queixar.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Classificação confirmada

Aquilo que todos esperavam, aconteceu. O Grêmio teve a sua classificação confirmada para as semifinais da Libertadores, hoje à noite, na Arena. Não podia ser diferente, já que o Grêmio ganhou o primeiro jogo do Tucumán, fora de casa, por 2 x 0, só não se imaginava que, no jogo de hoje, ocorresse uma goleada de 4 x 0. Nos primeiros 20 minutos de jogo, o Grêmio enfrentou dificuldades, pois o adversário não lhe permitia ter a posse de bola. Porém, após abrir o placar, o Grêmio se impôs na partida, e acabou chegando à goleada sem maior esforço. O segundo gol, marcado numa cobrança de pênalti, cometido pelo goleiro, que acabou expulso, eliminou qualquer possibilidade de reação do Tucumán. Depois de várias atuações apagadas, o maior nome do jogo foi Luan. Alisson também teve um grande desempenho. Nas semifinais, no entanto, o Grêmio será muito mais exigido. Afinal, seu adversário será o River Plate. A vantagem do Grêmio é que o segundo jogo, mais uma vez, será na Arena.