segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O susto do mercado

Não demorou muito, nem poderia, é evidente. Bastou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, favorito nas próximas eleições, declarar que pretende revogar a reforma trabalhista de Micbel Temer, seguindo o exemplo do que foi feito na Espanha, para que houvesse reações dos setores conservadores que vampirizam o país. A fala de Lula começa a ser utilizada por seus detratores como exemplo do "perigo" que a sua candidatura representa. O susto do "mercado", esse monstro devorador que tudo controla no pensamento capitalista, foi muito claro. Forças históricas do atraso, como o asqueroso jornal "O Estado de São Paulo", logo trataram de estampar que a promessa de Lula pode afastar atuais e potenciais aliados. Cotado para ser candidato a vice na chapa do ex-presidente, Geraldo Alckmin também manifestou preocupação com a posição de Lula. A direita brasileira não abre mão de seu projeto escravista, que submete trabalhadores a uma total precarização, com perda de conquistas históricas, enquanto aumenta, cada vez mais, os lucros dos enpresários. Consciente de que o presidente Jair Bolsonaro é um desastre, e sua reeleição um desatino, a direita agarra-se à quimera de uma "terceira via", ou seja, um candidato comprometido com o neoliberalismo, mas que não assuste os eleitores mais sensíveis de seu espectro político, como ocorre com o ex-capitão. Porém, figuras como Sérgio Moro e João Dória Júnior, pretensos representantes da referida alternativa, estão se mostrando sem viabilidade eleitoral. Gostem ou não, a eleição presidencial, novamente, será polarizada, dessa vez entre Lula e Bolsonaro. Sendo assim, não há outra saída para evitar a destruição total do país que não seja eleger Lula. Também é óbvio que, ainda que se saiba que Lula não fará um governo revolucionário, medidas indispensáveis e inadiáveis de grande alcance popular serão tomadas. Para os direitistas radicais, ainda fiéis a Bolsonaro, e os enrustidos da "terceira via", cabe dar um conselho que se tornou bordão nos tempos atuais: "Aceita que dói menos".