sexta-feira, 21 de julho de 2017

A punhalada dos golpistas

O Brasil vive dias terríveis, como consequência direta de um golpe contra uma presidente legitimamente eleita. O sórdido expediente contou, como costuma ocorrer nesses casos, com o patrocínio da plutocracia e o apoio entusiasmado da classe média reacionária. Para esses dois segmentos, era preciso, a qualquer preço, retirar o PT do poder. Afinal, argumentavam, o PT era a fonte de todos os males do país. Como se sabe, plutocratas detestam aumento de impostos, o mesmo acontecendo com a classe média direitista. Pois não é que foi justamente essa surrada e desastrosa solução que o governo do presidente golpista e ilegítimo Michel Temer adotou para tentar cumprir a meta fiscal de 2017? Com o aumento da alíquota de PIS/Cofins dos combustíveis, divulgado ontem, Temer e seus asseclas pretendem arrecadar R$ 11 bilhões. A razão para isso é que a arrecadação neste ano tem ficado abaixo da esperada pelos golpistas, que previam que a economia brasileira cresceria em um ritmo mais acelerado, o que não ocorreu. O efeito da medida no bolso da população foi imediato, pois o preço do litro da gasolina já superou o valor de R$ 4, o que levará a um efeito cascata de aumentos sobre vários produtos. A punhalada dos golpistas atinge em cheio o discurso dos seus apoiadores. Os empresários do pato amarelo e a classe média que bate panelas vociferam, permanentemente, contra aumento de impostos. Pois foram "brindados" com um pelos bandoleiros que ajudaram a colocar no poder. A traição dos golpistas aos seus defensores seria até cômica, se não fosse trágica para o país como um todo. A amarga conta do golpe continua a ser cobrada de todos os brasileiros, e ainda está longe de chegar ao fim.