sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Os ministros continuam caindo

Mais um ministro do governo da presidente Dilma Roussef, o 7º em pouco mais de um ano de administração, deixou o cargo. Dessa vez foi o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP. O ministro pediu demissão por estar envolvido, a exemplo de cinco dos seis outros afastados, em denúncias de corrupção. O curioso é que Negromonte saiu, mas o cargo continuou com seu partido. Para o seu lugar foi escolhido o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A prova de que a mudança é apenas de nomes, e não de procedimentos, é que, assim que Ribeiro foi confirmado como ministro, surgiu a acusação de que ele destinou, como deputado federal, mais de R$ 800 mil em emendas para Campina Grande (PB), onde sua irmã é candidata a prefeita neste ano, e também enviou verbas para Pilar, município administrado por sua mãe. Como se vê, há muito mais preocupação com a "governabilidade" do que com o combate á corrupção. Isso, contudo, não traz problemas para o governo. A popularidade de Dilma é alta e não há sinais de que venha a cair nos próximos meses. A maioria dos eleitores dá pouca importãncia para os ministros. No Brasil, há o culto a figura do mandatário. Se o povo entende que o país vai bem, a popularidade do presidente sobe, independentemente de denúncias ou escândalos envolvendo membros do governo. Por natureza, o brasileiro é personalista, valoriza quem exerce o poder, não a administração como um todo. Dessa forma, Dilma pode ficar tranquila. Escãndalo algum no seu governo vai derrubar sua popularidade. O eleitor blindou a presidente em relação a fatos nebulosos ou suspeitos, assim como já havia feito com seu antecessor, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Enquanto os números da economia e da geração de empregos forem bons, os ministros podem, todos, deixarem seus cargos, que, ainda assim o governo continuará gozando de amplo apoio popular. Se a oposição quiser ter alguma chance nas eleições para presidente, em 2014, vai precisar bem mais do que forçar a queda de ministros.