domingo, 3 de setembro de 2017

O Inter jogou um título fora

Certas atitudes, por mais que se tente entender, se mostram incompreensíveis. Esse é o caso da opção do Inter de ter escalado um time de reservas contra o Atlético Mineiro, na quarta-feira, no Beira-Rio, pelas quartas de final da Copa da Primeira Liga. Não havia razão alguma para o Inter poupar jogadores. Afinal, o Inter é o líder isolado do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, já pôs oito pontos de vantagem sobre o quinto colocado, e só jogará novamente pela competição no próximo sábado. Sendo assim, o Inter não teria nenhum risco colocando os seus titulares em campo. O vencedor de Inter x Atlético Mineiro enfrentaria, nas semifinais, o ganhador de Flamengo x Paraná. Em qualquer dos casos, seria interessante para o Inter, pois um jogo contra o Flamengo teria a motivação natural de uma partida entre dois grandes clubes, e se o adversário fosse o Paraná as perspectivas de se classificar para a decisão seriam amplas. Porém, a realidade é que o Inter jogou com o time reserva, perdeu para o Atlético Mineiro, e foi eliminado da Copa da Primeira Liga. O clube mineiro, confirmando a lógica, elimnou o Paraná nas semifinais. Como no outro lado do chaveamento o clube classificado, hoje, para a decisão foi o Londrina, se pode dizer, sem nenhum receio de errar, que o Inter jogou um título fora. Sim, pois o Inter jogaria a decisão, em partida única, no seu estádio, contra um adversário que já derrotou por duas vezes na Série B, marcando seis gols e sofrendo apenas um. A conquista lhe daria um prêmio de R$ 3 milhões, e um título de campeão, algo que o seu maior rival, o Grêmio, ainda não obteve em 2017. Os argumentos de que a competição não tem valor, e de que a única preocupação do Inter no ano deve ser a de voltar para a Primeira Divisão, são rasos, e não justificam a equivocada opção feita pelo clube. Um clube grande deve estar sempre voltado para a conquista de títulos, nunca para abrir mão deles.