quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Diferenças

A ação devastadora do furacão Sandy sobre Nova York e a Costa Leste dos Estados Unidos mostrou uma situação que já havia se verificado quando do ataque ás torres gêmeas, em 2001. A imprensa brasileira dá ao fato, cujas consequências são, sem dúvida, lastimáveis, um espaço muito maior do que a quaisquer outros acontecimentos do gênero. Até mesmo as tragédias ocasionadas por enchentes no Brasil, com um número, muitas vezes, maior de vítimas do que as do furacão Sandy, não recebe um tratamento editorial tão amplo. Não que se esteja, aqui, a minimizar o significado do que ocorre em Nova York e região.. Longe disso. O que chama a atenção é que, quando se trata dos Estados Unidos, tudo ganha uma amplitude maior. Ora, catástrofes naturais, e as mortes por elas ocasionadas, devem ser lamentadas seja qual for o local em que ocorram, e na mesma proporção. O fato de, nesse momento, a glamurosa Nova York estar sendo abatida pela fúria de um furacão, não faz desse acontecimento algo mais importante do que se ocorresse em qualquer outro lugar do mundo. O rastro de destruição e as vidas perdidas deixados por tais fenômenos devem ser encarados com o mesmo pesar, seja em cidades de grande evidência ou em localidades pouco conhecidas. Não há vida humana de maior ou menor valor. Lamento o que está acontecendo em Nova York, mas acho que o que lá ocorre não é mais grave por se tratar daquela que é a mais badalada cidade do mundo. A dor e o sofrimento não respeitam critérios geográficos. Não há mortos de primeira ou segunda classe.