sábado, 30 de maio de 2015

O fim da reeleição

A aprovação do fim da reeleição para cargos executivos, que caso venha a ser efetivada já valerá para as eleições de 2018, é mais um dos tantos equívocos em que incorre a política brasileira. Há argumentos consideráveis contra o instituto da reeleição, o principal deles é de que o governante, ao se eleger, já prioriza a continuidade no cargo por mais um mandato, em vez de priorizar as ações administrativas. No entanto, democracias maduras há muito tempo adotam a reeleição, sem que isso seja considerado danoso. Estados Unidos e França são dois bons exemplos nesse sentido. Cabe lembrar que a reeleição, no Brasil, é algo recente. Foi instituída no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em proveito do próprio, o que, por si só, é escandaloso, pois o proponente de uma medida dessa ordem jamais poderia dela se beneficiar, já que a mesma só deveria ter efeito para futuras administrações. Porém, ainda que tenha sido implantada no país de uma maneira torta, a reeleição é muito recente no Brasil para que já se pense em aboli-la. Seria preciso um tempo maior até que se concluísse pela conveniência de sua extinção. Sem a reeleição, administrações exitosas não teriam a oportunidade de uma desejável continuidade. O argumento em contrário não é válido, pois uma administração fracassada seria naturalmente rejeitada pelos eleitores, não conseguindo renovar o seu mandato. Mais uma vez, os políticos, em nome de interesses pouco nobres, buscam meios de cercear a ação do eleitor, impedindo-o, se assim o desejar, de reeleger um governante.