sábado, 11 de janeiro de 2020

Protestar faz a diferença

Os protestos contra a reforma da Previdência na França, já abordados nesse espaço, começam a apresentar resultados. O governo francês, que antes se mostrava irredutível na manutenção integral da proposta, desistiu, hoje, de aumentar a idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos. Foi uma vitória parcial, pequena ainda, mas que mostra que protestar faz a diferença. Diversas categorias profissionais francesas pretendem seguir lutando até a revogação total do projeto. Mais uma vez, os franceses estão dando uma aula de cidadania para o mundo. Lamentavelmente, os brasileiros ignoram esses ensinamentos, e continuam a agir como bois levados para o matadouro. Um desmonte da legislação trabalhista e uma repugnante Reforma da Previdência se concretizaram sem que o povo se manifestasse maciçamente nas ruas. Essas diferentes posturas mostram o abismo civilizatório que existe entre os dois países. Os franceses, cientes de seus direitos, não aceitam que eles sejam suprimidos. Os brasileiros, assistem, passivamente, à destruição de suas conquistas sociais. O desmonte da educação, promovido pelo governo Bolsonaro, só tende a agravar esse quadro. A França é um país que tem uma bela história, um presente combativo e, portanto, perspectivas para o futuro. O Brasil, enquanto isso, tem uma história carregada de fatos constrangedores, um presente que é um pesadelo, e a tendência de um futuro assustador.