segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Remando contra a maré

Certas situações são exemplares para que se perceba o lado mais vil e mesquinho das pessoas. A inauguração da espetacular Arena do Grêmio, referida por mim em meu texto anterior, foi devidamente festejada pela imprensa, que não economizou adjetivos diante da maravilha a que todos assistimos. Porém, sempre há aqueles que, movidos pela inveja, despeito e ressentimentos de toda a ordem, destoam do sentimento geral. Houve quem, hoje, usasse seus espaços nos meios de comunicação para tentar diminuir a esplendorosa inauguração da Arena, ressaltando o que não deu certo, em vez de exaltar o que esteve correto. Ocorreram alguns imprevistos, normais em se tratando de um acontecimento de tal porte, mas que em nada deslustram a inauguração, e que serão devidamente corrigidos. O que não se pode tolerar é que, em nome de uma pretensa objetividade jornalística, alguém proceda como o notório chefe de esportes de uma rádio de Porto Alegre que, movido pela sua identificação com o maior rival do Grêmio e seu ódio visceral à empresa de comunicação que é líder de audiência no Rio Grande do Sul, procurou diminuir a grandiosidade da festa de sábado. Seu coloradismo e sua inconformidade com a preferência esmagadora do público por uma empresa que não é a sua, fez com que chegasse ao ponto de dizer que sua concorrente deveria ter resolvido os contratempos verificados em termos de estrutura na inauguração da Arena, numa declaração totalmente destituída de senso. Não parou por aí, e sugeriu que o Grêmio torne a fechar a Arena, para não "pagar mico" no Jogo Contra a Pobreza, no próximo dia 19/12. Seria mais proveitoso para todos se o radialista em questão explicasse porque a sua empresa, depois de ter adquirido os direitos de transmissão por televisão dos jogos do Campeonato Gáucho de Futsal - Série Ouro, parou de transmiti-los durante a competição, o que fez com que a federação gaúcha da modalidade voltasse a firmar contrato com a antiga detentora dos mesmos, isto é, a concorrente tão odiada por ele. A liberdade de expressão não pode servir de anteparo para que alguns se valham do privilégio de possuírem espaços nos meios de comunicação e se sintam no direito de falar o que bem entendem ferindo o bom senso e remando contra a maré em relação ao restante da imprensa e à opinião pública. No fundo, o tal chefe de esportes não passa de um pobre coitado. Porém, mesmo os que ostentam essa condição tem de ter ponderação e responsabilidade ao emitirem suas opiniões. Felizmente, a única consequência prática que tal tipo de comportamento pode acarretar é a queda ainda maior da audiência da rádio onde trabalha o tal boquirroto.