sábado, 31 de outubro de 2015

Retrocesso

Os problemas políticos vividos pelo governo federal estão sendo usados pelas forças do atraso para tentar levar o Brasil a um retrocesso absurdo. Não bastasse a ideia de cogitar dar andamento a um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff que não encontra justificativa fora do revanchismo de quem não assimilou o resultado legítimo estabelecido pelas urnas, projetos retrógrados surgem seguidamente no Congresso Nacional com propostas como a flexibilização do desarmamento e de restrição ao direito das mulheres de poderem interromper uma gravidez resultante de estupro. As administrações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff foram marcadas por avanços da legislação nos campos do comportamento e dos avanços sociais. Os direitos das chamadas minorias foram reconhecidos. Some-se a isso a ascensão econômica de milhões de brasileiros que compunham a base da pirâmide social e se tem o quadro que tanto horroriza os demofóbicos. O Congresso Nacional, que em tempos idos abrigava figuras de grande gabarito intelectual, hoje está dominado por fundamentalistas evangélicos e apologistas do autoritarismo. A crise econômica que o Brasil vive causa aflições, sem dúvida, mas acontecimentos desse tipo são cíclicos na vida dos países, e devem ser superados dentro da normalidade institucional. O que não se pode aceitar é o oportunismo da oposição de usar esse momento para tentar impor sua agenda medieval. Os brasileiros tem de ficar atentos, e não se deixarem levar por discursos mal intencionados. Depois, como expressa o ditado, não adianta chorar o leite derramado.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Mais uma Feira do Livro

Teve início, hoje, mais uma Feira do Livro de Porto Alegre. Essa é a 61ª edição do acontecimento cultural mais significativo da cidade. Uma feira ao ar livre, com bancas espalhadas pela Praça da Alfândega, no centro, local onde se realizaram todas as suas edições. Com o passar dos anos, a Feira do Livro foi aumentando a sua grandiosidade. No início, eram algumas poucas bancas. Hoje, passam de cem. Afora a comercialização pura e simples de livros, a feira promove várias sessões de autógrafos com os autores das obras. Em razão do prestígio da feira, muitos escritores e editoras locais aguardam por ela para lançarem seus livros. Nos últimos anos, a Feira do Livro tornou-se um fato cultural ainda mais relevante, com a realização, paralelamente, de palestras e debates com escritores e intelectuais em prédios próximos à praça. A Feira do Livro é uma instituição de Porto Alegre. Num país com tão baixo índice de leitura, sua longevidade é digna de registro. Por ser realizada em espaço aberto, em meio ao burburinho do centro, democratiza o acesso ao livro. Há livros de todos os gêneros e preços, saldos de valor bastante acessível, uma área de literatura infantil, bancas com obras estrangeiras. A Feira do Livro também dispõe de uma praça de alimentação. Para os moradores da cidade e para quem a estiver visitando durante a sua realização, a Feira do Livro é um programa imperdível.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Recuperação demorada

A goleada de 7 x 1 que a Seleção Brasileira sofreu para a Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, foi uma demonstração clara do período de baixa vivido pelo futebol brasileiro. Momentos de entressafra de grandes jogadores, mesmo num país tão pródigo em revelá-los como é o Brasil, já aconteceram outras vezes, mas, agora, a duração da escassez parece ser mais longa. O Brasil também não está conseguindo se destacar nas competições de categorias inferiores, como os mundiais Sub-20 e Sub-17. Ontem, no Campeonato Mundial Sub-17, que está sendo realizado no Chile, a equipe brasileira só conseguiu eliminar a Nova Zelândia, e avançar de fase na competição, com uma vitória de 1 x 0, gol de pênalti, aos 48 minutos do segundo tempo. Cabe destacar que a Nova Zelândia já havia desperdiçado um pênalti aos 22 minutos do segundo tempo. Se jogadores tão jovens já encontram dificuldade para se impor diante de um futebol de tão pouca expressão como o neozelandês, o que se pode esperar dessa geração quando se tornarem adultos? Não são poucos os brasileiros que temem que, em 2018, a Seleção, pela primeira vez, fique fora de uma Copa do Mundo. Talvez esse seja um temor exagerado. Porém, ainda que continue participando de todas as Copas, a Seleção deverá enfrentar um longo jejum de títulos. Será preciso paciência por parte do torcedor, pois a recuperação do futebol brasileiro tende a ser demorada.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Decisão paulista

A decisão da Copa do Brasil será paulista. Nos jogos de hoje, pelas semifinais, o Santos repetiu, na Vila Belmiro, a vitória de 3 x 1 sobre o São Paulo obtida no primeiro jogo, no Morumbi, e confirmou a sua classificação. No Allianz Parque, o Palmeiras venceu o Fluminense por 2 x 1, mesmo placar pelo qual havia perdido no primeiro jogo, no Maracanã, o que levou a decisão para os tiros livres da marca do pênalti, com vitória do clube paulista por 4 x 1. Enquanto o Santos venceu o São Paulo com facilidade nos dois jogos, o Palmeiras contou com erros de arbitragem para alcançar a sua classificação. No primeiro jogo, quando perdia por 2 x 0, foi beneficiado com a marcação de um pênalti inexistente. Hoje, quando já vencia por 1 x 0, teve outro pênalti marcado a seu favor, numa falta que ocorreu fora da área. O Fluminense, com garra, buscou o gol que levou a decisão para os tiros livres, mas foi muito ineficiente nas cobranças, e acabou eliminado. A CBF alterou as datas dos dois jogos decisivos da Copa do Brasil, que, agora, serão nos dias 25 de novembro e 2 de dezembro. O período de quase um mês até a realização do primeiro jogo poderá permitir alguma alteração no panorama visto até aqui, mas não se pode deixar de atribuir ao Santos um destacado favoritismo na decisão.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sorte

Por ser algo imponderável e impreciso, o conceito de sorte não é muito bem aceito pelos mais racionalistas. Porém, há momentos em que pessoas ou instituições se vêem atingidas por acontecimentos em série que lhes abrem perspectivas venturosas, ou, ao contrário, comprometem significativamente o atingimento dos seus objetivos. Mera casualidade ou fatalidade, dirão os mais resistentes, mas isso ocorre, inegavelmente. Pois a sorte, ou a falta dela, poderá ter influência nas campanhas de Grêmio e Inter na reta final do Campeonato Brasileiro. Enquanto o Inter recupera jogadores importantes que estavam no departamento médico, como D'Alessandro e Eduardo Sasha, o Grêmio enfrenta problemas com seus volantes. Sem poder contar com Walace para o próximo jogo, pois ele terá que cumprir suspensão por cartão amarelo, o Grêmio estará, também, sem Maicon, que ficará um mês afastado, por lesão. Lesão, por sinal, que já é a terceira de Maicon em curto espaço de tempo. Para piorar o quadro, Edinho, reserva imediato dos dois, também está machucado. Dessa forma, o Grêmio, que carece de boas alternativas de reposição em seu grupo, vai para os últimos jogos do Brasileirão com sérios desfalques. Por sua vez, o Inter qualifica as suas opções na hora decisiva. Resta saber se a trajetória dos dois clubes na competição, sólida, por parte do Grêmio, e instável, no caso do Inter, irá se alterar em função da sorte.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Renovação

Uma pesquisa realizada pelo Ibope entre os dias 17 e 21 do corrente mês evidencia o quanto a política brasileira necessita de renovação. A pesquisa procurou revelar os índices de aceitação de possíveis candidatos a presidente. Ainda que a eleição presidencial esteja muito distante, a pesquisa deixa claro que os nomes sugeridos estão desgastados junto ao eleitorado. Num momento de forte inquietação política, é natural que as pessoas desejem o aparecimento de outros nomes, com propostas inovadoras. A pesquisa avaliou alguns itens, mas os mais relevantes são o índice de rejeição e a certeza de voto em cada nome sugerido. Chamou a atenção que todos os possíveis candidatos tiveram um nível de rejeição muito alto. O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teve 55%, o senador José Serra, 54%, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, 52%, mesmo índice obtido pelo ex-ministro Ciro Gomes. A ex-senadora Marina Silva teve 50% de rejeição, e o senador Aécio Neves, 47%. Como se vê, só Aécio Neves teve rejeição inferior a 50%. Ainda assim, seu índice, de 47%, é muito alto. Curiosamente, quando perguntados sobre em quem votariam com certeza, os eleitores dão uma folgada liderança para Lula, justamente o nome de maior rejeição. Lula tem uma certeza de voto de 23%. O segundo colocado nesse item, Aécio Neves, tem 15%. Marina Silva aparece com 11%, Serra, 8%, Alckmin, 7%, e Ciro Gomes, 4 %. Os índices aparentemente conflitantes de Lula indicam que ele continua a ser uma liderança de peso. As porcentagens de Aécio revelam que seu desgaste é menor em relação a figuras mais antigas da cena política. Porém, os dados da pesquisa, olhados de uma forma geral, mostram o quanto a política brasileira carece de novos rostos e, mais do que tudo, de discursos e propostas que sinalizem para uma mudança. O eleitor cansou de ter mais do mesmo. O desafio está colocado para os partidos brasileiros. Eles tem três anos, até a eleição, para oferecerem novas alternativas para o desencantado eleitor brasileiro.

domingo, 25 de outubro de 2015

Pontos desperdiçados

O Grêmio empatou com o Vasco em 0 x 0, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Para o Grêmio, foi mais um jogo de pontos desperdiçados, pois enfrentou o lanterna do Brasileirão, e não conseguiu vencer. Com isso, o Grêmio, praticamente, se consolidou no terceiro lugar da competição, já que sua desvantagem em pontos para os dois primeiros colocados aumentou, e a distância em relação aos que estão abaixo na classificação continua muito confortável. Ocupar os primeiros lugares da tabela na principal disputa do futebol brasileiro não tem sido novidade para o Grêmio. Afinal, ele obteve o quarto lugar em 2010, o terceiro em 2006 e 2012, e foi vice-campeão em 2008 e 2013. Em todas essas ocasiões, no entanto, perdeu pontos irrecuperáveis para clubes pequenos ou médios, ou grandes em má campanha, o que foi decisivo para que não obtivesse o título. Não fora os tropeços em jogos em que era o favorito destacado, e o Grêmio, ao invés de estar 14 pontos atrás do líder, o Corinthians, poderia tê-lo igualado, ou mesmo ultrapassado. Não adianta marcar pontos contra os melhores, e tropeçar diante dos mais fracos. Em 2013, por exemplo, o Grêmio perdeu os seis pontos que disputou contra o Criciúma. Esse ano, fez o mesmo com a Chapecoense. Curiosamente, o Grêmio ganhou quatro dos seis pontos que disputou contra o Corinthians, e venceu o Atlético Mineiro no único jogo que realizaram, até aqui. Ainda assim, está muitos pontos atrás desses dois clubes, pois eles, ao contrário do Grêmio, não fraquejam contra adversários mais modestos. No jogo de hoje, o Grêmio até poderia ter vencido, pois criou oportunidades para isso, mas não se impôs ao Vasco, que também teve boas chances e até colocou uma bola no travessão. Enquanto continuar a perder pontos para clubes de menor expressão, ou para grandes em má fase, como é o caso do Vasco, o Grêmio não obterá mais do que boas campanhas e classificações para a Libertadores. Para ser campeão, é preciso ter regularidade, e, quando for o caso, confirmar a condição de favorito.

sábado, 24 de outubro de 2015

Vitória opaca

O Inter venceu o Joinville por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória opaca, que valeu pelo resultado, já que o futebol jogado pelo Inter foi paupérrimo. O jogo se arrastou num monótono 0 x 0 durante todo o primeiro tempo e boa parte do segundo, até que D'Alessandro, que entrou no intervalo, cruzou uma bola com perfeição na cabeça de Vitinho, que fez o único gol da partida. Com a vitória, o Inter ficou em 5º lugar na tabela, com o mesmo número de pontos do quarto colocado, o Santos, mas perdendo nos critérios de desempate. O próximo jogo, contra o Goiás, no Serra Dourada, também se apresenta com uma possibilidade de vitória muito grande. As partidas que restam para o Inter, aliás, estão longe de serem muito duras, com exceção do Gre-Nal. O que inquieta o torcedor, certamente, é a produção do time. Mesmo ganhando, o desempenho do Inter em campo não é consistente. Hoje, não foi diferente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Os 75 anos de Pelé

A data de hoje é extremamente significativa, pois Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, completa 75 anos. Nunca é demais reverenciá-lo, e numa data bonita como essa, é uma atitude obrigatória. Alguns, por não tê-lo visto jogar, ou por absoluta estultice, consideram que jogadores como Maradona e Messi já o teriam superado. Pelé segue intocável em sua condição de o melhor jogador de futebol da história. Ele ganhou três Copas do Mundo, fez mais de 1.200 gols, obteve todos os títulos de clubes possíveis na sua época, chutava com ambos os pés, era exímio cabeceador, ou seja, um jogador completo. Recentemente, Pelé passou por problemas de saúde, o que é natural, pois, com o tempo, o peso da idade aparece para todos. Porém, recuperou-se, e tornou a fazer suas viagens pelo mundo. Na mais recente, esteve na Índia, e, como sempre acontece, sua presença naquele país causou comoção popular. As gerações mais novas não o viram jogar, e talvez tenham dificuldade em dimensionar o que ele representou. Podem ter certeza, no entanto, de que não há nenhuma ponta de exagero nos elogios que a ele são feitos. Não é à toa que, entre os prêmios que Pelé recebeu em sua carreira está o de "Atleta do Século", que lhe foi conferido no encerramento do centênio anterior. Parabéns, Pelé!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Primeira pesquisa

Faltando pouco menos de um ano para as eleições, o jornal "Correio do Povo" publicou a primeira pesquisa de intenção de voto para prefeito de Porto Alegre. Mesmo que o tempo até a realização do pleito seja longo, e não haja candidaturas oficializadas, o levantamento aponta tendências interessantes. O jornal apresentou três cenários, conforme a variação de potenciais candidatos, e, em todos eles, a esquerda ficou em vantagem. Num dos cenários, com o PT apoiando a deputada estadual Manuela D'Ávila, do PC do B, ela aparece em primeiro lugar na pesquisa, com Luciana Genro, do PSOL, em segundo. Nos outros dois cenários, sem Manuela, e com candidatos do PT, Luciana fica em primeiro lugar. Em todos os cenários sugeridos, o candidato especulado do PSDB, Nélson Marchezan Júnior, ocupa, apenas, o sexto lugar. Os dados revelados pela pesquisa demonstram que a identificação com a esquerda não desapareceu em Porto Alegre, e confirmou que o PSDB segue um partido sem expressão junto ao eleitorado da cidade. Em relação ao PT, partido que chegou a administrar a cidade por 16 anos consecutivos, o problema maior parece ser a falta de novos candidatos, capazes de estimular um eleitorado cansado dos velhos nomes de sempre. O nome aventado como possível candidato do PMDB, o do atual vice-prefeito Sebastião Melo, alcança o quarto lugar em um dos cenários, e o sexto nos outros dois. A orientação preferencial do eleitor fica, portanto, muito clara. O lixo editorial despejado diariamente sobre a opinião pública por parte da grande imprensa, na tentativa de desqualificar a esquerda e propagar as ideias da direita, não tem surtido efeito. Não é por outra razão que, no plano federal, forças conservadoras tentem chegar ao poder por meio do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Afinal, elas sabem que, pelo voto soberano do eleitor, essa é uma pretensão quase inatingível.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Classificações encaminhadas

Os jogos de hoje à noite pelas semifinais da Copa do Brasil deixaram as classificações de Fluminense e Santos para a decisão da competição bem encaminhadas. No Maracanã, o Fluminense venceu o Palmeiras por 2 x 1. Ainda que uma vitória por 1 x 0 baste para o Palmeiras no Allianz Parque, o Fluminense parece mais próximo de alcançar o objetivo. No jogo de hoje, o Fluminense foi superior ao Palmeiras, e chegou a abrir 2 x 0 no placar. O gol do Palmeiras surgiu de um pênalti inexistente que foi marcado pelo árbitro. Enquanto o Palmeiras, mais uma vez, não jogou bem, mostrando que o trabalho do técnico Marcelo Oliveira ainda não conseguiu se consolidar, o Fluminense, desde que passou a ser treinado por Eduardo Baptista, tem apresentado evolução e consistência. Se a classificação do Fluminense é uma tendência, a do Santos é quase uma certeza. A vitória de 3 x 1 sobre o São Paulo, no Morumbi, deixou o Santos numa condição privilegiada. Afinal, ganhou jogando como visitante e por uma margem confortável de gols. Como, para efeito de desempate, os gols fora de casa valem em dobro, a tarefa do São Paulo será hercúlea para tentar reverter a desvantagem. Afora isso, o São Paulo vive um mau momento técnico, e o ambiente do clube está muito conturbado. O Santos, por sua vez, está em grande fase técnica. No futebol tudo pode acontecer, principalmente em competições que adotam o formulismo, como é o caso da Copa  do Brasil, mas os indícios são de que Fluminense e Santos farão a grande decisão.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Yoná Magalhães

O Brasil perdeu, hoje, Yoná Magalhães, uma atriz cuja história se confunde com a da própria televisão no país. Yoná, que faleceu aos 80 anos, tinha 60 de carreira. Destacou-se, também no cinema, tendo seu nome projetado ao integrar o elenco do filme, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Gláuber Rocha. Na Globo, principal rede de televisão do país, ingressou no mesmo ano da inauguração, em 1965. No início de carreira, foi a heroína típica dos novelões românticos. Mais tarde fez muitos papéis que exploravam sua classe e elegância naturais. Porém, também soube dar vida ás personagens pobres. Sua longa trajetória profissional faz com que integre o seleto grupo dos que consolidaram a teledramaturgia no Brasil. Gente que trabalhou em produções ao vivo, em preto e branco, com muitas limitações técnicas, e que foi construindo sua carreira enquanto a tecnologia avançava de modo notável, consolidando as novelas como uma paixão nacional. Um grupo a que também pertencem atores e atrizes como Francisco Cuoco, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Regina Duarte, Arlete Sales, Lima Duarte, Natália Timberg, Nicete Bruno, todos ainda em atividade. A doença não permitiu que Yoná continuasse a fazer parte dessa seleta turma de talentos longevos, e a levou antes do tempo. Porém, seu trabalho ao longo de tantos anos já lhe assegurou um lugar no panteão dos grandes nomes da televisão brasileira.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ruptura

O apoio da CBF para a realização da Copa Sul-Minas-Rio durou poucos dias. Influenciada pelo presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, a CBF colocou entraves burocráticos para confirmar o seu apoio, e exigiu a realização de uma assembleia com as federações estaduais para tratar da realização da competição, o que não foi aceito pelo executivo-chefe da Liga Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil. Em consequência, houve a ruptura da Liga com a CBF. Kalil afirmou que a Copa acontecerá, de qualquer maneira, em 2016, e que, na próxima sexta-feira, na sede do Cruzeiro, serão definidos os detalhes da sua realização. A Copa, que, inicialmente, teria apenas cinco datas, harmonizando-se com os campeonatos estaduais, agora, depois do rompimento entre as partes, poderá ter até dezenove. Essa queda de braço entre o poder instituído e uma liga insurgente é muito interessante e poderá acarretar em mudanças na carcomida estrutura do futebol brasileiro. A realização da Copa, em si, nem é o mais importante, mas sim a quebra do marasmo que envolve o futebol do país. Com ou sem a Copa, o primeiro semestre do calendário esportivo não pode ser ocupado em grande parte pelos anacrônicos e inexpressivos campeonatos estaduais, que só atendem aos interesses das federações. O ideal seria que o Campeonato Brasileiro, que tem o mesmo número de participantes e de rodadas que o Inglês, o Espanhol, o Italiano e o Francês, fosse disputado durante nove meses, como ocorre nesses países, e não comprimido em apenas seis e meio, como acontece atualmente. Seja como for, será interessante acompanhar o desdobramento dessa briga entre conservadores e reformistas do futebol brasileiro. Tomara que ela traga novos rumos para o esporte preferido do país, e que leve a avanços permanentes, ao contrário do que sucedeu com o Clube dos !3, que gerou mudanças que não se sustentaram, com tudo voltando para a estaca zero com o passar do tempo.

domingo, 18 de outubro de 2015

Recuperação

O Inter venceu o Flamengo por 1 x 0, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Depois da má apresentação contra o Atlético Mineiro, em que a derrota poderia ter sido muito maior do que o 2 x 1 do placar final, o Inter obteve a sua recuperação contra um adversário que está em queda livre no Brasileirão. Com a vitória, o Inter, praticamente, tirou o Flamengo da luta pela classificação para a Libertadores, e manteve as suas possibilidades de alcançar esse objetivo. A tarefa ainda é árdua, mas o próximo jogo do Inter será no Beira-Rio contra o Joinville, o que lhe dá um amplo favoritismo. Caso vença, e seja beneficiado por resultados paralelos, o Inter poderá ingressar na zona de classificação para a Libertadores já na próxima rodada. Mesmo assim, a meta continua distante, dada a alta exigência de pontos para ser alcançada, mas o Inter se permite continuar sonhando.

Desastre

O Grêmio perdeu por 3 x 2, de virada, para a Chapecoense, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Só se pode classificar um resultado como esse de desastre.Um vexame inaceitável. Depois de estar vencendo por 2 x 0 no primeiro tempo, o Grêmio não poderia permitir a virada, dentro de sua própria casa, para um adversário tão modesto, que luta, apenas, para não ser rebaixado. As vitórias, por vezes, são enganosas, mas certas derrotas escancaram as limitações de um time. No jogo de hoje, elas apareceram de forma muito clara no Grêmio. Não há como compreender o empenho do clube em permanecer com Galhardo, por exemplo. Defensivamente, ele se mostrou, mais uma vez, deficiente e omisso. No segundo gol da Chapecoense, desistiu da marcação, deixando seus companheiros de defesa em maus lençóis. Erazo mostrou que está muito longe de atender as necessidades do Grêmio. Cometeu o pênalti que resultou no primeiro gol do adversário, e fez uma partida muito ruim, demonstrando insegurança e falhando tecnicamente. Marcelo Oliveira foi uma avenida por onde Apodi desfilou. Walace e Maicon, os volantes, estiveram apagadíssimos. Giuliano foi de uma ineficiência total, uma usina para acender uma lâmpada. Luan foi, sem nenhuma dúvida, o pior jogador em campo. Errou todas as jogadas de que participou, foi desligado e dispersivo, acabando com  a paciência do torcedor, que não poupou-lhe vaias. Douglas fez um gol, mas pela idade elevada e baixa condição física, não é solução para um clube que tenha ambições maiores. Bobô, como atacante, fez a sua parte, marcando um gol, e foi erradamente sacado do time, que perdeu uma referência de área para prender os zagueiros da Chapecoense. As substituições do técnico Roger Machado foram muito ruins. Pedro Rocha, Yuri Mamute e Braian Rodriguez nada acrescentaram ao time. O correto seria ter colocado Máxi Rodriguez, que trabalha bem a bola e tem excelente chute de fora da área, Éverton, que sempre dá boa resposta quando entra, e Fernandinho, que, jogando projetado na esquerda, inibiria os avanços de Apodi. Foi uma derrota inesperada, num momento decisivo do Brasileirão, e que deixa a certeza de que o Grêmio ainda está muito distante da formação de um time confiável, capaz de lhe restituir a possibilidade da conquista de grandes títulos.

sábado, 17 de outubro de 2015

Natureza descontrolada

As constantes agressões do ser humano ao meio ambiente estão resultando numa conta amarga. As condições climáticas em cidades como o Rio de Janeiro e Porto Alegre, nos últimos dias, revelam uma natureza descontrolada. O Rio vive uma onda de calor das mais severas, com temperaturas recordes, em plena primavera. Em Porto Alegre, chove de forma quase incessante há um mês, e o volume das águas do lago Guaíba atingiu o seu índice mais alto desde a grande enchente que assolou a cidade em 1941. Sempre existem os que tentam dar explicações naturais para tais acontecimentos, mas é claro que as emissões de gases causadores do aquecimento global estão por trás desses desarranjos climáticos. No Rio Grande do Sul, o último inverno teve poucos dias frios, o que não é normal no Estado, dada a sua condição geográfica. Houve um tempo, não tão distante, em que o clima de cada estação era bem definido. Agora, temos inverno sem frio, primavera com ondas de calor no Sudeste e excesso de chuvas no Sul. Os países que mais poluem são os mais resistentes a uma política de redução das emissões de gases poluidores, porque temem que isso afete a sua economia, mas é inadiável que medidas urgentes e drásticas sejam tomadas nesse sentido. Não é uma questão de interesses econômicos, mas de preservação da Terra, e, por conseguinte, da vida humana. O modelo de capitalismo predatório, que sacrifica a natureza em nome do "progresso", atingiu o seu limite.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Torturador impune

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra faleceu, ontem, aos 83 anos, vítima de câncer. Ustra foi mais um torturador da ditadura militar que morreu impune. Foi chefe do DOI-CODI do II Exército, em São Paulo, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974. O relatório da Comissão Nacional da Verdade registrou que, nesse período, ocorreram pelos menos 45 mortes e desaparecimentos forçados. Em 2012, Ustra foi condenado a pagar indenização por danos morais à mulher e à irmã do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, preso em 15 de julho de 1971, em Santos (SP), onde fora visitar a família, e assassinado quatro dias depois. A versão oficial dos agentes do DOPS foi de que Merlino se suicidou quando era transportado para o Rio Grande do Sul. Mesmo sendo responsável por esse e outros crimes, Ustra jamais foi preso, beneficiado pela absurda impunidade que, até hoje, é concedida aos agentes da ditadura miltar. Muitas pessoas, grande parte delas jovens, tiveram suas vidas ceifadas por figuras como Ustra. Enquanto Ustra morreu em idade avançada, sempre junto dos seus, os pais desses jovens tiveram-nos arrancados de seu convívio, tendo de enfrentar a dolorosa experiência de verem seus filhos morrerem antes deles, o que contraria a lógica da existência. O Brasil deveria seguir o exemplo de seus vizinhos, Argentina e Uruguai, que determinaram punições rigorosas aos agentes das ditaduras daqueles países. O ex-ditador argentino Jorge Videla, por exemplo, morreu na prisão. Ao contrário do que dizem os defensores da impunidade, o Brasil não tem de esquecer os traumas da ditadura para seguir em frente. Eles precisam ser reparados, ou, aí assim, permanecerão como uma sombra sobre o país. Para isso, é fundamental punir exemplarmente os participantes da ditadura que ainda estão vivos. A impunidade dos artífices da ditadura é um escárnio para com as famílias das vítimas de sua ação, e não pode prosseguir.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Vitória essencial

O Grêmio venceu o Santos por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o que se pode chamar de uma vitória essencial. Afinal, ela permite que o Grêmio continue a sonhar com o título, embora a distância para o primeiro colocado, o Corinthians, seja de nove pontos, faltando apenas oito rodadas para o fim do Brasileirão. Afora isso, a distância do Grêmio para o quarto colocado, o Santos, aumentou, igualmente, para nove pontos, o que, praticamente, garante sua classificação, de forma direta, para a Libertadores. O jogo foi muito bom e movimentado, o que não se refletiu no placar, pois muitos outros gols poderiam ter saído. Alguns jogadores, como Walace, do Grêmio, e Lucas Lima, do Santos, tiveram grandes atuações. A lamentar, apenas, a baixa presença de público devido aos efeitos da tempestade que castigou Porto Alegre na noite anterior. Não fora isso, e o estádio teria recebido um dos seus maiores públicos na competição. Agora, o Grêmio jogará, novamente, na Arena, contra a Chapecoense, com a probabilidade de obter mais uma vitória, e esperar por tropeços de Corinthians e Atlético Mineiro, que terão partidas fora de casa contra Atlético Paranaense e Sport, respectivamente. O momento do Grêmio é tranquilo e risonho.

Tapando o sol com a peneira

O Inter perdeu por 2 x 1 para o Atlético Mineiro, ontem, no Independência, pelo Campeonato Brasileiro. Os dez dias de treinos, com a paralisação do Brasileirão para os jogos da Seleção Brasileira nas Eliminatórias, parecem não ter servido de nada. Mais uma vez, como tem sido constante nos jogos fora de casa, o Inter foi dominado pelo adversário, pouco arriscou no ataque, e acabou derrotado. O espantoso é que, mesmo com a reiterada demonstração de sua fragilidade, o Inter continue, pelos seus profissionais e pela imprensa esportiva gaúcha, sempre dócil com o clube, a ser defendido das críticas mais ácidas, num clássico caso de tapar o sol com a peneira. O técnico do Inter, Argel Fucks, por exemplo, negou-se a admitir a superioridade do Atlético Mineiro no jogo, que foi enorme e indiscutível. Foi apoiado por cronistas que, do alto da sua "isenção", ressaltaram que o Inter enfrentou o vice-líder da competição em seus domínios, e de que os resultados paralelos o mantiveram vivo na luta pela classificação para a Libertadores. Essa história leva em conta apenas resultados e projeções matemáticas, mas ignora a realidade do futebol que é jogado dentro de campo. Na verdade, qualquer pessoa de mediana inteligência sabe que o Inter não tem mais nada a buscar na disputa, está, apenas, cumprindo tabela. Só Argel e muitos cronistas "isentos" fingem não perceber algo tão óbvio.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Alívio temporário

A Seleção Brasileira venceu a Venezuela por 3 x 1, hoje, no Castelão, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, e obteve um alívio temporário para o mau momento que vem atravessando. O gol de William logo aos 36 segundos do primeiro tempo facilitou o encaminhamento da vitória, e ajudou a despertar a torcida. O próprio William, que foi, sem dúvida, o melhor jogador em campo, faria o segundo gol. O terceiro foi marcado por Ricardo Oliveira. A torcida, que não lotou o estádio, mostrou insatisfação em alguns momentos. Um deles foi quando Oscar perdeu um gol feito, que poderia estabelecer 3 x 0 no placar. Outro foi quando, logo depois desse lance, a Venezuela marcou o seu gol de honra. Em ambas as vezes, os torcedores manifestaram-se com vaias. O terceiro gol da Seleção, no entanto, afastou a hipótese de a vitória ser por posta em risco. A vitória, por sinal, era obrigatória, pois a Seleção jogava em casa, contra um adversário fraco. Com três pontos conquistados em dois jogos pelas Eliminatórias, a Seleção Brasileira está, por enquanto, apenas em 5º lugar na classificação. O consolo dos torcedores é que a Argentina, maior rival da Seleção, ganhou somente um ponto em duas partidas, o que ameniza um pouco a frustração com o desempenho da equipe brasileira.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O desencanto com a Seleção

O desencanto do torcedor com a Seleção Brasileira não para de crescer. Nem mesmo o Nordeste, antes uma região que apoiava a Seleção de forma incondicional, fugiu à regra. Em Fortaleza, onde a Seleção jogará amanhã contra a Venezuela, pelas Eliminatórias da América do Sul, o assédio aos jogadores em nada lembrou o que acontecia no passado, e o treino da equipe foi visto por um numero reduzidíssimo de pessoas. A goleada de 7 x 1 para a Alemanha, o recente fracasso na Copa América, a derrota na estreia das Eliminatórias, e a ausência de Neymar, que está suspenso, são alguns dos fatores que explicam essa frieza da torcida, mas há outros. Os torcedores percebem que os jogadores já não tem o mesmo comprometimento com a Seleção que havia em gerações anteriores. Eles portam-se como estrelas arrogantes, mais preocupadas com os contratos milionários que possuem com seus clubes no exterior, e são pouco receptivos ao contato com o público. A CBF, instituição responsável pela Seleção, é dirigida por pessoas envolvidas em falcatruas, que a vêem, tão somente, como uma fonte de arrecadação de vultosas somas de dinheiro. Assim, o que já foi uma expressão de identidade nacional, vai perdendo força a cada dia. Recuperar o entusiasmo do torcedor pela Seleção não é, no entanto, uma tarefa impossível. Basta que se tomem as medidas certas. A primeira delas deveria ser o reconhecimento do erro que foi a contratação de Dunga para técnico, e proceder sua troca por um profissional mais qualificado. Um relacionamento mais acessível e afável dos jogadores com o público é outra atitude que deveria ser adotada. A Seleção Brasileira é um patrimônio do país. Sua desvalorização sistemática não pode ser assistida passivamente sem que se esboce uma reação.

domingo, 11 de outubro de 2015

Solução mágica

A Rede Sustentabilidade, o partido de nome estranho fundado pela ex-senadora Marina Silva, que, finalmente, obteve o seu registro, surge como uma solução mágica para muitos políticos brasileiros. Desejosos de se livrarem da condição de filiados a partidos envolvidos em denúncias de corrupção, muitos políticos pensam em abandonar suas atuais siglas para ingressarem na Rede. A imagem de pessoa impoluta da fundadora do partido se apresenta como extremamente conveniente para quem não quer ser associado aos malfeitos da cena política brasileira. Marina Silva já concorreu a presidente em duas eleições. Em 2014 planejava fazê-lo já por seu novo partido, o que não foi possível, pois, na ocasião, ele teve o seu registro negado. Marina, então, foi ser candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, do PSB. Com a morte dele durante a campanha, assumiu a candidatura a presidente. Em 2018, deverá concorrer novamente ao cargo. Marina Silva tem uma história de vida bonita, e uma trajetória política que merece respeito. Sua condição de evangélica, no entanto, limita seus horizontes. Num país laico, como é o Brasil, um presidente que seja condicionado pela visão de mundo tacanha e preconceituosa  dos evangélicos é algo extremamente indesejável. Afora isso, conforme referido no início do texto, a Rede é um partido de nome estranho. A começar pelo fato de que sua denominação exclui a palavra "partido", que, segundo foi admitido pelo seu coordenador  de Organização, Pedro Ivo Batista, não é muito benquista entre os militantes da sigla. A Rede se propõe a oferecer uma resposta concreta à crise ambiental mundial, defendendo o uso de fontes renováveis em toda a economia. Essa é uma bandeira muito simpática, mas não é original, pois opera na mesma linha que o Partido Verde. A Coordenadora do Grupo de Pesquisa de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, professora Helcimara Telles, diz que é muito grave o fato de a Rede rejeitar qualquer menção a "partido" no próprio nome. Conforme Helcimara, na atual crise de representação, o que se precisa fazer é requalificar a importância dos partidos, e não negá-la. Como muito bem destaca a professora, uma democracia sem partidos não existe. Políticos e eleitores deveriam refletir sobre isso, antes de buscarem essa saída messiânica.

sábado, 10 de outubro de 2015

Prejuízo

Não bastasse o péssimo resultado na estreia das Eliminatórias, e a indiferença cada vez maior que recebe do público, a Seleção Brasileira ainda gerou um prejuízo ao Grêmio, que luta pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. O goleiro Marcelo Grohe lesionou-se durante um treino, não recuperou-se a tempo de estar à disposição para o jogo de terça-feira contra a Venezuela, em Fortaleza, e foi cortado da Seleção. Dessa forma, deverá ser dúvida para o jogo Grêmio x Santos, quinta-feira, na Arena. Esse é um jogo importantíssimo para os dois clubes, pois será o enfrentamento do terceiro colocado do Brasileirão, o Grêmio, contra o quarto, o Santos. Ficar sem o seu goleiro titular num momento como esse seria muito ruim para o Grêmio, que tem nele um dos seus principais jogadores. O pior é que Marcelo Grohe lesionou-se num treino, e não jogando. Portanto, não teve oportunidade de mostrar o seu futebol, e ainda enfrentou o dissabor de se lesionar. Sua possível ausência contra o Santos poderá comprometer seriamente os objetivos do Grêmio no jogo e na competição. Caso isso ocorra, como se poderia reparar o dano causado ao clube? Entre as tantas modificações pelas quais precisa passar o futebol brasileiro, está a da relação da Seleção com os clubes. São os clubes que formam os jogadores, e arcam com os seus salários. Ter de cedê-los obrigatoriamente à Seleção, sem nenhum tipo de ressarcimento, e ainda, ocasionalmente, recebê-los de volta lesionados, privando-se de poder utilizá-los, é algo que não tem mais cabimento.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Os 75 anos de John Lennon

Se vivo fosse, John Lennon completaria, hoje, 75 anos. Lennon foi assassinado 59 dias depois de ter completado 40 anos. Mesmo após tanto tempo de sua morte, Lennon continua presente com sua música. Não é para menos, pois integrou o maior grupo musical de todos os tempos, os Beatles, e sua carreira solo também foi exitosa. Em parceria com Paul McCartney, ou só, John Lennon criou clássicos atemporais como "A Hard Days Night", "No Reply", "Eight Days a Week", " I Feel Fine","Help", "Ticket to Ride", "Norwegian Wood", "Nowhere Man", "I Am the Walrus", "Lucy and the Sky With Diamonds", "A Day in the Life", "Strawberry Fields Forever", "Revolution", "Give Peace a Chance", "Mother", "Imagine", "Jealous Guy", "(Just Like) Starting Over". Seus discos, tanto quanto os do grupo, continuam em catálogo, sempre com boa vendagem. Suas composições são constantemente regravadas. John Lennon é um dos maiores artistas de todos os tempos. Morreu precocemente, vítima do desatino de um desequilibrado, quando teria muito ainda para criar e encantar o público. Porém, a obra que deixou é grande e magnífica, o que fará com que nunca seja esquecido. Para os que acompanharam sua carreira, é uma saudade permanente. Para os mais jovens que tomam conhecimento de sua obra, um tesouro a ser desvendado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Um poço sem fundo

A Seleção Brasileira perdeu por 2 x 0 para o Chile, hoje à noite, no Estádio Nacional, em Santiago, na sua estreia nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O temor de muitas pessoas de que a Seleção fique de fora de uma Copa pela primeira vez na história, que parecia exagerado, ficou reforçado. A impressão que se tem é que a Seleção entrou num poço sem fundo, já que os fracassos se sucedem, com goleadas de 7 x 1 para a Alemanha e 3 x 0 para a Holanda, na Copa do Mundo de 2014, eliminação nas quartas de final da Copa América de 2015 para o Paraguai, e a desastrada estreia de hoje nas Eliminatórias. A troca de técnico em nada ajudou para a evolução da equipe. A escolha de Dunga foi um equívoco absoluto. Ele já havia passado pelo cargo, sem êxito, anteriormente. Começou seu trabalho como técnico exatamente na Seleção, não tinha nenhuma experiência anterior. Só teve um outro trabalho entre as duas passagens pela Seleção, no Inter, onde foi demitido antes do final de seu contrato. Com a saída de Felipão, logo que a Copa de 2014 terminou, havia o entendimento quase unânime de que Tite seria o novo técnico da Seleção. Ao contrário de Dunga, Tite tem um currículo sólido, com títulos em todos os níveis, estaduais, nacionais, continental e mundial, por grandes clubes brasileiros. O panorama atual da Seleção Brasileira é desolador. Pela primeira vez na história a Seleção foi derrotada numa estreia de Eliminatórias. A equipe só tem um jogador fora de série, Neymar, que, por estar suspenso, não pôde jogar contra o Chile e também ficará de fora da partida contra a Venezuela, terça-feira, em Fortaleza. Mesmo com tantos fatos negativos, a Seleção deverá se classificar para a Copa, pois é quase impensável que não consiga ficar pelo menos num quinto lugar nas Eliminatórias que lhe levaria para uma repescagem contra o representante da Oceania. Porém, para a Seleção retomar sua trajetória vitoriosa, e ter chances de título em 2018, a troca de técnico é imperiosa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Temor inusitado

As Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, começarão amanhã, e, junto com elas, surge o temor inusitado de que, pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira fique de fora da maior competição do futebol mundial. São dez seleções na disputa, classificam-se para a Copa as quatro primeiras colocadas, e a quinta ainda vai para uma repescagem contra o representante da Oceania. Fica difícil imaginar que, nessas condições, a Seleção Brasileira não conseguisse obter sua classificação, mas, ainda assim, há quem tema essa possibilidade. Esse sentimento, mesmo que possa parecer exagerado, não surgiu do nada. Ele é fruto do choque proporcionado pela goleada de 7 x 1 que a Alemanha impôs à Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, e aos rumos adotados para a recuperação do futebol do país desde então. A volta de Dunga ao cargo de técnico da Seleção Brasileira foi um anticlímax para o torcedor. Dunga  já havia passado pelo posto, e não deixara saudade. A "bola da vez" era Tite, atual técnico do Corinthians, reconhecido pela maioria como o melhor do Brasil no momento. A Seleção Brasileira é um patrimônio moral e afetivo dos brasileiros que está se desgastando a cada dia. A identificação dos brasileiros com o que antes era um orgulho do país diminui progressivamente. Urge recuperar a Seleção como um ícone da identidade brasileira. Mais que bons resultados de campo, para isso é necessário uma condução transparente dos assuntos da equipe, e a escolha de um técnico que transmita confiança aos torcedores por seu currículo e capacidade, o que Dunga não possui. A Seleção deverá, de uma forma ou de outra, se classificar para a Copa do Mundo de 2018, mas o resgate de sua imagem é uma tarefa bem mais árdua, que demandará grande esforço, e não se fará num curto espaço de tempo.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Figura emblemática

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é uma figura emblemática da política brasileira, e traduz como poucos a filosofia adotada há muitos anos por seu partido. Jucá atuou como líder do governo no Senado nas administrações de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.  Em entrevista às páginas amarelas da edição dessa semana da revista "Veja", Jucá defende o rompimento do PMDB com o governo Dilma. O senador entende que o seu partido é o único capaz de protagonizar a transição em caso de impeachment, e já desenha cenários para um Brasil sem Dilma. Como se vê, Jucá é a cara do PMDB, um partido que, há muito tempo, desistiu de lançar candidatos a presidente, contentando-se em aliar-se ao detentor do poder de momento. Esse é um meio mais cômodo de se chegar ao poder, pois não é preciso ganhá-lo pelo voto. Agora, o PMDB prepara-se para tentar chegar ao ápice nesse seu "pragmatismo" político, isto é, obter o cargo de presidente para si sem passar pelas urnas, pela via do impeachment. Romero Jucá é uma figura do mesmo nível ético de Eduardo Cunha e de Renan Calheiros. Não por acaso, todos se abrigam no mesmo partido, o PMDB. Assim como Cunha e Calheiros, Jucá soma uma série de acusações contra si. No seu caso específico, elas consistem em desvio de verbas, compra de votos, uso de funcionários públicos em campanha eleitoral e abuso do poder econômico. Enquanto os cargos mais relevantes do Congresso Nacional continuarem a ser ocupados por figuras dessa extração, o Brasil não avançará no campo político.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Uma crise de civilidade

A principal crise por que passa o Brasil, ao contrário do que possa parecer, não é a econômica. O país atravessa uma crise de civilidade, gerada pelo clima de radicalização política. Durante o transcurso do velório do ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, em Belo Horizonte, cartazes com frases como "Petista bom é petista morto"  foram jogados em frente ao local onde a cerimônia fúnebre se realizava. Também em frente ao local, um homem e duas mulheres gritavam palavras de ordem contra o PT. O respeito aos mortos sempre esteve presente em todas as culturas. Regozijar-se com a morte de alguém por causa de sua filiação partidária, e utilizar o seu velório para atacar sua sigla, é algo abjeto e repugnante. Esse tipo de atitude revela o grau de imbecilidade que caracteriza a direita. Os adeptos dessa visão política são fascistas, demofóbicos, defensores do arbítrio e da violência. Escondem sua torpeza por baixo de uma capa de moralidade. Nada justifica atos desse tipo num local em que um corpo está sendo velado. O morto, seus parentes e amigos merecem ser tratados com o devido respeito numa hora como essa. A instabilidade política que o país vive está trazendo à superfície o esgoto da sociedade brasileira. São pessoas assim que sonham com a volta da ditadura, e apoiam energúmenos como o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ). Antes de se tornar plenamente desenvolvido, o Brasil tem de obter a condição de um país civilizado. Atos como os ocorridos no velório de José Eduardo Dutra mostram que esse estágio ainda está longe de ser alcançado.

domingo, 4 de outubro de 2015

Empate insosso

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Cruzeiro, hoje, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um  empate insosso. Nenhum dos times realizou um grande jogo. As chances de gol foram escassas. Mesmo que tenha acertado a trave em duas oportunidades, o Cruzeiro não somou méritos para vencer a partida, o empate foi o resultado mais justo. No Grêmio, o grande destaque foi Geromel. Ausente dos últimos seis jogos do Grêmio, por lesão, voltou como se nada tivesse acontecido, e teve uma grande atuação. Se tivesse retornado ao time quatro dias antes, contra o Fluminense, na Copa do Brasil, a sorte do clube na competição poderia ter sido outra. Por outro lado, Luan e Douglas tiveram péssimas atuações, e foram substituídos no segundo tempo. Pedro Rocha esteve apagadíssimo, e também foi substituído. Em termos de classificação, o resultado permite diferentes leituras. Por um lado, foi ruim, pois a distância para o líder, o Corinthians, se manteve em nove pontos, e para o segundo colocado, o Atlético Mineiro, aumentou para quatro. Porém, o empate de hoje também foi bom, ao consolidar o Grêmio em terceiro lugar, a uma confortável distância de seis pontos para o quarto colocado. Por sinal, o quarto colocado, agora, é o Santos, que é o próximo adversário do Grêmio, na Arena. Caso vença o Santos, o Grêmio abriria nove pontos de vantagem sobre ele, e ficariam faltando apenas mais oito rodadas para o final da disputa. Outro aspecto a ser destacado é que, tendo sofrido o baque da eliminação na Copa do Brasil, era importante para o Grêmio não perder, e isso foi alcançado. O título, para o Grêmio, é cada vez mais improvável, mas a classificação para a Libertadores está, praticamente, garantida.

sábado, 3 de outubro de 2015

Vitória para manter a esperança

O Inter venceu o Sport por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória essencial para manter a esperança de obter uma improvável classificação para a Libertadores. Pelos cálculos do próprio técnico do Inter, Argel Fucks, seriam necessárias sete vitórias nos últimos dez jogos para o objetivo ser alcançado. A primeira já aconteceu, portanto, faltam, agora, seis vitórias em nove jogos. Porém, se há esperança, não existem razões para otimismo. A vitória de hoje foi obtida com um escasso futebol e um gol polêmico. O primeiro tempo terminou empatado em 0 x 0, frustrando a expectativa da torcida de um resultado afirmativo. Não havia imposição técnica do Inter sobre o Sport. O segundo tempo ia na mesma toada até que Lisandro López marcou um gol que gerou muita reclamação do Sport, que alega que o jogador tocou com a mão na bola. O Sport conseguiu o empate já próximo do final do jogo, mas descuidou-se e permitiu que o Inter fizesse um gol dois minutos depois, o que acabou sendo decisivo para o resultado final. Afora o parco futebol mostrado pelo Inter, outro fator que desestimula uma empolgação maior é a tabela de jogos que o clube terá pela frente. No retorno da paralisação do Brasileirão para os jogos da Seleção Brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, o Inter fará duas partidas seguidas fora de casa, contra Atlético Mineiro e Flamengo. O retrospecto do Inter fora de casa  na competição é desalentador, e as chances de que seja bem sucedido nesses jogos é bem escassa. Na verdade, ao que tudo indica, o Inter só está adiando o inevitável, ou seja, a constatação de que não irá se classificar para a Libertadores.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Reforma ministerial

A reforma ministerial que há tanto tempo era anunciada, finalmente foi divulgada, hoje, pela presidente Dilma Rousseff. A demora entre a intenção e a efetivação da medida, que chegou a sofrer adiamentos, revelam a dificuldade de se realizar uma ação desse tipo, tantas são as "costuras" necessárias. Ao contrário do que possa parecer para alguém desavisado, uma reforma do ministério não é um ato de vontade do presidente. Tendo em vista a tão propalada governabilidade, é preciso acomodar interesses de vários partidos, conceder agrados a potenciais opositores, entre outras atitudes próprias do jogo político. O país não sai necessariamente ganhando com mudanças dessa ordem. Com os aspectos políticos colocados em primeiro plano, nem sempre os ministros indicados tem a qualidade desejável para o exercício do cargo. O caso do Ministério da Educação é emblemático. Numa área tão importante para qualquer país, e que há muito tempo não é tratada com a importância que merece, ter Renato Janine Ribeiro como ministro era um alento, dada a sua indiscutível qualificação técnica e intelectual. Porém, Janine acabou tendo uma passagem meteórica pelo governo, sem que pudesse deixar uma marca forte de sua administração. Foi substituído por Aloízio Mercadante, uma figura de peso do PT, mas que estava tendo problemas como ministro-chefe da Casa Civil, por ser considerado um negociador pouco hábil pelos demais partidos. Para o lugar de Mercadante foi nomeado Jacques Wagner, tido como um interlocutor mais flexível. Mercadante, no entanto, pelo peso que possui no partido, não poderia ficar de fora do ministério, e foi para a pasta da Educação. Esse caso específico mostra como as injunções políticas se sobrepõem, muitas vezes, aos interesses maiores do país. Não é culpa do governo. A estruturação política brasileira não permite um cenário muito diferente. Com a reforma, o PT tem, agora, nove ministérios, o PMDB, sete, um a mais do que antes da reforma, e outros partidos, tem um cada. Oito ministros não tem partido. Afora isso, oito ministérios foram extintos. Menos mal, para quem se preocupa com a descaracterização do perfil de esquerda do governo, que a presença de nomes como Miguel Rosseto e Ricardo Berzoíni em cargos relevantes mantém essa inclinação. Miguel Rosseto será o ministro do Trabalho e Assistência Social, áreas extremamente sensíveis para a população menos privilegiada, e Berzoíni assumirá a poderosa função de secretário-geral de governo. Tomara que, a partir dessa reforma, o governo possa navegar em águas menos turbulentas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Reflexão necessária

A eliminação conjunta de Grêmio e Inter nas quartas de final da Copa do Brasil mostra que uma reflexão se faz necessária. Afinal, porque os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul não conseguem mais vencer competições nacionais? O Grêmio tem quatro títulos da Copa do Brasil, mas o último foi ganho há 14 anos. A última vez que conquistou o título do Campeonato Brasileiro foi há 19 anos. O Inter foi campeão da Copa do Brasil uma única vez, 23 anos atrás. Seu jejum de títulos do Brasileirão já soma espantosos 36 anos. Depois que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, alguns cronistas disseram que, com essa fórmula, jamais Grêmio e Inter serão campeões novamente, já que o valor maior das cotas de televisão pagas para Flamengo e Corinthians, por exemplo, tornaria a disputa desigual. Bobagem. O Cruzeiro, que não é um clube do eixo Rio-São Paulo e não ganha cotas de televisão tão polpudas, já foi campeão três vezes no sistema de pontos corridos. A Copa do Brasil é disputada em confrontos eliminatórios, tão ao gosto de uma certa parte da imprensa, mas Grêmio e Inter não tem obtido sucesso nessa disputa. O baixo investimento financeiro do Grêmio em 2015 também não serve como desculpa. Em outros anos, o Grêmio gastou fortunas para montar times fortes, e também fracassou. Por sua vez, o Inter continua gastador, e formando times que, a cada ano, fazem com que ele seja apontado como um dos principais candidatos a ganhar o Brasileirão. Porém, ao final da competição, resta, apenas, a frustração por mais um insucesso. Procurar a razão da secura de títulos nacionais em fatores como o valor das cotas de televisão e arbitragens mal intencionadas é uma forma de "tapar o sol com a peneira". Grêmio e Inter são motivo de orgulho para o Estado. Juntos, somam quatro títulos de Libertadores e dois mundias. No entanto, precisam retomar as conquistas nacionais. Em 2014, os dois maiores clubes de Minas Gerais, Atlético Mineiro e Cruzeiro, fizeram a decisão da Copa do Brasil. Por que Grêmio e Inter não conseguem o mesmo? Buscar a resposta para essa pergunta é uma tarefa inadiável.