terça-feira, 10 de maio de 2022

Falácia

A maior parte dos cronistas esportivos brasileiros adora exaltar o que se faz no futebol da Europa, na comparação com o que ocorre no país. Conforme o que afirmam, na Europa o calendário têm menos jogos, os técnicos tem mais tempo para desenvolver seu trabalho sem correr o risco de demissão, entre outras "maravilhas". Porém, na prática, tudo é bem diferente. Essa discrepância é uma falácia. Para ficar nos dois exemplos referidos acima, na Europa o calendário também é inchado, e os técnicos duram bem menos no emprego do que em outras épocas. O Liverpool, para citar um caso, terá de fazer cinco jogos em 18 dias, por três competições diferentes, Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra e Champions League. Na segunda situação, pode-se referir o que aconteceu com o técnico português Nuno do Espírito Santo. Depois de um trabalho considerado bom no Wolverhampton, Nuno foi contratado pelo Tottenham. Os bons resultados não vieram, e Nuno foi demitido com menos de seis meses no clube. Também pela falta de resultados, Ronald Koeman teve um período curto como técnico do Barcelona. Os principais clubes europeus disputam várias competições, e a estabilidade dos técnicos em seus cargos é cada vez menor. A massacrante diferença de organização do futebol europeu em relação ao brasileiro é, apenas, mais uma demonstração de sabujice dos cronistas do país, sempre fascinados com tudo o que vem de fora. A UEFA anunciou, hoje, que a Champions League terá uma nova fórmula a partir de 2024, com mais quatro clubes e maior número de jogos. Os grandes clubes europeus tem trocado de técnicos com grande frequência. As longas permanências de Jurgen Klopp no Liverpool e Josep Guardiola no Manchester City são exceções, não a regra. O que o futebol europeu tem de superior em relação ao brasileiro é o alto volume de recursos financeiros. Afora isso, as diferençaa são cada vez menores.