segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Gangorra

O futebol do Rio Grande do Sul cultiva a imagem da gangorra, isto é, se um dos seus grandes clubes está em cima, o outro deverá ficar embaixo. São raros os momentos em que ambos se encontram em boa fase, embora algumas vezes os dois estivessem, simultaneamente, num período ruim. Agora, ao que parece, a gangorra se estabeleceu de novo. Com a vitória sobre o São Paulo por 1 x 0, no Morumbi, o Grêmio subiu do quarto lugar para o segundo, no Campeonato Brasileiro. O Inter, ao perder para o Cruzeiro, por 2 x 1, no Estádio do Vale, caiu do quinto para o sétimo lugar. A diferença entre os dois clubes já é de oito pontos. Se antes, os sucessivos empates, somados com os tropeços de outros clubes, mantinham o Inter em quinto lugar, as três derrotas consecutivas para Bahia, Portuguesa e Cruzeiro, o fizeram cair na tabela, e, caso venha a sofrer novos tropeços, poderá ser superado por vários concorrentes que estão no seu encalço. Enquanto, no Grêmio, o técnico Renato está, cada vez mais, fortalecido pelos bons resultados, a despeito do futebol modesto do time e de ter barrado estrelas como Elano e Zé Roberto, no Inter, Dunga está enfraquecido. Os resultados pioram, em vez de melhorar, o técnico não consegue definir um time, as atuações são pífias, a impaciência da torcida cresce. A diretoria continua declarando que Dunga está firme no cargo, mas ninguém se mantém nessa condição diante de uma sucessão de derrotas. Resta saber qual será o jogo limite para Dunga. Pode até ser o próximo, contra o Vasco, em Macaé (RJ). Como o Vasco está, há várias rodadas, na zona de rebaixamento, uma derrota do Inter, que seria a quarta consecutiva no Brasileirão, poderia determinar, enfim, a queda de Dunga. O fato é que, na rodada do fim de semana, quase tudo deu certo para o Grêmio, à exceção da vitória do Cruzeiro, que fez com que o clube mineiro abrisse uma vantagem de 11 pontos sobre ele. Para o Inter, afora a própria derrota, resultados paralelos o desfavoreceram. No futebol, tudo pode mudar rapidamente, mas, hoje, quase tudo beneficia o Grêmio. A volta do Inter aos jogos no estádio Francisco Stédile, em Caxias do Sul, não parece capaz de representar algum tipo de vantagem. O fim de ano, no Rio Grande do Sul, começa a ser pintado com as cores do Grêmio.