sábado, 7 de novembro de 2020

A vitória de Biden

Depois de vários dias de expectativa, Joe Biden foi definido, hoje, como o vencedor da eleição para presidente dos Estados Unidos. A vitória de Biden é um alívio para o mundo inteiro. Não em função de qualidades excepcionais do futuro presidente, mas por impedir a reeleição do insano Donald Trump. Com Biden no cargo, não se deve esperar, é claro, um governo de esquerda. Essa possibilidade é nula nos Estados Unidos. Seus dois principais partidos, Democrata e Republicano, são duas faces da mesma moeda. Divergem nos detalhes, mas convergem na sua defesa do sistema capitalista. A diferença é que os democratas o fazem de uma maneira mais suave, com leves pinceladas de preocupação social, e os republicanos são selvagens e impiedosos. A derrota de Trump enfraquece a tendência direitista que vinha se fazendo notar em muitos países. Sem o bufão Trump presidindo o país mais poderoso do mundo, seus seguidores perdem a referência. Nesse sentido, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, especialmente, é o mais afetado. O ex-capitão sempre fez questão de atrelar sua imagem com a de Trump. Algumas pautas que são caras para Biden poderão gerar tensão junto ao governo Bolsonaro. Um exemplo disso são as queimadas na Amazônia. Até mesmo alguns ministros de Bolsonaro talvez tenham de ser trocados para evitar maiores atritos com o governo Biden, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Como se vê, Biden, lá como aqui, é uma promessa de melhores dias.