terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dia da afirmação bissexual

Vivemos em uma época na qual a cada dia se comemora algo ou se exalta alguma causa. São tantos os dias disso ou daquilo que é, praticamente, impossível tomar conhecimento de todos. Descobri, por exemplo, que a data de hoje, 23 de setembro, é o "Dia da Afirmação Bissexual". Com a liberação, cada vez maior, no campo da sexualidade, foram surgindo datas como o "Dia do Sexo", "Dia do Orgasmo", entre outras. No caso da bissexualidade, o assunto está, mesmo, na ordem do dia. Numa das novelas apresentadas, atualmente, pela Rede Globo, "Império", há um personagem, vivido pelo ator José Mayer, que é casado e pai de dois filhos, e, paralelamente, tem um relacionamento com um rapaz. O mais inusitado é que a mulher do personagem tem conhecimento do fato, e convive bem com a situação. O quadro apresentado na novela, por certo, é visto como escandaloso por muitos, mas está longe de contrariar a natureza humana. Ao longo da história, as pulsões sexuais humanas foram submetidas às mais diversas formas de repressão, em geral, de origem religiosa. Tudo na tentativa de sufocar, em nome da "moral e dos bons costumes", as múltiplas manifestações da sexualidade. No entanto, vivemos tempos que se caracterizam pela quebra de paradigmas, e o sexo não iria ficar de fora disso. O conceito clássico de família vem sofrendo transformações, com as uniões homoafetivas equiparando-se aos casais heterossexuais, inclusive com a geração ou adoção de filhos. A bissexualidade, nesse contexto, é mais uma demonstração de que a sexualidade humana não pode ser contida em parâmetros rígidos. Na medida em que os véus da hipocrisia e do falso moralismo vão sendo removidos, as diversas manifestações no campo sexual vão saindo das sombras, e o que antes era "anormal" vai, aos poucos, se incorporando à vida social. Não há reversão para esse processo, que é fruto da evolução natural do ser humano. Ainda que isso possa chocar os mais conservadores, a bissexualidade, com o tempo, deixará de ser vista como algo incomum e pervertido, para tornar-se, apenas, mais uma variante da expressão da sexualidade humana. Na busca do prazer e da realização sexual, as pessoas vão, gradativamente, removendo as barreiras ditadas pelo preconceito, e quebrando tabus.