sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O mau momento dos técnicos emergentes

O futebol brasileiro vinha mostrando, nos anos mais recentes, um acentuado processo de surgimento de novos técnicos, que foram tomando o lugar dos chamados "medalhões", até mesmo nos grandes clubes. Enquanto veteranos como Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho, Cuca e Joel Santana iam saindo de cena, nomes como Roger Machado, Jair Ventura, Eduardo Batista, Zé Ricardo e Fernando Diniz surgiam como o necessário sopro de renovação na função de técnico. Os integrantes mais jovens da imprensa esportiva saudaram o fato com entusiasmo, pois viam na nova geração de técnicos a modernização do futebol brasileiro, deixando para trás os motivadores e dando lugar aos estudiosos. Porém, parece que essa postura foi um tanto açodada. Em 2018, os técnicos emergentes têm fracassado, e os veteranos estão em alta, novamente. Roger Machado, que despertou grande simpatia da imprensa de todo o país por seu trabalho no Grêmio em 2015, foi demitido pelo Palmeiras e substituído pelo veteraníssimo Felipão. No Santos, Jair Ventura nada mostrou, e acabou dispensado. Seu substituto é o experiente Cuca. Zé Ricardo apareceu como um nome promissor no Flamengo, mas sucumbiu a uma sequência de maus resultados. Pouco depois, foi para o Vasco. Acabou pedindo demissão quando sentiu que não teria condições de reverter os resultados ruins que se avolumavam. Agora, fará uma terceira tentativa, no Botafogo. Fernando Diniz, o mais "revolucionário" da geração de novos técnicos, foi despedido pelo Atlético Paranaense, ao colocar o clube na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Após sua saída, o Atlético Paranaense subiu de rendimento. Eduardo Batista foi demitido, hoje, pelo Coritiba, após o empate em 0 x 0 com o Sampaio Corrêa, em pleno Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. O mau momento dos técnicos emergentes mostra que é preciso cautela ao apostar as fichas nos novatos, e que ainda é cedo para condenar os veteranos à aposentadoria.