quarta-feira, 8 de abril de 2020

Perdeu a chance de ficar calado

O jornalista Arnaldo Ribeiro é um respeitável cronista esportivo, tendo trabalhado, entre outros veículos, na revista Placar, no período áureo da publicação, e nos canais ESPN. Porém, Arnaldo perdeu a chance de ficar calado. Num podcast, o cronista afirmou que Romário foi um jogador superestimado, e que não admira sua carreira. Ao comparar Romário com Careca, classificou o segundo como mais completo, e que Romário foi bom apenas na "zona do agrião", o que não considera suficiente. Arnaldo está amplamente equivocado. Romário resumia sua função, basicamente, à grande área ou "zona do agrião", é verdade, mas, nela, foi genial. Ninguém é escolhido como o melhor jogador do mundo por acaso. Romário recebeu esse prêmio, Careca, não. Careca brilhou no Napoli, com Maradona, mas Romário foi protagonista no Barcelona. Romário foi convocado para duas Copas do Mundo, mas, praticamente, só jogou em uma, pois, em 1990, a recuperação de uma fratura o deixou fora de quase toda a participação da Seleção Brasileira na competição. Em 1994, no entanto, Romário fez a diferença, e foi diretamente responsável pelo título obtido pela Seleção. Embora tenha se destacado em duas Copas, 1986 e 1990, Careca não carregou a equipe nas costas, como Romário, e não conduziu a Seleção a conquista do titulo. No que diz respeito aos aspectos pessoais de Romário, também levados em conta por Arnaldo Ribeiro, eles não vem ao caso. Ao analisar um jogador, deve-se limitar a apreciação aos critérios técnicos, e neles Romário foi, indiscutivelmente, um gênio, o que não ocorreu com Careca.