sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Uma lista sem pé nem cabeça

A revista inglesa "Four Four Two" elaborou uma lista com, no seu entender, os 50 melhores times de futebol de todos os tempos. Embora relacione grandes equipes da história do futebol, é uma lista sem pé nem cabeça. O primeiro, e fundamental, erro da lista, é misturar clubes e seleções. São elementos absolutamente distintos, não podem ser comparados. O que já começa errado não poderia ter um bom resultado. A colocação das equipes na lista é risível, para dizer o mínimo. O primeiro lugar da lista é ocupado pelo time do Ajax, da Holanda, liderado por Cruyff, que foi tricampeão da Europa em 1971/1972/1973. A Seleção Brasileira de 1970 aparece em segundo lugar. Convenhamos, essa avaliação é absurda. A Seleção de 70 é apontada como a melhor equipe da história do futebol pela maioria dos rankings feitos no mundo inteiro. A lista sequer inclui a Seleção Brasileira de 1958, tão boa ou melhor que a de 1970. No entanto, a Seleção Brasileira de 1982, uma grande equipe, mas muito inferior á de 1958, foi colocada no trigésimo-oitavo lugar. O time do Flamengo de Zico, campeão mundial em 1981, ficou oito posições acima, em trigésimo lugar, em outra avaliação aberrante, pois embora sua inegável qualidade não pode ser considerado superior a uma Seleção de tão alto nível. Por outro lado, a maravilhosa seleção da Hungria de Puskas ficou num modesto décimo lugar. Entre os times de clubes são poucos os que, no mundo inteiro, não consideram o Santos de Pelé o melhor de todos os tempos. Porém, na lista em questão, ele aparece em nono lugar. O Real Madrid de Di Stefano ficou em quarto. Definitivamente, o ranking da revista inglesa não pode ser levado a sério. Num levantamento criterioso, seleções e clubes teriam de ser avaliados separadamente. Caso isso fosse feito, uma das listas teria o seu primeiro lugar disputado pelas seleções brasileiras de 1958 e 1970. No levantamento de clubes, o Santos de Pelé viria em primeiro lugar, e, logo a seguir, estaria o Real Madrid de Di Stefano. Toda a lista do gênero envolve um certo grau de subjetividade, mas a da revista inglesa contraria o bom senso de maneira irremediável.