sábado, 12 de novembro de 2016

Aposta arriscada

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, obteve, hoje, a sua reeleição. Dessa forma, irá ficar cinco anos consecutivos no cargo, já que, devido a uma mudança estatutária, o mandato presidencial no clube passará a ser de três anos. Romildo foi reeleito com folga, tendo alcançado 85% dos votos. O resultado largo em seu favor representa uma aposta arriscada do associado gremista. Entusiasmado com a condição de finalista da Copa do Brasil, e a possibilidade da conquista de um título que o Grêmio não ganha há 15 anos, o associado reconduziu Romildo ao cargo, sem levar em conta que a competição ainda não foi decidida, e que a administração do presidente, até aqui, está longe de ser vitoriosa. Um eventual êxito na Copa do Brasil, no final do mês, será uma exceção num conjunto de frustrações colhidas durante os dois primeiros anos de Romildo como presidente. Se, ao contrário, o Grêmio não conquistar o título da Copa do Brasil, terá somado mais um fracasso na extensa lista de insucessos de Romildo. Nesse caso, o torcedor terá de aturar por mais três longos anos, um presidente perdedor. Fica evidente, mais uma vez, a total inconveniência de se realizar a eleição para presidente do Grêmio antes que se encerre o calendário esportivo do ano. Urge que se retorne ao modelo anterior, em que o pleito ocorria em até 15 dias contados a partir do último jogo oficial do ano. Na forma atual, a eleição se dá em paralelo com a disputa de competições, desviando o foco do que é mais importante para o clube, ou seja, o futebol dentro de campo. Se a eleição fosse realizada após o término das competições do ano, o associado não ficaria sob o efeito de acontecimentos circunstanciais, e analisaria o conjunto da obra de Romildo. A ampliação do mandato para três anos de duração é outro equívoco, pois pode prolongar demasiadamente a permanência de um presidente mal sucedido. As alterações estatutárias do Grêmio nos últimos anos, como se vê, estão na contramão dos interesses do clube, e explicam, ao menos em parte, o longo jejum de conquistas.