terça-feira, 30 de junho de 2015

Decisão definida

A goleada de 6 x 1 da Argentina sobre o Paraguai, hoje, no Ester Roa, em Concepción, deixou a decisão da Copa América, que será realizada sábado, definida. Ontem, o Chile venceu o Peru por 2 x 1, no Estádio Nacional, em Santiago. Dessa forma Chile e Argentina decidirão a Copa América, num jogo que tem tudo para ser empolgante. O Chile se impôs ao Peru, e o resultado não traduz a sua superioridade em campo. Por sua vez, o placar estabelecido pela Argentina sobre o Paraguai não deixa dúvidas sobre a sua supremacia em relação ao adversário. Sera uma decisão em que, de um lado, estará a equipe do país sede da competição, o Chile, com todo o peso que isso significa, ou seja, um estádio com a maioria da torcida a seu favor, e, de outro, a atual vice-campeã mundial. O Chile buscará o seu primeiro título de Copa América na história, motivado pelo fato de ter montado o que considera sua melhor equipe, até hoje, onde se destacam nomes como Vidal, Vargas, Alexis Sanchez  e Aranguiz. A Argentina, que não conquista nenhum título há 22 anos, tentará quebrar o jejum com uma equipe que possui o melhor jogador do mundo na atualidade, Messi, secundado por talentos como Di Maria, Agüero e Higuain. Numa competição que esteve longe de primar por um grande futebol, a decisão de sábado promete saldar essa dívida com um jogo em que técnica e emoção deverão estar presentes em grandes proporções. A Argentina, por sua maior expressão histórica, e por contar com Messi, tem um leve favoritismo, mas a motivação com a possibilidade de ganhar a Copa América pela primeira vez e a vantagem do fator local são fatores consideráveis em favor do Chile. Para quem gosta de futebol, é um programa obrigatório.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Tiranias culturais

As mortes do cantor sertanejo goiano Cristiano Araújo, e do folclorista e compositor gaúcho Antônio Augusto Fagundes, ambas ocorridas na semana passada, evidenciaram o quanto a opinião pública é exposta à tiranias culturais. O Brasil, já de algum tempo, vive um massacre midiático de culto a chamada "música sertaneja". Duplas sertanejas pululam no rádio e na televisão, a cada dia parece surgir uma nova. Nos últimos anos, surgiu uma variante desse gênero musical denominada "sertanejo universitário", ainda que não se saiba definir exatamente o que a caracterize. Em comum, o que as músicas dessas duplas, desde as mais famosas como "Chitãozinho e Xororó" e "Zezé Di Camargo e Luciano", até às mais obscuras, tem em comum são composições primárias e simplórias, com melodias de fácil assimilação e letras pobres, cheias de clichês e de um sentimentalismo rasteiro. A cobertura da morte de Cristiano Araújo foi um exemplo desse descalabro que é a badalação aos sertanejos por parte da mídia. Cristiano estava longe de ser uma unanimidade nacional, e não havia colecionado tantos sucessos assim em sua carreira. Porém, as redes de TV, em particular a Globo, deram à sua morte um tratamento equivalente ao falecimento de um chefe de Estado. Como vivemos uma época em que a verdade é golpeada e a mentira é glorificada, o jornalista Zeca Camargo, ao criticar essa situação, foi alvo de comentários irados nas redes sociais, que o levaram a se retratar. Obviamente, muitas pessoas, provavelmente a maioria, não apreciam música sertaneja, mas estabeleceu-se um predomínio dos artistas desse gênero nos meios de comunicação, que culminou na despropositada comoção em torno da morte de Cristiano Araújo. Em escala estadual, ocorreu o mesmo, no Rio Grande do Sul. A morte de Antônio Augusto Fagundes teve uma ampla cobertura, dado ser um dos grandes nomes do chamado "nativismo", ou seja, de um movimento que cultua as "tradições gaúchas". A presença do movimento tradicionalista na mídia é tão ostensiva que induz a se pensar que todos os habitantes do Estado se identificam com ele. Não é verdade. Há muitos gaúchos que não apreciam as músicas e hábitos nativistas. A cultura é algo plural, não pode ser dominada por algumas vertentes. A música sertaneja não é uma preferência nacional, bem como o gosto pelo tradicionalismo não é predominante no Rio Grande do Sul.

domingo, 28 de junho de 2015

Os 70 anos de Raul Seixas

Na data de hoje, se vivo estivesse, Raul Seixas completaria 70 anos. Raul faleceu precocemente, aos 44 anos, derrotado por uma vida de excessos. No entanto, deixou uma marca indelével na música brasileira. Sua legião de fás continua fiel, mesmo passados 26 anos de sua morte. Sua coleção de sucessos permanece apreciada por muitos. Como esquecer de músicas como "Ouro de Tolo", "Gita", "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás", "Metamorfose Ambulante", "Maluco Beleza", "Medo da Chuva", "Como Vovó Já Dizia", "Tente Outra Vez", "A Maçã", "Cowboy Fora da Lei"? Até hoje é comum que, em locais com música ao vivo, alguém grite: "Toca Raul!". Ferino, contundente, irreverente, por vezes irônico, Raul Seixas deixou uma lacuna na música brasileira que ainda não foi preenchida, pois tinha um estilo personalíssimo. Ficou uma saudade no público que não diminui com o correr dos anos. Foi uma pena que tenha morrido tão cedo, mas sua obra sobrevive ao tempo.

Vitória tranquilizadora

O Inter venceu o Santos por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Não foi uma grande atuação do Inter, e o gol, em cobrança de falta de Valdívia, não foi intencional, como o próprio jogador confessou. Porém, nada disso importa. A vitória foi tranquilizadora, pois os maus resultados no Brasileirão já vinham causando inquietação na torcida, temerosa de uma "perda de embalo" nas proximidades dos jogos pelas semifinais da Libertadores. O resultado fez o Inter diminuir para seis pontos a sua diferença em relação ao primeiro colocado, o Sport, que, por sinal, será o seu próximo adversário, quarta-feira, na Ilha do Retiro. No entanto, nem tudo foram boas notícias. Alisson, goleiro titular do Inter, de grandes atuações, até aqui, em 2015, sofreu uma lesão muscular e dificilmente estará em condições de jogar a primeira partida contra o Tigres, pelas semifinais da Libertadores, no dia 15 de julho, no Beira-Rio. Seja como for, a vitória de hoje proporcionou uma pausa na inquietação que os resultados insatisfatórios vinham causando. Resta saber até quando essa tranquilidade irá durar.

sábado, 27 de junho de 2015

Fracasso

A Seleção Brasileira empatou com o Paraguai em 1 x 1, e foi derrotada nos tiros livres da marca do pênalti, em Concepción, pelas quartas de final da Copa América, e, com isso, está eliminada da competição. Um novo fracasso, um ano após as goleadas para a Alemanha e a Holanda, na Copa do Mundo, que torna mais fundo ainda o poço em que está mergulhado o futebol brasileiro. Porém, ninguém pode se dizer surpreso com a situação. Uma Seleção que conta com um único craque, Neymar, que estava ausente por ter sido excluído da disputa, e com um técnico totalmente inepto, não poderia ter melhor sorte. A volta de Dunga ao cargo de técnico da Seleção é um desses absurdos que nunca encontrarão explicação. Sua primeira passagem pela função já foi um exotismo. Na oportunidade, Dunga jamais havia treinado em qualquer clube ou seleção. Ganhou competições menores como a Copa América e a Copa das Confederações. Porém, fracassou no que verdadeiramente interessava, ou seja, a Copa do Mundo. Demitido, ficou dois anos sem trabalhar, até ser contratado pelo Inter. Ganhou o Campeonato Gaúcho, o que não constitui nenhum mérito, pois o Inter dá as cartas e joga de mão na competição, beneficiado que é, escandalosamente, por fatores extracampo. No Campeonato Brasileiro, no entanto, foi muito mal, sendo demitido antes do final da competição, Voltou para o limbo, de onde foi inexplicavelmente resgatado para retornar à Seleção, que recém havia passado pelo maior vexame de sua história. Afora sua clara incapacidade para exercer o cargo que ocupa, Dunga é intelectualmente limitado, de um nível cultural baixíssimo, é rancoroso e acredita ser vítima de uma campanha persecutória. Uma figura patética, beirando o ridículo. Com um técnico tão incapaz, e a ausência de grandes jogadores, a Seleção não poderia esperar melhor sorte. O pior é que o fundo do poço, por pior que seja o quadro atual, ainda não foi atingido. Para que isso aconteça, a Seleção teria de, pela primeira vez na história, não se classificar para uma Copa do Mundo. Essa hipótese, antes quase delirante, começa a se esboçar de forma cada vez mais ameaçadora.

Objetivo alcançado

O Grêmio venceu o Avaí por 2 x 1, hoje à tarde, na Ressacada, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, o objetivo de obter a primeira vitória fora de casa no Brasileirão foi alcançado. Aliás, esse parecia ser um jogo a caráter para isso, o que acabou se confirmando. Afinal, o Avaí, embora viesse fazendo uma campanha razoável, é um time inferior ao Grêmio, e só havia tido uma vitória como mandante. O gol de Pedro Rocha logo aos 37 segundos, o mais rápido da competição até agora, facilitou o encaminhamento do resultado. Com o gol de Luan aos nove minutos, até mesmo uma goleada parecia se desenhar, e ela poderia ter acontecido, ainda no primeiro tempo, pois o Grêmio perdeu outras chances claras de gol. Porém, no segundo tempo, o Avaí voltou disposto a uma reação, e passou a pressionar o Grêmio intensamente, prensando-o contra o seu campo. Os efeitos disso logo se fizeram sentir e, aos nove minutos, Lucas Ramón cometeu um pênalti. Anderson Lopes cobrou e chutou na trave, mas o árbitro mandou voltar o lance. A cobrança foi, novamente, de Anderson Lopes que, dessa vez, converteu. Como consequência,  o Grêmio continuou a sofrer uma pressão constante do Avaí, e só não cedeu o empate pela pouca qualidade do adversário. A saída de Maicon, por lesão, ainda no primeiro tempo, dando lugar a Fellipe Bastos, e as más substituições do técnico Róger Machado, no segundo, fizeram o nível de rendimento do Grêmio cair, e por pouco a vitória não escapou. Agora, o Grêmio já está em terceiro lugar na tabela, na zona de classificação para a Libertadores. Ainda é cedo para qualquer entusiasmo, mas a campanha é, inegavelmente, boa, e o contraste com o período de Felipão como técnico fica cada vez mais nítido. Depois de muito tempo, a torcida do Grêmio está tendo motivos para ficar de bem com a vida.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Expectativa frustrada

Entre todos os jogos pelas quartas de final da Copa América o que parecia mais promissor quanto a um bom futebol era Argentina x Colômbia. Afinal, Messi e James Rodriguez estariam em campo, secundados por nomes como Di Maria e Cuadrado. No entanto, isso não se confirmou. Foi uma expectativa frustrada. O jogo, realizado hoje no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, terminou empatado em 0 x 0, no tempo normal e na prorrogação. Nos tiros livres da marca do pênalti, a Argentina venceu por 5 x 4. Messi esteve apagado, como costuma acontecer quando joga pela Argentina, em contraste com suas grandes atuações no Barcelona. James Rodriguez, da mesma forma, também não jogou bem. Não faltaram lances ríspidos e reclamações junto à arbitragem, mostrando que, no aspecto emocional, a partida teve um clima intenso. Porém, houve pouco futebol. A Argentina, agora, espera para saber quem será o seu adversário nas semifinais, Seleção Brasileira ou Paraguai. Tudo indica que teremos, mais uma edição do maior clássico das Américas, Brasil x Argentina. Caso isso se confirme, levando-se em conta os jogadores de ambos os lados, a Argentina será a favorita.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Confirmação

O Peru venceu a Bolívia por 3 x 1, hoje, em Temuco, pelas quartas de final da Copa América. A vitória do Peru foi, apenas, a confirmação de uma expectativa, já que a Bolívia, como ocorre costumeiramente, tem uma equipe muito fraca. O jogo foi tranquilo para o Peru, que já vencia por 2 x 0 antes dos 25 minutos do primeiro tempo. O grande nome do jogo foi o centroavante Guerrero, do Peru, que marcou todos os gols de sua equipe. Não bastasse sua capacidade comprovada como goleador, Guerrero ainda foi beneficiado por falhas defensivas gritantes da Bolívia. Nem mesmo o gol de Marcelo Moreno, em cobrança de pênalti, ensejou qualquer chance de reação para a Bolívia. Tendo feito dois gols cedo, o Peru administrou o jogo. Agora, o Peru, na segunda-feira, pelas semifinais, irá jogar contra o anfitrião da competição, o Chile. O Peru estará na condição de "zebra" absoluta. O favoritismo do Chile é amplo. Mesmo contando com um atacante tão eficiente como Guerrero, dificilmente o Peru poderá impedir a classificação do Chile para a decisão.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

No caminho do título

O Chile venceu o Uruguai por 1 x 0, hoje à noite, no Estádio Nacional, em Santiago, pelas quartas de final da Copa América, e segue no caminho do título. Até hoje, o Chile não venceu a competição. O máximo que conseguiu foram quatro vice-campeonatos. Porém, os chilenos acreditam que nunca estiveram tão perto de alcançar essa conquista. Não só por sediarem a disputa, o que já havia ocorrido outras vezes, mas por entenderem que a atual seleção é a melhor do país em todos os tempos. Até aqui, a campanha do Chile tem sido amplamente satisfatória, mesmo que tenha empatado como o México em 3 x 3, na segunda rodada da primeira fase. Afora esse jogo, foram três vitórias, uma delas de goleada, por 5 x 0, sobre a Bolívia. O adversário do Chile nas semifinais sairá do jogo Peru x Bolívia, o que é quase a garantia de que o anfitrião da Copa América se classificará para a decisão. Se tudo ocorrer dentro da lógica, o outro participante da decisão deverá ser Argentina ou Seleção Brasileira, que jogarão contra Colômbia e Paraguai, respectivamente, nas quartas de final. Seja qual for das duas seleções contra a qual tenha de decidir a competição, o Chile estará diante de uma tarefa bem mais árdua do que as que encarou até aqui. No entanto, é inegável que, para os chilenos, o sonho de obter essa conquista inédita nunca esteve tão próximo de se tornar realidade.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Desonestidade escancarada

A revelação de uma gravação, por escuta autorizada, de uma conversa entre o ex-presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Júlio Grondona, e Abel Gnecco, representante argentino na comissão de arbitragem da Conmebol, é a confirmação do quanto o futebol, o mais apaixonante dos esportes, está tomado pela sujeira, em todos os níveis. Desonestidade escancarada, sem disfarces. Grondona, falecido em 2014, e Gnecco, que participa da comissão de arbitragem da Copa América que está sendo jogada no Chile, dialogavam a respeito da atuação do paraguaio Carlos Amarilla no jogo em que o Boca Juniors eliminou o Corinthians nas oitavas de final da Libertadores de 2013. Fica claro na conversa que a arbitragem fora "encomendada". Na partida, Amarilla anulou dois gols legítimos do Corinthians e deixou de marcar um pênalti claro em favor do clube brasileiro, o que resultou na sua eliminação da competição, de cujo título, por sinal, era o detentor. Na mesma gravação, Grondona gabava-se de ter conseguido arranjar, também, a arbitragem de um jogo entre Independiente e Santos, em 1964, que resultou na eliminação do clube brasileiro da Libertadores. Há muitos outros casos semelhantes na Libertadores, lamentavelmente, ainda que sem uma gravação que evidencie a manipulação de resultados. Dois deles, ocorridos em Porto Alegre, são notórios. Em 2002, pelas semifinais da Libertadores, jogaram, no Olímpico, Grêmio e Olímpia. A decisão de quem se classificaria para a decisão foi feita nos tiros livres da marca do pênalti. Numa das cobranças, o goleiro do Grêmio, Eduardo Martini, fez uma grande defesa. O árbitro, no entanto, sem que tivesse havido nenhuma irregularidade no lance, mandou voltar a cobrança, que, então, foi convertida, eliminando o Grêmio da competição. O detalhe da situação é que o Olímpia, naquele ano, completava o seu centenário, e o presidente da Conmebol, Nicolas Leóz, paraguaio como o clube, se empenhou para que ele fosse campeão, o que acabou acontecendo. Em 2006, no Beira-Rio, ocorreu um dos exemplos mais escandalosos de resultado manipulado na Libertadores. Pelas oitavas de final da competição, jogaram Inter e Nacional, do Uruguai. O Nacional teve dois gols legítimos anulados. Caso os gols fossem consignados, e o Nacional vencesse por 2 x 0, ele teria eliminado o Inter da Libertadores. Com o esbulho praticado contra o clube uruguaio, o Inter foi adiante na competição, e acabou campeão. Nos dois casos citados, ficou por demais evidente que se tratavam de arbitragens "encomendadas". Só faltou uma gravação que confirmasse o que todos perceberam. O futebol, lastimavelmente, não é uma ilha. Assim como na sociedade, a corrupção espalha nele os seus tentáculos. Fatos como os aqui relatados, comprometem a credibilidade do futebol. Dentro e fora de campo, o esporte preferido da maioria precisa de uma faxina ética.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A regulação da mídia

Basta que se avente a hipótese de uma nova regulamentação da comunicação social no Brasil para que a chamada "grande imprensa" entre em alvoroço. Imediatamente, os maiores veículos de comunicação do país passam a exibir argumentos contra o que afirmam ser uma "ameaça à liberdade de expressão". A necessidade de uma nova regulação da mídia é flagrante no Brasil. A legislação que rege a comunicação social no país foi estabelecida em 1962, portanto, há 53 anos. De lá para cá, foram notáveis os avanços no campo da comunicação. Chama a atenção que os mesmos que clamam por mudanças no Código Penal Brasileiro, por ele ter sido elaborado nos anos 40, queiram cristalizar a legislação no setor comunicacional. Na verdade, a comunicação, no Brasil, nada tem de social. Ela reflete, somente, os interesses estratégicos e a visão de mundo das famílias proprietárias dos veículos. Como bem destacou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em plena era da TV Digital, a comunicação no Brasil está nas mãos de apenas nove famílias. O atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já disse que enquanto ele estiver no cargo nenhuma proposta de regulação da mídia irá sequer à votação. Em se tratando de tão ignóbil e desprezível figura, dá para se imaginar que tipo de interesses há em jogo nessa questão. Cunha é um defensor de tudo o que há de pior e mais atrasado no Brasil. Um aliado incansável das elites predatórias, homofóbico, adepto de um discurso moralista medieval e do obscurantismo religioso. A comunicação, no Brasil, não atende aos interesses da população, pois não lhe serve de canal de expressão. Oferece um prato feito, para ser despejado goela abaixo do público. Por que, por exemplo, as rádios não comerciais são tachadas de "piratas" e proibidas de operarem? Por que as tevês educativas não podem atrair anúncios comerciais, só o chamado "apoio cultural"? A justificativa brandida pelos grandes meios de comunicação é de que tais práticas constituiriam uma "concorrência desleal" com o setor privado, e, também, a de que a democracia estaria em risco com uma comunicação estatal forte, ou seja, é o velho e surrado fantasma da ameaça de "esquerdização" do país. O que os defensores do status quo comunicacional não explicam é como em países capitalistas ocidentais como a Inglaterra e a Itália, por exemplo, foi possível a convivência harmônica de gigantes estatais da comunicação como a BBC e a RAI com os veículos do setor privado. O que ocorre é que a mídia, no Brasil, sempre atendeu aos interesses dos proprietários dos veículos, em detrimento dos da sociedade. Certa vez, o empresário Sílvio Santos declarou que, para ele, televisão era um negócio como outro qualquer. Aí é que está o problema. Comunicação, seja TV, rádio, jornal, ou internet, jamais poderá ser "um negócio como outro qualquer". A natureza e extensão das mudanças é algo a ser amplamente discutido, até para que não se crie um monstrengo, mas o Brasil precisa de uma nova regulação de mídia "para ontem". Como está, defasada e anacrônica, é que não pode ficar.

domingo, 21 de junho de 2015

Os 45 anos de uma conquista inesquecível

Na data de hoje completam-se 45 anos de uma conquista inesquecível da Seleção Brasileira, a do terceiro título da Copa do Mundo, que deu ao futebol brasileiro, em definitivo, a posse da Taça Jules Rimet. Atualmente, com uma Seleção tecnicamente fraca, a evocação da Copa do Mundo de 1970 torna-se uma saudade ainda mais doída. Os que não viram aquela Seleção jogar, não sabem o que perderam. Muitos consideram que foi a melhor seleção da história, dentre todos os países. Particularmente, muito da minha paixão pelo futebol talvez advenha do fato de, com apenas oito anos, quando recém começava a entender melhor e me embrenhar no universo desse esporte, ter assistido, extasiado, pela tevê, aquela equipe magnífica. Numa mesma escalação, juntos, craques históricos como Pelé, o maior de todos os tempos, Tostão, Rivelino, Gérson, Jairzinho, Carlos Alberto. Como coadjuvantes de luxo, Brito, Piazza, Everaldo e Clodoaldo. Félix, o goleiro, era apenas mediano, mas não comprometia. Na reserva, jogadores do nível de Paulo César Caju, Marco Antônio e Edu. Nunca, em tempo algum, tantos talentos estiveram reunidos num mesmo grupo. Em seis jogos, a Seleção marcou 19 gols, uma média superior a três por jogo. Jairzinho fez gols em todas as partidas, num total de sete. Na decisão, para não deixar dúvidas, uma goleada de 4 x 1 sobre a Itália. Foi a última das quatro Copas do Mundo de Pelé pela Seleção. Uma Copa extraordinária, que teve a Itália de Albertosi e Fachetti, a Alemanha de Beckenbauer e Gerd Müller, o Uruguai, de Mazurckiewicz e Ancheta, o melhor Peru de todos os tempos, treinado pelo brasileiro Didi, com Cubillas, Chumpitaz, Mifflin, Sotil e Oblitas. Um título que se deve, sempre, reverenciar, com suas imagens sendo revistas pelos que o testemunharam, e apresentadas ás novas gerações para que elas possam tomar conhecimento do melhor futebol que o Brasil já produziu.

Primeiro lugar

A vitória por 2 x 1 sobre a Venezuela, hoje, no Monumental, em Santiago, classificou a Seleção Brasileira em primeiro lugar no seu grupo na fase inicial da Copa América. Agora, a Seleção vai jogar contra o Paraguai, no próximo sábado, pelas quartas de final. Como se vê, mesmo sem Neymar, seu único craque, a Seleção foi capaz de vencer e seguir adiante na competição. Os dois gols brasileiros foram bonitos. O primeiro, um chute de primeira de Thiago Silva no meio da grande área. O segundo, numa bela jogada de William pela esquerda concluída por um chute certeiro de Roberto Firmino. A atuação da Seleção, no entanto, mais uma vez deixou a desejar. A Venezuela descontou, e por pouco não empatou. Assim, aos trancos e barrancos, a Seleção segue adiante na disputa, mas deixando nos torcedores uma grande inquietação quanto ao seu futuro. Não há grandes jogadores para convocar e, com isso, não se pode formar uma equipe que seja mais do que mediana. Neymar é diferenciado, mas não pode carregar uma equipe sozinho. Na Seleção Brasileira Sub-20, vice-campeã mundial da categoria, há bons jogadores, mas nenhum craque. Resta torcer para que o futebol brasileiro, sempre tão fértil em revelações, possa, em breve, ver surgir uma nova geração de grandes jogadores. Se isso não acontecer, as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, serão extremamente difíceis. Dessa forma, até a hipótese, em outros tempos impensável, de a Seleção, pela primeira vez, não se classificar para a maior competição do futebol mundial, terá de ser considerada.

sábado, 20 de junho de 2015

Atitude

O Grêmio venceu o Palmeiras por 1 x 0, hoje á noite, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória muito importante, pois coloca o Grêmio em 5° lugar no Brasileirão, com o mesmo número de pontos do 4° colocado, o Atlético Mineiro, de quem só está atrás no saldo de gols. Afora isso, o adversário de hoje é um grande clube, de muita tradição. Porém, o resultado não foi fruto de uma atuação de alto nível. O que sobressaiu no Grêmio foi a atitude, a intensa aplicação, que tem sido uma marca do time depois que Róger Machado assumiu como técnico, com exceção do jogo contra o São Paulo. Dessa vez, os destaques individuais foram poucos. A rigor, só Walace, e Tiago, que fez duas grandes defesas, tiveram um desempenho mais saliente. Galhardo foi apenas razoável, Geromel e Rhodolfo não foram mal, mas estiveram abaixo de atuações anteriores. Marcelo Oliveira fez uma má partida. Maicon, mesmo marcando o golaço da vitória, teve uma atuação regular. Giuliano esteve apagado, e Luan, atrapalhado, como sempre. Douglas teve uma produção muito ruim. Pedro Rocha foi o mais fraco do time. A vitória, no entanto, abre boas perspectivas para o Grêmio na competição. O próximo jogo, contra o Avaí, na Ressacada, está longe de ser uma partida das mais difíceis, o que poderá permitir ao Grêmio o ingresso no grupo dos quatro primeiros colocados, e partir para a construção de uma grande campanha.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dia do Cinema Brasileiro

São tantas as datas comemorativas existentes que muitas nem chegam ao conhecimento da maioria das pessoas. Só agora descobri que, a data de hoje é o Dia do Cinema Brasileiro. Muitas vezes, há homenagens que são excêntricas ou imerecidas. Não é esse o caso da data de hoje. O cinema brasileiro, historicamente, é menosprezado por uma parcela da população, que o considera ruim e tecnicamente deficiente. Portadoras do famoso complexo de vira-latas referido por Nélson Rodrigues, e colonizadas pelo cinema holywoodiano, essas pessoas praticam uma grande injustiça contra o cinema feito no Brasil. Nunca foi fácil fazer cinema no país. Os custos altos de produção sempre foram uma dificuldade a ser transposta, mas isso não impediu que, ao longo do tempo, uma cinematografia respeitável fosse construída no Brasil. O cinema brasileiro teve grandes sucessos de bilheteria, e também obras de alto nível artístico. Filmes como "O Cangaceiro", "O Pagador de Promessas", "Terra em Transe", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Bye, Bye, Brasil" e "Central do Brasil", atestam a capacidade brasileira de fazer bons filmes. Particularmente, sempre gostei de assistir filmes brasileiros. No dia de hoje, tenhamos o justo reconhecimento para com atores, diretores, técnicos e produtores que jamais desistiram, mesmo diante dos maiores obstáculos, de manter a chama do cinema brasileiro acesa.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Marcando passo

O Inter empatou em 0 x 0 com o Figueirense, hoje à noite, no Orlando Scarpelli, e, com isso, continua marcando passo no Campeonato Brasileiro. Novamente, o time esteve bastante desfalcado, dessa vez não por opção, mas devido às muitas lesões. Seja como for, diante da qualidade inferior do adversário, e da sua necessidade imperiosa de obter uma vitória fora de casa, o Inter ficou devendo. A atuação do Inter não foi boa, e a melhor chance de gol da partida foi do Figueirense. Com o empate, o Inter, dependendo dos resultados paralelos, corre o risco de terminar a rodada em 16º lugar, ou seja, uma posição acima da zona de rebaixamento. Os próximos jogos não tendem a ser mais fáceis, pelo contrário. Serão contra o Santos, no Beira-Rio, e o Sport, na Ilha do Retiro. O Santos, mesmo fazendo má campanha no Brasileirão, é um grande clube, com uma camiseta de peso, e o Sport está com muto bom rendimento nos jogos em casa. Com o constante adiamento de sua recuperação, que sempre fica para a rodada seguinte, parece claro que não será em 2015 que o Inter quebrará seu jejum de títulos na competição.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Primeira derrota

Os que duvidavam da validade de 11 vitórias em igual número de amistosos obtida pela Seleção Brasileira na segunda passagem de Dunga como técnico da equipe tiveram sua posição reforçada. A Seleção Brasileira perdeu por 1 x 0 para a Colômbia, hoje à noite, em Santiago, pela Copa América. Foi a primeira derrota da Seleção desde que Dunga reassumiu seu cargo, e ocorreu já no segundo jogo oficial. Na primeira partida oficial, contra o Peru, no último domingo, a Seleção venceu, mas fazendo o gol da vitória aos 47 minutos do segundo tempo, e jogando um mau futebol. Hoje, a Seleção voltou a jogar mal, e, dessa vez, o adversário era de melhor qualidade, o que não lhe permitiu sequer empatar. Para agravar a situação, Neymar, de grande atuação contra o Peru, esteve irreconhecível contra a Colômbia. Afora não estar bem tecnicamente, Neymar mostrou-se descontrolado emocionalmente, o que resultou, durante o jogo, no segundo cartão amarelo na competição e, após a partida, numa expulsão. As duas punições somadas deverão retirar-lhe dos próximos dois jogos da Seleção, o último da primeira fase, e o das quartas de final, caso a equipe se classifique. A participação da Seleção Brasileira, até aqui, na Copa América, evidencia que o caminho da recuperação do futebol brasileiro é muito mais longo e árduo do que as ilusórias vitórias consecutivas em amistosos poderiam indicar. A Seleção carece de grandes jogadores. Só Neymar é jogador de exceção, mas, como expressa o ditado, uma andorinha só não faz verão. A opção pela volta de Dunga é inexplicável, quando todos apostavam em Tite. Dunga só teve dois trabalhos como técnico, até hoje, na primeira passagem pela Seleção e no Inter, e em ambos não obteve êxito. Tite, ao contrário possui uma longa trajetória como técnico, recheada de títulos. O estilo de Dunga caracteriza-se por uma visão rasa e superficial do futebol, cheia de lugares comuns, frases de auto-ajuda e delírios persecutórios em relação a imprensa e às arbitragens. Uma figura canhestra e pouco qualificada, incapaz de conduzir a Seleção a uma recuperação de sua imagem. Some-se a tudo isso, uma CBF desmoralizada e se tem um quadro desanimador para o futuro imediato da Seleção. Antes orgulho do país, a Seleção é, atualmente, motivo de constrangimento para os brasileiros.

Embate decisivo

O Brasil está vivendo um embate decisivo em sua história. Os avanços duramente conquistados nos últimos anos estão ameaçados pelas forças do atraso. As elites predatórias, que desde 1500 saqueiam o país em nome da satisfação dos seus vis interesses, uniram-se na tentativa de sabotar um governo legitimamente eleito e ameaçar a ordem democrática. A grande imprensa, de mãos dadas com pastores evangélicos e políticos de trajetória nebulosa, empreendem uma campanha raivosa que visa desestabilizar o governo e, até mesmo, propor o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Diariamente, somos soterrados por uma montanha de lixo travestida de "informação" dando conta de que o país está tomado pela corrupção. Até parece que a corrupção foi inventada no Brasil nos últimos 12 anos. Cada nova denúncia é acompanhada de manchetes grandiloquentes do tipo "o maior escândalo da história do país". Recursos demagógicos e totalmente anacrônicos como o anticomunismo são revividos. Barbaridades são perpetradas no Congresso Nacional. Uma das mais recentes é a de tentar interferir na transmissão de conteúdos por parte dos professores nas escolas, visando impedir que mentes em formação recebam uma "lavagem cerebral ideológica". Há, também, jornalistas de extrema direita protestando pela inclusão obrigatória das disciplinas de filosofia e sociologia no currículo escolar, por entenderem que será um meio de incutir o "esquerdismo" nos alunos. Na verdade, não é a corrupção que assusta toda essa escumalha, pois ela sempre a praticou, e em muito maior grau do que aqueles para quem dirige suas acusações. O que os arautos do atraso não perdoam é que o Brasil, ainda que haja muito por fazer, tornou-se, nos últimos 12 anos, um país menos injusto e desigual, que 50 milhões de pessoas ascenderam socialmente, ingressando na faixa de consumo. Para os propagadores do golpismo, é insuportável ver ao alcance de milhões o que antes eram privilégios restritos a poucos grupos. O momento que vivemos é muito grave. As forças progressistas parecem paralisadas diante da gritaria fascistóide. Não podem permanecer assim. A defesa da democracia e das conquistas populares impõem uma resposta. Se eles gritam, há que se fazer o mesmo, e até mais alto. O que está em jogo é o futuro do país, se será de esperança ou de capitulação definitiva à injustiça e à desigualdade. O governo tem de abandonar sua timidez, pois está respaldado pelas urnas, e mostrar sua força. O Brasil está numa queda de braço entre os que querem construir um país melhor e os defensores da exclusão social. O futuro do país está em jogo. Há 51 anos, as mesmas táticas golpistas depuseram João Goulart, um presidente que desejava fazer reformas fundamentais para acabar com o atraso histórico do país, e impuseram  uma ditadura militar sanguinária. Essa história não pode se repetir. Chegou a hora de dar um basta no golpismo. O Brasil não pode caminhar para trás.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A ilusão dos títulos estaduais

Se ainda havia alguma dúvida sobre a irrelevância técnica dos campeonatos estaduais, ela tem ficado clara nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Clubes que foram campeões estaduais, fazem campanhas pífias no Brasileirão. Outros, que foram mal em suas disputas domésticas, estão com bom desempenho na competição nacional. Entre os campeões dos quatro principais estados, só o Atlético Mineiro cumpre uma campanha aceitável, mesmo assim, está fora da zona de classificação para a Libertadores, ocupando o 6º lugar. O atual líder da competição, o São Paulo, nem sequer chegou na decisão do Campeonato Paulista. Por sua vez, o Santos, que ganhou o Paulistão, está na zona de rebaixamento, em 17º lugar. O Atlético Paranaense, vice-líder, teve de disputar o "torneio da morte" no campeonato estadual para evitar o rebaixamento à segunda divisão do Paraná. Em 3º lugar está o Sport, que não foi bem no Campeonato Pernambucano. Por outro lado, o Santa Cruz, campeão pernambucano, está, no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, em antepenúltimo lugar. O chamado "G4" do Brasileirão, é completado pelo Corinthians, 4º colocado, que foi eliminado nas semifinais do Paulistão. O Inter, campeão gaúcho, está em 14º lugar, sete posições abaixo do Grêmio, seu maior rival, que ocupa o 7º lugar. O Vasco, campeão do Estado do Rio de Janeiro depois de 12 anos de jejum, é o vice-lanterna, com apenas três pontos ganhos em 21 disputados, até agora. Esses dados comprovam que os campeonatos estaduais são uma realidade á parte, onde impera o mau futebol e fatores extracampo tem grande influência sobre o resultado final. Sem as arbitragens facciosas que historicamente o favorecem no Campeonato Gaúcho, o Inter já padece na maior competição do país. Sem a influência que exerce na federação estadual, o Vasco sofre no Campeonato Brasileiro. Os títulos estaduais, cada vez mais, constituem uma ilusão, que logo se desfaz assim que os clubes começam a disputar competições de maior exigência técnica.

domingo, 14 de junho de 2015

Zito

Num dia em que a Seleção Brasileira fez o seu primeiro jogo oficial depois da Copa do Mundo de 2014, contra o Peru, pela Copa América, um dos seus maiores nomes em todos os tempos, Zito, faleceu, aos 82 anos. Zito tornou-se titular da Seleção no terceiro jogo da equipe na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, entrando no lugar de Dino Sani. Acabou sendo um dos pilares da conquista do título, a primeira Copa do Mundo ganha pela Seleção. Foi titular absoluto, também, no bicampeonato, na Copa do Mundo de 1962, no Chile, quando até gol marcou. Volante, não tinha uma técnica tão apurada quanto a de Dino Sani, mas dominava as características essenciais da posição e possuía uma grande liderança. Com sua morte, perde-se mais um dos campeões mundiais pela Seleção. Muitos já se foram, como Gilmar, Castilho, De Sordi, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Mauro, Zózimo, Jurandir, Nílton Santos, Oreco, Zequinha, Didi, Dida, Garrincha, Joel, Vavá, Félix, Fontana, Joel Camargo, Everaldo. Como todos eles, Zito inscreveu seu nome de forma indelével na história da Seleção. Resta-nos o reconhecimento por tudo o que fez, e fica a saudade de um dos grandes nomes do futebol brasileiro.

Saltando posições

O Grêmio venceu o Atlético Paranaense por 2 x 1, hoje à tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, e a vitória lhe proporcionou uma subida na tabela. Saltando posições, o Grêmio pulou do 13º lugar para o sétimo. O próximo jogo, embora seja contra um grande clube, o Palmeiras, apresenta boas perspectivas para o Grêmio, pois será na Arena, onde o Grêmio venceu os dois jogos que fez com o técnico Róger Machado, até agora. A torcida, na partida de hoje, talvez desconfiada pela derrota e a má atuação contra o São Paulo, no Morumbi, não foi em tão grande número quanto em outros jogos, mas o resultado positivo deverá reacender-lhe o entusiasmo. Para que mantenha uma campanha regular, no entanto, o Grêmio terá que melhorar seu rendimento nos jogos fora de casa. Se Róger Machado ganhou os dois jogos que disputou na Arena, em igual número de partidas fora de casa obteve um empate e uma derrota. Contra o Atlético Paranaense, o Grêmio mostrou um bom futebol e foi agressivo o jogo inteiro diante de um adversário que também não se encolheu. Foi um jogo movimentado, corrido, com muitas chances de gol para ambos os lados. Mesmo ao levar o gol de empate, numa falha do goleiro Tiago, o Grêmio não se abateu, e soube buscar a vitória. Resta, agora, o Grêmio manter um equilíbrio em suas atuações, sem despencar da grande atuação contra o Corinthians para o mau desempenho contra o São Paulo. Se conseguir isso, estará no caminho de uma campanha que lhe leve aos primeiros lugares do Brasileirão.

sábado, 13 de junho de 2015

Má campanha

O Inter perdeu para o Corinthians por 2 x 1, de virada, hoje à tarde, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. Embora tenham sido jogadas apenas sete rodadas, não há como deixar de classificar como má a campanha que o Inter vem fazendo no Brasileirão. Em 21 pontos disputados, foram obtidos, somente, nove. Nos quatro jogos que realizou fora de casa, o Inter só conquistou dois pontos. Mais uma vez, a história dos últimos anos se repete, isto é, o Inter é apontado, antes da competição começar, como um dos principais candidatos ao título, que não conquista há 36 anos, mas, depois que a bola rola, as previsões não se confirmam. O presidente do Inter, Vitório Píffero, afirma que o clube tem o objetivo de ganhar o título, depois de tão longo período sem alcança-lo, e que, por isso mesmo, não pretende vender nenhum jogador até o final do ano. Porém, na prática, isso não se confirma. Dependendo dos resultados de amanhã, o Inter poderá ficar muito próximo da zona de rebaixamento. Faltam, ainda, 31 rodadas até que se tenha a definição do campeão, mas tudo indica que o jejum do Inter não acabará em 2015.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O amor na hipermodernidade

O Dia dos Namorados, que hoje transcorre, é mais uma data comercial, como outras que são dedicadas às mães, aos pais e às crianças, por exemplo. Porém, ainda que tais datas sejam um meio de aquecer o consumo e aumentar as vendas do comércio, elas podem ensejar algumas reflexões. No que se refere ao Dia dos Namorados, ele propicia que pensemos sobre o amor, palavra tão curta, de significado lindo e profundo, mas desvalorizada na atualidade. Vivemos uma época denominada por muitos de "hipermodernidade", ou seja, um estágio adiante da "pós-modernidade", que já nos soava tão assustadora. Nessa etapa da história humana, de notáveis avanços científicos e tecnológicos, e aceleradas transformações comportamentais, o amor tende a ser visto como algo anacrônico, ou de significado meramente literário. Não por acaso, uma sensação de aridez parece tomar conta de tudo e de todos. Falta encantamento aos nossos dias. Deixamo-nos empolgar pelas invenções de última geração, estabelecendo relacionamentos virtuais, "conversando" por meio de computadores e mensagens de celular, abolindo, cada vez mais, o contato pessoal e epidérmico. Saímos de um mundo real para ingressar em um no qual até as relações pessoais tem uma condição virtual. Diante desse quadro, como fica o amor na hipermodernidade? Descaracterizado, aviltado, desconsiderado, desvirtuado. O romantismo de outros tempos, hoje é visto como "brega". Parece não haver espaço para manifestações mais calorosas dos sentimentos. Somos envolvidos pelo ritmo trepidante de uma época em que tudo é vivido aceleradamente, sem tempo para a contemplação. A natureza humana, no entanto, na sua essência, é sempre a mesma. Precisamos de carinho e atenção. Por trás de tantos apelos à frivolidade e ao consumismo, mergulhados que estamos numa existência superficial e insípida, há a chama, enfraquecida, mas jamais extinta, do amor. No fim das contas, ele é o que, verdadeiramente, há de mais essencial na vida humana. Sem ele, tudo torna-se vão, carente de significado. Não é à toa, portanto, que um dos grandes sucessos do maior grupo musical de todos os tempos tem por título "All You Need Is Love". Pura verdade. O amor é tudo de que necessitamos. Ele nos supre. Tomara que as pessoas se apercebam disso, e que, um dia, ao conceituarmos o ser humano, possamos defini-lo como "hiperamoroso".

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Vai começar a Copa América

Terá início hoje a Copa América, competição que reunirá, nessa edição, afora as 10 seleções da América do Sul, o México e a Jamaica como convidados. Pouco valorizada, ao longo da história, pelos brasileiros, a Copa América é o equivalente sul-americano da Eurocopa, embora seja uma competição bem mais antiga que sua congênere europeia. Tradicionalmente, uruguaios e argentinos sempre deram um maior valor para a Copa América do que os brasileiros, o que se reflete no número de conquistas por cada seleção. Enquanto o Uruguai tem 15 títulos, e a Argentina 14, o Brasil, até hoje, alcançou apenas oito. Os europeus, arrogantemente, costumam dizer que a Eurocopa é a Copa do Mundo sem o Brasil e a Argentina. Não é verdade. A Eurocopa de 2004, por exemplo, foi decidida entre Portugal e Grécia. Ninguém imagina que, algum dia, essa decisão possa se repetir numa Copa do Mundo. Deveríamos valorizar o que é nosso, na condição de sul-americanos, em vez de achar que a grama do vizinho sempre é mais verde. Para a Seleção Brasileira, particularmente, a Copa América de 2015 reveste-se de uma grande importância, pois será a primeira competição oficial após o humilhante desempenho na Copa do Mundo de 2014. O técnico Dunga, de volta à Seleção, terá que mostrar se, em jogos valendo pontos, se a equipe confirmará o excelente retrospecto de dez vitórias e 100% de aproveitamento nos amistosos até agora realizados, ainda que, em sua passagem anterior pelo cargo tenha, também, ido muito bem durante a fase preparatória, ganhando a Copa América, inclusive, e, depois, fracassado na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Muitos projetam que essa poderá ser a melhor Copa América da história, pois terá a Argentina, atual vice-campeã mundial, com jogadores como Messi, Di Maria, Tévez, Agüero e Higuain, o Uruguai, sem Suárez, suspenso, mas com Cavani, a Colômbia, com  James Rodriguez, Falcão Garcia e Cuadrado, o Chile, com sua melhor equipe em muitos anos e jogando como país sede,  e a Seleção Brasileira, com vários jogadores médios, mas contando com um supercraque, Neymar. Há, também, destaques em outras seleções, como Guerrero, no Peru, por exemplo. Vai começar a Copa América. O jogo de abertura será Chile x Equador, hoje à noite. Para quem gosta de futebol, um bom programa.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Vaias

As vaias ouvidas após o apito do árbitro que pôs fim ao amistoso Seleção Brasileira 1 x 0 Honduras, hoje à noite, no Beira-Rio, mostra bem o que foi o jogo. A Seleção venceu, mas exibiu um futebol burocrático e inconvincente. O público, como se já desconfiasse da pouca qualidade da partida, não compareceu em grande número ao estádio. Foram, apenas 22 mil pessoas presentes. Não bastasse o jogo reunir uma Seleção Brasileira desprovida de grandes craques, à exceção de Neymar, contra um adversário de pequena expressão, choveu em Porto Alegre desde o período da tarde até o final da partida. Afora isso, o jogo foi realizado no tardio horário das 22 horas, e teve transmissão direta pela TV para a própria praça. Os torcedores que, ignorando os fatores adversos, foram, ainda assim, ao estádio, mereceriam ter sido brindados com um espetáculo de melhor qualidade. Foi a décima vitória em 10 jogos desde que Dunga retornou ao cargo de técnico da Seleção, mas isso é apenas um dado estatístico, nada mais. Em sua primeira passagem pelo cargo, de 2006 a 2010, Dunga também teve números excelentes, ganhando, inclusive, todas as competições menores, mas, na Copa do Mundo, razão de ser de todo o trabalho da Seleção, em qualquer época, fracassou. A Seleção de Dunga empilha vitórias, mas não entusiasma ninguém. As vaias de hoje apenas comprovam essa realidade.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Enxugando gelo

A expressão que serve de título para esse texto é sobejamente conhecida, e refere-se à inutilidade de algumas ações humanas quando se tenta conter o inevitável. Atualmente, nos deparamos com a tentativa de "enxugar gelo" por parte das igrejas evangélicas e de seus pastores. Eles tem radicalizado no discurso homofóbico e contra os "atentados aos bons costumes" que estariam sendo cometidos pela televisão. O resultado dessas ações tem sido nulo. Mesmo com Silas Malafaia, o mais famoso desses pastores, vociferando dia e noite contra os homossexuais, a Parada Gay de São Paulo teve, em 2015, uma das suas edições mais exitosas, e muitos pais levaram filhos pequenos para assisti-la. A estreia, ontem à noite, da macrossérie "Verdades Secretas", da Rede Globo, também mostrou que as cenas tórridas de sexo não são rejeitadas pelo público. As cenas ardentes do primeiro capítulo envolvendo os personagens de Rodrigo Lombardi e Alessandra Ambrósio bateram recordes de acesso nas redes sociais. Por mais que alguns se esforcem, o Brasil não vai empreender um retorno a um moralismo caduco. Os homofóbicos e moralistas hipócritas fazem barulho, mas nada mais que isso. Como expressa o ditado, os cães ladram e a caravana passa.

domingo, 7 de junho de 2015

Campanha impecável

A Seleção Brasileira venceu o México por 2 x 0, em amistoso realizado hoje no Allianz Parque. Foi a nona vitória da Seleção em nove jogos, desde a volta de Dunga ao cargo de técnico da equipe. Uma campanha, em termos de números, impecável. A seleção carece de grandes nomes, e hoje isso se acentuou ainda mais pela ausência de Neymar, mas é uma equipe competitiva e aplicada. Muito há, ainda, a ser feito antes de que a atual Seleção seja considerada confiável, e os resultados até agora obtidos foram apenas em partidas amistosas, mas é inegável o comprometimento dos jogadores. Se até as equipes recheadas de astros precisam aplicar-se intensamente para alcançar os seus objetivos, com muito mais razão as que são escassas em talentos tem de fazê-lo. A Seleção tem pouco brilho, mas muita vontade de vencer, e isso, para quem carrega a lembrança da humilhante goleada de 7 x 1 para a Alemanha na Copa de 2014, é uma promessa de melhores dias.

Vitória tranquila

Num jogo no horário incomum das 11 horas, com o estádio quase lotado e muita emoção pela data de um ano do falecimento do ídolo Fernandão, o Inter venceu o Coritiba por 2 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória tranquila, como seria de se esperar, diante de um adversário que está afundado na zona de rebaixamento. O Inter construiu o placar ainda no primeiro tempo, e depois apenas administrou o resultado. O próximo jogo, no entanto, contra o Corinthians, no Itaquerão, terá um nível de exigência bem mais alto. Será uma boa oportunidade para se saber quais são as reais possibilidades do Inter no Brasileirão.

sábado, 6 de junho de 2015

Mau futebol

O Grêmio perdeu por 2 x 0 para o São Paulo, hoje à noite, no  Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. Porém, mais do que a derrota em si, o que preocupou no Grêmio foi o mau futebol apresentado pelo time. A atuação do Grêmio em nada lembrou às realizadas contra Goiás e São Paulo. O time foi mal coletiva e individualmente, mostrando-se desarticulado e deixando o São Paulo impor o seu jogo. Alguns desempenhos individuais foram comprometedores. Fellipe Bastos, improvisado na lateral direita, mostrou não ter a mínima condição de jogar nessa posição. Araújo, que jogou no lugar de Walace, que estava suspenso, não conseguiu mostrar o seu futebol. Yuri Mamute nada fez enquanto esteve em campo. Luan foi o jogador ineficiente de outros tantas partidas, conduzindo a bola em excesso e sofrendo sucessivos desarmes. Rhodolfo, quase sempre com atuações seguras, foi comprometedor. A produção tecnicamente ruim do time é um balde de água fria na torcida, que já começava a nutrir esperanças de melhores dias.

Confirmação

A vitória do Barcelona por 3 x 1 sobre o Juventus, hoje, no Olímpico de Berlim, pela decisão da Champions League, foi apenas a confirmação de uma expectativa. O time do Juventus, é bom, tem jogadores de grande nível como Pirlo, Pogba e Tévez, mas a qualidade do Barcelona é superior. Com um trio de goleadores formado por Messi, Neymar e Suárez, o Barcelona é um adversário muito difícil se ser batido. Aos três minutos de jogo, o Barcelona já abria o placar, justificando o seu favoritismo. O Juventus soube se recompor no jogo, impedindo o Barcelona de resolver a partida ainda no primeiro tempo. No início do segundo tempo, o Juventus até conseguiu o empate, mas, pouco depois, sofreu o segundo gol e, já nos acréscimos, o terceiro. Foi um time que se portou com dignidade, mas que não teve com fazer frente a um adversário sabidamente superior. O Barcelona conquistou a Champions League pela quinta vez em sua história, e conseguiu a tríplice coroa na temporada 2014/2015, ganhando, também, o Campeonato Espanhol e a Copa da Espanha. Como ficou comprovado hoje, não havia espaço para surpresas na Champions League. O favorito confirmou o que dele se esperava.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Moral retrógrada

O Brasil sempre foi um país conservador, ainda que muitos propagassem a ideia de que aqui a libidinagem e a licenciosidade seriam superlativas. A nefasta influência religiosa, da  Igreja Católica, anteriormente, e dos neopentecostais, hoje em dia, levam à disseminação do falso moralismo. Paralelamente ao que vem acontecendo no campo político, com alguns anencéfalos propugnando a volta da ditadura, na área dos costumes há quem ensaie andar para trás. A polêmica envolvendo a novela "Babilônia", da Rede Globo, é um exemplo disso. A novela não conseguiu emplacar na audiência, por mais modificações que seus autores façam nos rumos da história, a partir do que é extraído dos chamados "grupos de estudo". Muitos personagens foram totalmente esvaziados, pois sofreram rejeição dos tais grupos. As pessoas consultadas se opuseram a papéis como o de um jovem proxeneta, uma garota de programa e o de um viúvo que "sai do armário" e assume um romance com um jovem. Ao mesmo tempo, assassinatos a sangue frio, negociatas políticas e outras práticas repulsivas parecem não incomodar o público. O beijo lésbico entre duas senhoras, no início da novela gerou uma tal rejeição que parece ter selado a sorte de "Babilônia" de maneira irrecorrível. Ouvidos a respeito, um dos autores, Gilberto Braga, e o diretor geral, Dênis Carvalho, identificaram uma onda de "caretice" que toma conta do país, a ponto de tornar inaceitáveis pelo público situações que em décadas anteriores eram bem toleradas. Não há lógica nesse comportamento. Assim como não é possível aceitar a volta do autoritarismo, também a imposição de uma moral retrógrada tem de ser amplamente rechaçada. O Brasil não pode se deixar dominar pelos defensores do retrocesso. Os grandes avanços obtidos nos últimos anos no campo do comportamento e do combate aos preconceitos não podem se perder. Os autores da novela, ao reescreverem vários capítulos e modificarem o perfil de alguns personagens, descaracterizaram sua obra e cederam à pressão de grupos conservadores. Não deveriam tê-lo feito. Os conservadores são muito barulhentos, mas não são tão poderosos quanto querem fazer crer. O correto é enfrentá-los de peito aberto, mostrando que a sociedade não vai voltar atrás em suas conquistas para atender aos seus caprichos.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Sorte

Numa comprovação da fase extremamente favorável que está vivendo, o Inter, mesmo sem jogar uma boa partida,.empatou em 1 x 1 com o Palmeiras, hoje à noite, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, a sorte foi o fator preponderante para que o Inter não saísse de campo derrotado. Depois de um primeiro tempo morno, que terminou em 0 x 0, o Palmeiras voltou mais disposto no segundo e, mesmo com suas limitações técnicas, conseguiu abrir o placar. Porém, quando os indícios eram de que o Palmeiras iria garantir a vitória, o Inter empatou com um gol bizarro de Rafael Moura, em que a bola bateu nas suas costas, depois de uma defesa mal calculada do goleiro Fernando Prass. Rafael Moura já havia tido participação decisiva contra o Independente Santa Fé, no Beira-Rio, quando, ao pressionar um zagueiro após a cobrança de um escanteio, levou-o a fazer um gol contra que classificou o Inter para as semifinais da Libertadores. O Inter está atrasado na tabela do Brasileirão, mas a sorte impediu que fosse derrotado num jogo em que seu técnico optou por uma escalação equivocada. A fase do Inter, no entanto, é tão boa, que tudo acaba bem, ainda que tivesse todas as chances de dar errado.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Vitória empolgante

Foi, sem dúvida, muito melhor do que o mais otimista dos torcedores poderia esperar. O Grêmio venceu o Corinthians por 3 x 1, hoje à noite, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória empolgante. Com apenas quatro minutos de jogo, o Grêmio já ganhava por 2 x 0. Depois de ceder terreno ao Corinthians e permitir que ele diminuísse o placar aos 22 minutos, o Grêmio retomou o controle do jogo, e fez seu terceiro gol aos 38. No segundo tempo, embora o Corinthians tivesse mais posse de bola, o Grêmio soube administrar o resultado com competência. Foi uma belíssima atuação coletiva do Grêmio, mas, também, com vários destaques individuais. Walace, Giuliano e Marcelo Oliveira foram os melhores. Geromel e Rhodolfo, mais uma vez, tiveram boa atuação. Galhardo, novamente, foi uma surpresa positiva. Porém, o que mais chamou a atenção foi o desempenho coletivo do Grêmio. Em apenas dois jogos, o novo técnico do Grêmio, Róger Machado já deu uma outra cara ao time que, mesmo sem ainda contar com reforços, mostra um rendimento muito superior ao que tinha nos tempos de Felipão. O início do trabalho de Róger Machado é muito promissor, e dá um novo ânimo ao sofrido torcedor do Grêmio.

terça-feira, 2 de junho de 2015

A decisão de Blatter

Apenas quatro dias depois de ser reeleito presidente da Fifa para o quinto mandato consecutivo, Joseph Blatter surpreendeu o mundo, hoje, ao anunciar que estava colocando o seu cargo à disposição e convocando novas eleições. Um novo presidente da Fifa deverá ser eleito entre dezembro de 2015 e março de 2016. Blatter disse que, até que o novo presidente seja eleito, irá continuar a exercer o cargo, mas, na prática, sua decisão representa uma renúncia. Muitas especulações surgiram sobre qual teria sido o motivo de Blatter tomar uma atitude tão drástica menos de uma semana depois de ter sido reeleito. O medo de ser alcançado pelos tentáculos da operação contra a corrupção na Fifa que está sendo feita pelo FBI é uma hipótese. Na sua exposição, Blatter declarou que candidatou-se a mais um mandato de presidente da Fifa por entender que era o melhor para o futebol, mas que sentiu que não tem mais a confiança de torcedores, jogadores e clubes para levar adiante o seu trabalho. Seja como for, a saída de Blatter foi muito bem recebida no meio futebolístico. Na Europa, particularmente, a notícia foi recebida de forma quase eufórica. Há, até, quem já pense em se candidatar ao cargo, como é o caso do ex-jogador brasileiro Zico. A estrutura da Fifa, da maneira como se apresenta atualmente, não vai mudar da noite para o dia, mas o fim da era Blatter, sem dúvida, é um bom ponto de partida para a construção de novos e melhores tempos para o futebol mundial.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Arte reprimida

O futebol, o mais apaixonante dentre todos os esportes, tem sofrido duros golpes por força de medidas que visam domar a sua natural passionalidade e torná-lo um espetáculo bem comportado e aburguesado. Os estádios, em nome do "conforto", eliminaram os lugares mais populares. Agora, são construídos com menor capacidade e com cadeiras em todas as localidades, o que encarece o ingresso e inviabiliza a presença de pessoas de menor poder aquisitivo. Também o futebol dentro de campo vem sendo descaracterizado. O futebol arte, que sempre encantou multidões, hoje é visto como algo que ofende os adversários. O lance da "carretilha" de Neymar, no último sábado, na decisão da Copa da Espanha entre Atlhetic Bilbao e Barcelona, no Nou Camp, é um exemplo dessa inversão de valores. Os jogadores e a torcida do Atlhetic Bilbao sentiram-se ofendidos com o lance, o que gerou uma forte reação e um princípio de confusão. Destaque-se que a torcida do clube basco era maioria no estádio, já que o Atlhetic Bilbao exercia a condição de mandante, ainda que a partida tenha sido realizada no campo do Barcelona. O mais incrível é que o próprio técnico e alguns jogadores do Barcelona condenaram a jogada de Neymar. Até mesmo jornalistas brasileiros, que teriam todos os motivos para cultuar o futebol arte, fizeram críticas a Neymar, tachando o lance de provocativo e desnecessário. Houve quem se fixasse no fato de que o jogo já estava no fim e definido em favor do Barcelona, o que faria da carretilha de Neymar uma tentativa de humilhar o Atlhetic Bilbao. Em geral, os jornalistas brasileiros que se aliaram aos censores de Neymar tem pouca idade, e não testemunharam a era de ouro do futebol brasileiro, em que tais jogadas eram abundantes a cada partida. A arte no futebol, antes reverenciada, está sendo reprimida, em nome de uma boçalidade politicamente correta.