terça-feira, 20 de novembro de 2012

A saída de Fernandão

O que era especulado acabou se confirmando, hoje, e Fernandão não é mais o técnico do Inter. Ainda ontem, o presidente do clube, Giovanni Luigi, garantia a continuidade de Fernandão, mas as pressões em contrário eram muito fortes, e o técnico foi demitido. Fernandão concedeu uma longa entrevista de despedida do cargo, na qual, em determinado momento, chorou, quase não conseguindo prosseguir. O choro de Fernandão foi motivado pela lembrança de que, num momento em que não tinha zagueiros para escalar, o volante Ygor se prontificou a jogar improvisado na função, o que foi recusado por outro jogador. Esse jogador, cujo nome não foi revelado por Fernandão, seria o argentino Bolatti. Some-se a isso a informação de que a demissão de Fernandão teve como um dos motivos o temor de que os jogadores boicotassem o técnico no Gre-Nal da última rodada do Campeonato Brasileiro e se pode ter uma ideia do quadro aterrador que vive o vestiário do Inter. Na verdade, a contratação de Fernandão havia sido um evidente equívoco. Fernandão não tinha experiência anterior na função e pegou o "bonde andando", após a demissão de Dorival Júnior, o que exigiria alguém mais experiente. Mais uma vez, Osmar Loss foi convocado para ser o técnico interino, que treinará o Inter nos dois jogos que lhe restam no Brasileirão. Resta a curiosidade de saber como o time irá se comportar em campo. Se o rendimento aumentar consideravelmente, a ideia de que os jogadores não vinham se empenhando ganhará ainda mais força. Seja como for, o vestiário do Inter, há muito tempo, clama por uma varredura. O que, no entanto, não deverá acontecer. Giovanni Luigi, com seu estilo leniente, por certo não irá realizá-la. Por sinal, é Luigi o maior responsável por tudo que vem acontecendo ao Inter. Não fora ter ganho dois campeonatos gaúchos, sua administração nada teria a mostrar. Ainda assim, é muito pouco em comparação com seus antecessores Fernando Carvalho e Vitório Píffero. Isso não impediu que Luigi fosse reeleito pelo Conselho Deliberativo do Inter para mais dois anos de mandato, sem que os associados pudessem votar. Uma decisão difícil de entender fora dos conchavos políticos do clube.