domingo, 22 de outubro de 2017

Tempos distintos

A escalação de um time com nove reservas para enfrentar um adversário completo e em ascensão na tabela prenunciava a grande probabilidade de um revés, mas a derrota do Grêmio por 3 x 1 diante do Palmeiras, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, teve tempos distintos. No primeiro tempo, o Grêmio fez um enfrentamento equilibrado com o Palmeiras, e até poderia ter obtido uma vitória parcial, não fossem os erros de conclusão de Arroyo e Everton em duas jogadas dentro da área. No segundo, depois de voltar do intervalo com duas improvisações, em razão da saída de Bruno Rodrigo sem que houvesse um zagueiro no banco para o substituir, o Grêmio afundou. Marcelo Oliveira, que estava muito mal na lateral esquerda, tornou-se desastroso como zagueiro. O primeiro gol do Palmeiras só aconteceu porque a bola bateu nele e enganou o goleiro Paulo Victor. Antes dos dez minutos, o Grêmio já perdia por 2 x 0, com Paulo Victor "batendo roupa" e toda a defesa atrasada no lance sem conseguir impedir o chute no rebote. O Grêmio ainda sofreu mais um gol, e depois descontou. Não é verdade que os reservas tenham se mostrado descompromissados, como sustentam alguns. Não é aceitável que quando o Grêmio perca jogos o argumento para justificar o fato seja a falta de empenho ou de foco. A derrota do Grêmio,  da forma como se deu explica-se pela imperdoável imprevidência de ir para um jogo sem zagueiros no banco, e pelas escolhas equivocadas do técnico Renato nas substituições. Para solucionar a saída de Bruno Rodrigo, Renato mexeu em duas posições. Deslocou o volante Kaio para a lateral esquerda, colocando Jailson para ocupar o seu lugar. Marcelo Oliveira, então, saiu da lateral esquerda para a zaga. Muito mais simples teria sido manter Kaio na sua posição, trocar Marcelo Oliveira, que estava muito mal, por Conrado, que é lateral esquerdo, e improvisar Jailson na zaga. Renato argumentou que optou por Marcelo Oliveira na zaga porque ele já jogou por ali, e que quis preservar Conrado por ainda ser muito jovem. Desculpas inconvincentes. Conrado já jogou outras partidas pelo time de cima, inclusive fora de casa. Porque iria sentir a responsabilidade? Marcelo Oliveira, por sua vez, é um jogador tecnicamente comprometedor, e hoje não foi diferente. O Grêmio, agora, joga todas as suas fichas na Libertadores, e corre o risco de não ganhar a competição e ainda ficar fora da classificação direta para a edição do ano que vem pela via do Brasileirão, pois já caiu do segundo para o quarto lugar. Os próximos dias serão de tudo ou nada para o Grêmio, e não precisava ser assim, desde que o clube administrasse melhor a sua participação nas diversas competições ao longo do ano.