sexta-feira, 22 de março de 2013

Preferência

O assunto tem sido recorrente nesse espaço, mas é inevitável. Duas pesquisas, divulgadas num intervalo de poucos dias, demonstram que a presidente Dilma Rousseff ostenta uma condição das mais tranquilas, tanto no momento presente quanto nas projeções para o futuro. No presente, Dilma apresenta um índice de popularidade de 63%, jamais alcançado por um presidente brasileiro aos dois anos de mandato. Como projeção futura, uma pesquisa de intenções de voto para a eleição presidencial de 2014, aponta Dilma com 58%, contra 16% de Marina Silva, e 10% de Aécio Neves. Chama a atenção que Marina Silva esteja em segundo lugar. Marina é ex-integrante do PT, mesmo partido de Dilma, seu ideário é, nitidamente, de esquerda, e tem um forte apelo na questão ambiental. Na última eleição presidencial, concorrendo pelo PV, Marina teve expressiva votação. As intenções de voto em Dilma e de Marina, somadas, perfazem 74% da preferência do eleitorado. A opção do eleitor não pode ser mais evidente. Duas mulheres, ambas de esquerda. Uma, Dilma, é uma ex-guerrilheira que combateu a ditadura militar. Outra, Marina, uma nortista, lutadora da causa ambiental, que só foi se alfabetizar na idade adulta e elegeu-se senadora. Duas mulheres fortes, de biografia admirável, e de uma coerência ideológica mantida ao longo de suas trajetórias. O candidato de oposição frontal ao governo, Aécio Neves, aparece, apenas, em terceiro lugar. Aécio é uma figura sobejamente conhecida, tem uma extensa carreira política, e, ainda assim, seu índice é minguado. O novo "queridinho" dos antigovernistas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também é citado na pesquisa, com, somente, 6% das intenções de voto. Claro, falta muito tempo para a eleição. Eduardo Campos, se vier mesmo a concorrer, poderá crescer nas intenções de voto, à medida que venha a se tornar mais conhecido nacionalmente. Aécio também deverá ampliar seu índice. Porém, a postura do eleitorado é cristalina. Ele quer um governo de esquerda, comprometido com os cidadãos. Receitas de governos que privilegiam o alto da pirâmide social e trocam patrimônio público por moedas podres já  foram testadas e não agradaram. Aos que desejam uma mudança radical no governo federal, convém se munir de muita paciência. Nada indica que essa alteração vá ocorrer tão cedo.