terça-feira, 31 de março de 2015

Privatizações

Mais cedo ou mais tarde, era inevitável que chegasse a notícia de que o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) iria realizar privatizações. Só os tolos que embarcaram na campanha midiática antipetista e votaram em Sartori na esperança de "dias melhores" podem ter sido surpreendidos. Os que conhecem a biografia de Sartori e da escumalha que o cerca sabiam que esse era o propósito maior do seu governo. Sartori, o mais despreparado e incompetente governador da história do Rio Grande do Sul, tratou de, desde a campanha, pintar um cenário catastrofista das finanças do Estado. Uma cantilena da direita que todos conhecem, e que é seguida pelo anúncio de que espaços e orgãos públicos serão privatizados. Por sinal, quem divulgou a decisão nesse sentido foi o vice-governador José Paulo Cairoli (PSD), sem dúvida a figura mais indicada para isso. Cairoli é um empresário, típico representante da direita, que abomina direitos trabalhistas, por exemplo. O primeiro orgão que deverá ser privatizado será o Zoológico de Sapucaia do Sul. Para os defensores do mercado e do Estado mínimo, torrar patrimônio público é sempre a melhor solução para enfrentar a "crise financeira". Esse é o governo que a maioria do eleitorado, iludida e manipulada pela imprensa conservadora, escolheu. Um governo que diz que irá atrasar salários do funcionalismo e que pretende se desfazer de patrimônio público, entregando-o para a iniciativa privada. Esse filme já foi visto antes, em outros governos, como os de Antônio Brito e Yeda Crusius. O incrível é que os eleitores continuem a cair na mesma armadilha, e escolham, como solução para administrar o Estado, aqueles que sempre foram, e continuam sendo, os seus algozes.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Vaias para o retrocesso

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sentiu, nos últimos dias, como é a vida fora da "ilha da fantasia" de Brasília. Acostumado aos rapapés e salamaleques recebidos por quem exerce o seu cargo, e reverenciado com recente matéria de capa pela revista "Veja" por seu furor antigovernista, Cunha teve de enfrentar uma recepção com fortes vaias e cartazes contra si ao pronunciar-se nas Assembleias Legislativas de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Engana-se quem pensa que isso foi uma manifestação restrita de grupos "radicais" e de defensores intransigentes do governo. A população brasileira não é uma massa de descerebrados manipuláveis como desejam alguns. As "multidões" que saíram às ruas no dia 15 de março, em algumas cidades, protestando contra o governo e pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, na verdade, representam, quantitativamente, uma fatia pouco expressiva da população do país. São integrantes de grupos mais ruidosos que numerosos. As pessoas com um mínimo de discernimento sabem que Cunha é a expressão do que há de pior na cena política brasileira. Homofóbico e defensor dos restritos códigos morais dos evangélicos, Cunha é, afora isso, a favor da manutenção do financiamento privado de campanhas, principal fator de disseminação da corrupção no país. Tanto em São Paulo quanto no Rio Grande do Sul, Cunha foi recepcionado, também, com a demonstração de beijos gays. A sociedade, com atitudes como essa, dá o claro recado de que não aceita caminhar para trás, que o obscurantismo não irá se impor como já fez anteriormente, pois os tempos, agora, são outros. São vaias contra o retrocesso, carregadas de civismo.

domingo, 29 de março de 2015

Dever cumprido

A dupla Gre-Nal cumpriu com o seu dever, hoje, no Campeonato Gaúcho. Grêmio e Inter eram francos favoritos contra os seus adversários, e confirmaram. O Inter jogou primeiro, contra o União Frederiquense, em Frederico Westphalen. A vitória foi por um magro 1 x 0, diante de um adversário fraquíssimo, que, com o resultado, foi rebaixado para a Segunda Divisão. Mais uma vez, o Inter, que jogou com vários reservas, não fez uma boa partida. Ainda assim, poderia ter obtido um placar maior, não fosse a grande atuação do do União Frederiquense, Lúcio, que até um pênalti, cobrado por Alex, defendeu. Porém, no essencial, nada mudou, isto é, o Inter continua alcançando bons resultados, mas sem conseguir jogar bem. Mais tarde, o Grêmio venceu o São Paulo, de Rio Grande, na Arena, por 2 x 0. O time mostrou, novamente, suas deficiências ofensivas. Num jogo em que o adversário só chutou uma bola no gol em todo a partida, numa cobrança de falta, o Grêmio não soube traduzir no placar a sua imensa superioridade. Os gols só saíram aos 23 e 25 minutos do segundo tempo, ambos marcados por Luan. Braian Rodriguez, mais uma vez, teve uma atuação modestíssima, o que fez com que o técnico do Grêmio, Felipão, após o intervalo, o substituísse por Éverton, com ganhos visíveis para o time. Lamentavelmente, o Grêmio não acertou na contratação de Braian Rodriguez, e não há mais possibilidade de inscrever novos jogadores para o Gauchão. Com sorte, talvez o Grêmio possa ser campeão gaúcho, mesmo sem um bom centroavante. Para a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, no entanto, é fundamental contratar um jogador qualificado para a posição, ou o Grêmio não poderá alimentar esperanças de ter êxito em nenhuma das duas competições.

Sequência vitoriosa

A Seleção Brasileira ganhou, hoje, o seu oitavo jogo em oito partidas sob o comando do técnico Dunga, ao vencer o Chile por 1 x 0, no Emirates Stadium, em Londres. Sem dúvida, é uma sequência vitoriosa respeitável. Não foi um bom jogo, pelo contrário, e talvez o 0 x 0 fosse o resultado mais justo, mas a sorte anda ao lado do técnico brasileiro, e a vitória foi alcançada. O autor do gol, Roberto Firmino, que joga no Hoffenheim, da Alemanha, é uma descoberta de Dunga, e mais uma vez jogou bem, o que é outro dado positivo em favor do técnico. A Seleção Brasileira fará mais dois amistosos em junho, antes da Copa América. Ambos serão no Brasil. Por enquanto, depois do abalo com o fiasco na Copa do Mundo, reina a mais absoluta tranquilidade na Seleção.

sábado, 28 de março de 2015

Descaramento

Em termos de descaramento e má-fé, a revista "Veja" é imbatível. A publicação pratica um jornalismo panfletário, que distorce a verdade conforme as suas conveniências, e o faz sem o menor pudor. Em sua mais recente edição, "Veja" sustenta que a manutenção do Brasil, por parte da agência de classificação de crédito americana Standard & Poor's, como país confiável para os investidores, se deveu à indicação de Joaquim Levy para o cargo de ministro da Fazenda, e aos primeiros efeitos dos duros ajustes por ele implantados na economia. Essa afirmação é muito semelhante a que a mesma revista fazia quando o Brasil viveu uma fase de esplendor econômico durante o governo Lula. Para "Veja", isso não era mérito do governo petista, mas, sim, um efeito da manutenção dos postulados econômicos da administração FHC. Convenhamos, isso é tão aceitável como se admitir a existência do Papai Noel e do Coelhinho da Páscoa. A revista se nega, peremptoriamente, a reconhecer qualquer mérito em governos do PT. Os acertos, quando inegáveis, são atribuídos a outros. Os erros são maximizados e transformados em "os maiores escândalos da história do país", como são rotulados os casos "mensalão" e "petrolão", sem que se saiba qual é o método aferidor que se pode usar para se chegar a essa definição. Sim, pois, num país, historicamente, marcado pela corrupção e eivado de escândalos, como se pode estabelecer qual deles é o maior? A manutenção da avaliação de crédito do Brasil é uma vitória do governo Dilma, para decepção dos que apostavam no seu rebaixamento, como é o caso da própria "Veja". Mais uma vez, "Veja" apostou no pior, e, novamente, perdeu. Não adianta tentar imputar a figuras isoladas, por quem a publicação nutre admiração, um mérito que é do governo brasileiro.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Escolhas heterogêneas

As escolhas dos novos ministros da presidente Dilma Rousseff mostram de forma exemplar os problemas originados pela busca da governabilidade. Como os governantes não dispõem de maioria parlamentar quando se elegem, se obrigam a fazer alianças para poderem viabilizar sua administração, o que tem um lado bom e outro ruim. O lado bom é que, ao não conceder uma maioria de cadeiras para os parlamentares do mesmo partido do governante, o eleitor evita uma concentração de poder que é potencialmente danosa à democracia. O lado ruim é que isso força a composição de alianças entre partidos com pouca afinidade, e no loteamento de cargos nos vários escalões. Essa situação ficou demonstrada, claramente, no anúncio dos novos ministros. A indicação do filósofo Renato Janine Ribeiro para ministro da Educação é digna de elogios. Janine é um intelectual de alto nível, e uma figura de expressão no meio acadêmico. Representa uma escolha essencialmente técnica, como talvez devessem ser todas as indicações ministeriais. O mesmo não se pode dizer de Henrique Eduardo Alves, provável futuro ministro do Turismo. Sem nenhuma afinidade com a área, Alves, que é ex-presidente da Câmara dos Deputados, onde cumpriu mandatos por 42 anos consecutivos, foi derrotado na eleição para governador do Rio Grande do Norte, em 2014. Com isso, ficou sem mandato. Sua escolha é apenas uma maneira de mantê-lo no cenário político, atendendo, provavelmente, a um pedido de seu partido, o PMDB, que é o fiel da balança em termos de governabilidade. Por outro lado, a nomeação de Edinho Silva para Secretário de Comunicação da Presidência é um afago nas alas mais rebeldes do PT, inconformadas com algumas concessões do governo federal às forças conservadoras. O resultado de tudo isso é um ministério inchado, com 39 pastas, e marcado por escolhas heterogêneas, reunindo nomes tipicamente de esquerda, como Miguel Rosseto e Pepe Vargas, políticos meramente fisiológicos, como Henrique Eduardo Alves, e neoliberais como Joaquim Levy e Kátia Abreu. Na tentativa de agradar a gregos e troianos, ou seja, de contemplar todas as forças de sustentação do seu governo, a presidente Dilma corre o risco de, ao contrário, não contentar ninguém. Um governo de coalizão nada tem de condenável, desde que as forças associadas não sejam tão díspares. Ao formar um ministério misturando nomes brilhantes com figuras medíocres, políticos carreiristas e defensores de ideologias contrárias às que norteiam o governo, a presidente cria um quadro de difícil harmonização, o que torna mais árdua a já desafiante tarefa de administrar o país.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Vitória afirmativa

A Seleção Brasileira venceu a França, hoje, no Stade de France, por 3 x 1, de virada. Essa é a sétima vitória em sete jogos do técnico Dunga em seu retorno ao cargo na Seleção, e foi afirmativa. A França é um adversário que, tradicionalmente, impõe revezes à Seleção Brasileira, e jogava em casa. Ao sair na frente no placar, fez os brasileiros sentirem o temor de uma nova derrota. Porém, a Seleção, com bom desempenho coletivo, virou o jogo, e venceu de forma merecida. Dunga, dessa forma, repete sua primeira passagem como técnico da Seleção, quando obteve muitas vitórias sobre adversários de expressão, durante a fase de preparação para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Também ganhou, naquela oportunidade, competições como a Copa América e a Copa das Confederações. Na Copa do Mundo, no entanto, não teve êxito. Resta esperar que, caso seja o técnico da Seleção na Copa de 2018, na Rússia, Dunga consiga escrever sua história de modo diferente. Afinal, vencer jogos e competições preparatórias é muito bom, mas o objetivo principal da Seleção será, sempre, o de ganhar a Copa do Mundo.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Diferenças

Na noite de hoje, Grêmio e Inter, mais uma vez, venceram seus jogos pelo Campeonato Gaúcho. Até o placar, 1 x 0, foi idêntico. Porém, as semelhanças param por aí, e surgem as diferenças. O Inter jogou primeiro, no Beira-Rio, contra um clube que está na zona de rebaixamento, o Avenida. A expectativa era de que o Inter goleasse. À medida que o jogo se desenrolava, no entanto, o gol não vinha. A atuação do time, novamente, não convenceu. Um único gol, aos 41 minutos do primeiro tempo, foi o suficiente para o Inter alcançar a vitória, mas um resultado tão magro diante de um adversário modestíssimo só fez aumentar a desconfiança dos torcedores em relação ao trabalho do técnico Diego Aguirre, que, assim, segue na corda bamba. O Grêmio, por sua vez, teve um jogo bem mais difícil, contra o Novo Hamburgo, no Estádio do Vale. Ao contrario, do Avenida, o Novo Hamburgo ainda luta pela classificação para as quartas de final do Gauchão, e possui jogadores rodados, que já estiveram em grandes clubes. Embora tenha sido pelo placar mínimo, a vitória do Grêmio foi inequívoca. O time, a exemplo da partida anterior, contra o Lajeadense, mostrou excelente desempenho coletivo, o que compensou, até mesmo, a baixa produção individual de alguns jogadores. Ao que parece, o Grêmio "encaixou", isto é, adquiriu consistência como time, já tem um padrão de jogo. São cinco vitórias seguidas do Grêmio na competição, e quatro do Inter. Apenas um ponto separa o Grêmio, que é líder, do Inter, que é o segundo colocado. No entanto, o Inter tem um jogo a menos, e poderá ultrapassar o seu maior rival. Em termos de perspectivas para o futuro, no entanto, as do Grêmio, no momento, parecem mais animadoras.

terça-feira, 24 de março de 2015

500 dias para a Olimpíada

Na data de hoje, faltam 500 dias para o início da Olimpíada de 2016, que terá por sede o Rio de Janeiro. Sem dúvida, é uma enorme honra para o Brasil sediar uma competição dessa magnitude. Em apenas dois anos, o país terá recebido os dois maiores acontecimentos esportivos globais, a Copa do Mundo e a Olimpíada. No caso dos Jogos Olímpicos, a distinção é ainda maior por se tratar da primeira vez que a competição será realizada no Hemisfério Sul. Tomara que, à medida que o início da disputa se aproxime, os meios de comunicação não sejam tomados pelo negativismo que marcou a cobertura pré-Copa do Mundo de 2014. As redes sociais insistiam numa absurda campanha de "não vai ter Copa", o que não impediu que a competição, dentro e fora dos estádios, fosse um êxito absoluto. O mesmo, certamente, ocorrerá com a Olimpíada. Não é hora de privilegiar críticas aos gastos com a realização dos Jogos, ou quanto à organização dos mesmos. No final, tudo sairá a contento, e o Brasil terá a marca inesquecível de ter abrigado uma Olimpíada em seu território. Sabe-se, de antemão, que o Brasil não será um dos primeiros colocados no quadro de medalhas, pois não é uma potência olímpica. Porém, receber, em solo brasileiro, os maiores atletas do mundo, das mais diversas modalidades esportivas, é motivo de júbilo. Serão 16 dias que o Brasil nunca mais esquecerá.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Os interesses por trás do incentivo ao golpe

Cada vez fica mais claro que a "indignação" contra o governo federal, com pessoas indo às ruas pedir o impeachment da presidente Dilma e, até mesmo, a volta dos militares ao poder, é, apenas, a reação de setores da sociedade, em conjunto com a grande imprensa, às medidas que ferem os seus privilégios. A tentativa de desestabilização de um governo legitimamente eleito, e os interesses por trás do incentivo ao golpe, não tem nada de patrióticos. Basta ler a revista "Veja", bastião da extrema direita brasileira, para se perceber isso. Em sua mais recente edição, a revista traz uma matéria de capa em que exalta o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha, como se sabe, é uma das figuras mais execráveis da política brasileira. Porém, por ter entrado em rota de colisão com o governo, tornou-se um "herói" para "Veja". A própria revista, em seu texto laudatório, reconhece que, dada alguma demanda complexa de setores empresariais, o nome de Eduardo Cunha é o primeiro a ser lembrado como "interlocutor" na Câmara. Ainda segundo a publicação, Cunha cobra caro dos empresários por sua dedicação aos temas de interesse deles, e pede doações para as campanhas políticas dos deputados que gravitam ao seu redor. Para uma revista que se arvora em adotar a postura de guardiã da ética diante da corrupção do governo, tecer elogios rasgados a alguém como Cunha, escancara a hipocrisia e a desfaçatez de sua linha editorial. Na mesma edição, as páginas amarelas apresentam uma entrevista com o engenheiro e empresário, Rogerio Chequer, líder do "Vem pra Rua", um dos grupos que organizaram os protestos anti-governo do dia 15 de março. Há, também, artigos dos notórios Gustavo Iochpe e J.R. Guzzo exaltando as passeatas do dia 15. Para Iochpe, aquele mesmo que quer melhorar a educação sem aumentar os salários indecentes dos professores, o movimento não foi de ódio, mas "de plenitude, de realização". Guzzo, o paladino da moralidade que tem conta na Suiça, destaca que ficou claro no dia 15 de março que o Brasil é um país onde se vive com liberdade. Alguém tinha dúvida quanto a isso?  Ainda na mesma edição da revista, o colunista Maílson da Nóbrega, o mesmo que, como ministro da Fazenda no governo de José Sarney, foi o responsável pela maior inflação da história do Brasil, faz uma defesa inflamada da terceirização da mão-de-obra, critica os sindicalistas que querem proibi-la e os juízes que buscam limitá-la. Diante de tudo que foi exposto até aqui, penso ter ficado claro o porquê de tanto empenho de certos setores em derrubar o governo Dilma.

domingo, 22 de março de 2015

Vitórias

Grêmio e Inter obtiveram vitórias, hoje, pelo Campeonato Gaúcho, e já ocupam as duas primeiras posições, como de hábito. O Grêmio é o líder, e o Inter está em segundo lugar, mas com um jogo a menos. O primeiro a jogar foi o Inter, que venceu o Veranópolis, por 1 x 0, no Antônio David Farina. O jogo não foi bom, especialmente no primeiro tempo, e parecia se encaminhar para o 0 x 0, quando Taiberson, segundos após entrar em campo, fez o gol da vitória. Taiberson, por sinal, tem entrado e feito gols. Ele começou a destacar-se ainda em 2014, quando recebeu chances do então técnico Abel Braga, e pode se tornar uma importante alternativa daqui por diante. Foi mais uma vitória do Inter com seu time reserva que, até aqui, tem dado conta do recado. Mais tarde, o Grêmio ganhou do Lajeadense, na Arena, por 2 x 0. Foi a quarta vitória consecutiva do Grêmio, que mostra evolução a cada jogo. A atuação do time, no aspecto coletivo, foi muito boa, e algumas individualidades se destacaram, como Giuliano, o melhor jogador em campo e autor dos gols da partida, Tiago, que teve uma atuação segura substituindo Marcelo Grohe, que está na Seleção Brasileira, Matias Rodriguez, que mostra grande regularidade, e Maicon, cuja contribuição, tecnicamente, é bem maior do que a que dava Fellipe Bastos. A tendência é que Grêmio e Inter terminem a fase de classificação nos dois primeiros lugares, onde já se encontram. A dúvida é saber quem será o primeiro colocado. As chances do Inter são maiores, pois tem um jogo a mais que o Grêmio por realizar.

sábado, 21 de março de 2015

Criatividade

Vivemos numa época em que o estímulo à "inovação" e à "criatividade" se tornaram uma pauta obrigatória para pessoas e empresas. O impressionante avanço da tecnologia faz com que a sensação de obsolescência seja uma constante, é preciso "modernizar-se" ou se ficará para trás. No entanto, tanta busca pelo novo pode redundar numa grande vacuidade, na falta de propósito. Essa impressão me surge, por exemplo, quando leio uma matéria como a publicada na edição de domingo do jornal "Zero Hora" (que já circula no sábado), intitulada "Tudo ao mesmo tempo agora". A reportagem em questão trata do festival South by Southwest, uma maratona de seis mil eventos, distribuídos em 10 dias, na cidade de Austin, no estado do Texas (EUA). Em função do festival, a cidade recebe, nesse período, cerca de 300 mil visitantes. Os eventos são os mais diversos, e podem incluir palestras, a estreia de um filme, shows de grupos musicais, documentários, painéis. Tudo isso sem um fio condutor, pois a marca do festival parece ser a diversidade. Porém, por mais que me esforce, só consigo ver em tais acontecimentos muita imprecisão. Os promotores e participantes desse tipo de evento falam, repetidamente, em criatividade. Essa palavra parece exercer um efeito mágico sobre muitas pessoas, hoje em dia. Porém, para se criar algo é necessário, antes, ter um objetivo. O "tudo ao mesmo tempo agora" que caracteriza o festival é mais uma demonstração da constante dispersão que se verifica no comportamento das pessoas nessa época de evolução tecnológica acelerada. Paira no ar a ideia de que se pode tudo, de que estamos num estágio da humanidade em que o céu é o limite. Daí para se falar em ideias revolucionárias e na já referida criatividade, é um pulo. O festival é descrito, no texto, como o "maior evento de criatividade do mundo". Para mim, essa é uma definição extremamente vaga. Parece uma busca por algo que não se sabe exatamente o que é. Sobra vontade, falta foco.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Obscurantismo

Uma das ameaças permanentes que paira sobre o Brasil é o obscurantismo de alguns setores da sociedade. Há poucos dias, nos protestos contra o governo federal, realizados em algumas cidades do país, muitas pessoas pediam a volta dos militares ao poder, numa demonstração explícita de ignorância. Agora, as igrejas evangélicas, conhecidas pelo seu medievalismo em questões comportamentais, deflagraram uma campanha contra a novela "Babilônia", da Rede Globo, que estreou nessa semana. Tudo porque, a novela, em seu primeiro capítulo, apresentou um beijo lésbico entre as personagens Teresa e Estela, vividas, respectivamente, por Fernanda Montenegro e Natália Timberg. Os evangélicos querem que o público boicote a novela, e que a mesma, até, seja tirada do ar. Evidentemente, é muito barulho por nada. O boicote não será levado a efeito, e "Babilônia" permanecerá no ar. O que chama a atenção, no entanto, é que, mesmo uma parte do público em geral revelou mais incômodo com o beijo entre as duas mulheres do que com outras situações expostas na novela, como traições e chantagem. O preconceito contra a homossexualidade ainda é muito grande no país. As personagens em questão são duas senhoras que vivem uma relação sólida há 35 anos, marcada pelo companheirismo e lealdade. São honestas e íntegras, e cercadas de pessoas de caráter falho. Ainda assim, o público se inquieta com a relação de amor entre as duas, e se mostra indiferente aos deslizes éticos dos demais. Como se vê, a luta contra a homofobia, no Brasil, embora os avanços que já foram alcançados, ainda será muito longa e penosa.

quinta-feira, 19 de março de 2015

A Copa no Catar

A Fifa decidiu que a Copa do Mundo de 2022, no Catar, será realizada nos meses de novembro e dezembro, quando as temperaturas são mais amenas naquele país. A decisão quebra uma tradição, pois, desde a primeira Copa, em 1930, no Uruguai, a competição sempre foi realizada no meio do ano. Essa insólita decisão deverá acarretar inúmeros transtornos aos calendários das federações nacionais e ao planejamento dos clubes. O que a Fifa deveria ter feito, aproveitando o fato de que ainda faltam sete anos para a realização da Copa, era ter voltado atrás na designação do Catar como sede, possibilitando uma nova escolha, mais racional e consentânea com a história do futebol. O Catar é um país riquíssimo, mas com população pequena, e sem relevância no contexto do futebol. Sua escolha como sede de uma Copa do Mundo é algo esdrúxulo, voltado tão somente para os interesses financeiros que se tornaram preponderantes no mais popular dos esportes. A animação e descontração fora dos estádios, o chamado "clima de Copa", tão exemplarmente verificado na Copa de 2014, no Brasil, dificilmente ocorrerá no Catar, um país de clima árido e de costumes muito diversos em relação ao mundo ocidental. A Copa de 2022, por sua sede e, agora, por seu período de realização, já surge, desde já, como a mais exótica dentre todas. Resta desejar que não venha a ser, também, a mais fracassada edição de uma Copa do Mundo.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Objetivo alcançado

O Inter espalhou aos quatro ventos que um empate contra o Emelec, em Manta, pela Libertadores, já seria satisfatório. O objetivo, então, foi alcançado, pois o jogo terminou com o resultado de 1 x 1. As coincidências da campanha do Inter na Libertadores de 2015 com a de 2010 são muito grandes. Naquela ocasião, como agora, o Inter era treinado por um técnico uruguaio, Jorge Fossati. O time não jogava nenhuma partida bem, o trabalho do técnico não inspirava confiança, mas o clube ia avançando na competição. Fossati foi demitido depois de classificar o Inter para as semifinais. O atual técnico do Inter, Diego Aguirre, uruguaio como Fossati, também sofre muitas contestações, o time não consegue jogar bem, mas vai obtendo os resultados de que precisa. Resta saber se Diego Aguirre irã até o fim da competição, ou, igualmente, cairá antes. No jogo de hoje, mais uma vez, a arbitragem foi preponderante, influindo diretamente no resultado. O Emelec ganhava a partida por 1 x 0 quando Lastra foi expulso. No lance seguinte, o Inter empatou, de forma irregular, pois Vitinho, que marcou o gol, estava impedido. A sorte e as arbitragens continuam beneficiando o Inter, a cada jogo. Assim, mesmo sem nunca jogar bem, o Inter poderá chegar ao título. Afinal, há cinco anos, tudo acontecia da mesma forma, e a taça foi conquistada.

terça-feira, 17 de março de 2015

Os 70 anos de Elis Regina

Se viva estivesse, Elis Regina completaria, hoje, 70 anos. Elis, na verdade, se foi cedo demais, com apenas 36 anos. Muitos a consideram a maior cantora brasileira de todos os tempos. Esse tipo de julgamento é sempre polêmico e discutível, mas o fato é que Elis era uma intérprete excepcional. Gravou compositores consagrados, mas também lançou muitos nomes que, até então, eram desconhecidos. Várias de suas gravações entram em qualquer antologia que se faça da música brasileira, como"Arrastão" "Atrás da Porta", "Aos Nossos Filhos", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e a Equilibrista", e o inesquecível dueto com Tom Jobim em "Águas de Março". Dona de um temperamento difícil, Elis teve uma vida pessoal atribulada, dois casamentos, ambos desfeitos, vários namoros. Morreu vítima do uso combinado de droga e álcool. Porém, o que importa é que o seu lugar no panteão da música brasileira está garantido. Como, até hoje, se vê escrito em muitos muros, "Elis vive". O grande artista, como qualquer ser humano, um dia se vai. A força de sua obra, no entanto, é imune ao tempo. Sem dúvida alguma, esse é o caso de Elis Regina.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Protestos

A expectativa em torno do dia 15 de março, com seus protestos programados contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a corrupção, era grande. Pois bem, as manifestações aconteceram e, como deveria ser, de forma pacífica. O país não saiu às ruas, como alardeavam os seus promotores. Numa população de 200 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões participaram dos atos, ou seja, 1% do total. Os protestos ocorreram em algumas capitais e umas poucas cidades médias, num país que possui mais de 5.500 municípios. Numa forma bem humorada de encarar o movimento reacionário de ontem, defensores do governo realizaram um "coxinhaço" no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, à espera dos manifestantes que vinham do Parcão, no bairro de classe alta Moinhos de Vento. O "coxinhaço" consistiu em 300 coxinhas de galinha assadas em churrasqueiras ao ar livre no parque, em alusão à denominação pela qual são conhecidos os opositores do governo. Aliás, o percentual de integrantes dos protestos em relação ao total da população do país, e os locais onde concentraram suas manifestações, é emblemático. No Rio de Janeiro, concentraram-se na sofisticada Zona Sul, com encerramento em frente ao hotel Copacabana Palace. Em Porto Alegre, no já referido Parcão, também numa região de alto poder aquisitivo. Ontem, não foi o povo que saiu às ruas, foi uma parcela da população privilegiada economicamente. Deram o seu recado, fizeram o seu barulho, mas o governo não vai cair.

domingo, 15 de março de 2015

Não poderia ser diferente

Tudo saiu como o planejado pelo presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto. Com a indicação de Francisco Neto, o "Chico Colorado", para apitar Brasil de Pelotas x Inter, na Boca do Lobo, pelo Campeonato Gaúcho, o roteiro já estava previamente traçado. Não poderia ser diferente. O jogo se arrastava no 0 x 0 quando, aos 41 minutos do primeiro tempo, o árbitro parou um ataque do Brasil por causa de um suposto impedimento. A repetição do lance pela tv mostrou que o jogador do Brasil estava em condições legais. Imediatamente após esse lance, Francisco Neto marcou um pênalti em favor do Inter. O comentarista de arbitragem da RBS TV, Márcio Chagas da Silva, pressuroso em apoiar seu ex-companheiro de ofício, disse que a marcação foi correta. Porém, o comentarista de arbitragem da ESPN, Sálvio Espínola Fagundes Filho, que não tem rabo preso no Rio Grande do Sul, declarou que o pênalti não existiu. O Inter acabou vencendo o jogo por 2 x 0, para o contentamento de Noveletto e Francisco Neto. O "Gauchão" prossegue com pênaltis a favor do Inter em quase todos os jogos e com a sonegação de penalidades máximas em favor de seus adversários, mesmo que escandalosas, como aconteceu com o Aimoré na quarta-feira. Tudo muda no mundo, menos o sórdido campeonato estadual do Rio Grande do Sul, onde o Inter dá as cartas como bem entende, beneficiado pelo espúrio conluio da Federação com a imprensa esportiva local, que nunca, em  tempo algum, escondeu sua preferência pelo clube.

sábado, 14 de março de 2015

Boa fase

O Grêmio, depois de um início de ano terrível, vive, finalmente, uma boa fase. Obteve, hoje, a sua terceira vitória consecutiva, ao vencer o Cruzeiro por 1 x 0, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho. Com isso, assumiu, provisoriamente, a liderança do Gauchão, até que sejam realizados os jogos de amanhã, quando essa posição poderá ser mantida ou alterada. A atuação do Grêmio foi boa, embora o gol da vitória só tenha acontecido aos 37 minutos do segundo tempo, quando o time já havia, até, desperdiçado um pênalti. Entre as novidades do time, Braian Rodriguez, ainda que tenha marcado o único gol do jogo, foi quem teve o desempenho mais fraco. Cristhian Rodriguez fez uma grande estreia, e Maicon não brilhou, mas foi eficiente. Matias Rodriguez, novamente, jogou muito bem, ganhando definitivamente a condição de titular na lateral direita, o que pode levar o Grêmio a tentar uma prorrogação do seu empréstimo, ou mesmo a sua aquisição definitiva, quando se encerrar o seu contrato, em junho. Ainda longe de ser empolgante, o Grêmio venceu um adversário que, até então, era o líder da competição. O time começa a mostrar consistência, e já permite ao torcedor ter mais confiança para o futuro.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Afronta

A indicação do árbitro Francisco Neto para apitar o jogo Brasil de Pelotas x Inter, no próximo domingo, na Boca do Lobo, é mais uma afronta da Federação Gaúcha de Futebol para com a seriedade da competição. Não cabe argumentar que a escolha é feita mediante sorteio. Depois de tudo o que envolveu o árbitro no jogo Ypiranga x Grêmio, quarta-feira, no Colosso da Lagoa, Francisco Neto jamais poderia ser indicado para apitar uma partida de um integrante da dupla Gre-Nal na rodada seguinte do Campeonato Gaúcho. O presidente da Federação, Francisco Noveletto Neto, que é conselheiro do Inter, justificou esse acinte dizendo que Francisco Neto teve uma atuação nota 9 no jogo de Erechim. Argumentou, também, que em outro jogo que apitou do Grêmio, contra o Passo Fundo, no Vermelhão da Serra, seu desempenho teria sido de nota 10. Na verdade, só Noveletto viu tamanho brilho no seu xará. Nesses dois jogos, e também na partida São Paulo de Rio Grande x Inter, no Aldo Dapuzzo, Francisco Neto teve atuações muito ruins. Como se não bastasse, Noveletto declarou que considera Francisco Neto um árbitro de primeira linha, e que ele poderá apitar jogos da fase decisiva do Gauchão e até um Gre-Nal. Só se pode interpretar isso como uma provocação explícita ao Grêmio, após seu técnico, Felipão, ter chamado o árbitro de "Chico Colorado", apelido, aliás, pelo qual ele é conhecido há muitos anos. Esse filme já foi visto antes. No período em que o Inter foi octacampeão gaúcho, de 1969 a 1976, o famigerado "Trio ABC", formado pelos árbitros Agomar Martins, José Luís Barreto e José Cavalheiro de Morais, prejudicou o Grêmio em muitos jogos, sobretudo em grenais. Apesar das justas e repetidas reclamações do clube, eles continuavam a ser escalados e tornavam a causar prejuízos irrecuperáveis ao Grêmio. Bastou uma crítica do Inter contra a arbitragem de Agomar em um Gre-Nal para que ele decidisse antecipar o final de sua carreira. Muito tempo depois, os protestos do Inter contra duas arbitragens de Leonardo Gaciba em grenais custaram ao apitador uma "geladeira" de dois anos, em que a Federação deixou de escalá-lo, interrompendo, naquele momento, sua ascendente carreira. Como se vê, dois pesos e duas medidas, consequência do fato de a Federação ser presidida, há muitos anos, por colorados. O campeonato estadual de 2015, com a indicação de Francisco Neto para o jogo em Pelotas, está irremediavelmente manchado na sua lisura.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Tempestade em copo d'água

O episódio ocorrido no jogo Ypiranga x Grêmio, ontem, no Colosso da Lagoa, em que o técnico do Grêmio, Felipão, após ser expulso de campo, chamou o árbitro Francisco Silva Neto de "Chico Colorado" está sendo maximizado pela imprensa esportiva. Historicamente alinhada com o Inter, a crônica esportiva gaúcha desabou críticas ferozes sobre Felipão, que teria ofendido gravemente o árbitro com sua manifestação. Evidentemente, é um exagero. Não foi Felipão quem criou o apelido. Francisco Silva Neto é conhecido como "Chico Colorado" há muitos anos. Sua arbitragem, no jogo de ontem, foi muito ruim, e, como bem lembrou o diretor de futebol do Grêmio, César Pacheco, a reclamação do clube se deu depois de uma vitória, o que lhe confere mais legitimidade, pois não pode ser tachada de tática diversionista para desviar o foco de um mau resultado. Como também destacou César Pacheco, é estranho que já seja o terceiro jogo do Grêmio no Campeonato Gaúcho apitado pelo mesmo árbitro. Felipão desperta a ira da imprensa esportiva gaúcha porque não tem papas na língua e não está nem aí para o politicamente correto. O que ele disse para o árbitro não é nenhuma novidade, todo mundo já sabia. Portanto, deixem de falso moralismo e de fazer uma tempestade em copo d'água.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Favoritismo confirmado

Dessa vez, não houve espaço para surpresas. A dupla Gre-Nal venceu os seus jogos, hoje à noite, pelo Campeonato Gaúcho, confirmando o seu permanente favoritismo contra os demais participantes da disputa. O primeiro a jogar foi o Inter, contra o Aimoré, no Beira-Rio, obtendo uma goleada de 3 x 0, construída ao natural. O primeiro tempo terminou com a vitória do Inter por 1 x 0, em função de um gol contra. No segundo, sem muito esforço, o Inter fez mais dois gols. O esquema 3-5-2 passou no seu primeiro teste, já que o time, depois de algum tempo, não sofreu nenhum gol. Uma vitória que serve para dar tranquilidade antes das duas próximas partidas, que deverão ser difíceis, contra o Brasil de Pelotas, na Boca do Lobo, quando o Inter jogará com os reservas, e diante do Emelec, em Manta, pela Libertadores, que poderá ser decisiva em termos de classificação. Mais tarde, o Grêmio venceu o Ypiranga, no Colosso da Lagoa, por 1 x 0. Uma vitória merecida, ainda que por um placar escasso. O Grêmio teve outras oportunidades para marcar gols, enquanto o Ypiranga jamais levou perigo à defesa adversária. No Grêmio, Giuliano, que marcou o gol da vitória, e Matias Rodriguez foram os maiores destaques. Paulo Baier, a grande estrela do clube de Erechim, não brilhou. Na escalação do Grêmio, no entanto, carece de explicação Marcelo Hermes ter permanecido titular na lateral esquerda e Júnior ficar fora até do banco, e Braian Rodriguez não ter começado o jogo, só entrando quase ao final da partida. A lamentar, a péssima arbitragem de Francisco Neto, conhecido como "Chico Colorado", repetindo o que já fizera em outros jogos do Grêmio. O resultado colocou o Grêmio em terceiro lugar na tabela e, com os dois próximos jogos na Arena, abre-se a perspectiva de poder assumir a liderança da competição, e engrenar de vez na busca do título.

terça-feira, 10 de março de 2015

Panelaço

Embora todo o esforço da grande imprensa para fixar a ideia de que há uma insatisfação geral na população brasileira em relação ao governo federal, o "panelaço" ocorrido no domingo, durante pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no rádio e na televisão, deixou claro onde está localizada a "revolta". Circunscrito a poucas cidades, o "protesto" se deu em zonas economicamente privilegiadas. Entre elas, o bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Será mais fácil, certamente, encontrar água no deserto do que um morador pobre nessa área da Cidade Maravilhosa que emula Miami. Repleta de condomínios luxuosos e cercada de shoppings centers, alguns de altíssimo luxo, a Barra, como é carinhosamente chamada, desconhece o que seja pobreza, vive mergulhada na opulência. Não deixa de ser intrigante a inconformidade com o governo manifestada por pessoas tão privilegiadas. A única explicação para esse procedimento é que não lhes apraz um governo que promova uma maior justiça social. Não que isso lhes cause qualquer prejuízo real, mas porque desejam manter a exclusividade quanto a alguns hábitos de vida e de consumo. Para essas pessoas, é extremamente desagradável constatar que muitos que antes só podiam viajar de ônibus, agora o fazem de avião. Aborrece-as, profundamente, a ideia de que outras pessoas, vindas de camadas menos privilegiadas da sociedade, possam embarcar rumo à Disneyworld, algo antes restrito aos mais endinheirados. Irrita-lhes pensar que mais pessoas tenham podido adquirir um carro. Estaria aí, na sua singular visão, a razão de o trânsito no Brasil ser tão caótico, pois há carros "demais", cujos proprietários, no seu entender, deveriam conformar-se com o transporte coletivo. Não há revolta popular alguma no Brasil. O que há é uma absurda tentativa de golpe contra a democracia insuflada por fascistas nas redes sociais e apoiada por uma imprensa direitista raivosa.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A derrocada do PP

A lista de políticos suspeitos de envolvimento no chamado "Petrolão" é formada por 34 deputados e ex-deputados e 12 senadores, de cinco partidos. O que chama a atenção é que, dos 46 citados, 32 são do Partido Progressista (PP), atual nome da antiga Arena, o partido de sustentação do regime militar. Numa época em que muitos evocam a volta do autoritarismo como solução para o país, o ocorrido com o PP é bastante revelador. Após o retorno do pluripartidarismo e, principalmente, com a redemocratização, o ex-partido governista foi, como era natural que acontecesse, perdendo expressão. Embora, no Rio Grande do Sul, ainda tenha representatividade, especialmente nos municípios menores, no plano nacional o PP já não é mais um grande partido. Agora, um dos parlamentares arrolados na lista, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) diz que não há dúvida de que o partido acabou. Em meio a tanta inquietação em função do "Petrolão", a derrocada do PP é uma boa notícia. A Arena, depois do regime militar, já adotou vários nomes, Partido Progressista é, apenas, mais um deles. O fato é que sua presença no cenário político brasileiro é um anacronismo que, talvez, a se confirmar a previsão de Jerônimo Goergen, esteja por acabar. Não deixa de ser irônico que, justamente no momento em que a extrema direita sai da toca para difundir teses golpistas e apresentar a volta dos militares ao poder como solução para "moralizar" o país, seja justamente o partido que deu sustentação à ditadura o mais envolvido no recebimento de propinas da Operação Lava-Jato. Como sempre, a direita foi pega pregando moral de cuecas.

domingo, 8 de março de 2015

Invencibilidade perdida

O Inter perdeu sua invencibilidade no Campeonato Gaúcho, ao ser derrotado por 1 x 0 pelo Juventude, hoje à tarde, no Alfredo Jaconi. Com isso, não resta mais nenhum clube invicto no Gauchão. Mais uma vez, o Inter utilizou um time de reservas, mas não reside aí, essencialmente, a razão da derrota. Seja com titulares ou reservas, o Inter, invariavelmente, não consegue jogar bem. O time não mostra um padrão de jogo, e parece se valer, apenas, da qualidade individual dos jogadores. Contra um Juventude em fase ascendente, o Inter escalou um time desentrosado, com uma estreia e duas improvisações. Não conseguiu, novamente, jogar um bom futebol, e poderia ter perdido por um placar mais largo, não fosse a anulação de um gol legítimo do Juventude, quando a partida ainda estava empatada em 0 x 0. No segundo tempo, o Juventude recuou demais, buscando garantir o resultado. Mesmo pressionando, no entanto, o Inter não criou grandes situações para marcar gols, e o Juventude manteve a vitória até o final. Provisoriamente, o Inter é o 8º colocado no campeonato estadual. Ainda que tenha disputado um jogo a menos, essa posição na tabela, mesmo que temporária, é constrangedora.

sábado, 7 de março de 2015

Boas notícias

Hoje, enfim, foi um dia de boas notícias para o torcedor do Grêmio. Os fatos positivos começaram com a confirmação da contratação do volante Maicon, do São Paulo. Logo após, veio a vitória de 3 x 1 sobre o Caxias, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho. Depois do jogo, a informação de que o meia uruguaio Cristhian Rodriguez, atualmente emprestado ao Parma pelo Atlético de Madrid, está praticamente contratado. A vitória sobre o Caxias foi natural, pois o Grêmio foi sempre superior em campo. Porém, esse domínio não se traduzia em gols. Foi preciso um gol olímpico de Douglas para que o placar fosse aberto. A partir daí, o Grêmio ficou mais tranquilo e, no segundo tempo, conseguiu ampliar a vantagem. Teria sido uma vitória sem sobressaltos, não fosse uma falha grotesca de Marcelo Grohe, que propiciou que o Caxias fizesse o seu gol. O Grêmio, no entanto, não demorou a mandar mais uma bola para as redes, e poderia até ter goleado. Com isso, o clube sobe na tabela do Gauchão e, com as contratações que estão chegando, anima o torcedor, que, hoje, se fez presente em bom número ao estádio. A lamentar, apenas, que o Grêmio pretenda encerrar o ciclo de contratações para o campeonato estadual com Cristhian Rodriguez. Ficará faltando, ainda, um atacante de velocidade, algo de que o Grêmio não dispõe no seu grupo de jogadores.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A PEC da bengala

A capacidade dos políticos brasileiros de praticarem casuísmos e artimanhas visando os mais torpes interesses, parece inesgotável. A aprovação, pela Câmara dos Deputados, da chamada "PEC da bengala" se insere nesse contexto. A proposta de emenda constitucional assim denominada eleva a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal de 70 para 75 anos de idade. A proposição nada tem de idealista. Ela não surgiu para que o país possa usufruir por mais tempo do brilho de figuras de notável saber jurídico. Seu único propósito é impedir que a presidente Dilma Rousseff tenha, até o fim do seu atual mandato, a oportunidade de nomear cinco novos ministros. Essa é mais uma das tantas ações contra o governo que estabelecem uma espécie de terceiro turno eleitoral por parte de forças retrógradas que, até agora, não assimilaram a derrota que sofreram nas urnas. O governo tem de lançar mão de todos os esforços para impedir que essa medida venha a se confirmar. Está na hora do governo reagir, não mais se deixar acuar. Ainda que tenha ganho por uma margem menor de votos do que na eleição anterior, Dilma venceu o pleito legitimamente. Pleitear o seu impeachment ou aplicar casuísmos contra a sua administração é agir contra a democracia. A PEC da bengala tem de ser derrubada.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Retrocesso

Começa a ganhar corpo, novamente, entre os dirigentes dos clubes, a ideia de fazer o Campeonato Brasileiro retornar ao formulismo, abandonando o sistema de disputa por pontos corridos. Espero que isso fique apenas na especulação, pois seria um retrocesso inaceitável. A implantação dos pontos corridos no Brasileirão, ocorrida a partir da edição de 2003 da competição, foi a melhor medida administrativa já tomada na história do futebol brasileiro. Todos os grandes campeonatos nacionais são disputados dessa maneira. Nessa fórmula, todos os participantes jogam entre si, em turno e returno, o que permite apurar um campeão com absoluta justiça, pois o que prepondera é a regularidade, não a eventual superação em jogos eliminatórios. Por sinal, o argumento de que é preciso existir uma decisão, porque isso traz mais emoção, é pífio, fruto da preguiça mental ou da teimosia de quem defende esse ponto de vista. Afinal, num campeonato de pontos corridos, todos os jogos são decisivos. O pior de tudo é saber que o proponente dessa alteração de fórmula é o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior. Com uma administração marcada pela incompetência, Romildo não se satisfaz em apequenar o clube, como vem fazendo. Deseja, também, que o esporte mais popular do país afunde ainda mais. Tomara que a ideia não prospere, pois seria a pá de cal no já combalido futebol brasileiro.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Sorte

A sorte foi o principal fator para que o Inter vencesse o Emelec por 3 x 2, hoje à noite, no Beira-Rio, pela Libertadores. O Inter saiu na frente no placar, mas, ainda no primeiro tempo, sofreu a virada, mostrando, mais uma vez, uma defesa muito falha, mesmo que, dessa vez, fosse protegida por dois volantes de contenção, Nico Freitas e Nílton. No começo do segundo tempo, o Inter se mostrava perturbado, e o Emelec parecia à vontade no jogo. Porém, a defesa também é o ponto falho do Emelec, e, assim como ocorrera no primeiro gol do Inter, um erro na tentativa de interceptação de um lançamento propiciou o empate. Esse gol, ocorrido ainda cedo, inflamou o torcedor e o time do Inter, que passou a pressionar, ainda que de forma desordenada. Foi então que o goleiro do Emelec, até então de muito boa atuação, rebateu muito mal uma bola, para o meio da área, o que resultou no gol da vitória do Inter. Novamente, a exemplo do que aconteceu contra a Universidad de Chile, o Inter fez sua obrigação e venceu em casa. No entanto, em ambas as vezes, não convenceu, e deixa os seus torcedores com a pulga atrás da orelha sobre suas possibilidades no decorrer da competição.

terça-feira, 3 de março de 2015

Equívoco

Cada vez fica mais claro que a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 foi um equívoco. Cercada de suspeitas e denúncias, a designação do Catar para sediar uma Copa é algo totalmente impróprio. O Catar é riquíssimo, mas possui uma população pequena, não tem tradição no futebol, e o calor em junho e julho, meses em que a Copa normalmente é disputada, é muito forte e impróprio para a prática do futebol no país. Sabendo disso, a Fifa já propõe que a Copa no Catar seja realizada em dezembro, quando o clima é mais ameno, o que quebraria uma tradição e traria transtorno ao calendário esportivo em muitos países. Na verdade, o interesse em sediar a Copa de 2022 no Catar nada tem a ver com o futebol, e sim com o fascínio da Fifa por ganhar dinheiro. Como os governantes do Catar estão dispostos a gastar o que for necessário para fazer a Copa, a Fifa esfrega as mãos de entusiasmo. O correto, em vez de propor a mudança do período de realização da competição, seria a Fifa voltar atrás e reabrir o processo de escolha da sede da Copa. Afinal, faltam sete anos para chegarmos em 2022, e ainda há tempo para que isso seja feito.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Sem espaço para sonhos

A contratação do centroavante uruguaio Braian Rodriguez, anunciada hoje pelo Grêmio, se insere dentro da política de futebol da atual diretoria do clube, que prioriza o corte de custos em detrimento da formação de um time de qualidade. Braian tem 28 anos, rodou por vários clubes de diversos países, dos quais só o Peñarol possui a condição de grande, pertence ao Bétis, da Espanha, mas estava cedido ao Numancia, da segunda divisão daquele país. Chamou a atenção do Grêmio há dois anos, no Huachipato, do Chile, quando os dois clubes se enfrentaram pela Libertadores. Ele vem por empréstimo até junho de 2016. Sua contratação não está proibida de dar certo, mas é uma aposta, num momento em que o Grêmio carece de agregar ao seu grupo nomes de qualidade indiscutível. Porém, jogadores desse padrão custam caro e o Grêmio está preocupado em pagar contas, mesmo que isso implique em ter um time de perspectivas sombrias. O Grêmio precisava, urgentemente, contratar, e o fez, mas nada assegura ao seu torcedor que, com a chegada de jogadores desse nível, os resultados de campo possam melhorar. No Grêmio atual, não há espaço para sonhos. Para desconsolo da sua torcida.

domingo, 1 de março de 2015

Os 450 anos de uma cidade inigualável

O Rio de Janeiro, completa, hoje, 450 anos. Uma data bonita, redonda, para homenagear uma cidade inigualável, a mais linda do mundo. Não há qualquer exagero na afirmação. Só quem não a conhece pode duvidar dessa assertiva. Não é por acaso que ela é conhecida como "Cidade Maravilhosa". A natureza moldou uma geografia esplendorosa, complementada por algumas belas obras do engenho humano. Uma cidade que, afora sua beleza incomparável, é habitada por um povo de uma descontração ímpar, o que torna a experiência do visitante algo único e extremamente recompensador. Poucas cidades possuem tantos pontos e atrativos turísticos. São praias belíssimas, uma floresta urbana, um estádio de futebol mítico, o Maracanã, o bondinho do Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor, prédios históricos, o mais famoso Carnaval do mundo, uma vida cultural intensa e inúmeras atrações noturnas. Por tudo isso, depois que se vai ao Rio de Janeiro pela primeira vez, deseja-se voltar sempre e, se possível, mudar-se para lá. Se você ainda não foi, não perca mais tempo, vá de uma vez. Parabéns, Rio de Janeiro!

Empate insosso

Diante de um público razoável, com a badalada promoção da torcida mista, reunindo torcedores de Grêmio e Inter num mesmo setor, o Gre-Nal de hoje à tarde, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho, terminou num insosso empate de 0 x 0. O Inter jogou com um time misto. Os únicos titulares escalados foram Alisson e Nilmar. O Grêmio entrou em campo com o seu time pretensamente titular. Porém, a preterição de Júnior em favor de Marcelo Oliveira, na lateral esquerda, foi absurda e injustificável. Como seria de se esperar, Marcelo Oliveira foi o pior jogador do Grêmio em campo. Araújo foi outro que não disse a que veio na partida, e foi corretamente substituído no intervalo. Giuliano, que entrou no lugar de Araújo, não conseguiu jogar bem. Entre os garotos, Walace e Lincoln foram destaques. A grande surpresa positiva no Grêmio foi Matias Rodriguez. Criticado, constantemente, por suas deficiências na marcação, foi um leão na defesa, mostrando a proverbial fibra dos jogadores argentinos. No Inter, não houve um destaque individual maior. Em resumo, um empate que não entusiasmou ninguém, mas que, também, não ficou mal para nenhum dos lados. Para o Grêmio porque, numa fase horrorosa, não perdeu. Para o Inter porque, tendo jogado com um time misto, isso serve de atenuante.