domingo, 26 de dezembro de 2021

Modismo

Muitos dos grandes clubes do futebol brasileiro seguem priorizando a contratação de técnicos estrangeiros. O grande êxito do português Jorge Jesus no Flamengo, em 2019, fez com que a busca por técnicos de fora virasse uma tendência. Com os títulos conquistados pelo também português Abel Ferreira no Palmeiras, essa preferéncia se intensificou. Porém, nem todos os técnicos estrangeiros foram bem sucedidos no Brasil. Trata-se de um modismo. O argentino fanfarrão Jorge Sampaoli não ganhou nem um título em seus trabalhos no Santos e Atlético Mineiro, chamando mais a atenção por seu histrionismo na área técnica. O português Jesualdo Ferreira e o argentino Ariel Holan tiveram trajetória meteórica no Santos, que só encontrou o seu rumo com Cuca, brasileiro que o levou ao vice-campeonato da Libertadores em 2020. O mesmo Cuca foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil pelo Atlético Mineiro, em 2021, dando ao clube os títulos que Sampaoli não obteve. O Flamengo está por fechar a contratação do técnico da seleção da Polônia, o português Paulo Sousa, que também interessou ao Inter. Sem condições de disputar o técnico com o Flamengo, o Inter deverá trazer o uruguaio Alexander "Cacique" Medina, de bom trabalho no Talleres de Córdoba (ARG). Não há nenhuma garantia de que Sousa e Medina possam ter sucesso. O uruguaio, aliás, será o quarto técnico estrangeiro do Inter em pouco mais de dois anos. Antes dele, o argentino Eduardo Coudet, o espanhol Miguel Angel Ramirez, e o também uruguaio Diego Aguirre, trabalharam no clube. Nenhum deixou saudade. Foi o brasileiro Abel Braga, que esteve no Inter depois de Coudet e antes de Ramirez que conseguiu o melhor desempenho, sendo vice-campeão brasileiro em 2020. No Flamengo, se Jorge Jesus teve muito sucesso, o espanhol Domenéc Torrent ficou apenas três meses, por força de um mau trabalho. Nào é a nacionalidade dos técnicos que fará a diferença em termos de resultados. Ainda que óbvia, essa realidade segue sem ser percebida pelos clubes brasileiros.