terça-feira, 15 de outubro de 2019

Mimetismo

O sucesso obtido por dois técnicos estrangeiros no futebol brasileiro, o português Jorge Jesus, no Flamengo, e o argentino Jorge Sampaoli, no Santos, fatalmente faria com que outros clubes se inclinassem a buscar treinadores fora do país. O processo de mimetismo, ao que parece, terá início com o Inter. Depois de demitir Odair Hellmann e receber a negativa de dois técnicos brasileiros, o Inter voltou seus olhos para a Argentina, onde tenta contratar Eduardo Coudet, treinador do Racing, atual campeão daquele país. Como alternativa, caso a vinda de Eduardo Coudet não venha a se confirmar, o Inter cogita outros três técnicos argentinos.  Porém, a contratação de um técnico estrangeiro não é garantia de êxito. Há alguns anos, o argentino Ricardo Gareca, atual técnico da seleção do Peru, treinou o Palmeiras e teve um desempenho desastroso, o que fez com que ficasse pouco tempo no clube. O mesmo aconteceu com o português Paulo Bento no Cruzeiro. Em menos de uma década, será a terceira tentativa do Inter com técnicos de fora do país. Em 2010, o clube trouxe o uruguaio Jorge Fossati. Mesmo tendo classificado o Inter para as semifinais da Libertadores, Jorge Fossati foi substituído por Celso Roth, que acabou sendo o técnico campeão. Em 2015, o Inter trouxe outro uruguaio, Diego Aguirre, que fazia um bom trabalho. A eliminação nas semifinais da Libertadores, no entanto, desencantou os dirigentes, que demitiram o técnico. Depois disso, Diego Aguirre treinou o Atlético Mineiro e o São Paulo e, em ambos, também foi demitido antes do final do contrato. A vinda de técnicos estrangeiros é boa para arejar o ambiente do futebol brasileiro, mas não apresenta um histórico muito favorável.