sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Bom demais para ser verdade

A CBF pretende pedir autorização à Fifa para implantar a análise eletrônica de arbitragem, ou seja, a verificação, pelas imagens de vídeo, das marcações envolvendo lances capitais do jogo. Essa providência já era para ter sido tomada há anos. Chega a parecer bom demais para ser verdade. Não há justificativa para que se continue a conviver passivamente com tantos erros absurdos de arbitragem, que fraudam resultados de jogos e competições. Não faltam aqueles que colocam uma série de restrições à iniciativa, duvidando de sua operacionalidade, mas isso sempre ocorre diante de propostas revolucionárias. O primeiro passo está sendo dado, e, a partir dele, se poderá evoluir para a implantação da forma mais adequada possível desse recurso. Os ex-árbitros Arnaldo César Coelho, Renato Marsiglia e Leonardo Gaciba já se colocaram contra a ideia, citando uma série de pretensos problemas que a tornariam inviável. Essa postura não passa de uma reação corporativista, de quem deseja que os árbitros sejam plenipotenciários dentro de campo. O excesso de autonomia dos árbitros, no entanto, só interessa aos próprios, mas é um fator lesivo ao futebol. Particularmente, considero que não há nada mais ignóbil e aviltante no futebol do que os erros de arbitragem. A certeza da lisura quanto ao resultado é uma condição básica de qualquer competição. Com os modernos recursos de vídeo atualmente existentes, e com um grande número de câmeras utilizadas para a transmissão dos jogos, é injustificável que os lances capitais de uma partida não sejam submetidos à verificação eletrônica. Tomara que a ideia vá adiante, e que a Fifa, futuramente, venha a encampá-la, aplicando-a no mundo inteiro, o que tornaria o futebol um esporte com muito maior credibilidade quanto à correção dos seus resultados.