segunda-feira, 30 de setembro de 2019

No rumo da Segunda Divisão

O futebol brasileiro possui doze grandes clubes, dos quais oito já foram rebaixados. Apenas Flamengo, Santos, São Paulo e Cruzeiro jamais tiveram esse dissabor. Pois, ao que tudo indica, o grupo dos rebaixados ganhará mais um integrante. O Cruzeiro está no rumo da Segunda Divisão. Até agora, em vinte e duas rodadas do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro obteve apenas quatro vitórias. O clube já está no seu terceiro técnico no ano, e não consegue reagir. Uma grande crise administrativa, atrasos salariais, um grupo com média de idade elevada, e jogadores mimados estão empurrando o Cruzeiro para o rebaixamento. Faltando dezesseis rodadas para o final do Brasileirão, o Cruzeiro ainda tem chances de evitar a queda, é  claro, mas, para isso, teria de fazer uma grande campanha de recuperação, o que parece pouco provável. Hoje, na estreia de seu novo técnico, Abel Braga, o Cruzeiro perdeu por 1 x 0 para o Goiás, no Serra Dourada. Com isso, já está três pontos atrás do último clube fora da zona de rebaixamento, e com duas vitórias a menos. O rebaixamento de um grande clube é, sempre, um fato a ser lamentado, mas o Cruzeiro, com a bola e na parte administrativa, está se encaminhando para isso.

domingo, 29 de setembro de 2019

Resultado justo

O Inter empatou com o Palmeiras em 1 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um resultado justo. Cada um dominou um tempo de jogo. No primeiro tempo, o domínio foi do Inter. No segundo, o Palmeiras é que se mostrou superior. O gol que daria a vitória para o Palmeiras foi corretamente anulado, apesar das reclamações do clube paulista. Houve uma mudança nas orientações da Fifa recentemente,  e num lance que resulte em gol, não pode haver nenhum toque de mão ou braço na bola, mesmo que seja involuntário, por parte de quem está atacando. Ainda que tenha saído, temporariamente, da zona de classificação direta para a Libertadores, o Inter segue bem colocado na disputa. Por jogar em casa, o Inter contava com a vitória, mas o empate, diante de um adversário de grande expressão, não chega a ser ruim.

Mais pontos jogados fora

O Grêmio vinha de quatro vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, mas, hoje, voltou a jogar com uma escalação totalmente reserva, e perdeu por 2 x 1 para o Fluminense, no Maracanã. Foram mais pontos jogados fora. Afinal, o Fluminense é sofrível, e luta apenas para não ser rebaixado. Afora isso, foi para o jogo com um técnico interino.  Não há como aceitar que o Grêmio tenha perdido os dois jogos que fez com o Fluminense no Brasileirão. Pela diferença técnica, atualmente, entre os dois, o Grêmio é que deveria ganhar ambos os jogos. Por fatos como esse é que o Grêmio não chega ao título da principal competição do país. No caso específico do jogo de hoje, não havia necessidade de escalar apenas reservas, mesmo com a proximidade do jogo contra o Flamengo, pelas semifinais da Libertadores, quarta-feira, na Arena. A viagem para o Rio de Janeiro é curta, não gera desgaste. Afora isso, lesões ocorrem até em treinos, como aconteceu com Jean Pyerre num rachão. O pior é que essa postura equivocada se repete todos os anos, o que faz com que o Grêmio tire de seu torcedor qualquer esperança de voltar a ser campeão brasileiro.

sábado, 28 de setembro de 2019

O título não está decidido

O empate em 0 x 0 entre Flamengo e São Paulo, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, trouxe consigo uma boa notícia. Esse fato positivo é o de que o título não está decidido, ainda que o Flamengo seja um favorito destacado. Depois de oito vitórias consecutivas, o Flamengo não conseguiu derrotar o São Paulo, mesmo com o adversário vivendo uma crise e estreando um novo técnico que fora contratado dois dias antes do jogo. O Flamengo ter poupado alguns jogadores não serve como desculpa, pois a maioria de seus titulares estava presente. Afora isso, o Flamengo jogou como mandante num Maracanã lotado. A reclamação de que o São Paulo abusou do antijogo, fazendo "cera" e cometendo muitas faltas, feita pelo técnico do Flamengo, Jorge Jesus, é típica de quem não encontrou as soluções para alcançar a vitória. Faltam dezessete rodadas para o Brasileirão acabar. Numa competição de pontos corridos, é muito cedo para se apontar um campeão antecipadamente. O São Paulo mostrou que é possível parar o Flamengo, e isso servirá de estímulo para os demais adversários.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Episódio lamentável

Num dia como o de ontem, muito tumultuado no futebol brasileiro, com a demissão de técnicos, um fato se sobrepôs aos demais pelo que apresentou de quebra dos mais básicos princípios de profissionalismo e civilidade. A atitude do jogador Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, ao ser substituído, chamando o técnico Oswaldo de Oliveira de "burro para c... ", constitui-se num episódio lamentável, que evidencia, mais uma vez, a falta de profissionalismo no futebol brasileiro. Os clubes brasileiros dispensam um tratamento aos jogadores que favorece a que se comportem como meninos mimados, incapazes de administrar qualquer contrariedade. No caso particular de Paulo Henrique Ganso, seu comportamento, ao longo da carreira, é o de alguém que se julga muito melhor do que realmente é, e que, invariavelmente, tem frustrado os clubes que apostam no seu futebol. A reação de Oswaldo de Oliveira, chamando Ganso de "vagabundo", embora também seja pouco educada, justifica-se, em parte, pela agressão sofrida, e, em termos de conteúdo, não chega a faltar com a verdade. Ganso, afora o período inicial de sua carreira, no Santos, quando teve a companhia de Neymar, nunca mais voltou a exibir um grande futebol, mas comporta-se como se fosse um craque, embora seja um jogador lento e descomprometido. O gesto obsceno de Oswaldo de Oliveira em direção à torcida do Fluminense é deplorável, e talvez explique a sua demissão, ocorrida hoje. Porém, Paulo Henrique Ganso também deveria ser dispensado pelo Fluminense. Ao contemporizar com o jogador, o Fluminense colabora para a perpetuação da falta de profissionalismo no futebol brasileiro.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Os 50 anos de "Abbey Road"

A data de hoje marca os 50 anos de lançamento de "Abbey Road", o último disco a ser gravado pelos Beatles, e o penúltimo a chegar ao mercado. "Abbey Road" é mais uma obra prima do grupo. O disco traz clássicos como "Something", "Here Comes the Sun", "Come Togheter"e "Oh, Darling". "Something", aliás, composta por George Harrison, tornou-se a segunda música mais regravada dos Beatles, só perdendo para "Yesterday". Afora sua grande qualidade musical, "Abbey Road" marcou época por sua capa icônica, onde os quatro integrantes do grupo aparecem atravessando a rua homônima. Foi um encerramento de carreira em altíssimo nível. Os 50 anos de "Abbey Road" merecem uma efusiva comemoração. Edições especiais e de luxo do disco, remasterizadas, serão lançadas, como é costume nessas ocasiões. Uma ótima oportunidade para os fãs históricos revisitarem tão célebre obra, e para as novas gerações tomarem contato com ela, e também se encantarem com a sua notável qualidade.

Outra goleada

O Grêmio está, novamente, numa grande fase. Hoje, goleou o Avaí por 6 x 1, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Aos onze minutos, o Grêmio já vencia por 2 x 0. Foi outra goleada, a quarta consecutiva, com grande desempenho coletivo, e vários destaques individuais. Entre eles, Luan, que fez um gol e deu um passe de calcanhar para Luciano marcar outro. Faltando poucos dias para o primeiro jogo pelas semifinais da Libertadores contra o Flamengo, o Grêmio se mostra forte como ainda não se havia visto em 2019. O favoritismo para o confronto segue sendo do Flamengo, mas o Grêmio demonstra que tem condições de reverter essa tendência. O meio de campo ganhou solidez com a entrada de Michel, e o ataque obteve mais mobilidade com Diego Tardelli de centroavante. Na reta final do ano, o Grêmio, finalmente, encaixou.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Resultado previsível

O que todos esperavam, se confirmou. O Inter perdeu por 3 x 1 para o Flamengo, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo iniciando o jogo com quatro volantes, o Inter não conseguiu impedir a derrota. Foi, portanto, um resultado previsível. As queixas do Inter contra a arbitragem não são procedentes. O pênalti de Bruno sobre Gabigol foi bem marcado, e a expulsão do jogador do Inter foi, simplesmente, a correta aplicação do que determina a regra. A expulsão de Guerrero também foi justa, pois o centroavante do Inter protestou contra a arbitragem com palavrões e um gesto obsceno. O único lance discutível foi uma disputa de bola entre Rodrigo Caio e Guerrero que alguns interpretaram como um possível pênalti. A jogada que gerou a revolta de Guerrero, no entanto, um choque de cabeça com o mesmo Rodrigo Caio, nada teve de irregular. Ainda que estivesse com dois jogadores a menos, o Inter mostrou reação, e empatou a partida no início do segundo tempo, mas acabou sucumbindo ao melhor futebol do Flamengo e sofreu mais dois gols. Ganhou quem era o amplo favorito. Imputar a derrota do Inter a um possível pênalti não marcado é uma demasia. O resultado não pode ser debitado para o árbitro.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Discurso ultrajante

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, hoje, na Assembleia Geral da ONU, superou as piores expectativas. Foi um discurso ultrajante, capaz de fazer corar um frade de pedra. Bolsonaro, em vez de falar para o mundo, disse o que os seus ensandecidos admiradores apreciam ouvir. Negou o desmatamento da Amazônia, declarou que não fará novas demarcações de reservas indígenas, reafirmou sua defesa do espúrio golpe militar de 1964, alegando que foi por meio dele que o Brasil foi salvo do "socialismo", atacou os governos anteriores ao seu, que teriam disseminado a corrupção e afrontado os valores religiosos do país. Foi uma torrente de disparates e asneiras que envergonham o Brasil perante o mundo. Não se poderia esperar nada diferente vindo de Bolsonaro. O ex-capitão tenta se sustentar no cargo agradando a sua plateia, e ignorando a opinião pública mundial. O que espanta não é que Bolsonaro faça um discurso desastroso em plena ONU, cobrindo o país de vergonha. O incompreensível é que ainda não tenha sido articulado o seu impeachment. O Brasil não pode ser governado por um desequilibrado mental. Deixar tudo como está levará o país a uma guerra civil. Não é possível esperar a próxima eleição. Bolsonaro tem de ser removido do cargo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Cheque em branco para o caos

O assassinato da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas oito anos, no Rio de Janeiro, por tiros de fuzil disparados por PM's, expõe o nível de barbárie institucionalizada a que chegou o Brasil. A boçalidade de uma grande parte do eleitorado brasileiro levou ao poder, no governo federal e em alguns estados, apologistas da violência, que zombam dos direitos humanos e querem a liberação da compra de armas pela população. Eleitores inconsequentes e irresponsáveis, que votam movidos por ódios irracionais, insuflados por uma imprensa mancomunada com os setores economicamente privilegiados do país, permitiram que o Brasil chegasse ao atual estágio de horrores desde as posses dos novos governantes, em janeiro. Foi um cheque em branco para o caos, cujo preço já está sendo duramente pago por todos. O pior é que o pesadelo está apenas começando, pois os mandatos do presidente e dos governadores que são alinhados com sua visão ideológica só tiveram decorridos oito meses de um total de quatro anos. O pior dos desatinos eleitorais é que seus efeitos não se fazem sentir só sobre os imbecis que os cometem, eles vitimam a todos. Historicamente alienada e retrógrada, a classe média brasileira não se cansa de causar males ao país, apoiando golpes, como fez em 1964, ou elegendo truculentos, a exemplo do que ocorreu nas mais recentes eleições. O preço a pagar, mais uma vez, já está sendo muito alto. Tomara que não sejam necessários vinte um anos para pôr fim ao atual quadro de horrores, como ocorreu quando do golpe militar, pois nada restaria do país.

domingo, 22 de setembro de 2019

Só valeu pelo resultado

Ainda abalado pela perda do título da Copa do Brasil, o Inter voltou a jogar hoje. Num jogo de péssimo nível técnico, o Inter ganhou da Chapecoense por 1 x 0, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo se encaminhava para um empate em 0 x 0, depois de dois gols do Inter terem sido anulados, quando veio o desafogo e a vitória. Porém, para o Inter, o jogo só valeu pelo resultado. O desempenho do Inter foi fraquíssimo e sem nenhum destaque individual. O gol de Rodrigo Lindoso no final da partida salvou o Inter de uma possível crise e manteve o clube na zona de classificação para a Libertadores. A Chapecoense, por sua vez, parece condenada ao rebaixamento. Sua atuação foi de baixíssimo nível técnico, não demonstrando perspectivas de uma reação. O alívio do Inter, no entanto, pode ser temporário. Se não melhorar muito o seu futebol, o Inter tende a perder posições e deixar escapar a classificação para a Libertadores.

sábado, 21 de setembro de 2019

Goleadas consecutivas

O Grêmio começou o segundo turno do Campeonato Brasileiro de forma exemplar. Goleou o Santos por 3 x 0 em plena Vila Belmiro e, se não tivesse desperdiçado tantas oportunidades, teria feito muito mais. Depois de um primeiro tempo bom, mas sem conseguir abrir o placar, o Grêmio foi arrasador no segundo, criando chances em série. Com apresentações de alto nível, o Grêmio obteve três goleadas consecutivas no Brasileirão, e já subiu para o sétimo lugar na classificação. No jogo de hoje, mais uma vez, o Grêmio teve um ótimo desempenho coletivo e grandes destaques individuais. Com a lesão de Jean Pyerre, Luan voltou a ser escalado  como titular, e jogou muito. Kannemann, Alisson e Everton tiveram grandes atuações. Pepê entrou durante o jogo, mas mostrou um. grande futebol. Ninguém jogou mal no Grêmio que, aos poucos, parece retomar os seus melhores momentos sob a orientação do técnico Renato, que estavam escassos nesse ano. Com o resultado, o Grêmio já se aproximou da zona de classificação para a pré-Libertadores, e tem tudo para, em breve, alcançar o grupo dos quatro primeiros colocados, que garantem a ida de forma direta para a principal competição sul-americana. Nada poderia ser melhor como impulso para quem está próximo de um grande confronto contra o Flamengo pelas semifinais da Libertadores. Com um grande desafio pela frente, o Grêmio está crescendo no momento certo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A Seleção virou um estorvo

Um dos grandes patrimônios do país, a Seleção Brasileira vem tendo sua imagem depauperada há alguns anos, por força de sucessivas administrações da CBF, que desqualificaram sua imagem transformando-a numa equipe caça-níqueis que acumula amistosos irrelevantes contra adversários inexpressivos. Se isso não fosse um fato grave por si só, às constantes convocações da Seleção prejudicam os clubes brasileiros, já que, absurdamente, as competições do país não são paralisadas nas datas-Fifa. A consequência disso tudo é que a Seleção vem recebendo cada vez mais indiferença por parte do torcedor brasileiro em relação aos seus jogos, e, quando das convocações, desperta a sua revolta pelos prejuízos que causa aos clubes. Hoje, tudo isso voltou a ficar em evidência, com a convocação para amistosos contra Senegal e Nigéria que serão realizados em Cingapura. Para esses jogos, o técnico da Seleção, Tite, convocou vários jogadores de clubes brasileiros. Esses clubes ficarão privados dos jogadores convocados em duas rodadas do Campeonato Brasileiro no momento em que a competição se encaminha para a sua definição, gerando um grande prejuízo técnico.  A convocação de um jogador para a Seleção, que em outros tempos era motivo de orgulho para o torcedor de um clube, agora é vista como um fato incômodo. Realizar amistosos contra Senegal e Nigéria, em Cingapura, um país sem tradição no futebol, é um despropósito. Há poucos dias, a Seleção jogou um amistoso contra o Peru, nos Estados Unidos, num gramado horroroso com demarcações de futebol americano. Porém, isso acontece porque a CBF, há algum tempo, terceirizou para uma empresa a marcação de jogos para a Seleção. Antes uma das maiores paixões dos brasileiros, a Seleção virou um estorvo para os clubes e os seus torcedores.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Crescimento planejado

O Athletico Paranaense, que ontem conquistou pela primeira vez o título da Copa do Brasil, está desenvolvendo uma trajetória singular no futebol brasileiro. Até hoje, os clubes que se tornaram reconhecidos como grandes no país atingiram essa condição num processo espontâneo desenvolvido ao longo de décadas. Dessa forma, chegou-se ao número de doze clubes considerados grandes no Brasil: Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Inter. Ao longo do tempo, eles sedimentaram sua privilegiada posição no cenário futebolístico do país, e esse grupo restrito não recebeu nenhum outro integrante. Porém, de alguns anos para cá, o Athletico Paranaense se propôs a quebrar essa barreira e ingressar no seleto grupo. Antes um clube de feitos modestos até mesmo dentro do Paraná, o Athletico buscou, de forma estruturada, mudar de patamar. Para se ter uma ideia, até a década de 80, o Athletico só tinha títulos estaduais avulsos. Seu primeiro bicampeonato estadual foi conquistado em 1982/1983. Seu maior rival, o Coritiba, já possuía, naquela época, um hexacampeonato. Com a chegada dos anos 2000, no entanto, esse quadro mudou. O Athletico começou um processo de crescimento planejado, que logo gerou frutos. O clube construiu um estádio no padrão Fifa, a Arena da Baixada, e o Centro de Treinamento do Caju, de nível invejável. Também investiu fortemente nas categorias inferiores. Os resultados logo apareceram. O Athletico foi campeão brasileiro em 2001, vice em 2004, vice da Libertadores em 2005, vice da Copa do Brasil em 2013, campeão da Copa Sul-Americana em 2018, e campeão da Copa do Brasil em 2019. Esses resultados, bem superiores aos de alguns clubes grandes no mesmo período, parecem apontar que o Athletico Paranaense está mudando de patamar, e ingressando no exclusivo grupo. Os próximos anos irão confirmar ou não essa tendência, mas tudo indica que o Brasil está ganhando mais um clube com o selo de grande.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Título merecido

 O Athletico Paranaense é o campeão da Copa do Brasil. A conquista veio, hoje, com a vitória de 2 x 1 sobre o Inter, em pleno Beira-Rio. Os dois jogos da decisão foram vencidos pelo Athletico. Um título merecido, sem dúvida. O gol da vitória, marcado aos 51 minutos do segundo tempo, teve requintes de crueldade. Marcelo Cirino, na linha de fundo, driblou Rafael Sóbis e Edenilson com um só toque, invadiu a área, livrou-se de Rodrigo Lindoso, e cruzou para Rony fazer o gol. Uma jogada de alta técnica, feita nos acréscimos, para plasmas a superioridade do Athletico no confronto, e impedir qualquer chance de reação. Foi uma grande atuação coletiva do Athletico, principalmente no segundo tempo, com vários desempenhos individuais de destaque. O goleiro Santos repetiu as boas atuações de jogos anteriores. Robson Bambu foi um jovem que entrou na fogueira de jogos decisivos e deu ótima resposta. Rony foi o melhor jogador em campo. Marcelo Cirino entrou no segundo tempo e foi fundamental. O técnico Tiago Nunes firmou-se como a grande revelação na função no futebol brasileiro. O Inter, por outro lado, acumulou equívocos. Seu técnico, Odair Hellmann, mais uma vez, cometeu erros decisivos. A substituição de Patrick por Rafael Sóbis, no intervalo, foi incompreensível. Ainda que o Inter precisasse marcar gols, pois o empate em 1 x 1 dava o título ao Athletico, a troca se mostrou prejudicial, pois houve perda de combatividade no meio de campo sem que o almejado ganho ofensivo fosse alcançado. Após a saída de Bruno para a entrada de Nonato, Edenilson foi deslocado para a lateral direita, causando mais uma perda no setor de meio de campo. Guerrero, outra vez, não se fez notar em campo num jogo decisivo. Wellington Silva, que costuma entrar bem durante os jogos, mostrou-se ineficiente sendo escalado desde o início. O resultado também acabou com o mito de que o Inter reverte confrontos no Beira-Rio, isso ocorre várias vezes, mas não vai acontecer sempre. Os próximos dias deverão ser de turbulência no Inter. A torcida, que nunca simpatizou com Odair Hellmann, tenderá a pressionar pela sua saída.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Dados que se repetem

Uma pesquisa do Datafolha, divulgada hoje pela Folha de São Paulo, sobre as maiores torcidas do país, mostra posições que consolidam levantamentos anteriores. O Flamengo, como sempre, aparece como o clube de maior torcida no país, com 20% da preferência. O Corinthians, segundo colocado, tem 14%. Na região Sul, a única em que Flamengo e Corinthians não lideram as preferências, o Grêmio está em primeiro lugar, com 23%, e o Inter, 17%. Nacionalmente, o Grêmio tem 4%, e o Inter, 3%. Com pequenas variações nos índices, essas posições vêm se mantendo a cada nova pesquisa. O Flamengo é, historicamente, o clube mais popular do Brasil. O Grêmio, há algumas décadas, tem maior torcida do que o Inter. São dados que se repetem nos levantamentos, há muito tempo, e nada indica que venham a se modificar. O Corinthians, por mais que relute em aceitar isso, tem menos torcida que o Flamengo. A condição de "maior torcida do Rio Grande do Sul" autoproclamada pelo Inter, nada mais é do que uma falácia. A lamentar, apenas, que a pesquisa revele que o índice de pessoas que não torce para nenhum clube é de 22%. Um número maior do que o percentual de adeptos de qualquer clube. Para o Brasil, que já foi chamado de "o país do futebol", esse é um triste dado.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

A arrogância de Daniel Alves

O jogador Daniel Alves, do São Paulo, mostrou, outra vez, sua incapacidade para  lidar com críticas. Ontem, após o jogo São Paulo 1 x 1 CSA, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, Daniel Alves mostrou desconforto com perguntas dos repórteres que questionavam o porquê de ele estar sendo escalado no meio de campo se a posição na qual se afirmou na carreira é a lateral direita, e disse que quem faz essas observações não jogou bola. Em 2014, irritado com as críticas à Seleção Brasileira, que foi goleada por 7 x 1 pela Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, em pleno Mineirão, Daniel Alves declarou que a equipe estava pagando injustamente pela crise política e social que atingia o país. Para o jogador, portanto, uma goleada tão humilhante não justificaria as fortes críticas recebidas pela Seleção, da qual era um dos integrantes, após o resultado vergonhoso. Agora, diante de perguntas que lhe causaram contrariedade, Daniel Alves apelou para o "carteiraço", ao referir o fato de que os jornalistas que as formularam não jogaram futebol. Esse tipo de observação não é exclusivo de Daniel Alves, outros jogadores já se utilizaram desse argumento na tentativa de desqualificar seus críticos. A arrogância de Daniel Alves nesses episódios só expõe suas próprias limitações intelectuais, e reflete um posicionamento muito comum em brasileiros bem sucedidos, que é o de não saber conviver com críticas. Ninguém está acima do bem e do mal, por mais vitorioso que seja em sua carreira. A observação de Daniel Alves após o jogo de ontem do São Paulo é primária. Nenhum crítico, de qualquer ramo de atividade, precisa ter exercido o ofício de quem é objeto de suas análises para que elas sejam legitimadas. Um crítico de cinema não precisa ter sido um cineasta. Um crítico musical não necessita ter sido um cantor ou compositor. O mesmo vale para outras atividades como a crítica literária, teatral, etc. Daniel Alves, em sua visão tacanha da realidade, perdeu, novamente, uma grande chance de ficar calado.

domingo, 15 de setembro de 2019

Comemoração com atuação de luxo

O Grêmio completou, hoje, 116 anos, e sua torcida é que foi presenteada. Diante de um público de 41.700 pessoas, o Grêmio goleou o Goiás por 3 x 0, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foram três golaços, e várias outras chances de ampliar o placar, no primeiro tempo. No segundo tempo, o Grêmio diminuiu o seu ritmo, mas administrou o resultado eficientemente, sem ser ameaçado pelo adversário. O desempenho do Grêmio foi muito bom, coletiva e individualmente. Jean Pyerre, Everton e Alisson, afora terem marcado os gols, tiveram grandes atuações. No todo, só Bruno Cortez e Diego Tardelli ficaram um pouco abaixo do nível geral, mas sem que tenham jogado mal. Com o resultado, o Grêmio subiu três posições no Brasileirão, e já é o oitavo colocado. No dia do seu aniversário, o Grêmio teve comemoração com atuação de luxo.

Vencendo com os reservas

As declarações do vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Melo, logo após a derrota para o Goiás, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro, ao que parece, surtiram efeito. Na ocasião, Roberto Melo disse que não aceitava a forma como o Inter perdera o jogo, de virada, tendo um homem a mais desde os 15 minutos do primeiro tempo, logo após abrir o placar. Naquela partida, o Inter jogou com seu time reserva. De lá para cá, os reservas do Inter não perderam mais. Ganharam do São Paulo, no Beira-Rio e, hoje, do Atlético Mineiro, no Independência, com ambos os adversários tendo jogado com os titulares. Vencendo com os reservas, o Inter vem subindo posições no Brasileirão, e já está em quarto lugar, colocação que lhe daria uma classificação direta para a Libertadores. No jogo de hoje, o Inter não teve maiores dificuldades diante de um Atlético Mineiro apático e desorganizado. A partir do momento em que fez o primeiro gol, bastou ao Inter explorar os muitos erros do adversário para obter a vitória com facilidade. O melhor de tudo para o Inter é que, depois do segundo jogo pela decisão da Copa do Brasil, terá apenas o Campeonato Brasileiro para disputar, o que lhe permitirá lutar pelas primeiras posições da competição.

sábado, 14 de setembro de 2019

Favorito

A diferença de pontos em relação aos adversários ainda não é tão grande, e falta o segundo turno inteiro a ser disputado, mas o Campeonato Brasileiro já tem um candidato claro ao titulo. O Flamengo é o favorito para ser campeão, muito acima de qualquer outro clube. Esse fato ficou evidente, hoje, na vitória do Flamengo por 1 x 0 contra o Santos, no Maracanã. O placar não traduz o que foi o jogo. O resultado em favor do Flamengo poderia ter sido bem mais amplo. Foi mais uma grande atuação do Flamengo, que alcançou sua sexta vitória consecutiva. O gol único do jogo, marcado por Gabigol, foi primoroso, num lindo toque por cobertura. Com grandes jogadores em todas as posições, o Flamengo vence seus jogos de maneira convincente, com destacados desempenhos individuais. Afora  a ocorrência de fatores imponderáveis, não parece provável que o Flamengo venha a ser superado por um outro competidor. Numa disputa por pontos corridos, quem tem mais qualidade acaba se impondo, e essa condição, hoje, é, inegavelmente, do Flamengo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A volta da CPMF

A intenção de fazer voltar a famigerada CPMF é mais uma das iniquidades do ministro da Economia, Paulo Guedes. Nada pode ser mais covarde do que uma "contribuição" compulsória. Ao taxar todo e qualquer saque ou depósito, o governo oficializa a tunga ao bolso bolso dos cidadãos, sem dó nem piedade, buscando, apenas, ampliar a sua arrecadação. O pior é que CPMF não é uma ideia exclusiva da direita. Governos de esquerda também já utilizaram esse recurso. Até que, um dia, ele foi, ainda bem, extinto. Pois, agora, Paulo Guedes quer a volta da CPMF, esse execrável imposto.  Por sorte, a tendência é o Congresso rejeitar a medida.  A motivação do ministro é, mais uma vez, tirar dinheiro do cidadão para favorecer os empresários. Durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro desmentiu que tivesse a intenção de recriar a CPMF. Agora, seu ministro da Economia defende o retorno desse imposto. A quebra do que foi prometido na campanha, em se tratando do governo Jair Bolsonaro, não deve ser motivo de espanto. Porém, essa o governo não deverá levar.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A aposta de sempre

Não houve novidade no comportamento do Inter, hoje, no primeiro jogo pela decisão da Copa do Brasil. Na Arena da Baixada, o Inter perdeu por 1 x 0 para o Athletico Paranaense, fazendo a aposta de sempre quando joga fora de cada, ou seja, buscando não ser derrotado ou, até mesmo, perder por um placar apertado. Tudo porque o Inter joga todas as suas fichas em que é capaz de fazer a diferença nos jogos no Beira-Rio. Até aqui, o roteiro tem dado certo. Resta saber se isso irá se repetir no segundo jogo da decisão, na próxima quarta-feira. O fato de que o Athletico Paranaense tem um retrospecto ruim nos jogos fora de casa serve de estímulo para que o Inter encare com otimismo a possibilidade de reverter o resultado de hoje e conquistar o título. Em termos objetivos, bastará ao clube paranaense um empate para ser campeão. Se perder por 1 x 0, ainda terá a chance de obter o título nos tiros livres da marca do pênalti. Ao Inter, se quiser evitar a loteria desse tipo de decisão, só servirá uma vitória por dois ou mais gols de diferença, o que é plenamente possível, mas não é uma tarefa fácil.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Cinismo

As reações que se seguiram à declaração de Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, de que as mudanças que o país precisa não serão feitas pelas vias democráticas, são um exemplo da hipocrisia que tomou conta do Brasil. Pessoas que apoiaram abertamente a candidatura a presidente do ex-capitão se mostram, repentinamente, "chocadas" com a posição assumida por Carlos Bolsonaro. Por acaso, se poderia esperar que fosse diferente? Sabidamente, Jair Bolsonaro e seus filhos nunca foram defensores da democracia. Pelo contrário, são apologistas da ditadura e da tortura. Logo, o repúdio, por parte de quem votou em Bolsonaro, às afirmações de seu filho Carlos, são de um cinismo nauseante. Toda a trajetória parlamentar de Bolsonaro foi marcada pela defesa do golpe militar de 1964, pelo desprezo aos direitos humanos, por manifestações de machismo, racismo e homofobia. Portanto, não se poderia esperar dele, ou de seus filhos, que seguem a mesma cartilha do pai, qualquer compromisso com a democracia. Os que escolheram Bolsonaro sabiam o que lhes esperava. Fingem surpresa e indignação com a posição de Carlos porque não querem assumir o rótulo de adeptos do autoritarismo. Porém, é exatamente isso o que são.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

O retorno do Juventude

O Juventude garantiu, hoje, a sua volta ao Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Com a goleada de 4 x 0 sobre o Imperatriz (MA), no Alfredo Jaconi, o retorno do Juventude à Série B foi alcançado apenas um ano após a queda para a Terceira Divisão. Para um clube que permaneceu na Primeira Divisão por treze anos, e que ganhou um título da Copa do Brasil, a Série C não é um lugar adequado. Se ainda não  clubes doestá em condições de voltar à Primeira Divisão e fazer um bom papel, o Juventude tem condições de permanecer alguns anos na Série B até se estruturar para integrar novamente a elite do futebol brasileiro. Ypiranga e São José, os outros clubes do Rio Grande do Sul na Terceira Divisão, também estiveram na iminência de subir para a Série B, mas não conseguiram. Faltou-lhes, talvez, a experiência que o Juventude já detém há algum tempo em competições nacionais.

domingo, 8 de setembro de 2019

Grande recuperação

A eliminação na Copa do Brasil para o Athletico Paranaense abalou o Grêmio, como não poderia deixar de ser. Porém, apenas quatro dias depois da desclassificação, o Grêmio obteve uma grande recuperação. Hoje, no Independência, o Grêmio goleou o Cruzeiro por 4 x 1, pelo Campeonato Brasileiro, com uma belíssima atuação. Everton comprovou que sua ausência por suspensão no jogo contra o Athletico Paranaense foi fatal para o Grêmio. A exemplo do que fizera contra o Palmeiras no Pacaembu, Everton foi o melhor jogador em campo, sendo decisivo para a vitória do Grêmio, e marcando dois golaços. O resultado alivia a dor pelo ocorrido na Copa do Brasil e é importante para o Grêmio tentar iniciar uma nova fase dentro do Brasileirão. O Grêmio jogou bem coletiva e individualmente. As entradas de Michel e Diego Tardelli nos lugares de Rômulo e André, respectivamente, também foram decisivas para que o Grêmio tivesse uma atuação tão qualificada. Os dois atuaram muito bem, e mostraram o quanto a teimosia  do técnico Renato em escalar alguns jogadores resulta em tropeços do Grêmio que poderiam ser evitados. Resta esperar que o Grêmio não necessite sofrer outro tombo para fazer uma atuação de tão alto nível como a de hoje.

sábado, 7 de setembro de 2019

Caricatura

O São Paulo é um dos maiores clubes do Brasil, mas há muito tempo não consegue montar bons times. Desde 2012, não ganha um título de expressão. As recentes contratações de Daniel Alves e Juanfran sinalizavam para uma mudança nesse quadro. Porém, depois de cinco vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, única competição que lhe restou para disputar, o São Paulo caiu de produção, novamente, e, nos últimos três jogos, teve duas derrotas e um empate. Hoje, contra um time misto do Inter, no Beira-Rio, o São Paulo perdeu por 1 x 0, e foi uma caricatura. Nada se viu de positivo na sua atuação. Faltou criatividade no meio de campo e agressividade no ataque. O futebol do São Paulo foi burocrático e fez com que o Inter crescesse de produção ao longo do jogo. O pênalti que deu a vitória ao Inter foi, apenas, a pá de cal sobre um São Paulo sem intensidade. Com esse resultado, o Inter cresce no Campeonato Brasileiro no mesmo momento em que irá decidir a Copa do Brasil. Em contraste, o São Paulo segue caindo na única competição que tem para disputar. Dois clubes grandes, mas que vivem situações muito distintas.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Prejuízos

O Grêmio continua sendo vítima do descritério com que é tratado nos jogos e tribunais. No jogo contra o Athletico Paranaense, quarta-feira, na Arena da Baixada, o Grêmio sofreu dois prejuízos. O primeiro foi um pênalti escandaloso cometido por Wellington Martins, logo aos quatro minutos de jogo, que não foi marcado mesmo depois que o árbitro verificou o lance no VAR. Lances semelhantes sempre resultam na marcação do pênalti, mas, dessa vez, isso não aconteceu. Caso o pênalti fosse confirmado pelo árbitro, a história do jogo poderia mudar inteiramente. O segundo prejuízo sofrido pelo Grêmio foi a decisão do STJD de não proceder a denúncia por injúria racial cintra uma torcedora do Athletico Paranaense que foi captada pelas câmeras da transmissão de tevê proferindo insultos racistas contra o jogador Matheus Henrique, do Grêmio. Embora a manifestação não seja audível, é facilmente perceptível pela leitura labial o que foi dito pela torcedora. Como se sabe, num caso análogo, em 2014, o STJD puniu o Grêmio com a eliminação da Copa do Brasil. O péssimo jogo realizado pelo Grêmio contra o Athletico Paranaense, fato que foi reconhecido pelo próprio clube, não ameniza os prejuízos sofridos. A lei é para ser cumprida, nos jogos e tribunais, de forma criteriosa e, principalmente, equidistante. Com o Grêmio, mais uma vez, isso não ocorreu.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Sociedade inerte

O governo Jair Bolsonaro derrete como um sorvete exposto ao sol. O presidente toma medidas contrárias aos interesses da população, diz asneiras em série, ofende governantes estrangeiros, faz apologia da tortura. As pesquisas revelam que a popularidade de Bolsonaro está despencando. Porém, esse quadro ainda não repercutiu nas ruas. Está mais do que na hora de o povo sair às ruas para repudiar o desgoverno do ex-capitão. A sociedade inerte diante de tantos descalabros é incompreensível. Não há governo, por mais autoritário que seja, que fique incólume à voz das ruas. A maioria dos brasileiros, somados os votos de Fernando Haddad e dos demais candidatos, não escolheu Bolsonaro para presidente. Essa maioria, até aqui silenciosa, tem de se impor sobre a minoria ruidosa que apoia o governo fascista de Bolsonaro. Nada melhor para isso do que as comemorações do Sete de Setembro. A ideia de sair às ruas vestido de preto é excelente. Ela precisa ser encampada pela população em geral.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Passeio

O Inter era favorito para obter, hoje, no Beira-Rio a classificação para a decisão da Copa do Brasil diante do Cruzeiro, pelo fato de ter vencido o primeiro jogo, no Mineirão. O prognóstico se confirmou, mas com uma facilidade inesperada. O Cruzeiro até mostrou um bom futebol no primeiro tempo, mas desandou após sofrer um gol. Depois disso, foi um passeio do Inter, que goleou por 3 x 0. O técnico do Cruzeiro, Rogério Ceni, cometeu vários erros na escalação e nas substituições. O ambiente do Cruzeiro continua conturbado, mesmo após ter trocado de técnico. Pedro Rocha mostrou insatisfação ao ser substituído, e Thiago Neves criticou improvisações feitas por Rogério Ceni. O Inter decidirá a Copa do Brasil contra o Athletico Paranaense. O sorteio da ordem dos jogos poderá, ser decisivo, pois quem fizer a segunda partida em casa tem tudo para ser o campeão.

Hecatombe

No futebol, não se pode contar com a vitória antes do jogo. São muitos os exemplos de resultados que derrubam prognósticos. O maior deles foi a derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai na decisão da Copa do Mundo de 1950. Ainda assim, muitos clubes seguem praticando o erro de festejar antecipadamente. Por causa disso, o Grêmio viveu, hoje, uma hecatombe. Depois de ganhar o primeiro jogo contra o Athletico Paranaense por 2 x 0 na Arena, pelas semifinais da Copa do Brasil, o Grêmio perdeu pelo mesmo placar, hoje, na Arena da Baixada, e foi eliminado na cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Um resultado absolutamente surpreendente, pois todos julgavam que o confronto seria facilmente vencido pelo Grêmio após a vantagem obtida na primeira partida. Foram muitas as razões para o desastre. A ausência de Everton, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, pesou muito, pois ele é o melhor jogador em atividade no Brasil. A escalação de Rômulo foi um equívoco. Ele fez uma boa partida contra o Palmeiras, quando entrou durante o jogo, mas foi uma exceção. Hoje, Rômulo voltou a ser o jogador ineficiente de sempre, que não protege a defesa. A lesão de Leonardo Gomes, ocorrida muito cedo, fez com que Galhardo entrasse em seu lugar. Sabidamente um jogador muito limitado, Galhardo foi um ponto fraco na defesa do Grêmio, por onde o Athletico Paranaense deitou e rolou. Nos tiros livres da marca do pênalti, Renato escolheu Pepê para a última cobrança, quando Thaciano seria muito mais indicado. Pepê errou a cobrança e causou a eliminação do Grêmio. Porém, por mais erros que o Grêmio tenha cometido, e mais acertos que tenha tido o seu adversário, o resultado teve forte influência da arbitragem. O jogo ainda estava nos seus primeiros minutos quando Wellington Martins, do Athletico Paranaense, cometeu um pênalti claríssimo. Mesmo depois de conferir o lance no vídeo, o árbitro Wagner Magalhães (RJ), não marcou o pênalti. Prejuízo irreparável para o Grêmio, pois o lance poderia mudar a história do confronto. Mais uma vez, o Grêmio foi vítima de erros de arbitragem, um fato tristemente comum na sua história gloriosa.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Os 30 anos de um título histórico

Na data de hoje, em 1989, o Grêmio conquistava, com uma vitória de 2 x 1 sobre o Sport, no Olímpico, o titulo da primeira edição da Copa do Brasil. Cercada de desconfiança por alguns sobre suas possibilidades de êxito, a Copa do Brasil foi se consolidando no gosto popular ao longo do tempo, e hoje é a competição, dentro do país, que paga a maior premiação. Ao contrário do que acontece em outros países que também realizam copas nacionais, a Copa do Brasil é mais valorizada pelos grandes clubes do que o Campeonato Brasileiro.  A fórmula da competição, com confrontos eliminatórios, a torna muito emocionante.  Portanto, completam-se, hoje, os 30 anos de um título histórico do Grêmio, abrindo a galeria de campeões da Copa do Brasil. O Grêmio, por sinal, ê o segundo maior vencedor da competição, com cinco títulos conquistados. Na semana em que o Grêmio irá buscar sua classificação para a decisão da Copa do Brasil pela nona vez, o que é um recorde dentro da competição, a evocação do título de 1989 é mais do que oportuna. O time do Grêmio, na época, tinha nomes como Mazaropi, Alfinete, Edinho e Cuca. O título foi conquistado de forma invicta. Foi mais uma conquista marcante na vida de um clube coberto de glórias.

domingo, 1 de setembro de 2019

O resgate do encanto perdido

O futebol brasileiro está vivendo um momento especial. O pragmatismo da busca do resultado, de "jogar por uma uma bola", priorizando a ação defensiva, está sendo, cada vez mais, rejeitado pelos torcedores e pela imprensa. Técnicos pragmáticos como Felipão e Mano Menezes já não conseguem os mesmos bons resultados de outros tempos, e sofrem enorme contestação. Mano Menezes saiu do Cruzeiro após uma série de maus resultados, e Felipão já balança no Palmeiras, cujo desempenho vem despencando. Enquanto isso, Grêmio e Flamengo estão realizando o resgate do encanto perdido no futebol brasileiro. Ambos jogam buscando a vitória, e exercendo a posse de bola em vez de apostar em contra-ataques. Contando com jogadores de grande técnica como Everton, Jean Pyerre, Matheus Henrique e Maicon, no Grêmio, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol, no Flamengo, os dois clubes estão trazendo de volta o prazer desse ver um futebol bem jogado. O reflexo disso é que os dois técnicos, Renato,  do Grêmio, e o português Jorge Jesus, do Flamengo, reivindicam para seus respectivos times a condição de o melhor futebol do Brasil. Desde já, há enorme expectativa pelo confronto dos dois clubes pelas semifinais da Libertadores, que ocorrerá em outubro. Mais do que partidas entre dois gigantes, será uma celebração do jogo técnico e ofensivo, que sempre foi a marca do futebol brasileiro, e que por tanto tempo andou esquecido.