domingo, 30 de setembro de 2012

Decepção

O empate do Grêmio com o Santos em 1 x 1, hoje, no Olímpico, foi uma decepção para os seus torcedores. A torcida lotou o estádio, e viu o Grêmio fazer 1 x 0 ainda no primeiro tempo. Logo no início do segundo tempo, Neymar, o melhor jogador brasileiro da atualidade, foi expulso, o que só poderia beneficiar o Grêmio. Incrivelmente, tendo ficado sem o seu melhor jogador e em inferioridade numérica, o Santos empatou o jogo logo depois, e o Grêmio não conseguiu alcançar a vitória, mesmo que ainda faltasse muito tempo de partida pela frente. O resultado foi muito ruim para o Grêmio, pela aproximação do Vasco na tabela e pela distância  em relação aos dois primeiros colocados, Fluminense e Atlético Mineiro, que continua grande, faltando apenas 11 rodadas para o final do Campeonato Brasileiro. O Grêmio, que antes só ganhava ou perdia, atingiu o seu terceiro empate consecutivo no Brasileirão. Na prática, pela distância de nove pontos e pelas duas vitórias a menos em relação ao Fluminense, líder da competição, o título ficou quase impossível para o Grêmio. Os três empates em sequência, dois deles com o Grêmio saindo na frente no placar, representam um terrível prejuízo em termos de pontuação. O Grêmio deverá, ao que tudo indica, confirmar sua classificação para a Libertadores, mas o torcedor esperava muito mais, queria o título. Um desejo que poderia se concretizar, caso não tivesse acontecido um tamanho desperdício de pontos.

sábado, 29 de setembro de 2012

Rotina

O empate do Inter com o Cruzeiro em 0 x 0, hoje, no estádio Melão, em Varginha (MG), não trouxe nada de novo na trajetória dos dois clubes no Campeonato Brasileiro. Inter e Cruzeiro, que fazem campanhas decepcionantes no Brasileirão, repetiram o mau futebol que tem mostrado em quase todos os jogos, e obtiveram um resultado que foi ruim para os dois. O placar em branco, aliás, traduz bem a qualidade do futebol que foi apresentado em campo. O Cruzeiro esteve mais perto da vitória, já que teve um pênalti a seu favor. Borges bateu e marcou o gol, mas o árbitro mandou repetir a cobrança por ter havido invasão. Na segunda cobrança, Borges errou e, mesmo tendo ocorrido nova invasão, o árbitro não ordenou a repetição, o que deveria ter sido feito. No segundo tempo, Lucas Lima, do Inter, cometeu um pênalti claríssimo, colocando a mão na bola, mas, dessa vez, a arbitragem ignorou o lance. Ainda assim, o resultado não chegou a constituir uma injustiça. O Cruzeiro continua com seu desempenho frustrante. O Inter não fica atrás. Só mesmo os torcedores mais fanáticos ainda acreditam na possibilidade do Inter se classificar para a Libertadores. Na realidade, 2012 já acabou para o Inter. Encarar esse fato de frente seria uma forma do clube buscar uma melhor perspectiva para o ano que vem.

Uma pioneira da televisão

A morte de Hebe Camargo, ocorrida na madrugada de hoje, em  São Paulo, representa a perda de uma personalidade que está conectada à história da televisão brasileira desde o seu princípio. Hebe é uma das pessoas pioneiras da televisão no Brasil, aquelas que estão ligadas a esse veículo de comunicação desde o seu surgimento no país, com a inauguração da TV Tupi de São Paulo, em 1950. Hebe também era cantora, mas foi como apresentadora que obteve fama e tornou-se admirada em todo o país. Seu prestígio no meio artístico era praticamente unânime. Hebe tornou-se um mito da televisão sem nunca ter trabalhado na Globo, a rede de maior audiência no país, o que dá uma medida do seu talento. Em 62 anos de existência da televisão no Brasil, Hebe esteve sempre presente. Nenhum profissional permanece tanto tempo em atividade, com mais de 80 anos de idade, se não for muito bom. Hebe trabalhou, praticamente, até o fim de sua vida, mesmo abatida por uma doença cruel. Sua simpatia e bom humor contagiantes não serão esquecidos. Num meio onde tudo tende a ser fugaz, Hebe deixará uma lembrança perene. Foi um exemplo, também, na alegria de viver. Hebe era daquelas pessoas que sabiam tirar da vida tudo o que ela pode dar. Fez muitos amigos, alcançou fortuna, desfrutou dos prazeres que quis, em suma, viveu uma existência plena e longeva. Deixa saudade, mas uma lembrança que não combina com tristeza. Hebe era a personificação da alegria.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tim Maia

Se vivo fosse, Tim Maia teria completado, hoje, 70 anos. Tim fez sua incursão no meio musical junto com Roberto Carlos e Erasmo Carlos, mas, por ter morado por um tempo nos Estados Unidos, sua carreira deslanchou bem depois das dos amigos famosos. Foi uma figura singular na música brasileira. Incursionava bem pelo romantismo, mas, influenciado por sua experiência americana, tornou-se a voz da "black music" no Brasil, com seu ritmo dançante e contagiante. O interesse em torno de Tim Maia não se extinguiu com sua morte, ocorrida em 1998. Tanto é verdade que um musical sobre sua vida alçou ao estrelato o ator Tiago Abravanel, neto do empresário e apresentador de televisão Sílvio Santos, de grande semelhança física com Tim Maia, que viveu o papel do cantor no espetáculo. Tim Maia alcançou o sucesso cantando, basicamente, dois tipos de música, as românticas e as dançantes. Irreverente, Tim definia suas canções românticas como "mela cueca", e as dançantes como "esquenta sovaco". Possuía uma voz privilegiada e um talento tão grande que sua carreira sobreviveu a toda sorte de excessos que cometia. Tim era obeso, abusava de álcool e drogas, não cuidava da saúde. Costumava, também, deixar de comparecer aos shows marcados na sua agenda, desesperando o público e os promotores dos espetáculos. Nada disso foi capaz de lhe afastar do sucesso. Tim Maia só não conseguiu evitar a morte precoce. No dia em que gravava o que seria o seu disco acústico, sentiu-se mal e foi internado, não conseguindo se recuperar e vindo a falecer. Era a saúde cobrando os abusos praticados pelo cantor. Tim Maia tinha, então, apenas, 55 anos. Deixou uma lacuna que ainda não foi preenchida na música brasileira e um grande número de fãs que continuam a admirar a sua obra.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um exemplo a ser seguido

A atitude do atacante polonês, naturalizado alemão, Klose, do Lazio (ITA), que confessou ao árbitro do jogo do seu clube contra o Nápoli, pelo Campeonato Italiano, que havia feito um gol com a mão, repercutiu no mundo inteiro. O árbitro havia consignado o gol e, depois do que lhe disse Klose, voltou atrás. O jogador foi cumprimentado pelos adversários e aplaudido pelos torcedores. Não é a primeira vez que algo assim acontece no futebol europeu. Há alguns anos, na Inglaterra, um jogador pediu ao árbitro que voltasse atrás na marcação de um pênalti, pois o adversário não havia cometido falta sobre ele. Ao me deparar com exemplos assim, fico envergonhado, como brasileiro, de constatar como as coisas são diferentes por aqui. No Brasil, os jogadores tentam ludibriar os árbitros, simulando faltas e contusões, para obter proveito para si e para seu time, atitude que é altamente reprovada pelo público europeu. Na nossa peculiar maneira de encarar o futebol e a vida, é preciso "ser esperto", levar vantagem. Para os padrões brasileiros, a atitude de Klose é coisa de "trouxa". Não seria de se espantar se, caso um jogador brasileiro agisse como o atacante do Lazio, sua própria família ficasse contra ele. São fatos como esse que mostram o fosso civilizatório que nos separa do chamado "Primeiro Mundo". O Brasil já tem, em muitos setores, um padrão de excelência próximo dos países desenvolvidos, e sua economia já é a sexta do mundo. Porém, quando se trata das relações humanas, da vida em sociedade, da educação e da urbanidade, parecemos, por vezes, ainda estarmos na Idade da Pedra. Klose provou, com seu gesto, que mesmo num esporte milionário como o futebol, e cheio de interesses nem sempre muito elevados em torno de si, há espaço para a honestidade. Na Europa a chamada "Lei de Gérson", aquela que diz que o importante é levar vantagem em tudo, tão apreciada no Brasil, não prospera. Os europeus não são anjos, longe disso, mas ainda cultivam valores essenciais para a convivência em sociedade. Klose deu um exemplo a ser seguido, mostrando que há limites a serem respeitados, que não se pode buscar a vitória a qualquer preço. Seria bom se os jovens brasileiros que estão iniciando carreira no futebol não encarassem a atitude de Klose como uma excentricidade, mas como um modelo de comportamento.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A noite em que tudo deu certo

Para o Grêmio, a noite de hoje não poderia ter sido melhor. Em Guayaquil, venceu o Barcelona, por 1 x 0, pela Copa Sul-Americana. Como se não bastasse, foi beneficiado pelo resultado do jogo atrasado do Campeonato Brasileiro em que o Flamengo ganhou do Atlético Mineiro, por 2 x 1, no Engenhão. A derrota do Atlético Mineiro torna menos distante a possibilidade do Grêmio de lutar pelo título da competição. Com a vitória sobre o Barcelona, o Grêmio praticamente garantiu sua classificação para a próxima fase da Copa Sul-Americana. Afinal, na segunda partida, no Olímpico, no dia 24/10,  jogará pelo empate. O Grêmio foi dominado em quase todo o jogo pelo adversário, e seu goleiro, Marcelo Grohe, teve uma atuação excelente, sendo a maior figura em campo. O primeiro tempo já se encaminhava para o final quando, aos 43 minutos, Werley, de cabeça, marcou o único gol do jogo. No segundo tempo, o Grêmio quase só se defendeu, o que agravou-se ainda mais após a expulsão de Tony. Portanto, não foi uma grande atuação, mas a vitória foi alcançada. Isso tem sido uma tendência do Grêmio, isto é, suas atuações não enchem os olhos, mas os resultados são bons. Agora, o Grêmio se voltará novamente para o Brasileirão para fazer dois jogos seguidos em casa, contra Santos e Cruzeiro. Uma ótima oportunidade para prosseguir obtendo vitórias e, se os resultados paralelos ajudarem, diminuir a diferença para os dois primeiros colocados. A fase do Grêmio é das mais positivas, e a tendência é que ela continue assim nas próximas semanas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A decisão será dos sócios

Como já era esperado, a decisão sobre quem será o presidente do Grêmio para o biênio 2013-2014 caberá aos associados do clube, devendo a eleição ocorrer no dia 20/10. Hoje à noite, em pleito restrito ao Conselho Deliberativo, três chapas ultrapassaram a cláusula de barreira de 20% e, assim irão disputar o voto dos sócios. Num total de 313 votos, o atual presidente, Paulo Odone recebeu 151, Fábio Koff teve 93, e Homero Bellini Jr.alcançou 67. O quarto candidato, Eldir Antonini, fez, apenas, dois votos. Será uma disputa entre dois pesos pesados, Odone e Koff, e um candidato ainda jovem, mas já com experiência administrativa no clube,  Bellini Jr. Odone, como era previsto, obteve a maioria de votos no Conselho, mas Koff atingiu uma contagem bem acima do que estava sendo projetado. Bellini Jr.também  mostrou força, conquistando o direito de submeter seu nome à apreciação dos associados. Não se pode garantir nada quanto ao resultado da eleição. Koff tem muita força junto ao torcedor, mas Odone se beneficia dos bons resultados de campo e, se eles prosseguirem até o dia do pleito, sua candidatura ganha muita força. Pelo nível dos postulantes, trata-se de uma eleição histórica no Grêmio. Ao contrário do que dizem muitos, não acho que o consenso seja o melhor para os interesses de um clube. Candidaturas únicas, mesmo que consensuais, são antidemocráticas. Minha única objeção é quanto ao fato da eleição acontecer em meio às disputas de campo. Por mais que se diga que os jogadores são indiferentes ao que acontece na política do clube, isso não é verdade. Eleições enquanto a bola está rolando tiram o foco do futebol num momento em que todas as atenções do clube devem estar voltadas, unicamente, para a busca de títulos. Uma mudança estatutária extremamente infeliz, realizada há poucos anos, criou essa inconveniência. Antes, durante toda sua história, o Grêmio só realizava eleições para presidente após o último compromisso oficial do ano. Espero que o bom senso faça com que se retorne ao modelo anterior, muito bem sucedido, e que jamais deveria ter sido modificado. Em relação ao pleito do dia 20/10 só resta desejar que os sócios façam a melhor escolha possível.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Falsa nobreza

Os leitores desse espaço já devem ter percebido, é claro, que tenho me eximido de tecer considerações sobre o julgamento do "mensalão". Entre outras razões, procedo assim por entender ser mais adequado dar minha visão a respeito quando tudo estiver definido do que comentar o acontecimento durante suas fases. Hoje, porém, abro uma exceção, até para não me omitir de ponderar sobre um assunto que tem impactado o país nos últimos meses. O "mensalão" aconteceu, claro que sim. Não se trata de uma conspiração das forças conservadoras e da oposição, como dizem alguns defensores mais apaixonados do governo federal. Também é óbvio que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sabia de tudo, não foi pego de surpresa. Sendo assim, que o Supremo Tribunal Federal cumpra o seu papel, e dê aos reús a penalização que entender adequada. Não é disso que quero me ocupar. O que me incomoda nesse episódio é a cruzada pseudomoralista comandada pela revista "Veja", cuja linha editorial é sobejamente conhecida por seu viés ideológico de extrema direita. Sua campanha aberta contra os réus do mensalão nada tem de caráter patriótico. Fosse assim, e a revista deveria ter a mesma postura indignada em relação à compra de votos de congressistas para a aprovação da emenda da reeleição para cargos executivos, liderada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em benefício próprio. "Veja", contudo, silencia sobre esse acontecimento, pois simpatiza com FHC. O ex-presidente Lula, ao contrário, é alvo do ódio permanente da publicação. Esse ódio, todavia, não impediu Lula de ganhar duas eleições para presidente, nem de eleger sua substituta no cargo. A revista busca, de todas as formas, desacreditar Lula e o PT, na tentativa de encurtar a permanência do partido no poder. "Veja" entende, inclusive, que os baixos índices de intenção de votos de candidatos do PT para prefeitos nas grandes cidades já é um reflexo do mensalão. Ingênua pretensão. Os candidatos não estão bem nas pesquisas porque são fracos, apenas isso. No plano federal, que é o que, verdadeiramente, interessa à revista, o PT deverá continuar no poder por muitos anos, independentemente do resultado do julgamento do "mensalão". Por trás da aparente nobreza de intenções da postura inflamada contra o que "Veja" qualifica como "o maior escândalo da história do país", o que há é mero oportunismo político. Trata-se de um tentativa de derrubar o governo operada insistentemente desde que o PT chegou ao poder, e que tem fracassado sempre. Dessa vez, não será diferente.

domingo, 23 de setembro de 2012

Obrigação cumprida

Depois de uma semana de turbulências, causadas pela explosiva entrevista do técnico Fernandão após o jogo contra o Sport, não se poderia esperar outra coisa do Inter que não fosse uma vitória convincente contra o Bahia. Foi exatamente o que aconteceu. Nem mesmo a boa campanha no segundo turno, no qual ainda estava invicto, permitiu ao Bahia qualquer chance, hoje, no Beira-Rio. O Inter venceu por 3 x 1 e, ao menos até sábado, quando voltará a jogar, terá um ambiente sem conturbações. Fred, mais uma vez, teve uma grande atuação, fazendo, inclusive, o primeiro gol, e os criticados medalhões também se destacaram. D'Alessandro cruzou a bola que resultou no segundo gol, marcado por Diego Forlán, e Leandro Damião fez um golaço, o terceiro do Inter. O Inter terá, agora, uma sequência de jogos difíceis, contra Cruzeiro e Santos fora de casa e Atlético Mineiro no Beira-Rio. O sonho de entrar na zona de classificação para a Libertadores segue distante, mas, ainda que não se saiba por quanto tempo, a paz voltou a reinar no Inter.

Empate injusto

O Grêmio empatou com o Atlético Mineiro em 1 x 1, hoje, no Independência, e se manteve em 3° lugar no Campeonato Brasileiro. Houvesse ganho e teria igualado em pontos o Atlético Mineiro, ultrapassando-o no número de vitórias. Porém, embora não tenha ganho, o Grêmio teve uma grande atuação, principalmente no segundo tempo, e merecia vencer o jogo. Marcelo Moreno perdeu uma oportunidade incrível, com o gol aberto, sem goleiro, a chamada "bola do jogo". Antes disso, Elano já havia cobrado uma falta no travessão e, no rebote, Souza desperdiçou a chance, chutando desviado. Ainda que o resultado não tenha mudado a situação do Grêmio na tabela, o que deve ser saudado é o alto nível da atuação, o que não se via nem mesmo nas vitórias. Nenhum jogador esteve mal, embora Kléber, mais uma vez, tenha ficado abaixo da expectativa. A defesa teve uma atuação soberba, quase nada permitindo ao ataque do Atlético Mineiro. Gilberto Silva, particularmente, foi um grande destaque. Embora a distância do Grêmio para o Atlético Mineiro tenha permanecido em três pontos e, em relação ao Fluminense, se ampliado para sete, nada está decidido. O título do Brasileirão permanece em aberto, e a atuação de hoje do Grêmio somada a visível queda de rendimento dos dois primeiros colocados torna isso bastante evidente. O empate foi injusto para o Grêmio, mas mostrou que ele pode almejar o título.

sábado, 22 de setembro de 2012

Somos nós que fazemos o país

Em sua coluna no jornal Zero Hora, na edição de ontem, o jornalista David Coimbra escreveu uma crônica que causou grande impacto, ao afirmar que o Brasil é uma porcaria porque o povo brasileiro é uma porcaria. Não vou me deter em fazer uma análise do texto do competente jornalista. Prefiro destacar um aspecto por ele enfocado, quando diz que muitos culpam "as elites" pelos males que acometem o país, como se elas tivessem a capacidade de, se o desejassem, colocá-lo nos eixos. Coimbra entende que todos os brasileiros são responsáveis pelo descalabro em que o país se encontra, e nisso ele está absolutamente certo. Uma das coisas que mais me irrita é a postura, bastante comum entre os brasileiros médios, de fazer uma separação sobre o que seria a sua conduta e a dos "poderosos". Eles propagam a ideia de que são pessoas honestas, trabalhadoras, dignas e esforçadas, e referem-se às mazelas do país como se fosse algo que não lhes diz respeito, por ser da inteira responsabilidade de políticos inescrupulosos. Agem como se tais políticos fossem seres alienígenas, e não pessoas que foram criadas na mesma sociedade em que estão presentes esses "respeitáveis" cidadãos. Enchem a boca para maldizer o país em que vivem, lamentar a escalada de corrupção e a "derrocada dos costumes", sempre falando como se fossem meros observadores, e não agentes dessa mesma realidade. Na verdade, trata-se de uma visão autoindulgente e carregada de omissão. Não há um Brasil "nosso" e outro "deles", significando uma separação entre os honestos e trabalhadores e os corruptos e aproveitadores. Ao contrário do que sustentam alguns, o mundo político brasileiro reflete fielmente o que somos como povo. A diferença é que o faz de forma superlativizada. O cidadão comum brasileiro não é mais honesto do que aqueles que o governam. No seu dia a dia, também ele pratica transgressões à ética, mostra-se egoísta e individualista. Se não comete malfeitos de maior monta, é por falta de oportunidade, não por virtude. O Brasil apresenta várias facetas que nos constrangem, mas elas não são responsabilidade de um pequeno grupo. Somos nós todos, cidadãos brasileiros, que fazemos o  Brasil. Assumamos a nossa culpa, sem transferi-la para ninguém. O caminho da correção de rumos no país começa por aí.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O fim da novela

Agora, está definido: Paulo Henrique Ganso é jogador do São Paulo. O assunto se arrastava há tanto tempo que ninguém mais aguentava acompanhar a cobertura da negociação. Ganso assinou um contrato de cinco anos com o São Paulo, e revelou estar muito feliz com o desfecho, pois, embora tenha recebido propostas de Grêmio e Flamengo, era no clube paulista que desejava jogar. Então, que Ganso e o São Paulo sejam muito exitosos em sua parceria, mas é preciso fazer algumas ponderações sobre esse caso. Fala-se muito, no futebol atual, em "profissionalismo". Coloco a palavra entre aspas porque profissionalismo é o que menos se encontra no futebol. O que há, quando muito, é mercantilismo e mercenarismo. Ao contrário do que muitos pensam, profissionalismo não significa que o dinheiro está acima de tudo e de que "eu vou para onde me pagarem mais". Profissionalismo implica, também, em postura, aplicação, comprometimento com a carreira, firmeza de propósitos, coisas que nitidamente, tem faltado no comportamento de Ganso. Emburrado por estar insatisfeito com sua condição salarial no Santos, Ganso forçou sua saída do clube e dentro de campo mostrou-se desligado, ao ponto de, na Seleção Olímpica Brasileira, jogar de maneira absolutamente displicente e desinteressada toda vez que entrava no gramado. Convenhamos, essa é uma atitude que nada tem de profissional. A falta de profissionalismo se estende a outro personagem dessa negociação, o investidor Delcir Sonda, controlador do Grupo DIS, que detém 55% dos direitos econômicos do jogador. O Santos pretendia negociar Ganso com o Grêmio, para não reforçar um de seus maiores rivais, o São Paulo. Porém, Sonda é torcedor do Inter, e não admitia a ideia de o jogador ir para o Grêmio. Em função disso, abriu mão dos 55% a que seu grupo teria direito, para facilitar a ida do jogador para o São Paulo, ou seja, em nome de seu sentimento clubístico, o empresário perdeu dinheiro. Isso pode ser chamado de profissionalismo? Finda a novela sobre o futuro de Ganso, coloca-se, diante dele, o maior desafio, que é o de provar que é mesmo o craque que encantou o país em 2010, e não apenas mais uma promessa que ficou pelo caminho. Há mais de um ano, Ganso tem ficado mais tempo lesionado do que jogando, e quando entra em campo, não mostra nem sombra do grande futebol que já exibiu. Para o bem do jogador, e do futebol brasileiro, que conta com Ganso para a Copa do Mundo de 2014, tomara que ele supere esse quadro e volte a ter, no São Paulo, o mesmo admirável desempenho de quando surgiu no Santos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vibração

Se algo de positivo pode ser retirado do primeiro jogo do Superclássico das Américas, Seleção Brasileira 2 x 1 Argentina, hoje à noite, no Serra Dourada, foi a vibração da equipe e da comissão técnica com o gol da vitória, marcado nos acréscimos da partida. Afora o mau futebol, uma das coisas que mais aborrecem o torcedor em relação à atual Seleção Brasileira é a maneira apática como se apresenta na maioria dos jogos, o que inclui, até mesmo, o seu técnico, Mano Menezes. Dessa vez, não foi assim. O futebol da Seleção, novamente, não foi grande coisa e o jogo, em si, esteve longe de empolgar. Porém, talvez pelas vaias dos torcedores e pelos gritos de "Felipão, Felipão", o técnico e os jogadores da Seleção Brasileira parecem ter tido o seu brio despertado. Mano Menezes foi para a beira do gramado, com um rosto crispado que lembrava o técnico participativo dos tempos de Grêmio e Corinthians. Os jogadores, vendo que a partida se encaminhava para um empate frustrante, partiram para uma pressão sobre o adversário, nos últimos minutos, que resultou no pênalti que levaria a equipe à vitória. Era uma partida em que a Seleção e a Argentina não estavam com suas melhores escalações, pois só foram convocados jogadores que atuam nos dois países, mas, ainda assim foi uma vitória num clássico de grande rivalidade, e com os brasileiros demonstrando uma motivação, pelo menos no final, que há muito tempo não se via. Pode ser pouco, mas já é alguma coisa.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sucesso atemporal

Como revela o meu perfil nesse blog, sou um beatlemaníaco, o que faz com que, volta e meia, aborde assuntos relacionados ao maior grupo musical de todos os tempos. Dessa vez, não posso deixar de destacar três notícias que dão a dimensão da permanência e da atemporalidade da obra dos Beatles. Numa pesquisa feita pela revista britânica NME, John Lennon foi escolhido o maior ícone da música nos últimos 60 anos. Outra pesquisa, feita com ouvintes das rádios 5 Live e BBC 2 apontou "Live and Let Die", de Paul McCartney, como sendo a melhor música de filmes da série James Bond. O documentário "Living In The Material World", sobre a vida de George Harrison, foi indicado para seis prêmios Emmy, dos quais ganhou dois: Melhor Especial de Não-Ficção e Melhor Diretor de Não-Ficção, para Martin Scorsese. Como se vê, os Beatles seguem em evidência, mesmo depois de 42 anos do fim do grupo. Em 2012, serão completados 32 anos da morte de John Lennon e 11 da de George Harrison, mas eles não são esquecidos nem por um momento. Paul McCartney e Ringo Starr, ambos já septuagenários, prosseguem com suas carreiras e fazendo shows por todo o mundo. A qualidade da obra dos Beatles é tamanha que venceu a ação do tempo. Sua música não envelhece, soa sempre nova e atual. A paixão pelo grupo se transmite de uma geração para a outra. Se alguém, ao ler esse texto, achar que ele incorre num exagero, procure ouvir os Beatles com atenção. Com certeza, nesse momento, será mais um a se render ao encantamento pela sua música.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Escolhas infelizes

Desde o início, sempre apoiei a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e já expus as razões suficientemente nesse espaço. Por isso, só posso lamentar que quando da escolha dos nomes da bola oficial e do mascote da competição, as opções tenham sido tão ruins. A bola oficial da Copa já teve seu nome escolhido pelo publico entre três alternativas. O nome vencedor foi "Brazuca". As outras duas opções eram "Bossa Nova" e "Carnavalesca". Convenhamos que, dos três nomes, o melhor e mais elegante era "Bossa Nova", até por remeter a um movimento musical brasileiro que repercutiu no mundo inteiro. Pois bem, eis que pouco tempo depois da equivocada denominação da bola da Copa, estamos diante de outra escolha, a do nome do mascote da competição. O mascote é um simpático tatu-bola, animal sob ameaça de extinção. Até aí, tudo bem. O problema são as três alternativas de nomes colocadas pela Fifa para a escolha do público: Amijubi, Fuleco e Zuzeco. Tratam-se de composições de palavras que contém significados que a Fifa pretende exaltar. Na verdade, soam como uma grande bobagem. A Copa de 2014 tem enfrentado uma saraivada de críticas por parte daqueles que não queriam a sua realização no Brasil, o que, entre outras possíveis causas, talvez explique o porquê da ausência do "clima de Copa" no país faltando menos de dois anos para a competição. Uma bola chamada "Brazuca", e um mascote cujo nome sairá de três opções ridículas, por certo, não ajudarão em nada a aumentar o entusiasmo dos brasileiros com a Copa. Em vez da perspectiva de uma grande festa, o que se tem, até agora, é um anticlímax.

domingo, 16 de setembro de 2012

Crise

O empate em 2 x 2 do Inter com o Sport, hoje, em pleno Beira-Rio, escancarou a crise que era evidente, mas que muitos relutavam em admitir. Num jogo em que precisava obrigatoriamente da vitória, e contra um adversário que está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o Inter não jogou nada no primeiro tempo, e foi para o intervalo perdendo por 2 x 0. O Inter reagiu no segundo tempo, mas não conseguiu mais que o empate, o que, em termos de colocação na tabela foi um péssimo resultado, pois o manteve estagnado no 7º lugar e sem diminuir a diferença de 11 pontos atrás de seu maior rival, o Grêmio, estabelecida na rodada anterior. A entrevista do técnico Fernandão, após o jogo, foi a confirmação da crise vivida pelo Inter. Fernandão falou que muitos jogadores estão numa "zona de conforto" que não pode mais continuar, e que o time fez um primeiro tempo horrível porque achou que ganharia a partida quando desejasse. O técnico condenou as firulas praticadas por alguns jogadores, o que pode ter sido uma alusão a um lance de Leandro Damião, quando a partida ainda estava empatada em 0 x 0, que perdeu uma chance clara de abrir o placar ao tentar fazer o gol com o calcanhar. O desabafo de Fernandão, por certo,deverá ter fortes consequências durante a semana. Cabeças poderão rolar. Titulares absolutos poderão perder seu lugar no time. Os próximos dias, no Inter, deverão ser de grande ebulição. O Inter que esperava vencer os dois jogos seguidos em casa, contra Sport e Bahia, para melhorar sua posição na tabela, já tropeçou no primeiro adversário. Nada indica que contra o Bahia as coisas venham a ser mais fáceis. Pelo contrário. O Bahia é o clube de melhor campanha no segundo turno do Brasileirão, com quatro vitórias e dois empates. O sofrimento do Inter parece muito longe do fim.

Frustração

O empate do Grêmio com o Flamengo, por 1 x 1, hoje, no Engenhão, deixou a torcida gremista, inegavelmente, frustrada. O Grêmio já entrou em campo sabendo que Fluminense e Atlético Mineiro, os dois primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, haviam perdido os seus jogos na rodada. Com isso, havia uma excelente oportunidade para o Grêmio diminuir a diferença de pontos em relação a eles. O Grêmio começou jogando melhor, e abriu o placar ainda no início do primeiro tempo, em um belo lançamento de Elano, concluído por Marcelo Moreno. Tudo indicava que o Grêmio pudesse resolver o jogo antes do intervalo, mas isso não aconteceu. O Flamengo voltou com modificações e mais motivado do vestiário, alcançou o empate no segundo tempo e quase ganhou o jogo. Levando-se em conta que o Flamengo vinha de quatro derrotas consecutivas, esse empate, mesmo fora de casa, não pode ser festejado. Numa apreciação exclusivamente matemática, o Grêmio conseguiu encurtar em um ponto a sua diferença para os dois clubes que estão na frente na tabela. Na prática, contudo, foi uma chance enormemente desperdiçada de somar mais pontos e tornar-se o clube com maior número de vitórias no Brasileirão. O técnico Vanderlei Luxemburgo culpa o excesso de jogos pela queda de rendimento do time. Pode ser. O fato é que o Grêmio não tem tido bons desempenhos nem quando vence, e o time parece, mesmo, estar cansando antes do tempo. O próximo jogo, contra o Atlético Mineiro, no Independência, poderá ser um divisor de águas para o Grêmio na competição. Se vencer, se tornará, declaradamente, um candidato ao título. Se perder, seu horizonte se limitará à busca da classificação para a Libertadores.

sábado, 15 de setembro de 2012

Emoção garantida

A surpreendente derrota do Fluminense para o Atlético Goianiense, por 2 x 1, hoje, no estádio Raulino de Oliveira, em  Volta Redonda (RJ), terá como consequência um Campeonato Brasileiro com emoção até o final. Os resultados das últimas rodadas fizeram com que muitos acreditassem que o Brasileirão se encaminhava para uma definição antecipada, tendo como postulantes ao título apenas o Fluminense e o Atlético Mineiro. O resultado de hoje faz tal previsão cair por terra, e torna mais empolgante a disputa nas duas pontas da tabela. Com a derrota do Fluminense, o Atlético Mineiro poderá retomar o primeiro lugar amanhã, caso vença o Náutico, e o Grêmio, se ganhar do Flamengo, diminuirá sua diferença para o tricolor carioca para apenas três pontos. Na parte de baixo da tabela, o Atlético Goianiense atingiu o mesmo número de pontos do Palmeiras, o que torna ainda mais dramática a situação do clube paulista na busca da fuga do rebaixamento. Para piorar a situação, o Palmeiras irá enfrentar amanhã justamente o seu maior rival, o Corinthians. Ao contrário do que dizem os defensores do execrável formulismo, o campeonato de pontos corridos não acaba com o interesse do torcedor antes do tempo. O campeão brasileiro, quase sempre, só é conhecido na última rodada, e em 2012 não deverá ser diferente. A definição dos clubes rebaixados também deverá permanecer em aberto até o final. Nos países europeus é comum clubes conquistarem o título com várias rodadas de antecipação e, também, ocorrer uma enorme distância de pontos entre os primeiros colocados. Isso acontece porque, nesses países, são poucos grandes clubes e muitos médios e pequenos que tomam parte nos campeonatos. No Brasil é diferente, uma vez que, dos 20 clubes participantes do campeonato desse ano, por exemplo, 12 são os maiores do país. Isso resulta numa competição equilibrada durante todo o seu desenrolar, com emoção garantida até a última rodada.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A queda de Felipão

A demissão do técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, pelo Palmeiras, prova, mais uma vez que, no futebol, nada se sobrepõe aos resultados de campo. Felipão, em sua segunda passagem pelo clube, havia sido campeão da Copa do Brasil há apenas dois meses, classificando o Palmeiras para a Libertadores de 2013. Na primeira vez em que trabalhou no Palmeiras, foi campeão da Copa do Brasil em 1998, e da Libertadores em 1999. Nada disso o segurou no cargo. A péssima campanha do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, cada vez mais ameaçado de rebaixamento, levou o clube a dispensá-lo. O contraste das campanhas na Copa do Brasil e no Brasileirão mostram que Felipão é um técnico muito mais afeito às competições com formulismo do que ao sistema de pontos corridos. Motivador por excelência, Felipão cresce nas disputas de "mata-mata", em que a superação permite que um time, mesmo que seja inferior tecnicamente ao seu adversário, alcance vitórias e títulos. Muitos, mesmo antes da saída de Felipão do Palmeiras, apressaram-se em conceituá-lo como um técnico "cansado". Bobagem. Se não conseguiu fazer mais no Palmeiras, foi porque lhe faltou material humano. O time do Palmeiras é muito ruim, e sua campanha rumo ao rebaixamento, apenas comprova isso. Assim como não se faz omelete sem quebrar ovos, não é possível fazer um time que alcance resultados satisfatórios sem que se tenha bons jogadores. Mais cedo ou mais tarde, Felipão irá trabalhar em outro clube, e nada impede que venha a obter êxito. O Palmeiras, de sua parte, enquanto não qualificar o seu grupo, não terá melhor sorte do que a que está alcançando, seja qual for o técnico que contrate.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Normalidade

Os resultados de Grêmio e Inter, na noite de hoje, ficaram dentro da normalidade. O Grêmio, no Olímpico, venceu o Náutico por 2 x 0. A vitória já era esperada, o que causou certa surpresa foi a dificuldade para alcançá-la. Mais uma vez, o Grêmio teve problemas diante de um adversário retrancado. A torcida já estava impaciente com o 0 x 0 no placar que persistia no segundo tempo, quando Marco Antônio arriscou um chute de fora da área, que acabou nas redes, já que o goleiro saltou atrasado. O gol trouxe serenidade ao time, que até permitiu uma pressão do Náutico, mas acabou por fazer 2 x 0 nos acréscimos e consolidou a vitória. O time não jogou bem, e nem mesmo seus principais jogadores se destacaram. Elano, por exemplo, talvez tenha feito a sua mais fraca atuação com a camisa do Grêmio. Ganhar, contudo, era imprescindível, já que Fluminense e Atlético Mineiro, líder e vice-líder, venceram na rodada, e o Grêmio cumpriu com seu dever, conservando-se no terceiro lugar, mas com o mesmo número de vitórias dos dois primeiros colocados. Os dois próximos jogos do Grêmio acontecerão fora de casa e tendem a ser muito difíceis. O primeiro deles será contra o Flamengo, em crise e ameaçado pela proximidade com a zona de rebaixamento. O outro jogo, um confronto direto com o Atlético Mineiro, poderá ser decisivo para as pretensões de ambos os clubes no Campeonato Brasileiro. Por sua vez, o Inter repetiu o seu desempenho, até aqui, no Brasileirão. Chegou a jogar melhor que o Botafogo, e até saiu na frente no placar, mas acabou cedendo o empate, o que nada lhe ajudou em termos de classificação. O Inter está 17 pontos atrás do Fluminense, 15 do Atlético Mineiro, e 11 do Grêmio. Em relação ao número de vitórias, primeiro critério de desempate, o Inter tem 9, contra 15 dos três primeiros colocados. A quinta-feira, como se vê, não trouxe nada de novo para a dupla Gre-Nal. O Grêmio, mesmo sem jogar bem, venceu. O Inter, mesmo jogando melhor que o seu adversário, não passou de um empate. O desempenho dos dois clubes na competição segue sendo o mesmo, e as perspectivas de cada um, por conseguinte, também.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Estupidez importada

Os grandes edifícios, os chamados "arranha-céus", jamais me fascinaram. Considero-os a face perversa mais evidente da deterioração da qualidade de vida das grandes cidades e metrópoles. Não vejo como se possa achar bela a vista aérea de uma cidade tomada por esses gigantes de concreto onde seres humanos são engaiolados. Por mais que os arquitetos se esforcem, e que recursos os mais variados sejam colocados nesses prédios, esteticamente a visão dessa "selva de pedra" é extremamente desagradável. Infelizmente, nem todos pensam assim.. Erigir prédios enormes é visto por muitos como símbolo da pujança de uma cidade, sinônimo de desenvolvimento e progresso. Em alguns lugares do mundo, isso levou a uma absurda competição para saber quem constrói o edifício mais alto, ou a maior "torre", como se convencionou chamar tais construções ultimamente. Países como a China e os Emirados Árabes Unidos, onde o dinheiro corre farto, constroem novos megaprédios a cada dia. A ânsia de mostrar construções opulentas, que sirvam como propaganda da riqueza alcançada por tais países, não leva em conta o fator principal, ou seja, o bem estar de quem ocupa tais prédios, para trabalhar ou morar. Será realmente estimulante e agradável trabalhar num escritório situado no 60° andar de um prédio, ou residir no 40° piso de um edifício? Os construtores não parecem estar preocupados com tais perguntas. A publicidade dos prédios residencias, nos últimos tempos, destaca a existência de apartamentos em "andares altos", como se isso fosse um dado positivo a ser levado em conta pelo potencial comprador. Pois bem, essa tendência estúpida começou lá fora, mas logo chegou aqui, como se vê por esse exemplo. Esse quadro só deve piorar. Ao abrir um jornal, na manhã de hoje, me deparei com o anúncio de um prédio comercial a ser erguido em Gravataí, que terá 42 andares. O texto do anúncio diz tratar-se do "mais alto arranha-céu do RS". Até um site próprio para o edifício já existe na internet, o "www.oprediomaisaltodors.com.br". Como não poderia deixar de ser, a construção em questão é dotada de toda a sorte de modernidades e, até, com um heliporto. O fato do prédio ser erguido em Gravataí, não chega a constituir nenhuma surpresa. Antes, praticamente, uma das tantas cidades-dormitório que gravitavam em torno de Porto Alegre, Gravataí recebeu um notável impulso econômico a partir da instalação no município de uma fábrica da General Motors. O que se quer levar á reflexão, nesse espaço, é porque o desenvolvimento econômico de uma cidade, região ou país tem de estar atrelado à construção de prédios gigantescos, que enfeiam a paisagem, encobrem a luz do sol, e interferem no regime dos ventos? O ser humano, assim como os pássaros, não foi feito para ser preso em gaiolas. A busca da otimização do espaço físico fez com que as cidades ficassem tomadas pelos edifícios, que agrupam um número muito maior de pessoas num espaço físico menor, se comparados com as casas. Porém, é inegável que a principal vítima dessa mudança foi a qualidade de vida das pessoas, que se viram confinadas a espaços cada vez mais diminutos. A excêntrica e desarrazoada busca pela construção de gigantescas torres comerciais e residenciais, antes uma curiosidade verificada em países distantes, pelo visto, chegou ao Brasil. Como se não bastassem tantas mazelas no país, estamos importando, também, as ações estúpidas de outros povos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os significados de uma data

A data de hoje, 11 de setembro, logo é lembrada, pela maioria das pessoas, como o dia do atentado às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Parece mentira, mas já se completaram 11 anos do fato. Por ter acontecido no coração da mais badalada cidade do mundo, o atentado causou enorme comoção. Uma comoção que não se costuma ver diante de atos terroristas ainda mais bárbaros e com maior número de vítimas fatais, mas que ocorrem em locais menos glamurosos do mundo. Não se trata de minimizar a gravidade do ataque às torres gêmeas, mas de constatar que as pessoas se sensibilizam mais com algumas atrocidades do que com outras. Por outro lado, é preciso destacar que, muito antes do atentado às torres gêmeas, a data de 11 de setembro já havia garantido o seu lugar na história, e de uma forma deplorável. Foi nesse dia, em 1973, que o então presidente do Chile, Salvador Allende, legitimamente eleito, foi derrubado por um golpe militar, que levou-o a se suicidar. Começava ali uma ditadura ignóbil que duraria 17 anos, comandada por Augusto Pinochet. Foi um golpe na democracia, sob a surrada justificativa de evitar a implantação do comunismo. As ditaduras militares na América do Sul, felizmente, ficaram para trás. Hoje, Brasil, Chile, Argentina e Uruguai, que viveram sob o tacão de ditaduras, são países com governos legitimamente eleitos. Porém, o golpe contra Allende não pode ser esquecido, pois é uma das páginas mais tristes da história sul-americana. A direita está sempre espreitando a possibilidade de tomar o poder, suprimindo as liberdades e implantando o autoritarismo. Ao relembrar o golpe no Chile, devemos estar atentos para que situações como aquela jamais se repitam nos países sul-americanos. Façamos dessa triste lembrança um meio de exaltar o valor da democracia.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Uma goleada que não engana ninguém

A Seleção Brasileira, em jogo amistoso, goleou a China por 8 x 0, hoje à noite, no Arruda, em Recife. O primeiro tempo terminou em 2 x 0, e o placar só foi aberto aos 22 minutos. Porém, a partir do apito inicial do segundo tempo, os gols foram saindo aos borbotões. No entanto, a goleada pouco significa. A China é uma equipe muito fraca, ainda que alguns tenham lembrado que, recentemente, ela perdeu por apenas 1 x 0 para a Espanha, atual campeã mundial e bicampeã européia. O público, apesar de caloroso com a Seleção, como de costume na capital pernambucana, não foi numeroso. Pouco mais de 29 mil pessoas, num estádio cuja capacidade ultrapassa os 50 mil espectadores. Se é verdade que o preço dos ingressos, altíssimo, variando de 80 a 300 reais, está fora da realidade da região, bem mais pobre em relação ao Sul e ao Sudeste, as repetidas atuações medíocres da Seleção também devem ter influído para que o público não fosse maior. Pouco se pode tirar de um jogo como o de hoje. O belo gol de Ramires, a confirmação da vocação de artilheiro de Neymar, a boa participação de Hulk, uma grande defesa, de puro reflexo, de Diego Alves. Afora isso, quase nada que possa ser levado em conta. Após o jogo, o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, convocou 21 jogadores para os dois amistosos contra a Argentina, que serão realizados nos dias 19 de setembro, aqui no Brasil, e 3 de outubro, no país vizinho. Foram chamados apenas jogadores que atuam no Brasil. Entre as novidades positivas da lista, Luís Fabiano, do São Paulo, que retorna á Seleção, Fernando, do Grêmio, que há muito tempo fazia por merecer ser lembrado, e Wellington Nem, do Fluminense, que vive grande fase. O lado negativo fica pela convocação dos laterais, evidenciando a crise de talentos que se observa nessa posição. Todos os laterais convocados estão muito abaixo do nível exigido para uma Seleção Brasileira, mas nada pode ser pior do que a inclusão do nome do lateral esquerdo Fábio Santos, do Corinthians, de precariedade técnica sobejamente conhecida no Rio Grande do Sul, onde jogou pelo Grêmio. A Seleção, mesmo com a goleada sobre a China segue sob enorme desconfiança do torcedor, e Mano Menezes sem nenhuma garantia de que vá permanecer no cargo.

domingo, 9 de setembro de 2012

Derrota lógica

A derrota do Inter para o Fluminense por 1 x 0, hoje à tarde, no Beira-Rio,  pode ser tida como lógica. O Inter, embora jogando em casa, estava desfalcado de oito titulares e, nos seis jogos anteriores, havia obtido uma única vitória. O Fluminense, por sua vez, alcançara, no meio de semana, a liderança do Campeonato Brasileiro. Jogando com inteligência, sem se expor demasiadamente, e explorando com eficiência os contra-ataques, o Fluminense chegou á vitória com um gol de Fred que, agora, é o artilheiro isolado do Brasileirão, com 11 gols. O grande nome do jogo, contudo, foi Wellington Nem. Muito veloz, e bastante habilidoso, Wellington Nem foi o grande artífice da jogada do gol, conduzindo a bola por mais de 50 metros, desde o seu campo de defesa, até entregá-la para a conclusão de Fred. A grande dúvida que fica sobre o lance, aliás, é porque Élton não matou a jogada no nascedouro, fazendo uma falta, em vez de permitir que o adversário atravessasse o campo com a bola dominada. Porém, Wellington Nem não se limitou à jogada do gol. Perturbou seus marcadores, fazendo com que Nei fosse expulso após cometer duas faltas violentas sobre ele. Por pouco não marcou seu gol, num lance em que Muriel se chocou com ele, e que, para alguns, teria sido pênalti. Não havia como o Inter obter melhor sorte, e quem pensa o contrário está se deixando levar pela ilusão. Com a derrota de hoje, o título tornou-se praticamente impossível para o Inter, pois sua distância para o líder, o próprio Fluminense, já é de 15 pontos, faltando 15 rodadas para o final da competição. Até mesmo a classificação para a Libertadores está muito difícil. Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio já encaminharam suas classificações, restando apenas a quarta vaga em aberto, que está sendo disputada, afora o Inter, por Botafogo, São Paulo e Cruzeiro. A próxima partida do Inter será contra um adversário direto na busca pela vaga na Libertadores, o Botafogo, fora de casa. O mesmo Botafogo que derrotou o Inter completo por 2 x 1, de virada, no primeiro turno, no Beira-Rio. Portanto, nem mesmo a volta de vários titulares dá a certeza de que o Inter possa sair vencedor. Por sinal, o retrospecto do Inter não é nada animador, pois, dos últimos 15 pontos que disputou, ganhou apenas quatro. A cada rodada, os objetivos do Inter ficam mais distantes de serem alcançados.

sábado, 8 de setembro de 2012

Apagão

O Grêmio perdeu para o Corinthians por 3 x 1, hoje à noite, no Pacaembu, num jogo em que, caso vencesse, obteria a liderança provisória do Campeonato Brasileiro, até que fossem realizadas as demais partidas da rodada. Pior do que a derrota em si, foi a maneira como ela ocorreu. Apresentando um inexplicável apagão, o Grêmio tomou dois gols em sequência, logo no início do jogo, que comprometeram seriamente a sua chance de obter um melhor resultado. Ainda no primeiro tempo, Souza foi substituído por Marquinhos, o que melhorou um pouco o desempenho do time. No segundo tempo, entraram Leandro, que fez o único gol do Grêmio no primeiro lance de que participou, e Marco Antônio, cuja contribuição, mais uma vez, foi nula. A atuação do Grêmio no segundo tempo melhorou sensivelmente, dando a impressão de que o empate poderia ser alcançado, mas aí veio o terceiro gol do Corinthians, que tornou inviável qualquer reação. O resultado nada tem de anormal, já que o adversário, o Corinthians, é um grande clube e jogava em sua casa. Porém, na medida em que o Grêmio é um dos candidatos ao título do Brasileirão, e o Corinthians nada ambiciona na competição, a derrota torna-se ainda mais frustrante. Ainda assim, nada está decidido. O perde e ganha continuará, por certo, até o final, e o campeão só deverá ser definido, como tem acontecido nos últimos anos, na rodada derradeira da competição. Foi um tropeço, incômodo e indesejável,  mas que não tira o Grêmio da rota do título.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O mesmo de sempre

Poucas coisas são menos estimulantes, hoje em dia, do que assistir um jogo da Seleção Brasileira. Os tempos de belas atuações, proporcionadas por equipes recheadas de craques, infelizmente, ficaram para trás. O jogo de hoje à tarde, no Morumbi, apenas reafirmou esse quadro desalentador. A vitória da Seleção Brasileira por 1 x 0 sobre a África do Sul frustrou os torcedores que compareceram em bom número ao Morumbi. Como já virou hábito no período em que está sob o comando do técnico Mano Menezes, a Seleção apresentou um futebol pobre, sem soluções, em que até jogadores de reconhecida qualidade, como Neymar e Lucas, por exemplo, não conseguem se destacar. A vitória só veio no segundo tempo, quando Hulk saiu do banco de reservas para marcar o único gol do jogo. A consequência de mais essa pífia atuação, como não poderia deixar se ser, foram as vaias da torcida, que já se faziam sentir desde o primeiro tempo e se intensificaram  após o final da partida. O mais preocupante é que o adversário é uma equipe tecnicamente modesta e, ainda assim, a Seleção teve enormes dificuldades para ganhar o jogo. O próximo amistoso da Seleção será segunda-feira, contra a China, no Arruda, em Recife. Trata-se de outra equipe fraca, que, inclusive, jã foi desclassificada das Eliminatórias da Ásia para a Copa do Mundo de 2014. Mano Menezes, contudo, diz que é um adversário difícil de ser derrotado. A verdade é que Mano Menezes já está no cargo há dois anos e um mês, e a Seleção, até agora, nada mostrou. O tempo corre velozmente, e faltam menos de dois anos para o início da Copa de 2014. Mano Menezes é um bom técnico, mas não conseguiu acertar na Seleção. A troca do técnico é uma hipótese que, cada vez mais, precisa ser cogitada.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Viagem do nada ao lugar nenhum

O empate do Inter com o São Paulo em 1 x 1, ontem à noite, no Morumbi, foi considerado por alguns como um  bom resultado, já que o jogo foi na casa do adversário e D'Alessandro foi expulso aos 18 minutos do segundo tempo. Em circunstâncias normais, tal análise estaria correta, mas não é o caso. O Inter está atrasado na tabela do Campeonato Brasileiro, já que pretende classificar-se para a Libertadores. O São Paulo é um adversário direto na busca dessa classificação. Portanto, a vitória era mais do que necessária. O empate, que já é o nono do Inter no Brasileirão, fez com que o clube subisse uma posição, devido a derrota do Cruzeiro para o Botafogo, mas permanecesse ainda distante da zona de classificação para a Libertadores. Para o São Paulo, o resultado também foi prejudicial, pois vale para ele o mesmo raciocínio feito em relação ao Inter. Na verdade, com o resultado de ontem, Inter e São Paulo empreenderam uma viagem do nada ao lugar nenhum.

Vitória e filme de terror

O Grêmio venceu o Atlético Goianiense por 2 x 1, ontem à noite, no Olímpico, resultado que foi excelente para as ambições do clube no Campeonato Brasileiro, e que o deixou, temporariamente, em segundo lugar na competição. Afora isso, contudo, não há muito o que comemorar. O Grêmio teve um início de jogo avassalador e, aos 18 minutos, já ganhava por  2 x 0. Porém, ao sofrer um gol, aos 24 minutos, que teve origem numa falta inexistente, o Grêmio se perturbou, deixou que o adversário começasse a pressioná-lo e, por pouco, não viu a vitória, que se prenunciava por goleada, se transformar num empate desastroso. O suspense durou até o fim, com o Grêmio cedendo um escanteio no último minuto dos acréscimos. A campanha do Grêmio é excelente, e o clube já está com o maior número de vitórias entre os participantes do Brasileirão, mas não é admissível que tenha tantas dificuldades diante de um adversário tão modesto, transformando o que era para ser uma festa incontida num nervosismo próprio dos que assistem a filmes de terror. O próximo jogo do Grêmio será contra o Corinthians, fora de casa. Por se tratar de um adversário de tradição, a partida, por si só, é difícil, mas o Corinthians apenas cumpre tabela na competição. A responsabilidade maior pela busca da vitória é do Grêmio.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Inconveniência

O ex-presidente do Grêmio, Fábio Koff, decidiu-se e confirmou que irá concorrer, novamente ao cargo, em eleição que terá seu primeiro turno, apenas com os votos dos conselheiros, ainda no mês de setembro. O atual presidente, Paulo Odone, informado sobre o fato, também teria resolvido disputar a eleição que, em função disso, quase certamente irá para o segundo turno, com o voto dos sócios. Não poderia haver algo mais inconveniente para o Grêmio, agora, do que uma eleição presidencial tão acirrada. Até hoje não entendo o porquê do clube ter modificado a norma estatutária que dizia que as eleições para presidente do Grêmio deveriam ocorrer sempre num período de até 15 dias a contar do último compromisso oficial do ano. A modificação já resultou num prejuízo claro para o clube. Foi em 2008, quando o Grêmio tinha tudo para ser campeão brasileiro e perdeu a competição depois de abrir 11 pontos de vantagem sobre o São Paulo, que acabaria ficando com o título. O processo eleitoral, deflagrado justamente na reta final do Campeonato Brasileiro daquele ano, acabou por tirar o foco do clube do que deveria ser sua única preocupação, a conquista do título, o que acabou sendo fatal, com o Grêmio deixando de obter uma taça que já era praticamente sua. Duas medidas que evitariam esse enfrentamento eleitoral foram tentadas, mas não obtiveram êxito. A primeira foi convencer o atual presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio, Raul Régis de Freitas Lima, a aceitar a condição de ser um candidato de consenso, unindo e pacificando o clube. Raul Régis recusou o convite. A segunda medida foi encaminhada pelo Movimento Grêmio Independente, que solicitou o adiamento da eleição para depois do Campeonato Brasileiro, o que foi recusado. O Grêmio tem boas chances de ser o campeão brasileiro de 2012, e nada pode ser mais inconveniente do que o clube dividir sua atenção entre o futebol dentro de campo e um embate político acalorado. Nessas horas, a vaidade deveria ser deixada de lado, com  todos os gremistas se unindo na busca da conquista do título.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Herança

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado em jornais, apelou para o velho argumento da "herança pesada" recebida pelo governo. Fernando Henrique referia-se ao governo da presidente Dilma Roussef, que teria recebido tal herança, "pesada como chumbo", conforme ele, de seu antecessor, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Dessa vez, contudo, o ataque de FHC não ficou sem resposta. Dilma Roussef expediu uma nota em que contestou as afirmações do ex-presidente. Dilma principiou dizendo que foi citada de modo incorreto por FHC. A presidente contestou a colocação feita no artigo, declarando que recebeu uma "herança bendita de Lula". A nota de Dilma não poupou "alfinetadas" em FHC, como no seguinte trecho: "Não recebi um país sob intervenção do FMI". Dilma afirmou, ainda, que recebeu uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes. Acrescentou, também, que não reconhecer os avanços que o país teve nos últimos dez anos é uma tentativa de reescrever a história. No seu artigo, FHC disse que Lula preferiu governar ao sabor da popularidade a fazer reformas politicamente custosas, repetindo a velha cantilena neoliberal de propor sacrifícios para a população em nome dos interesses maiores do país. Dilma, em sua nota, exalta o fato de que recebeu um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego, e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes. Numa estocada brilhante, Dilma, referindo-se à Lula, definiu-o como "um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse", numa clara alusão ao fato de que FHC mudou a Constituição em proveito próprio, instituindo a reeleição para poder usufruir de mais um mandato. Dilma acrescentou que "o ex-presidente Lula é um exemplo de estadista". A nota de Dilma é mais do que oportuna. Ela rebate, com rigor, os ataques de FHC. Dessa forma, a presidente manda um claro recado para aqueles que apostavam que ela quisesse se desligar de Lula., e mostra a FHC que ele não vai continuar fazendo provocações em seus artigos sem obter resposta. Fernando Henrique Cardoso e a imprensa conservadora brasileira podiam dormir sem essa.

domingo, 2 de setembro de 2012

Alívio

A goleada do Inter sobre o Flamengo, por 4 x 1, de virada, hoje à tarde, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, trouxe, sem dúvida, um grande alívio para jogadores, comissão técnica, dirigentes e torcedores. Vindo de quatro jogos sem vencer, com apenas um gol marcado, o Inter precisava desesperadamente de uma vitória. Para sua sorte, seu adversário, o Flamengo, mostrou escancaradamente as razões de sua má campanha. Mesmo tendo saído na frente no placar, o Flamengo mostrou um time fraco, com uma defesa que beira o ridículo. O goleiro Felipe, que já teve bons desempenhos em anos anteriores, estava incrivelmente inseguro, soltando quase todas as bolas. O miolo de zaga parecia constituído de atores de comédia pastelão. O time parece, também, carecer de preparo físico, o que foi outro fator que não lhe permitiu melhor sorte no jogo. Diante desse quadro, a partida parecia feita sob encomenda para as necessidades do Inter. Diego Forlán, que ainda não havia marcado gols pelo Inter, fez dois. Leandro Damião, que também vinha amargando a ausência de gols, deixou o seu, e até o modesto volante Josimar contribuiu com o placar. Só resta saber quanto tempo durará a bonança no Inter. Afinal, o próximo adversário é um concorrente direto por um lugar na zona de classificação para a Libertadores, o São Paulo, fora de casa, e o Inter estará sem Guiñazu, Fred, Leandro Damião e Diego Forlán. Até lá, pelo menos, os ânimos no clube, tão exaltados no últimos dias, até com protestos de torcedores que incluíram agressões à jornalistas, estarão serenados.

sábado, 1 de setembro de 2012

Bom empate

Normalmente, o empate de hoje entre Grêmio em  Palmeiras, em 0 x 0, no Pacaembu, seria um mau resultado para o clube do Rio Grande do Sul. Afinal, o Palmeiras está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, de onde não sairia nem com uma vitória. O Grêmio, por outro lado, faz excelente campanha, e é o terceiro colocado da competição. Porém, com a expulsão de Kléber, ainda no primeiro tempo, o empate pode ser considerado bom, até porque o Fluminense, que é o segundo colocado, também não ganhou, ficou no 2 x 2 com o Figueirense, no Orlando Scarpelli, depois de estar vencendo por 2 x 0. O Grêmio provou que está, mesmo, mobilizado. Seus jogadores mostraram muitas disposição para resistir ao Palmeiras, mesmo com o time tendo um homem a menos durante quase todo o tempo. Mesmo com a desvantagem no número de jogadores, o Grêmio poderia ter ganho a partida, já que o árbitro deixou de marcar um pênalti claro a seu favor. Os próximos jogos apresentam boas perspectivas para o Grêmio. Na quarta-feira, jogará em casa contra o Atlético Goianiense, quer faz uma péssima campanha. Depois, irá jogar em São Paulo contra o Corinthians, que apenas cumpre tabela e, a seguir, terá pela frente o Náutico, no Olímpico, em mais uma grande oportunidade de marcar pontos e subir na classificação. O Grêmio faz uma campanha sólida, e seu time demonstra maturidade. Pelo quadro que vem se mantendo nas últimas rodadas, a torcida do Grêmio tem todos os motivos para acreditar na possibilidade da conquista do título.