sábado, 4 de abril de 2015

A declaração de Noveletto

Poucas figuras são mais repugnantes e desprezíveis que o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto. Noveletto ocupa o cargo há mais de 10 anos, e exerce, paralelamente, a condição de conselheiro do Inter. Uma instituição que deveria caracterizar-se pela isenção, é presidida, portanto, por um conselheiro em exercício de um de seus filiados. Se eu fosse me ocupar, nesse texto, de apontar todos os defeitos desse indivíduo, e relacionar todas as vilanias e torpezas por ele cometidas, levaria dias até que pudesse teclar o ponto final. Fiquemos, então, com a sua mais recente atrocidade. Ao ser informado de que há uma imagem de vídeo que mostra um torcedor do Inter dirigindo insultos racistas ao jogador Fabrício, durante o recente episódio do surto do lateral esquerdo na partida contra o Ypiranga, de Erechim, no Beira-Rio, Noveletto disse que ele os mereceu. Noveletto entende que os impropérios racistas foram consequência direta da revolta dos torcedores com a atitude intempestiva de Fabrício, que dirigiu-lhes gestos obscenos e jogou a camisa do Inter ao chão. Uma interpretação absurda dos fatos. Os torcedores poderiam vaiar, xingar, proferir palavrões e até devolver os gestos obscenos de Fabrício, mas, de modo algum, estariam autorizados a lhe insultar por ser negro. Afora demonstrar, mais uma vez, o quanto Noveletto é estúpido e ignóbil, sua fala deixa clara a intenção de desqualificar o ato de racismo, a fim de evitar que o Inter, clube do seu coração, venha a sofrer qualquer punição legal. Uma declaração asquerosa, que só poderia ter partido de uma pessoa execrável.