quinta-feira, 6 de março de 2014

Racismo

O racismo no futebol atingiu um estágio em que não pode mais ser tratado com desdém. Na Europa, é uma prática antiga e recorrente. Porém, o fenômeno está se disseminando pelo mundo. Manifestações racistas são, sempre, repugnantes, mas em alguns países, mais do que isso, são um contrassenso. Esse é o caso do Peru, onde, há algumas semanas, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de insultos racistas por parte da torcida do Real Garcilaso, e do Brasil, onde fatos semelhantes tem se repetido com frequência. Só entre ontem e hoje, foram dois, envolvendo o árbitro Márcio Chagas da Silva, no jogo Esportivo x Veranópolis, em Bento Gonçalves (RS), e o volante Arouca, do Santos, em partida contra o Mogi-Mirim, no município homônimo, no estado de São Paulo. O Peru é um país onde grande parte da população tem ascendência indígena. O Brasil é, essencialmente, mestiço, com uma expressiva porcentagem de negros entre os seus habitantes. Urge que se tomem providências céleres visando eliminar essa nódoa do futebol. Nesse sentido, é deplorável a declaração do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, de que o órgão que dirige nada pode fazer para resolver o problema. Aliás, para que servem a referida federação e seu inepto presidente? Racismo é crime e, por sinal, inafiançável. Lugar de criminoso é na cadeia.