domingo, 5 de maio de 2013

O roteiro de sempre

Poucas coisas são mais enfadonhas do que um Campeonato Gaúcho. Não bastasse o baixíssimo patamar técnico, o nível da arbitragem, historicamente, é calamitoso. Num mundo dinâmico, onde tudo muda de forma estonteante, o Gauchão obedece, sempre, ao mesmo roteiro: na dúvida, beneficie-se o Inter. Perde-se na poeira do tempo a última vez que a Federação Gaúcha de Futebol não foi presidida por um colorado. Por conseguinte, no campeonato estadual, as arbitragens são sempre generosas com o clube. Hoje, não foi diferente. O Inter empatou em 0 x 0 com o Juventude, no Francisco Stédile, e venceu por 4 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti. Com isso, o Inter ganhou o título da Taça Farroupilha, o segundo turno da competição, e como já havia ganho a Taça Piratini, foi tricampeão gaúcho por antecipação. O detalhe é que, no primeiro tempo, o Juventude teve um gol injustamente anulado pelo árbitro Márcio Chagas da Silva. Nas semifinais, no fim de semana anterior, o Grêmio teve dois gols legítimos anulados contra o Juventude, e foi eliminado nos tiros livres da marca do pênalti. No outro jogo das semifinais, o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima expulsou dois jogadores do Veranópolis, e deu apenas cartão amarelo para D'Alessandro, o principal nome do Inter, que havia agredido um adversário com um soco na nuca. Nada que quem vive no Rio Grande do Sul já não tenha assistido exaustivamente. Com tantos "erros" de arbitragem, sempre favorecendo, como em anos anteriores, o mesmo clube, o resultado do campeonato não poderia ser outro. Os colorados costumam gabar-se do fato de o Inter ter o maior número de títulos gaúchos conquistados. Agora já são seis a mais do que o Grêmio. Com tanta ajuda externa, ao longo do tempo, não é difícil explicar tal vantagem.