segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O desespero do rebaixamento

A possibilidade do Inter cair para a Segunda Divisão é cada vez maior. O desespero do rebaixamento iminente já está mostrando a sua face mais sombria. Torcedores fizeram protestos agressivos durante um treino do time, e o diretor executivo de futebol, Newton Drummond, teve sua residência pichada com frases ameaçadoras. São atitudes condenáveis, que não devem ser toleradas, e que só tornam mais tenso o já abalado ambiente do clube. O Inter é um dos cinco clubes brasileiros que nunca foram rebaixados, o que é um motivo especial de orgulho para os seus torcedores, tendo em vista que o seu maior rival, o Grêmio, já caiu duas vezes para a Segunda Divisão. Portanto, é natural que a chance de que isso venha a ocorrer gere grande inquietação nos torcedores do Inter. Nada, no entanto, justifica ações violentas ou de intimidação contra profissionais do clube. Uma situação como a que vive o Inter é potencialmente explosiva, pelas paixões que envolvem o futebol. Por isso mesmo, a imprensa tem de ter muito cuidado na maneira como aborda o assunto. A notícia publicada por um jornal baiano de que o presidente do Grêmio teria pedido ao do Vitória para que lhe ajudasse a rebaixar o Inter, o que já foi desmentido pelo dirigente do clube baiano, é algo que só colabora para exacerbar reações. Ser rebaixado não é uma experiência agradável, mas grandes clubes já a vivenciaram. Se o Inter vier a ser rebaixado, como parece cada vez mais provável, terá de encarar a situação com serenidade. O futebol, como a vida, é feito de altos e baixos, e é preciso enfrentar essas variações sem perder o equilíbrio.