As mudanças no futebol

A International Board anunciou oito mudanças no futebol a serem aplicadas a partir do corrente mês. Não há nada muito significativo, o que é bom, pois, ao contrário do que sustentam certas vozes, o conservadorismo dos membros da International Board, instituição responsável por realizar as mudanças no futebol, está entre os motivos pelos quais o esporte surgido na Inglaterra é o preferido em quase todo o mundo. Chamam a atenção duas medidas relacionadas com fatos ocorridos na Copa do Mundo de 2022. Uma delas proíbe os goleiros de provocarem ou distraírem os batedores de pênaltis, e de tocarem na trave, travessão ou redes antes da cobrança. Outra proíbe jogadores ou membros da comissão técnica, de invadirem o gramado na comemoração de gols, e estabelece que, caso isso aconteça, eles devem ser anulados. Tanto uma quanto outra medida remetem à decisão da Copa de 2022, entre Argentina e França. O goleiro da Argentina, Dibu Martínez, fez provocações aos adversários durante a cobrança de tiros livres da marca do pênalti que decidiu a competição. Num dos gols da Argentina durante o jogo, pessoas não autorizadas invadiram o gramado para comemorar. As novas regras podem até serem corretas, mas o fato de terem sido inspiradas por atitudes de membros de uma seleção sul-americana num jogo contra uma europeia revela uma tendência hegemonista do Velho Continente para com o restante do mundo. Assim como as duas referidas, as demais mudanças tambem não mexem profundamente com o futebol. Pequenas correções são saudáveis, mudanças muito grandes, não.