sexta-feira, 31 de julho de 2015

As vítimas de sempre

O governo do Rio Grande do Sul, anunciou, hoje pela manhã, o parcelamento dos salários de uma parte do funcionalismo público estadual. Os salários de julho serão pagos em três parcelas. Fiel ao seu figurino neoliberal, em que as vítimas escolhidas para ações de "saneamento financeiro" sempre são os trabalhadores, o atual governo do Estado sacrifica a parte mais frágil e indefesa da sociedade, enquanto mimoseia os mais poderosos, aos quais acena com as execráveis privatizações de patrimônio público. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), sequer se dignou a comparecer à entrevista de anúncio das medidas, delegando a tarefa ao seu secretário da Fazenda, Giovani Feltes. Sartori apenas fez um pronunciamento, nas redes sociais, em que nada diz de objetivo, apenas repete clichês e pede a união de todos para superar um momento difícil. O filme de terror não irá parar por aí, e um pacote de impostos enviados pelo governo deverá ser votado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Esse quadro deplorável poderia ter sido evitado, bastava que a maior parte do eleitorado tivesse o discernimento de não se deixar influenciar por campanhas da grande imprensa e percebesse que todos os governos anteriores do PMDB foram muito ruins. O resultado desse desatino foi que todos, os que votaram em Sartori e os que preferiram outros candidatos, sofrem as mesmas e terríveis consequências com os desmandos do mais inepto governador do Rio Grande do Sul em todos os tempos. Despreparado, sem qualificação para o alto cargo que obteve nas urnas, Sartori só aprofunda a crise que o Estado vive. Ressalte-se, no entanto, que muitos dos que agora reclamam das medidas de Sartori, deram a ele o seu voto. Desavisados, deixaram-se manipular pela imprensa conservadora, e estão pagando o preço. Para eles, vale o conselho de irem chorar na cama, que é lugar quente, como expressa o ditado. Afinal, de acordo com outro ditado, quem corre por gosto não cansa.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Mercadorias humanas

Esporte que apaixona multidões, o futebol, com o tempo, transformou-se num negócio milionário. O público se depara com a revelação de somas astronômicas despendidas na aquisição de jogadores, aos quais são pagos salários altíssimos. Essa situação mostrou-se, particularmente, muito interessante, financeiramente, para os chamados "empresários", que representam os jogadores junto aos clubes. No Brasil, especialmente, desde a entrada em vigor da malfadada Lei Pelé. A partir dela, os tais "empresários" dão as cartas no futebol. Ávidos pela prospecção de bons negócios para seus representados, pois recebem uma generosa fatia a cada transação fechada, sua única preocupação é com os cifrões. Para eles, os jogadores são mercadorias humanas, cuja vontade não conta, pois o que importa é ganhar muito dinheiro. Duas entrevistas, nas últimas horas, deixaram isso bem claro, ambas envolvendo a negociação de jogadores do Inter. Ontem, em declaração prestada ao jornal "Diário Gaúcho", o executivo do Grupo DIS, que detém parte dos direitos do volante Aránguiz, Roberto Moreno, diante do fato de que três clubes europeus apresentaram propostas pelo jogador, disse que não há chance de que o desejo dele prevaleça na transferência. Aránguiz interessa ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, ao Olympique de Marselha, da França, e ao Leicester, da Inglaterra. O jogador prefere ir para o clube alemão, mas os valores oferecidos pelo Leicester são os maiores em relação aos três pretendentes. Para o Inter e o Grupo DIS, é mais interessante que o negócio seja fechado com o clube inglês. Conforme Moreno, para o jogador a ida para o Leicester também é vantajosa, pois ele receberá em libras, que valem muito mais. Moreno acrescenta que, caso Aránguiz não queira ir para o Leicester ou outro clube que fizer a melhor proposta, ficará no Inter, pois o grupo para o qual trabalha não irá perder dinheiro. Outra entrevista, nessa mesma linha, foi dada, hoje, pelo empresário do atacante Nilmar, Orlando da Hora, para a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre. Conhecido pelo seu gosto pelo "vil metal", Orlando da Hora revelou que foi contra o retorno de Nilmar ao Inter. Para voltar ao Inter, Nilmar abriu mão de 7 milhões de euros que tinha direito a receber do clube onde jogava, no Catar, e aceitou um salário bem menor do que ganhava até então. Ele teria feito isso, segundo o empresário, por "amor ao clube", contrariando frontalmente a vontade de Orlando da Hora. Em ambas as entrevistas, fica claro que os jogadores são desconsiderados no seu aspecto humano. Moreno não admite que a vontade de Aránguiz possa fazer o seu grupo perder dinheiro. Orlando da Hora, argumentando que está pensando no futuro do jogador que representa, mostra inconformidade com quem abre mão de um dinheiro a que tem direito. Nenhum dos dois leva em conta o que os jogadores possam preferir para as suas vidas, um clube melhor estruturado, uma cidade em que lhes agrade mais viver, ou algo assim. Para figuras como eles, jogadores são máquinas de fazer dinheiro. A crise moral do futebol, como se vê, não se resume aos desmandos da Fifa. Ela é muito mais profunda, e ameaça diminuir o encantamento que esse magnífico esporte proporciona para as pessoas.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Favorito

Ao que tudo indica, surgiu o favorito para a conquista do Campeonato Brasileiro. A vitória de 3 x 1 do Atlético Mineiro sobre o São Paulo, hoje à noite, no Mineirão, confirmou o que já vinha se desenhando, ou seja, embora o equilíbrio que marca o futebol brasileiro atualmente, seu time apresenta mais atributos que os demais para ser apontado como o melhor do país. O Atlético Mineiro mantém uma base que foi campeã da Libertadores em 2013, e da Copa do Brasil, em 2014. Os tempos de "cavalo paraguaio", quando o clube fazia grandes campanhas mas não conseguia títulos, ficaram para trás. Na Libertadores desse ano, o Atlético Mineiro, mesmo sendo desclassificado, foi melhor que o Inter nas duas partidas pelas oitavas de final da competição. Talvez por isso, consciente de sua potencialidade, soube absorver o golpe da eliminação e, imediatamente, concentrou todos os seus esforços no Brasileirão. Ainda que, por vezes, não tenha grandes atuações, o Atlético Mineiro consegue chegar à vitória, o que é uma característica dos times campeões. Ainda é cedo para um prognóstico definitivo, pois a disputa nem chegou à sua metade e a diferença de pontos para os demais clubes das primeiras posições na tabela ainda não é muito significativa, mas o Atlético Mineiro já aparece como o candidato mais credenciado a ficar com a taça de campeão.

terça-feira, 28 de julho de 2015

A nova chance de Ricardo Gomes

Ricardo Gomes é um profissional que alcançou êxito no futebol. Como jogador, destacou-se no Fluminense, onde ganhou vários títulos, sendo o principal deles o do Campeonato Brasileiro de 1984. Era um zagueiro vigoroso, e jogou, também, na Seleção Brasileira. Após encerrar a carreira de jogador, iniciou a de técnico. Trabalhou em vários clubes, e na Seleção Brasileira Pré-Olímpica. Porém, em 2011, quando treinava o Vasco, viveu o maior drama de sua vida. Durante um clássico contra o Flamengo, no Engenhão, Ricardo Gomes sofreu um AVC. Após o susto, recuperou-se, mas não pode retomar imediatamente a carreira de técnico. Depois de um período não muito bem sucedido num cargo administrativo no Vasco, se manteve afastado do futebol. Agora, decorridos quatro anos do grave problema de saúde que sofreu, Ricardo Gomes volta a trabalhar como técnico, no Botafogo. Na sua entrevista de apresentação, Ricardo Gomes ressaltou que estava liberado pelos médicos para voltar à atividade. Foi transparente, e disse que ficou com sequelas que seriam percebidas ao longo do tempo pelas pessoas, entre elas uma afasia que, destacou, todos já deviam ter notado. Revelou que, embora tenha obtido ampla recuperação, não retomou sua sensibilidade. Não importa. Ricardo Gomes é um vitorioso, pois manteve sua capacidade de raciocínio, e expõe suas ideias com clareza, mesmo com as limitações na articulação da fala. O Botafogo merece parabéns pelo voto de confiança num profissional que teve um sério problema de saúde, dando-lhe a oportunidade de retomar a sua carreira. A nova chance de Ricardo Gomes é um alento não só para ele, mas para todos aqueles que enfrentam situações semelhantes. Uma doença grave pode deixar sequelas e limitações, mas não é o fim da linha. Boa sorte, Ricardo Gomes!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Barbárie

O linchamento de um homem, ontem à noite, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, é um fato assustador por tudo o que representa de renúncia aos valores básicos da civilização. Valdir Gabriele, de 40 anos, foi espancado até a morte por populares porque ele e outro homem teriam tentado assaltar um casal que estava em uma parada de ônibus. Um dos dois homens teria, com o uso de uma soqueira, agredido uma das vítimas, que caiu no chão e, depois, saiu correndo. Populares que presenciaram a cena, perceberam que os assaltantes não estavam armados, e foram atrás deles. Valdir foi espancado com chutes e socos. O outro homem conseguiu escapar. A polícia presume que o número de pessoas que participaram do linchamento é de aproximadamente 15. O que chama atenção nesse ato de transbordamento emocional coletivo, é a desproporção entre o mal praticado e a retaliação resultante. Valdir estava realizando um assalto, uma atitude criminosa e condenável, mas sem o uso de armas. Era o que se poderia definir como um "batedor de carteiras". Deveria, é claro, ser preso, e responder por seu ato ilícito. Porém, Valdir Gabriele não deveria pagar a sua transgressão com a própria vida. Na sociedade civilizada, o papel de prender é da polícia, o de imputar penas é da Justiça. Se essas instituições não estão cumprindo a contento com suas atribuições, cabe aos responsáveis identificar essa situação e fazer a devida correção de rumo. Linchamento é fazer justiça com as próprias mãos, e isso é próprio da barbárie.

domingo, 26 de julho de 2015

Recomeço frustrante

O Inter empatou em 0 x 0 com a Ponte Preta, hoje à tarde, no Moisés Lucarelli, pelo Campeonato Brasileiro. O pretendido recomeço de trajetória do Inter, após a eliminação na Libertadores, se mostrou frustrante. O time não jogou bem, foi dominado durante a maior parte do tempo pela Ponte Preta, foi beneficiado com a não marcação de um pênalti claro de Alan Costa sobre Borges, e só não saiu derrotado de campo porque o goleiro Alisson, mais uma vez, teve uma grande atuação. Não se pode alegar que não houve aplicação por parte do Inter, mas faltou inspiração. Tecnicamente, a atuação do Inter foi fraca. A dupla de ataque, Nilmar e Lisandro López, novamente, não funcionou. Valdívia no banco de reservas é uma atitude reiterada do técnico Diego Aguirre que não encontra justificativa, e, do mesmo modo, a constante utilização de Nico Freitas, um jogador limitadíssimo, fere o bom senso. Parece pouco provável que o Inter retome logo o caminho das vitórias, depois do duro golpe que sofreu com o fim do sonho da Libertadores. Diego Aguirre aparenta um certo abatimento, e talvez não consiga traçar um novo caminho para o time. Por enquanto, ele deverá se manter no cargo, mas o Gre-Nal do dia 9 de agosto, na Arena, será o fiel da balança. Se o Inter perder o jogo, a mudança de técnico será, praticamente, inevitável.

sábado, 25 de julho de 2015

Empate com sabor de derrota

O Grêmio empatou em 1 x 1 com o Sport, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um empate com sabor de derrota. Afinal, o Grêmio jogava em casa, e contra um adversário direto na zona de classificação para a Libertadores. Afora isso, o Grêmio jogou melhor e criou várias chances de gol. Porém, embora tenha saído na frente no placar, no final do primeiro tempo, o Grêmio cedeu o empate, no início do segundo, depois de uma falha imperdoável do goleiro Tiago. Embora houvesse muito tempo pela frente, o Grêmio não conseguiu marcar o gol que lhe daria a vitória, mesmo criando um grande número de oportunidades. Com isso, o Grêmio dorme em 4º lugar na tabela, mas, dependendo de resultados paralelos, poderá cair até quatro posições após os jogos de amanhã. A atuação do Grêmio, hoje, ao contrário dos últimos jogos, foi muito boa, mas as vitórias já não estão ocorrendo com a constância de antes. Muitas chances de gol são desperdiçadas, evidenciando a falta que faz um goleador. A contratação de Bobô abre uma perspectiva de que esse problema, finalmente, seja resolvido. A verdade é que o resultado fez o Grêmio marcar passo na competição. Os próximos jogos, contra o Fluminense no Maracanã, e o Inter, na Arena, são extremamente difíceis, e exigirão muito foco e esforço do Grêmio para não se afastar das primeiras colocações.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Valores invertidos

Vivemos em uma época de valores invertidos, onde a verdade tem muito pouco valor, ou, pior do que isso, é um elemento incômodo, que precisa ser neutralizado para não ferir interesses. Num tempo em que imprensa passou a ser "mídia", e todos buscam se tornar celebridades, o que importa são as aparências, não a essência. Os que insistem em desmascarar os falsos ídolos, em denunciar a indigência cultural dominante nos tempos atuais, são mal vistos e atacados. Afinal, ainda cultivam o gosto pelo que é verdadeiro e autêntico, o que não convém num mundo onde quase tudo foi tomado pela falsidade e vacuidade. Anteriormente, nesse espaço, me referi à despropositada cobertura, por parte da "mídia", da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo. O tratamento dado ao fato pelos meios de comunicação foi equivalente ao da morte de um chefe de estado, sem que o citado cantor, no entanto, fosse alguém tão célebre para justificá-lo. Retorno ao tema porque a família de Cristiano Araújo decidiu processar o jornalista Zeca Camargo por danos morais. Tudo porque, no canal Globo News, Camargo questionou a comoção nacional em torno da morte do cantor, a quem classificou como "um quase desconhecido". Camargo criticou, também, o gosto musical dos brasileiros e lamentou a falta de verdadeiros heróis por quem deveríamos chorar. Em que momento Zeca Camargo faltou com a verdade? Sua análise, crítica e ponderada, não ofende ninguém em sua honra ou dignidade. O "erro" de Camargo foi desnudar o absurdo da celebrização de um artista pouco conhecido nacionalmente. Eu, por exemplo, considero-me bem informado sobre o cenário artístico brasileiro, e só tomei conhecimento da existência de Cristiano Araújo com a notícia de sua morte. Camargo está sendo processado por dizer a verdade, o que nos dias de hoje é quase uma atitude criminosa. Minha mãe sempre me disse que quem fala a verdade não merece castigo. Porém, nesses loucos e insensatos tempos em que vivemos, nos quais o certo e o errado trocaram de lugar, isso não é mais assim.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fracassos acumulados

A goleada de 7 x 1 da Alemanha sobre a Seleção Brasileira nas semifinais da Copa do Mundo de 2014, pelo visto, está longe de ter fechado um ciclo. Os novos valores, que deveriam representar a necessária oxigenação do futebol brasileiro, não tem demonstrado estarem aptos para tanto. A entressafra de talentos parece que persistirá por algum tempo. Há algumas semanas, a Seleção Brasileira Sub-20 perdeu a decisão do título mundial da categoria ao sofrer um gol no final da prorrogação. Hoje, a Seleção que representa o Brasil nos Jogos Pan Americanos foi derrotada de virada, nas semifinais, sofrendo dois gols nos últimos cinco minutos de jogo. A mística da camisa amarela, ao que parece, não será recuperada tão cedo. As diversas seleções, de todas as categorias, estão se acostumando a acumular derrotas. O distanciamento do torcedor com a Seleção, que já vem sendo notado há algum tempo, só tende a se agravar diante desse quadro. Não é à toa que muitos já revelam o temor de que, pela primeira vez, a Seleção Brasileira possa não conseguir se classificar para uma Copa do Mundo. As estruturas que cercam a Seleção Brasileira precisam ser inteiramente repensadas. Não basta uma mudança cosmética, é preciso uma revolução. A Seleção mais vitoriosa em Copas do Mundo não pode ser relegada ao desprestígio. A Seleção Brasileira é um patrimônio do país que precisa ser recuperado. A série de fracassos acumulados que tem se verificado nos últimos tempos aponta nessa direção, e as medidas saneadoras devem ser imediatas, não há tempo a perder.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Eliminação

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Tigres, hoje, no El Vulcán, pelas semifinais da Libertadores, e foi eliminado da competição. Os indícios do desfecho desfavorável tinham sido percebidos no primeiro jogo, no Beira-Rio. Naquela ocasião, depois de um início avassalador, quando marcou dois gols em nove minutos, o Inter foi envolvido pelo Tigres, que descontou ainda no primeiro tempo, e só não fez mais gols em função de duas grandes defesas de Alisson. No segundo tempo daquela partida, tudo prosseguia na mesma toada, até que, aos 12 minutos, Ayala foi expulso, o que obrigou o Tigres a se retrair e buscar a manutenção do resultado, pois o gol marcado fora lhe dava ótima condição para o segundo jogo. Durante a semana entre uma partida e outra, o Tigres manifestou sua convicção de que se classificaria, entre outros motivos por estar invicto nos 15 jogos de Libertadores que realizara, até então, como mandante, em todas as suas participações na disputa. A previsão se confirmou. O Tigres foi superior ao Inter o tempo inteiro, chegou a estar goleando por 3 x 0, mesmo tendo desperdiçado um pênalti, e só permitiu uma ponta de preocupação em seus torcedores ao permitir que o placar fosse diminuído no final do jogo, já que, pelo saldo qualificado, se o Inter fizesse mais um, estaria classificado. Porém, se isso acontecesse, seria um total absurdo, pois o Tigres poderia ter feito mais um ou dois gols, tranquilamente, tal o seu volume de jogo. O resultado coroa a campanha do Tigres ao longo das diversas fases. Na decisão, irá enfrentar o River Plate, de campanha bem mais modesta. Por isso, e pelos dois belos jogos que fez contra o Inter, o Tigres merece a condição de favorito, mas um clube com uma camisa do peso que tem a do River Plate jamais pode ser desprezado.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Classificação dramática

O Grêmio venceu o Criciúma por 1 x 0, no Heriberto Hülse, hoje, pela Copa do Brasil. Como no jogo anterior, na Arena, o Criciúma  havia obtido a vitória pelo mesmo placar, a decisão de quem iria para as oitavas de final da competição foi para os tiros livres da marca do pênalti, e o Grêmio ganhou por 4 x 3. A classificação, portanto, foi obtida de forma dramática, como gostam muitos torcedores do clube, que acreditam que isso reforça a condição de garra comumente atribuída ao Grêmio. Na verdade, o sofrimento não é uma característica apreciável no futebol. Os gaúchos, pela proximidade com  Uruguai e Argentina, deixam-se influenciar pela maneira como os platinos encaram o futebol, com um exagerado apelo ao heroísmo e à superação. O ideal no futebol é estabelecer uma supremacia técnica inquestionável sobre os adversários, de forma a encaminhar vitórias com naturalidade. Claro, nem sempre isso será possível, mas é o desejável. O fato de ter tido tantas dificuldades para eliminar um adversário tão modesto como o Criciúma dá a dimensão das limitações com que se debate o Grêmio. A classificação poderia ter acontecido no tempo normal de jogo, caso o Grêmio fizesse mais um gol, e ele esteve nos pés de Luan que, de frente para o goleiro, chutou fraco, facilitando a sua defesa. Aliás, Luan é um capítulo à parte no time do Grêmio. Tido e havido por muitos como um projeto de craque, erra passes numa frequência irritante, e, hoje, como foi referido, desperdiçou a chance de gol que levaria o Grêmio adiante sem a loteria dos tiros livres. Por sinal, o que era para ser uma série de cobranças tranquilas, já que o Cricíúma errou o seu primeiro chute e permitiu ao Grêmio, que já havia convertido um, largar na frente, tornou-se uma disputa aflitiva. A razão da dose extra de sofrimento foi a cobrança desperdiçada por Braian Rodriguez, a quarta do Grêmio. Foi o único chute do Grêmio não convertido. Por seu péssimo desempenho desde que chegou ao clube, Braian Rodriguez não tem a menor condição de vestir a camisa do Grêmio. O melhor, para ambas as partes, seria rescindir o seu contrato, imediatamente. O resultado servirá para aumentar a autoestima do grupo, como bem destacou o técnico do Grêmio, Roger Machado, mas a inesperada dificuldade em alcança-lo deixam no ar muitas interrogações quanto ás perspectivas do time daqui para a frente.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Entre o bom e o moderno

Ser "moderno" parece uma obsessão, hoje em dia. O avanço constante da tecnologia, com seus tablets e smartphones que deixam as pessoas conectadas o tempo inteiro, fez com que surgisse a preocupação dos meios de comunicação em "dialogar" com o público da era cibernética, pelo temor de, sem isso, ficar para trás e perder telespectadores, ouvintes e leitores. Ocorre que a busca por falar com esse "novo público" tem gerado alguns equívocos. Em 2014, a Rede Globo levou ao ar a novela Geração Brasil, no horário das 19 horas, na tentativa de atrair esse "cyberpúblico". A história girava em torno de Jonas Marra, um Steve Jobs tropical, vivido pelo ator Murilo Benício. O par romântico jovem era formado por um casal cujos integrantes tinham em comum o talento para a criação de programas de computador. Mesmo com todos esse apelos á modernidade, a novela não fez sucesso. Ontem, uma outra tentativa da Globo em conquistar o público "conectado" estreou, e parece que irá por idêntico caminho. "Tomara que Caia", um misto de programa de humor com game, mostrou-se uma proposta confusa, de ritmo cansativo, com uma história fraca e sem graça. Foi apenas o primeiro episódio, é claro, mas não pareceu promissor. As constantes interrupções e "troladas" quebravam a continuidade da história. Um programa de humor tem de fazer rir, e isso "Tomara que Caia" não conseguiu. O que fica evidente nos casos aqui abordados é que, para atrair o público, qualquer que seja ele, é preciso, mais do que adotar uma linguagem pretensamente moderna, exibir um bom conteúdo. O que é bom, sempre dá resultado. O que é apenas modernoso, logo é descartado.

domingo, 19 de julho de 2015

Dia Nacional do Futebol

Hoje é o Dia Nacional do Futebol. A data comemorativa foi instituída nos anos 70 pela então CBD, atual, CBF, em reconhecimento à condição de clube de futebol mais antigo do Brasil ostentada pelo Sport Club Rio Grande, de Rio Grande (RS), fundado em 19 de julho de 1900. A homenagem pôs fim a qualquer dúvida que ainda persistisse sobre qual é o clube mais antigo do país, já que a Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas (SP), fundada em 11 de agosto do mesmo ano, reivindica para si essa condição. Por desinformação ou má fé, o clube paulista insiste em propagar um pioneirismo que não possui. O Rio Grande segue em atividade, tendo disputado, em 2015, a Segunda Divisão estadual. Por sinal, o clube completa, hoje, 115 anos, uma linda marca. Não poderia ser mais honrosa para o Rio Grande a escolha da data de sua fundação para comemorar o Dia Nacional do Futebol, num país tão apaixonado por esse esporte e que é o maior vencedor de Copas do Mundo. O dia de hoje é para ser festejado por todos os que amam o futebol brasileiro, mas, também, deve ensejar reflexões sobre os motivos de ele viver um momento de baixa, e de quais as soluções a serem buscadas com o objetivo de fazê-lo retornar aos seus melhores dias.

sábado, 18 de julho de 2015

Falhas gritantes

O Inter venceu o Goiás por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Afora a extrema fragilidade do Goiás, que luta apenas para não ser rebaixado, o Inter contou com duas falhas gritantes do goleiro Renan para chegar á vitória. Historicamente, o Inter é um clube incrivelmente beneficiado pela sorte, mas em 2015 todos os recordes nesse sentido estão sendo batidos. Na sua campanha na Libertadores, pelos menos cinco gols foram consequência direta de falhas absurdas ou lances infelizes por parte dos adversários. Dessa forma, mesmo jogando com um time inteiramente reserva, o Inter obteve a vitória sobre o Goiás, foi para a primeira metade da tabela no Brasileirão, e viajará para o segundo jogo contra o Tigres, no México, com a tranquilidade que desejava. Com tamanha sorte, e erros providenciais da arbitragem, deter o Inter não é tarefa fácil para ninguém.

Limitações

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Flamengo, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. A derrota não foi vexatória, o gol foi circunstancial, mas as limitações do Grêmio como time ficaram, mais do que nunca, escancaradas. O time teve mais posse de bola, foi melhor do que o Flamengo na maior parte do jogo, mas a falta de um finalizador eficiente cobra um preço muito alto. O toque de bola constante acaba se mostrando improdutivo, pela falta de quem conclua com eficiência para o gol. A ausência de um armador mais qualificado e de maior fôlego do que Douglas é outro ponto nevrálgico a comprometer ambições maiores por parte do Grêmio. Afora isso, especificamente na partida de hoje, alguns jogadores estiveram muito apagados. Foi o caso de Giuliano e, especialmente, de Luan, que errou em, praticamente, todas as suas intervenções. Giuliano, aliás, na média de suas atuações, ainda está devendo, e Luan é um projeto de grande jogador que não se consuma. Com o resultado negativo, o Grêmio já tem três derrotas nos últimos quatro jogos que realizou, somando-se Brasileirão e Copa do Brasil. Se amanhã houver um vencedor no jogo Sport x São Paulo, o Grêmio sairá fora da zona de classificação para a Libertadores. Na terça-feira, será o segundo jogo contra o Criciúma, pela Copa do Brasil, quando o Grêmio terá de tentar reverter, no Heriberto Hülse, a derrota sofrida na Arena. Uma tarefa extremamente árdua. Depois do entusiasmo com uma série de cinco vitórias consecutivas, o Grêmio começa a sofrer as consequências de um grupo de jogadores reduzido e com graves lacunas na sua formação. Lesões e suspensões começam a se avolumar, sem que haja reposição à altura. Porém, o mais imperdoável de tudo é a ausência de um centroavante goleador. Não há política de contenção de custos que justifique a não contratação de um jogador para a posição. Essa negligência por parte da diretoria do clube tira do Grêmio qualquer possibilidade de buscar um título em 2015.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Rompimento

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou o seu rompimento com o governo federal. Cunha acrescentou, no entanto, que o rompimento é pessoal, e não interferirá na governabilidade do país. A declaração de Cunha enseja duas considerações imediatas. A primeira é a de que o rompimento será até positivo para o governo, pois com aliados desse tipo ninguém precisa de inimigos. A segunda é a de que a busca da "governabilidade" gerou um monstrengo que, agora, se mostra, praticamente, incontrolável. As alianças entre partidos, visando alcançar a maioria parlamentar que permita aos governos aprovarem suas propostas, faz com que siglas de diferentes matizes ideológicos, e interesses também os mais diversos, realizem uniões estapafúrdias, que, mais cedo ou mais cedo, cobrarão um alto preço para o país. A parceria  entre PT e PMDB é um exemplo claro disso. Ela reúne partidos muito distintos nas suas origens e proposições. A rigor, faz muito tempo que o PMDB deixou de ser um partido, na acepção da palavra. Seu único objetivo é manter-se no poder a todo custo, aliando-se com qualquer governo, a fim de obter cargos. A justificativa apresentada por Cunha para o seu rompimento com o governo demonstra bem o quanto é exótica essa união. Cunha se mostra revoltado por estar sendo alvo das investigações da Operação Lava-Jato, e acusa o governo de ter se aliado ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, para persegui-lo. Como forma de retaliação, Cunha estaria disposto a instalar CPI's potencialmente prejudiciais ao governo. Diante de toda essa baixaria política, só o que se pode concluir, em relação ao governo, é que, como expressa o ditado, antes só do que mal acompanhado. Por outro lado, Eduardo Cunha está, com sua atitude, acusando o golpe, pois as investigações da Operação Lava-Jato dão conta de que ele exigiu propina de uma empresa. Cunha, como se vê, é um santo do pau oco, que haverá de ser vitimado por suas próprias ações. Não irá tardar o tempo em que tão infecta figura verá ruir o seu projeto mitômano de poder. Para o bem do Brasil.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Coincidência espantosa

Ghiggia, o autor do gol que deu ao Uruguai o título da Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã, contra a Seleção Brasileira, faleceu, hoje, aos 88 anos. Numa coincidência espantosa, Ghiggia morreu no dia exato em que seu grande feito completou 65 anos. Poucas vezes uma vida esteve tão atrelada a uma data. O dia 16 de julho de 1950 foi o passaporte de Ghiggia para a posteridade. O gol que marcou, inundando de tristeza 200 mil pessoas no Maracanã e causando um trauma histórico no futebol brasileiro, transformou-o numa celebridade. O jogo ficou conhecido como o Maracanazo, pois a Seleção Brasileira precisava apenas do empate para ser campeã, saiu na frente no placar, e sofreu a virada. Até à vergonhosa derrota de 7 x 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, o Maracanazo era o maior trauma do futebol brasileiro. Se Ghiggia transformou-se num herói uruguaio, Barbosa, o goleiro da Seleção naquele dia tornou-se o vilão oficial do episódio, sendo injustamente marcado para o resto da vida. Ghiggia, o "carrasco" da Seleção na Copa de 50, era um senhor afável e simpático, que gostava do Brasil e sempre foi muito bem recebido pelos brasileiros. Era o último jogador que restava vivo da Seleção do Uruguai que disputou a competição. Dentro de campo, deixou seu nome marcado na história do futebol. Fora dele, mostrou-se um grande ser humano. Merece ser lembrado para sempre.

O fim da reeleição

Ao que parece, o fim da reeleição para cargos executivos é um item da chamada "reforma política" que não sera modificado. Algumas medidas, como a mudança na duração dos mandatos, foram alteradas, e voltaram ao que eram anteriormente, ou seja, as modificações caíram por terra. Porém, a manutenção da reeleição foi rejeitada. Considero esse fato um grande erro, e um casuísmo político. A reeleição ainda é recente entre nós. Foi instituída no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em proveito próprio. Aliás, esse dado é sempre desprezado pela imprensa conservadora, como se fosse normal uma alteração desse tipo vir em benefício do seu proponente. Fernando Henrique até poderia ser o mentor da mudança, mas só visando futuros governos, nunca a sua própria administração. Afora isso, o ex-presidente valeu-se de pagamento de propina para cerca de 200 parlamentares, a fim de obter a maioria necessária para a aprovação da medida, sem que a grande imprensa, sempre tão "zelosa" pela ética na política, qualificasse o fato de "escândalo", que é do que, efetivamente, se tratou. Considerações à parte, o fato é que a reeleição foi implantada e, passadas apenas duas décadas de sua entrada em ação, já se decide extingui-la. Essa decisão caracteriza um casuísmo político, que visa atender interesses menores, e não os do país. O  mais espantoso é que a direita brasileira, notória admiradora de tudo o que se refere aos Estados Unidos, agiu para revogar um instrumento do ordenamento político americano, que é, justamente, o instituto da reeleição. A extinção da reeleição, no Brasil, até poderia vir a ocorrer, no futuro, se fosse o caso, mas nunca com tão pouco tempo de aplicação. Não há nenhum benefício para o país com tal medida, só oportunismo político.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vantagem escassa

O Inter venceu o Tigres por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelas semifinais da Libertadores. O resultado representa uma vantagem escassa do Inter para o segundo jogo, em Monterrey (MÉX), na próxima quarta-feira, já que uma vitória simples por 1 x 0 dará a classificação para o Tigres. O jogo de hoje apresentou muitas alternâncias. No começo da partida, o Inter foi avassalador, fazendo dois gols em dez minutos. Porém, depois do susto inicial, o Tigres conseguiu se assentar, diminuiu o placar e chegou a ser superior em campo. Ainda no primeiro tempo, o goleiro Alisson, do Inter, fez duas grandes defesas que impediram o Tigres de alterar o rumo do jogo. Afora isso, um pênalti claro em favor do Tigres não foi marcado. No segundo tempo, o Tigres continuou bem, e só não obteve um melhor resultado devido a expulsão de Ayala. A inferioridade numérica fez com que o Tigres tivesse de recuar para manter o placar, já que, mesmo com a derrota, o gol marcado fora lhe permite alcançar a classificação, no segundo jogo, com uma vitória simples, de 1 x 0. Os destaques individuais da partida, foram, no Inter,  Alisson e Rodrigo Dourado. No Tigres, Gicnac  e Aquino. Agora, na segunda partida, o Inter jogará por qualquer empate ou por derrotas por um gol de diferença, a partir de 3 x 2. A vantagem existe, mas é bem menor do que o Inter esperava.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Derrota indigesta

O Grêmio perdeu para o Criciúma por 1 x 0, hoje, na Arena, pela Copa do Brasil. Nenhuma derrota é satisfatória, obviamente, mas essa foi, particularmente, indigesta. Afinal, o Grêmio não perdia desde fevereiro em seu estádio, num total de 16 jogos. O técnico do Grêmio, Róger Machado, havia ganho todos os cinco jogos em que treinara o time na Arena. A quebra de tabus se deu contra um adversário modesto, que ocupa, no momento, um pálido 13º lugar no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. O resultado poderia ter sido diferente, não fosse o fato de que o Grêmio teve um gol injustamente anulado, quando o jogo ainda estava empatado em 0 x 0. Ainda assim, não há justificativa para o revés sofrido pelo Grêmio pois havia tempo suficiente para obter uma vitória, mesmo depois de sofrer o gol. Ficou clara, mais uma vez, a necessidade de o Grêmio contratar um centroavante goleador. Sem essa figura, o time, no ataque, excede-se em toques de um lado para o outro na tentativa de abrir a defesa adversária. Ao contrário de outros jogos, o Grêmio não teve um grande desempenho coletivo, nem destaques individuais. A derrota compromete as chances do Grêmio na competição, pois, agora, será preciso buscar a classificação fora de casa, e qualquer empate servirá para o Criciúma. Para o Grêmio, será necessário vencer por dois gols de diferença, ou por um gol, a partir de 2 x 1. Não é impossível a classificação do Grêmio, é claro, mas ficou bastante complicada.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Contratação emblemática

A contratação de Ronaldinho pelo Fluminense é o que se pode definir como emblemática em relação ao atual momento do futebol brasileiro. Num cenário desolador, em que muitos ainda tentam encontrar explicações para a derrota de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha, um grande clube resolve repatriar um jogador de 35 anos que, há muito tempo, deixou de encarar a sua atividade de modo profissional. O mais espantoso é que o Fluminense é o atual vice-líder do Campeonato Brasileiro, com um time em que se destacam vários jovens jogadores formados no clube. Porque, então, contratar um veterano mais interessado nos prazeres extracampo, e por um salário altíssimo? Não é à toa que o futebol brasileiro caminha, cada vez mais, para o fundo do poço. Enquanto os europeus levam nossas revelações ainda no nascedouro, e até jogadores medianos e mais maduros, aos clubes brasileiros tem restado repatriar os que fracassam lá fora, ou os que, pela idade muito avançada, já não interessam a outros mercados. O Fluminense não precisa de Ronaldinho. Sua contratação é muito mais uma ação de marketing do que uma escolha técnica, ou seja, é fruto de quem encara o futebol como um circo, e não um esporte.

domingo, 12 de julho de 2015

Desafogo

O Inter venceu o Joinville por 2 x 0, hoje à tarde, na Arena Joinville, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória que trouxe uma sensação de desafogo, pois, com os resultados de sábado, o Inter dormira na zona de rebaixamento. Ao vencer, hoje, no entanto, o Inter interrompeu uma série de três derrotas consecutivas, e subiu cinco posições na tabela. O fato ganha em importância porque, na quarta-feira, o Inter jogará a primeira partida das semifinais da Libertadores contra o Tigres, e fazê-lo pressionado por maus resultados não seria bom do ponto de vista psicológico. O que se viu em campo só confirmou a extrema fragilidade técnica do Joinville, lanterna do Brasileirão. Mesmo jogando com um time de reservas, o Inter não encontrou maior resistência por parte do Joinville. Ainda que jogasse em casa, o Joinville pouco pressionou o Inter. Afora a pouca qualidade do adversário, o Inter ainda contou com o auxílio da arbitragem. O pênalti que originou o seu segundo gol não existiu, o que causou grande revolta nos torcedores do Joinville, que, a partir daí, passaram a hostilizar o árbitro. Agora, para o Inter, tudo é Libertadores. O clube jogou todas as suas fichas nessa competição. Se conseguir vencê-la, tudo o que tenha sido feito de errado será desconsiderado. Caso contrário, se o título não vier, a frustração será enorme, e poderá resultar numa crise de grandes proporções.

sábado, 11 de julho de 2015

Recuperação imediata

O Grêmio venceu o Vasco por 2 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, obteve uma recuperação imediata no Brasileirão, poi vinha de uma derrota, por 1 x 0, para a Chapecoense, fora de casa. A torcida mostrou estar animada com a campanha e o desempenho do time, comparecendo em grande número ao estádio. Próximo ao final do jogo, os torcedores começaram a gritar, em coro, o nome do técnico Roger Machado, numa demonstração do entusiasmo que já começam a ter com o trabalho por ele desenvolvido. Em campo, o Grêmio não encontrou soluções, no primeiro tempo, para furar o sistema de marcação do Vasco. Todas as tentativas de incursões pelo meio eram neutralizadas. Na saída para o intervalo, os jogadores destacavam o fato e diziam ser necessário abrir o jogo pelos lados. Roger Machado também apercebeu-se disso, e, mesmo mantendo a escalação do time para o segundo tempo, modificou sua postura. Os lados do campo passaram a ser explorados com mais constância. O placar foi aberto, justamente, por um chute cruzado de Galhardo do flanco direito que resultou num gol contra de Anderson Salles. O gol trouxe a tranquilidade que o time e a torcida esperavam, e o Grêmio ainda fez mais um, num lançamento primoroso de Giuliano para Pedro Rocha chutar para as redes. Por sinal, Pedro Rocha, de atuação apagadíssima contra a Chapecoense, foi um dos grandes destaques do Grêmio no jogo, junto com Galhardo, Geromel e Luan. A vitória levou o Grêmio de volta para o segundo lugar na tabela até amanhã, quando o Fluminense jogará com o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada. Para o Grêmio manter a posição, é preciso que o Fluminense não vença. Agora, o Grêmio desviará sua atenção, momentaneamente, para a Copa do Brasil, competição que retomará, depois de uma longa interrupção, na terça-feira, contra o Criciúma, na Arena. A perspectiva é de que a fase positiva continue, com o Grêmio mantendo campanhas exitosas nas duas competições.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Desgoverno

O Rio Grande do Sul vive um dos piores momentos de sua história. Há caos na saúde e na segurança pública, e grande insatisfação do funcionalismo. O Estado está entregue a um desgoverno. Sim, o Rio Grande do Sul está com um governo acéfalo, resultado da escolha insensata da maioria dos eleitores, que colocaram no poder um homem inepto e despreparado. A intensa campanha midiática contra o ex-governador Tarso Genro, que buscava a reeleição, levou o eleitorado a devolver o maior cargo do Estado aos partidos de extração conservadora, cujas políticas, é bem sabido, são sempre demofóbicas. O tão alardeado déficit financeiro do Estado é verdadeiro, ninguém contesta. A situação financeira do Rio Grande do Sul é crítica há décadas, atravessando vários governos, de diferentes correntes ideológicas. A diferença está em como encarar o problema. O governo anterior tinha o entendimento, correto, de que o enfrentamento da dívida não pode se dar com o atraso no pagamento do funcionalismo e o sucateamento dos serviços públicos fundamentais. O atual governador do Estado, José Ivo Sartori, é adepto da solução única do corte de gastos. Tudo o que resultou de concreto dessa postura foi a absoluta precarização da saúde e da segurança pública, cujos serviços são um dever do Estado para com os cidadãos e contribuintes. O governo de Sartori apenas cumpriu o seu primeiro semestre. Há, ainda, mais três anos e meio pela frente, até o seu encerramento. Os que votaram em massa num candidato tão incapaz, devem estar profundamente arrependidos. Tomara que aprendam com a experiência mal sucedida, e votem com mais consciência em eleições futuras, sem se deixar influenciar pela imprensa conservadora. Porém, solução imediata não existe. Será preciso aguentar um longo período de sofrimento até o final dessa administração ruinosa. Um duro preço a ser pago por todos, inclusive pelos que não votaram no atual governador.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Esquecimento

Não é à toa que se costuma dizer que o Brasil é um país sem memória. Passou batido pelos meios de comunicação, mas, na data de hoje, completam-se 35 anos da morte de Vinícius de Moraes. O esquecimento da imprensa atinge um dos maiores poetas brasileiros, e compositor de clássicos imortais da nossa música, em parceria com nomes da expressão de Tom Jobim, Carlinhos Lyra, Baden Powell e Toquinho. Foi também diplomata. Na vida pessoal, casou-se várias vezes, e teve muitos filhos. A vida de Vinícius foi intensa, em todos os sentidos. Para os padrões atuais, morreu relativamente cedo, aos 66 anos. As marcas de seu talento permanecem, indeléveis. Seus poemas seguem sendo recitados, suas composições são, constantemente, regravadas. Por tudo isso, é espantosa a quase total ausência de registro dos 35 anos de seu falecimento. Numa época em que a música brasileira caracteriza-se por uma pobreza estética assustadora, a lembrança de Vinícius é ainda mais obrigatória.

Comemorações bizarras

A data de hoje, 9 de julho, é intensamente comemorada no Estado de São Paulo. Ela marca a passagem de mais um aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, quando os paulistas tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas, iniciado com um golpe de Estado em 1932. Entre os acontecimentos que, anualmente, marcam a efeméride, está, até mesmo, a principal prova do ciclismo brasileiro, denominada "Nove de Julho". O curioso, no entanto, é que, assim como a chamada "Revolução Farroupilha", de 1835, também muito festejada no Rio Grande do Sul, o movimento paulista fracassou. Separadas no tempo, considerando-se o seu início, por 97 anos, ambas as insurreições contra o poder central foram derrotadas. Porém, o orgulho bairrista de gaúchos e paulistas faz com que eles, até hoje, reverenciem as ditas "revoluções". São, portanto, comemorações bizarras, que brindam com feriados e atividades as mais diversas movimentos que não atingiram os seus objetivos. Esse bairrismo exacerbado, que festeja até iniciativas derrotadas, talvez explique, ao menos em parte, porque o Brasil não consegue se constituir numa nação. Falta sentido de unidade, de pertencimento. Não pode existir, em nenhuma unidade da federação, o sentimento de "somos nós contra eles". O Brasil somos todos nós, de norte a sul do país.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Derrocada

O Inter perdeu para o Flamengo por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a terceira derrota consecutiva do Inter no Brasileirão, com oito gols sofridos e apenas dois marcados, o que caracteriza uma derrocada do time às vésperas de disputar os jogos pelas semifinais da Libertadores. Em vez de usar o período de paralisação da Libertadores, interrompida em função da realização da Copa América, para se preparar melhor para a fase decisiva da competição, o Inter parece ter perdido o rumo. O presidente do clube, Vitório Píffero, reconheceu que o planejamento do Inter para o período de parada da Libertadores não deu certo, e creditou o fato à preocupação dos jogadores em se preservarem para a competição continental. Píffero foi adiante, e decidiu que, até o final da Libertadores, o Inter não usará o seu time principal no Brasileirão. O detalhe é que o Inter já está em 16º lugar na tabela, a última posição antes da zona de rebaixamento. O presidente do Inter desdenhou da hipótese de o clube cair, numa postura típica da arrogância que sempre exibiu, mas essa é uma possibilidade concreta. Na verdade, quem melhor exprimiu a realidade vivida pelo Inter foi o zagueiro Ernando, que disse que é preciso ganhar a Libertadores para salvar o ano. No espaço de uma semana, até a próxima quarta-feira, o Inter começará a definir a sua sorte em 2015. Se conquistar o título da Libertadores, todos os erros serão varridos para debaixo do tapete. Se for eliminado da disputa que elegeu como prioritária no ano, entrará numa crise técnica e financeira de proporções imprevisíveis.

Tropeço

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para a Chapecoense, hoje, na Arena Condá, pelo Campeonato Brasileiro. Ainda que a Chapecoense faça uma boa campanha no Brasileirão, o resultado só pode ser encarado como um tropeço, e dos mais indesejáveis. Mesmo com a derrota, o Grêmio se manteve, temporariamente, em segundo lugar na tabela, mas poderá ser ultrapassado por Fluminense e Corinthians, caso eles vençam seus jogos amanhã. No primeiro tempo, o Grêmio teve uma boa atuação, e criou oportunidades de gol. Num mesmo lance, o Grêmio acertou a trave, e depois o travessão. Na volta do intervalo, no entanto, o time não mostrou o mesmo rendimento. O jogo se encaminhava para um empate quando, numa cobrança de falta, um gol de cabeça decidiu a partida em favor da Chapecoense. O técnico do Grêmio, Roger Machado, mais uma vez, mostrou ter dificuldades em fazer substituições. Na primeira que realizou, retirou Luan para colocar Yuri Mamute. A entrada de Mamute foi correta, mas o jogador que deveria ser substituído era Pedro Rocha, que teve um mau desempenho durante todo o jogo. Mais tarde, Pedro Rocha deu lugar a Fernandinho, mas aí o erro já havia sido cometido. Porém, o dado principal que fica dessa derrota do Grêmio é a evidência de que, se o clube tem pretensões de disputar o título, a contratação de um centroavante goleador é indispensável. Por mais que haja uma intensa movimentação e troca de posições na linha de frente, a presença de um especialista em fazer gols é imprescindível. Por mais que os modernosos do futebol digam o contrário, essa figura, num time de futebol, ainda é insubstituível.

terça-feira, 7 de julho de 2015

25 anos sem Cazuza

O tempo passa velozmente, e hoje se completam 25 anos da morte de Cazuza, o nome mais representativo do rock brasileiro. Inicialmente como integrante do grupo "Barão Vermelho", e, mais tarde, em carreira solo, Cazuza gravou grandes sucessos, que permanecem na memória de uma legião de fás e seduzem, também, as novas gerações. Músicas como "Eu Queria Ter Uma Bomba", "Todo Amor que Houver Nessa Vida",""Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço", "Exagerado", "Só As Mães São Felizes", "Ideologia", "Faz Parte do Meu Show", "Blues da Piedade" "Brasil", "Burguesia", "Codinome Beija-Flor", deram a Cazuza um reconhecimento não apenas momentâneo, mas um lugar cativo entre os grandes artistas brasileiros. Cazuza não se limitou ao rock, seu olhar se espraiou, também, em outras direções, como comprovou ao gravar "O Mundo é um Moinho", de Cartola. Talento brilhante, Cazuza faleceu no auge de sua criatividade, com apenas 32 anos, vitimado pela AIDS. Deixou uma imensa saudade, e seu nome inscrito como um dois maiores da música brasileira em todos os tempos.

Os 75 anos de Ringo Starr

Na data de hoje, Ringo Starr, o mais velho dos Beatles, completa 75 anos. Uma idade provecta, que ele atinge parecendo bem mais jovem. O segredo da boa forma talvez esteja na dieta rigorosa que mantém e na carreira a pleno vapor, sem nenhuma intenção de aposentadoria. Ringo lançou em março último, o seu mais recente disco, "Postcards From Paradise", e realiza turnês regulares pelo mundo, acompanhado pela All Starr Band. Considerado o menos talentoso dos Beatles, Ringo, no entanto, fez por merecer o seu lugar no panteão dos mitos do rock. Ringo não possui, é verdade, a mesma capacidade como compositor de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison, mas isso não o impediu, por exemplo, de criar, em sua carreira solo, um clássico como "It Don't Come Easy". Ringo também realizou trabalhos como ator e, inclusive, seu segundo casamento, que já dura 34 anos, foi com a atriz e ex-Bondgirl, Barbara Bach. Em 2015, Ringo foi incluído no Rock'n Roll Hall Of Fame, de forma individual, sendo o último beatle a obter a distinção. Se não tinha o brilhantismo de seus companheiros de grupo, nunca faltaram a Ringo carisma e simpatia, o que lhe garantiu a visibilidade dentro dos Beatles. Só nos cabe desejar vida longa para Ringo, um ícone da música. Parabéns, Ringo!

A entrevista de D'Alessandro

Hoje pela manhã, o meio-campista D'Alessandro, maior ídolo da torcida do Inter na atualidade, concedeu uma entrevista coletiva. O fato, por si só, é rotineiro no futebol, e não mereceria ser objeto de uma análise neste espaço. Ocorre que o conteúdo do que disse D'Alessandro não pode passar em branco. Depois de reconhecer que a campanha do Inter no Campeonato Brasileiro não é boa, e que isso não permite que ele prometa ao torcedor a conquista do título, o jogador voltou suas baterias contra a imprensa. Certamente incomodado com as críticas que se avolumam contra o técnico do Inter, Diego Aguirre, cujo rodízio de escalações tem levado o clube a acumular maus resultados no Brasileirão, D'Alessandro aconselhou que os torcedores, até o dia da partida contra o Tigres, pelas semifinais da Libertadores, ouçam menos rádio e assistam pouca televisão, ocupando seu tempo em jogar Playstation com os filhos. D'Alessandro se utilizou, mais uma vez, de um recurso corriqueiro dos profissionais do futebol quando os resultados de campo são ruins, que é o de jogar a culpa na imprensa. No caso específico de D'Alessandro, essa prática, que é recriminável, torna-se ainda mais inaceitável, por se tratar de um jogador que, desde que chegou ao Inter, em 2008, tem sido incensado pela imprensa esportiva gaúcha, a qual, sabidamente, sempre foi majoritariamente colorada. Não é a primeira vez que D'Alessandro toma uma atitude desse tipo. Acostumado à bajulação, reage a qualquer crítica recebida. Habituado a "apitar" partidas, declarou, também, em sua entrevista, que as novas determinações da arbitragem, que punem as reclamações de jogadores com o cartão amarelo, são "um mal" para o futebol. Na verdade, D'Alessandro, mesmo já tendo 34 anos, é um jogador mimado, incapaz de conviver com a crítica. Não é de espantar que ele se porte assim. Alguns cronistas conseguiram ver na disparatada entrevista uma demonstração de liderança do jogador, chamando a torcida para cerrar fileiras em torno do clube. Diante de tamanha demonstração de parcialidade e sabujice por parte de profissionais de imprensa que deveriam primar pela criticidade e objetividade, é fácil entender por que D'Alessandro torce o nariz a qualquer comentário desfavorável para ele ou ao clube pelo qual joga.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Soberania

A Grécia deu uma lição de soberania ao mundo. Mais de 60% dos votantes do referendo convocado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras foram contrários às medidas de aperto financeiro exigidas pela União Europeia para liberar ajuda financeira para o país, entre elas o aumento de impostos e a redução de benefícios previdenciários. Nem é preciso referir que a grande imprensa critica a decisão da Grécia. Fiel à visão de mundo neoliberal, a imprensa conservadora é uma defensora intransigente da aplicação de medidas de "austeridade" para que países com dificuldades financeiras possam regularizar suas contas. O problema é que a "austeridade" serve para garantir os interesses dos bancos e das grandes corporações, evitando que sejam submetidos a um calote, mas só piora a vida da população, que se torna ainda mais precária do que já é quando um país está em crise. O povo grego não se deixou levar pelos cenários catastrofistas elaborados pelos neoliberais e seus apoiadores na imprensa, prevendo um desastre para o país caso não se submetesse ao receituário conservador. As condições impostas pela União Europeia só iriam levar mais recessão e desemprego para a Grécia. Ao não ceder às chantagens dos países ricos da Europa e dos grandes bancos internacionais, o povo grego deu uma demonstração de altivez. Claro, grandes dificuldades se avizinham para a população da Grécia, pois o país vive uma grave crise econômica. Nada poderia ser pior, no entanto, do que capitular às exigências da União Europeia, que em nada melhorariam a vida dos habitantes da Grécia. A ideia de colocar as contas de um país em dia às custas do sacrifício da sua população nada tem de racionalidade econômica como defendem os arautos do mercado, é apenas uma atitude demofóbica. Os gregos se aperceberam disso. Tomara que, no futuro, outros países em situação semelhante adotem a mesma postura.

domingo, 5 de julho de 2015

Despencando

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Atlético Mineiro, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e segue despencando na tabela. Agora, o Inter já ocupa o 14º lugar no Brasileirão, com apenas três pontos a mais que o primeiro clube na zona de rebaixamento. Foi o segundo jogo consecutivo em que o Inter levou três gols. Aliás, o resultado só não foi o mesmo da partida contra o Sport porque, quando o placar já estava em 3 x 0 para o Atlético, uma falha grotesca do zagueiro Jémerson proporcionou que Lisandro López fizesse o gol de honra do Inter. A cada jogo, o Inter adia para o próximo a sua recuperação. Nem mesmo o jogo contra o Flamengo, de péssima campanha, na quarta-feira, novamente no Beira-Rio, pode ser tido como favas contadas em favor do Inter. Afinal, o Flamengo estará motivado pela estreia de Guerrero, sua maior contratação em 2015. A cada dia, a situação do técnico do Inter, Diego Aguirre, mostra-se mais arriscada. Ele está apostando tudo na conquista do título da Libertadores. Se não conseguir alcança-lo, terá de voltar suas atenções para uma competição em que está numa posição desconfortável na tabela e com remotas possibilidades de título. Colocar todas as fichas numa única possibilidade não é uma atitude de bom senso. Porém, não é a primeira vez que o Inter age assim. Se o Inter ganhar a Libertadores, os critérios do seu técnico serão considerados corretos, Em caso contrário, o Inter pode se preparar para ter de lidar com a inconformidade do torcedor.

No rumo da liderança

O Grêmio venceu o Santos por 3 x 1, hoje à tarde, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. Foi apenas a terceira vez na história que o Grêmio venceu o Santos no acanhado e mítico estádio. O resultado levou o Grêmio aos mesmos 23 pontos de Atlético Mineiro e Sport. Pelos critérios, o Atlético é o líder, por ter melhor saldo de gols que o Grêmio que, por sua vez, está na frente do Sport por ter uma vitória a mais que o clube pernambucano. Como se vê, o Grêmio está no rumo da liderança do Brasileirão, que poderá ser sua já na próxima quarta-feira, caso ganhe da Chapecoense, em Chapecó, e Atlético Mineiro e Sport empatem, no Independência. A vitória do Grêmio foi fruto de uma boa atuação, em que o coletivo preponderou, mas na qual houve, também, destaques individuais, como Luan e Giuliano. Galhardo continua surpreendendo positivamente, e até gol marcou. Edinho, que tantos temores despertava, teve um bom desempenho e deu o passe para o terceiro gol. A aplicação tática e o sentido coletivo do time do Grêmio chamam cada vez mais a atenção. Ainda é cedo para manifestações de euforia, mas a campanha do Grêmio já suscita, justificadamente, ambições maiores para os seus torcedores.

sábado, 4 de julho de 2015

Chile campeão

O Chile empatou em 0 x 0 com a Argentina, no tempo normal e na prorrogação, e venceu por 4 x 1 nos tiros livres da marca do pênalti, hoje, no Estádio Nacional, o que lhe deu, pela primeira vez, a conquista do título de campeão da Copa América. Foi um título merecido. A melhor campanha da competição foi do Chile. No jogo de hoje, enquanto a bola rolou, o Chile foi melhor do que a Argentina. Faltou uma maior incisividade nas conclusões para que o Chile saísse vencedor sem a necessidade dos tiros livres. Por sua vez, a Argentina decepcionou. Messi, mais uma vez, não brilhou em uma decisão. Di Maria saiu do jogo muito cedo, por motivo de lesão, e os demais destaques da equipe estiveram muito apagados. Depois de uma boa campanha na Copa do Mundo de 2014, o Chile confirmou a qualidade de sua atual equipe, onde se sobressaem nomes como Vargas, Vidal, Alexi Sanchez e Aranguiz. A conquista inédita da Copa América é mais um alento para a continuidade do bom trabalho do técnico do Chile, o argentino Jorge Sampaoli. Parabéns, Chile!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Racismo

As chamadas redes sociais deram a chance de se expressar a quem não tinha, rompendo com o monopólio dos meios de comunicação. Sem  dúvida, isso é positivo, pois democratiza a opinião, antes restrita ao comunicadores profissionais. Porém, por não serem submetidas a nenhum tipo de filtro ou política editorial, as redes sociais abrigam toda a espécie de disparates no conteúdo de suas postagens, e expõem, de uma maneira nunca vista anteriormente, o esgoto da sociedade. Um exemplo disso aconteceu, nessa semana, no Facebook, com as manifestações de racismo contra Maria Júlia Coutinho, a "moça do tempo" do "Jornal Nacional", da Rede Globo. Bonita e talentosa, Maria Júlia foi alvo de ofensas vulgares e grosseiras devido ao fato de ser negra. A sociedade brasileira insiste em não admitir que é racista, mas isso é inegável. O racismo, em qualquer circunstância, é algo abominável, mas, no Brasil, um país com tantos negros e mestiços, ele soa ainda mais absurdo. A repercussão das agressões á Maria Júlia Coutinho foi ampla, até pela visibilidade que a condição de contratada da Rede Globo lhe confere. O caso deverá ter desdobramentos jurídicos. Não é difícil punir os culpados, pois eles estão identificados nas próprias postagens. A partir do que aconteça nesse caso, um novo balizamento para o crime de racismo poderá vigorar no país. Chega de condescendência para com um crime tão ignóbil. Os culpados terão de responder por seus atos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Manobras

Num dia, o financiamento privado de campanhas é rejeitado pela Câmara dos Deputados, no seguinte a mesma matéria é novamente votada, e, dessa vez, aprovada. O mesmo ocorre, semanas mais tarde, com a redução da maioridade penal, rejeitada num dia e aprovada no seguinte. Os parlamentares derrotados por tais manobras, apontam, com razão, a irregularidade de se votar a mesma matéria em  tão curto espaço de tempo. Os apoiadores do artifício, valendo-se do "juridiquês", argumentam não haver nenhuma impropriedade no procedimento. Por trás de tudo, a execrável figura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Conhecedor profundo dos aspectos regimentais que envolvem o exercício da função legislativa, Cunha se aproveita de cada brecha legal disponível para levar adiante seu projeto de causar derrotas ao governo e favorecer os interesses sombrios que representa. Aproveitando-se do momento de instabilidade vivido pelo governo, Cunha busca impor sua agenda medieval ao país, consentânea com sua condição de evangélico e de defensor do grande capital. Algo precisa ser feito. O país não pode ficar a mercê desse energúmeno. O que está em jogo é a democracia brasileira, tão duramente conquistada. O mandato de presidente da Câmara dos Deputados, obtido por Cunha, não pode lhe servir como um cheque em branco, que lhe permita submeter o país ao atendimento dos seus interesses e aos dos grupos que apoia. Se Cunha, por meio do estudo dos regimentos legislativos, consegue embasamento para levar adiante suas manobras, o mesmo método deverá ser usado para detê-lo e, se possível, defenestrá-lo do cargo que ocupa. Cunha foi eleito deputado federal por uma fração do eleitorado do seu Estado. Elegeu-se para ser integrante de uma das casas parlamentares do país e, escolhido por seus pares, tornou-se presidente da mesma. Porém, entre suas atribuições não estão as de chefe do Poder Executivo. Até agora, Cunha tem "pintado e bordado". Não pode continuar sendo assim. As mentes mais lúcidas e responsáveis do país precisam fazer um esforço, sair da sua postura acomodada, e, usando os meio legais existentes, neutralizar as ações de Cunha. Essa é uma tarefa para ser cumprida o quanto antes, em defesa do país.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Afirmação

O Grêmio venceu o Cruzeiro por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a quarta vitória consecutiva do Grêmio, que segue no processo de afirmação do seu time. A vitória foi magra, e obtida com um gol de pênalti, mas isso pouco importa. O que é relevante é que o Grêmio já está na zona de classificação para a Libertadores, de onde não sairá até o final da rodada, que será concluída amanhã. No jogo de hoje, o Grêmio apresentou um bom volume de jogo, perdendo boas chances de gol, o que poderia ter lhe dado um placar mais folgado. Não chegou a ser uma grande atuação do Grêmio, mas foi o suficiente para ganhar um clássico nacional, contra o atual bicampeão brasileiro. O Grêmio, que ao fim da segunda rodada era o 18º colocado no Brasileirão, resultado que redundou na queda do técnico Felipão, agora já está em 3º lugar na tabela. O técnico Roger Machado operou uma notável transformação no time, que apresenta enorme disposição e aplicação em campo, superando suas limitações e o fato de não contar com um goleador nato. Ainda é muito cedo para se fazerem projeções muito ambiciosas quanto á colocação final do Grêmio na competição, mas, com o que já realizou até aqui, o clube vem recuperando sua tão abalada autoestima e conquistando a confiança do torcedor.

Não poderia ser diferente

O Inter foi goleado por 3 x 0 pelo Sport, hoje, na Ilha do Retiro, pelo Campeonato Brasileiro. A derrota, e até mesmo a goleada, era previsível. Não poderia ser diferente. Para jogar contra o líder do Brasileirão, que ganhara todos os jogos como mandante e era o único clube invicto no Brasileirão, o Inter escalou um time quase inteiramente reserva e, até mesmo, com uma improvisação. O pior é que essa mutilação não foi causada por suspensões ou lesões, mas por vontade do técnico do Inter, Diego Aguirre, que insiste em manter um rodízio de escalações. Em termos práticos, o único resultado da esdrúxula medida vem sendo a perda de pontos pelo Inter, afastando-o da possibilidade de conquistar o título da competição. Está claro que o Inter aposta todas as suas fichas na conquista do título da Libertadores. Afinal, para chegar à conquista da competição continental faltam quatro jogos. Porém, ainda que o Inter possa até ser considerado favorito, em futebol não se ganha por antecipação. Se não ganhar a disputa que elegeu como a prioritária no ano, o Inter terá de encarar um restante de Campeonato Brasileiro em larga desvantagem na tabela e com um ambiente de vestiário desanimado. Se assim ocorrer, não poderá culpar ninguém, só à sua própria imprevidência.