sábado, 15 de dezembro de 2012

A nova realidade dos estádios

A inauguração da Arena do Grêmio, ocorrida há exatamente uma semana, foi o pontapé inicial numa nova realidade em temos de estádios no Brasil. Trata-se do primeiro estádio a ser construído, no país, dentro do chamado "padrão Fifa". Porém, outros estádios em construção também seguem esse modelo, e os que estão sendo reformados para a Copa do Mundo de 2014 serão adaptados a ele. Ainda em dezembro, o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Belo Horizonte, serão reinaugurados, já com suas dependências adaptadas ao referido padrão. O item mais notório do padrão Fifa é que os estádios tem cadeiras em todos os seus setores. Não há torcedores em pé ou sentados diretamente sobre o cimento. A pista atlética também é eliminada, o que aumenta a proximidade do torcedor do anel inferior em relação ao campo de jogo, gerando uma maior interação do público com o espetáculo. Afora isso, há uma série de comodidades e confortos que não estão presentes nos estádios convencionais. Tudo isso é muito bom. Fiquei impressionado com o que vi na Arena do Grêmio, e com as imagens mostradas pela televisão de como ficaram o Castelão e o Mineirão, e de como será o novo Maracanã. A Arena Palmeiras e o Itaquerão, futuro estádio do Corinthians, também serão, a exemplo da Arena do Grêmio, construídos inteiramente dentro dos parâmetros da Fifa. Portanto, o Brasil terá, em breve, estádios de qualidade de "Primeiro Mundo". Esse é o bônus. Agora, vamos ao ônus. O preço dos ingressos em estádios com tanto conforto, é elevado. Mesmo as localidades mais baratas custam pouco menos de R$ 100. Nos estádios privados, a tendência é que a frequência aos jogos acabe limitada aos associados, o que, para o clube, é uma boa fonte de receita ordinária. No entanto, para o torcedor comum e menos aquinhoado financeiramente, significa, praticamente, a impossibilidade do comparecimento às partidas. Se por um lado, com o padrão instaurado, os novos estádios se civilizam, por outro se tornam mais elitizados, fato pouco aceitável num esporte tão popular como é o futebol. Há quem diga que os estádios serão, agora, como teatros. O futebol, contudo, não combina com a elegância formal dos teatros. Vibrante por natureza, não pode prescindir do calor e da emoção das multidões.