quinta-feira, 25 de julho de 2013

Hegemonia

Houve um tempo em que a Libertadores era uma competição dominada por clubes da Argentina e do Uruguai. Os brasileiros, os únicos a não falarem espanhol na América do Sul, eram como um corpo estranho na competição, sofrendo com adversários que, por vezes, abusavam da violência, e arbitragens suspeitas, para dizer o mínimo. O extraordinário Santos, de Pelé e Pepe, foi bicampeão da competição, em 1962 e 1963, mas depois dele, só em 1976 um clube brasileiro obteria o título da Libertadores, o Cruzeiro, de Nelinho e Palhinha. O terceiro título só viria em 1981, com o Flamengo, de Zico e Tita. Em 1983, novo título, com o Grêmio, de Renato e De León. Só a partir dos anos 90, no entanto, o Brasil passou a ser um vencedor constante na competição. Naquela década, São Paulo, Grêmio, Vasco e Palmeiras foram campeões. Aos poucos, os clubes brasileiros foram tomando conta da Libertadores, a ponto de em dois anos seguidos, 2005 e 2006, ela ser decidida em confrontos entre eles, o que motivou a Confederação Sul-Americana de Futebol a modificar o regulamento da competição, impedindo que isso se repita. Nas últimas quatro edições da Libertadores, o campeão foi um clube brasileiro. O Brasil já tem 17 títulos no total, apenas cinco a menos do que a Argentina, que ainda é a recordista de conquistas. Agora, com o título ganho, ontem, pelo Atlético Mineiro contra o Olímpia, do Paraguai, dos 12 grandes clubes brasileiros, só dois ainda não venceram a competição. São eles o Botafogo e o Fluminense. Este último chegou a decidir a Libertadores em 2008, deixando o título escapar, em favor da LDU, do Equador, nos tiros livres da marca do pênalti. O futebol brasileiro se tornou hegemônico no continente, como nunca foi antes. Uma agradável realidade para nossos clubes e seus torcedores.