segunda-feira, 20 de julho de 2015

Entre o bom e o moderno

Ser "moderno" parece uma obsessão, hoje em dia. O avanço constante da tecnologia, com seus tablets e smartphones que deixam as pessoas conectadas o tempo inteiro, fez com que surgisse a preocupação dos meios de comunicação em "dialogar" com o público da era cibernética, pelo temor de, sem isso, ficar para trás e perder telespectadores, ouvintes e leitores. Ocorre que a busca por falar com esse "novo público" tem gerado alguns equívocos. Em 2014, a Rede Globo levou ao ar a novela Geração Brasil, no horário das 19 horas, na tentativa de atrair esse "cyberpúblico". A história girava em torno de Jonas Marra, um Steve Jobs tropical, vivido pelo ator Murilo Benício. O par romântico jovem era formado por um casal cujos integrantes tinham em comum o talento para a criação de programas de computador. Mesmo com todos esse apelos á modernidade, a novela não fez sucesso. Ontem, uma outra tentativa da Globo em conquistar o público "conectado" estreou, e parece que irá por idêntico caminho. "Tomara que Caia", um misto de programa de humor com game, mostrou-se uma proposta confusa, de ritmo cansativo, com uma história fraca e sem graça. Foi apenas o primeiro episódio, é claro, mas não pareceu promissor. As constantes interrupções e "troladas" quebravam a continuidade da história. Um programa de humor tem de fazer rir, e isso "Tomara que Caia" não conseguiu. O que fica evidente nos casos aqui abordados é que, para atrair o público, qualquer que seja ele, é preciso, mais do que adotar uma linguagem pretensamente moderna, exibir um bom conteúdo. O que é bom, sempre dá resultado. O que é apenas modernoso, logo é descartado.