quarta-feira, 4 de maio de 2011

O fiasco brasileiro na Libertadores

Não há outra palavra para definir o que aconteceu com os clubes brasileiros, na quarta-feira, pelas oitavas de final da Taça Libertadores da América. Foi, mesmo, um fiasco. Se da primeira para a segunda fase todos os clubes brasileiros passaram, dessa vez só o Santos classificou-se para as quartas de final! O Cruzeiro, clube de melhor campanha na primeira fase, e o Inter, sempre cotadíssimo por sua suposta grande qualidade, foram os responsáveis pelos maiores fracassos, pois obtiveram bons resultados fora de casa e foram eliminados diante de suas torcidas. Se, no entanto, fizermos uma análise de cada um dos brasileiros que saíram da Libertadores, veremos que nada é tão absurdo assim. Comecemos pelo Cruzeiro, o permanente quase campeão. Nas últimas edições da Libertadores, o Cruzeiro sempre fez belas campanhas, passando a ser apontado como um dos favoritos, e acabou soçobrando na competição. Falta-lhe, na hora decisiva, o ímpeto dos vencedores. Além disso, em que pese sua excelente campanha na primeira fase, seu grupo de jogadores está longe de ser brilhante. Conta, entre outros, com Leandro Guerreiro, aquele mesmo limitadíssimo ex-jogador de Inter e Botafogo, e com o paraguaio Ortigoza, que não deu certo no Palmeiras. Passemos ao Fluminense. O clube fracassou no campeonato estadual, conseguiu uma classificação quase milagrosa para as oitavas de final da Libertadores, e vem sendo treinado por um  técnico interino que apenas guarda lugar para Abel Braga, que chegará em junho. Chegamos, então, na dupla Gre-Nal. O Inter, mais uma vez, foi tido por muitos como um dos favoritos para o título da Libertadores por, presumivelemte, possuir um grande time e um bom grupo. O futebol apresentado em campo jamais confirmou tal condição e, dessa vez, a sorte que permitiu a classificação diante do Estudiantes em 2010, quando estava sendo eliminado e marcou um gol aos 43 minutos do segundo tempo, não se fez presente. O Grêmio teve a eliminação mais previsível. Perdeu a primeira partida, tinha de reverter na casa do adversário, e jogou com um time absolutamente desmontado pelas lesões. Ainda assim, há que se fazer dois reparos. O primeiro é que, para quem precisava ganhar, o Grêmio adotou uma postura muito defensiva, com três volantes e, a exemplo do que ocorrera no Gre-Nal, Leandro ficou no banco,  hoje entrando somente no segundo tempo, o que é incompreensível. O segundo é que o Once Caldas, tal e qual o Grêmio, perdeu o primeiro jogo em casa, contra o Cruzeiro, por 2 x 1, e, ainda assim, foi capaz de reverter a desvantagem, ganhando a segunda partida, fora de casa, por 2 x 0. Por fim, cabe dizer que, também em relação ao único clube brasileiro que restou na Libertadores, o Santos, não há nenhuma surpresa. Afinal, possui os dois melhores jogadores em atividade no Brasil, Paulo Henrique Ganso e Neymar. Como já ficou provado tantas vezes, o que faz a diferença, no futebol, é o talento.