quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O golpe não acabou

Só os muito estúpidos ainda podem duvidar de que houve um golpe no país, cujas consequências são mais catastróficas a cada dia. O grande acordo "com o Supremo, com tudo", a que se referiu o senador Romero Jucá (MDB/RR) em uma gravação, ficou escancarado, hoje. Numa prova de que o golpe não acabou, o Supremo Tribunal Federal aprovou a terceirização irrestrita das atividades de finalidade das empresas. A medida, que tornará ainda mais caótica a deplorável situação dos trabalhadores brasileiros, foi aprovada pouco depois de o presidente golpista e ilegítimo Michel Temer conceder um aumento de 16% nos vencimentos dos magistrados brasileiros. Como expressa o ditado, uma mão lava a outra, ainda que seja com o sangue e o suor dos brasileiros. O povo brasileiro está entregue à própria sorte, não tem quem o defenda. A magistratura brasileira nada mais é do que uma organização mafiosa a serviço das elites. Em vez de fazerem justiça, os magistrados brasileiros formam uma casta que usufrui de enormes privilégios, obtidos ao custo de uma postura servil aos interesses das classes dominantes. Ao contrário do que sustenta a imprensa conservadora, as instituições não estão em pleno funcionamento. A farsa do impeachment de uma presidente legitimamente eleita foi, na verdade, a quebra da incipiente democracia brasileira. O Brasil está vivendo sob um regime de arbítrio e exceção. A próxima eleição presidencial será um simulacro de pleito democrático, pois o candidato preferido do eleitorado está preso, condenado sem provas por um um crime que não cometeu, e impedido de concorrer pelo mesmo espúrio Poder Judiciário. Não resta outra alternativa ao povo brasileiro que não seja a desobediência civil.