terça-feira, 11 de outubro de 2011

Brio

No amistoso dessa noite contra o México, enfim, a Seleção Brasileira ofereceu para o torcedor algo mais do que um futebol apático e sem soluções. A vitória de virada, por 2 x 1, esteve longe de representar uma grande façanha, é claro, mas um elemento, que andava ausente das atuações da equipe, reapareceu. A Seleção Brasileira teve brio. Depois de iniciar o jogo mostrando o mesmo mau futebol de outras partidas, fazer um gol contra, sofrer a marcação de um pênalti e ter um jogador expulso, a Seleção despertou. O pênalti foi defendido por Jéfferson, o que, por certo, ajudou a dar moral para a equipe. Porém, foi a inconformidade com os erros do árbitro que motivou a Seleção. O árbitro teve uma atuação fraca e confusa, que, em alguns momentos, exasperou os jogadores brasileiros. Porém, em vez de redundar em novas expulsões, a indignação dos jogadores serviu para fazer a equipe reagir e virar o jogo com um homem a menos, na casa do adversário. Ronaldinho cobrou com precisão uma falta, voltando a marcar um gol pela Seleção depois de quatro anos. No entanto, o gol que demonstrou a reação da equipe em campo foi o segundo. O gol de Marcelo teve, a um só tempo, técnica e raça. Ele parte da lateral do campo, chega até as proximidades da grande área, tabela com um companheiro e, ao receber a bola de volta desfere um belíssimo chute cruzado, forte, no alto do gol. Um golaço. Na comemoração, recebe e retribui o abraço efusivo do técnico Mano Menezes, que o deixara fora de algumas convocações, por ter o jogador, segundo se diz, mostrado desdém pela Seleção. O episódio, ao que parece, está totalmente superado, não só pelo gol e pelo abraço, mas pela atuação de Marcelo. Finalmente, o lateral esquerdo mostrou, com a camisa da Seleção, o mesmo futebol exuberante que joga no Real Madrid. Foi, sem dúvida, o melhor jogador em campo. Marcelo é um jogador precioso, pois, além de excelente compleição física, tem um futebol de grande técnica. Ainda é pouco, mas a Seleção Brasileira já mostrou, contra o México, que pode dar mais. Com isso, Mano Menezes afasta, ao menos por um tempo, as especulações sobre a sua saída. Tomara que o jogo de hoje seja um indício, ainda que tênue, de que a Seleção viverá dias melhores daqui por diante.