terça-feira, 14 de maio de 2013

Mais acertos do que erros

A convocação da Seleção Brasileira para a Copa das Confederações, divulgada, hoje, pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, foi bastante criteriosa, tendo mais acertos do que erros. Não ocorreu nenhum esquecimento gravíssimo, embora alguns nomes merecessem ser lembrados. Analisando cada posição, verificaremos que Felipão acertou na maior parte das escolhas. Os três goleiros convocados, Júlio César, Diego Cavalieri e Jefférson, são, mesmo, os melhores da posição. Júlio César é qualificado e experiente, e vive, novamente, uma boa fase, não tendo responsabilidade direta pelo rebaixamento de seu clube, o Queen's Park Rangers, no Campeonato Inglês. Diego Cavalieri é, desde 2012, o melhor goleiro em atividade no Brasil, e Jefférson, já convocado outras vezes, exibe grande regularidade há muitos anos. Nomes como Cássio, do Corinthians, e Rafael, do Santos, também tem se destacado muito, mas são jovens e podem esperar a vez. Na lateral-direita está o calcanhar de aquiles da Seleção. Daniel Alves já não é tão jovem, tem 30 anos, e nunca foi uma unanimidade, mas não há outra opção melhor. Para a sua reserva, no entanto, Felipão poderia ter convocado outro jogador que não fosse Jean. Trata-se de uma improvisação, pois o jogador é volante de origem. Afora isso, Jean é um jogador apenas mediano, não tem o padrão técnico de uma Seleção Brasileira. Jamais simpatizei com improvisações, sequer em clubes, quanto mais na Seleção. Melhor seria se Felipão tivesse convocado Marcos Rocha, do Atlético Mineiro, que não é brilhante mas é da posição e vive boa fase. Entre os zagueiros convocados, nenhuma injustiça. David Luiz e Thiago Silva são nomes certos em qualquer convocação, Réver vive uma grande fase, e Dante, embora já tenha 29 anos e, até pouco tempo, fosse desconhecido pela maioria dos brasileiros, é titular do Bayern de Munique, onde vem tendo grandes atuações. Na lateral esquerda, Marcelo é um nome indiscutível, e Felipe Luís, convocado para a sua reserva, também é muito bom jogador. No meio de campo, houve o esquecimento mais grave, o de Ramires. A razão, ao que se diz, teria sido por uma conduta considerada inadequada do jogador, mas tendo em vista sua qualidade, esse problema tinha de ser contornado. Foi no meio de campo, também, que ocorreu o maior número de equívocos de Felipão. Afora a não convocação de Ramires, Felipão errou ao chamar Luiz Gustavo, um jogador comum, Jádson, um bom jogador de clube, mas insuficiente para a Seleção Brasileira, e deixar de fora Kaká, de muito boas atuações no final do período de Mano Menezes como técnico da equipe, quando teve grande entendimento com Oscar. As convocações do próprio Oscar, de Fernando, Paulinho, Hernanes e Bernard, não merecem reparos. Em compensação, nesse setor, esteve o maior acerto de Felipão, ao não chamar Ronaldinho, que há muito tempo deveria ter se tornado uma página virada na Seleção. No ataque, as convocações de Fred e Neymar eram óbvias e obrigatórias, e a de Leandro Damião mais do que justa, pelo seu desempenho e pela inconfiabilidade de Alexandre Pato, quase sempre atrapalhado por lesões. Nesse setor, o único erro foi a convocação de Hulk, um equívoco da época de Mano Menezes que Felipão insiste em perpetuar. De um modo geral, no entanto, foi uma boa convocação, que espelha o atual momento do futebol brasileiro. Uma Seleção que está longe de ser espetacular, mas que pode se constituir numa boa equipe, desde que Felipão consiga reeditar seus melhores momentos como técnico. Resta saber se ele ainda é capaz disso.