segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Olhando para o passado

O candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PMDB, José Ivo Sartori, acusa o atual ocupante do cargo, e candidato à reeleição, Tarso Genro, do PT, de ficar olhando para o passado, enquanto ele se propõe a projetar o futuro. A declaração de Sartori decorre do fato de que, em sua campanha, Tarso relembra as ações anteriores do candidato peemedebista, seja como secretário estadual ou como parlamentar. Elas apontam um nítido viés neoliberal, apoiando ações como privatizações de empresas estatais e a criação dos famigerados pedágios nas estradas. Sartori já se beneficiou, no primeiro turno da eleição, de sua tática de apresentar-se como um candidato "apolítico", que foge do confronto com os demais, mantendo uma imagem de "bonzinho". Correndo por fora, fugindo do embate com Tarso e a candidata do PP, Ana Amélia Lemos, Sartori forjou uma imagem de homem bem intencionado, conciliador, que não aprecia o confronto. O artifício deu certo, e Sartori obteve 40% dos votos no primeiro turno, chegando na frente dos demais candidatos. Agora, Sartori tenta uma segunda artimanha, para ganhar de vez a eleição. Ela consiste em fugir da análise de suas ações anteriores, projetando apenas suas proposições para o futuro. O motivo de tal comportamento é óbvio. Ainda que queira se apresentar como algo novo, Sartori é uma velha raposa da política, tem um longo passado na área, que está longe de ser róseo. Por isso, ao rememorar ações de Sartori em tempo idos, Tarso não está requentando o passado, e, sim, projetando o futuro do Rio Grande do Sul. Afinal, basta olhar o que Sartori fez anteriormente, quando seu partido governou o Estado, para se perceber que, saído de sua boca, o termo "futuro" é apenas uma palavra jogada ao vento. Por tudo que já fez antes, Sartori representa, para os interesses do Rio Grande do Sul, uma aposta no retrocesso.