quinta-feira, 12 de abril de 2018

O país do faz de conta

A desfaçatez tornou-se institucional no Brasil. O golpe e seus desdobramentos criaram o país do faz de conta. O poder judiciário age com dois pesos e duas medidas, de maneira escancarada. Como esse procedimento vai ao encontro do que desejam as elites empresariais e a imprensa, fica tudo por isso mesmo. A retirada do nome do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da alça de mira da Operação Lava-Jato é um exemplo claro disso. O golpe não foi feito de improviso. Foi longamente estruturado. Seu objetivo foi pôr fim a série de vitórias da esquerda nas urnas, colocando no poder os defensores do "mercado", com suas propostas carregadas de demofobia. Como perceberam que, pela via democrática, jamais ganhariam uma eleição presidencial novamente, apelaram para o golpe. O Brasil é um barco à deriva. A Justiça, que deveria ser o ponto de equilíbrio nas tensões que dividem o país, é parte ativa do grande conluio que depôs uma presidente legitimamente eleita, sob alegações inconsistentes. Sem um poder judiciário altivo, nada resta ao país, apenas o caos.