quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Proposta excêntrica

O meio político não para de nos surpreender. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade de uma proposta de emenda à Constituição que cria cotas para parlamentares negros, em todas as casas legislativas do país. O texto dessa excêntrica proposta diz que serão reservadas vagas para parlamentares oriundos da população negra nas cinco legislaturas posteriores á promulgação. Para preencher as vagas, serão realizadas eleições específicas, simultaneamente com as feitas para as demais cadeiras. Não haverá aumento de cadeiras. O número de vagas reservadas não deverá ser inferior a um quinto ou superior á metade do total de cadeiras. A proposta é carregada de boas intenções, mas não acho que seja esse o caminho para que os negros tenham a devida representação no parlamento. Um exemplo disso é a lei que obriga que os partidos tenham pelo menos 30% de mulheres nas nominatas de candidatos nas eleições. Os partidos tem enormes dificuldades para preencher esse índice, e o número de mulheres nas casas legislativas continua pouco expressivo. A quantidade de negros no parlamento, evidentemente, não corresponde à sua participação no total da população brasileira, mas reservar-lhes um percentual de cadeiras não parece ser a solução. Na mesma linha, já há quem defenda que metade das cadeiras do parlamento sejam ocupadas por mulheres. No Brasil, historicamente, viceja a ideia de que se possa transformar a realidade editando leis. Se negros e mulheres estão sub-representados no parlamento, não será estabelecendo reserva de vagas que a questão será solucionada. Para que esse quadro se modifique, a sociedade é que precisa avançar. O parlamento reflete, em sua composição, o pensamento do eleitorado. Não se modificam comportamentos e posturas criando leis. A composição do parlamento demonstra o quanto a sociedade brasileira ainda é injusta e desigual, mas a mudança desse panorama deve se dar ao natural, ainda que esse processo seja mais lento do que o desejável. O Brasil possui um cipoal de leis, sem que isso, em momento algum, o tenha tornado um país melhor.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Escalação equivocada

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Atlético Paranaense, hoje, no Durival Britto, pelas semifinais da Copa do Brasil. Não foi um resultado desastroso para o Grêmio, pois o segundo e decisivo jogo será na Arena. Há, também, um fator atenuante para a derrota, o de que o Grêmio não teve nenhum de seus atacantes titulares, que estavam suspensos. Porém, o técnico do Grêmio, Renato, equivocou-se na escalação com que o time começou o jogo. Para preservar o esquema de sua preferência, o 3-5-2, escalou dois atacantes, ambos garotos, Yuri Mamute e Lucas Coelho. O correto seria escalar apenas um deles, colocando um meia no time, preferencialmente Máxi Rodriguez. Assim, o time teria um jogador capaz de fazer a jogada de ligação com o atacante que fosse escalado. Yuri Mamute teve uma atuação esforçada, mas Lucas Coelho foi uma nulidade. Sem levar perigo ao gol do Atlético Paranaense, o Grêmio foi para o intervalo perdendo por 1 x 0. Mais uma vez, Renato errou ao não modificar o time no intervalo. Ao, finalmente, fazer uma alteração, colocando Elano e tirando Lucas Coelho, o Grêmio cresceu de produção e criou três chances de gol, o que não havia feito em todo o jogo. A classificação ainda está ao alcance do Grêmio. No confronto com o Santos, o Grêmio perdeu o primeiro jogo, também por 1 x 0, e se classificou ao vencer a segunda partida por 2 x 0. Será, no entanto, uma tarefa muito árdua para um time que tem uma dificuldade crônica de fazer gols.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Imprensa independente

A existência de uma imprensa livre e independente é, sem dúvida, um dos pilares da democracia. O problema é quando por trás da defesa de tais princípios se escondem apenas os interesses corporativos de grandes conglomerados de comunicação. Os veículos da grande imprensa brasileira vivem alertando para supostas tentativas do governo de cercear a liberdade de expressão e controlar o conteúdo editorial dos meios de comunicação. Tais veículos procuram posar, diante da opinião pública, como paladinos em defesa da liberdade e da democracia. O governo, ao de alguma forma afrontar seus interesses, seria a expressão de uma visão totalitária de poder, que não admite críticos nem opositores. Trata-se, evidentemente, de uma posição maniqueísta e que distorce a realidade dos fatos. A verdade é que, no Brasil, poderosos grupos de comunicação detém várias concessões de canais de rádio e televisão, operando também como editores de jornais e revistas e no meio cibernético. Paralelamente à atuação específica nos meios de comunicação, esses grupos estendem seus tentáculos para diversos outros empreendimentos e atividades econômicas. Assim, sua linha editorial está, na verdade, muito mais comprometida com seus interesses corporativos do que com os da sociedade como um todo. Na Argentina, o poder judiciário declarou a constitucionalidade da Lei de Meios, o que implicará numa limitação do número de concessões de emissoras de rádio e televisão a que grupos de comunicação terão direito. Para se enquadrarem nos limites da lei, grupos terão de abrir mão de várias concessões de que, atualmente, dispõem. A grande imprensa brasileira, imediatamente,atacou a medida, qualificando-a como uma tentativa do governo da presidente Cristina Kirchner de controlar os meios de comunicação e atacar os críticos de sua administração. Foi destacado o fato de que quatro dos sete juízes que votaram sobre a medida foram nomeados pelo falecido ex-presidente Nestor Kirchner, com quem Cristina era casada. A Lei de Meios atinge frontalmente os interesses do Grupo Clárin, o maior conglomerado de comunicação da Argentina. O fato acontecido na Argentina deveria reacender a discussão sobre o assunto no Brasil. Ninguém precisa ensinar ao povo brasileiro o quão deletéria pode ser a ação dos governos quando resolvem inibir a liberdade de imprensa. Durante a espúria ditadura militar, sofremos duramente com essa experiência. Por outro lado, não é nada benéfico para o país ter seus meios de comunicação controlados economicamente por alguns poucos e gigantescos grupos. Isso não garante à população uma difusão da informação que seja, efetivamente, plural e independente. Ao criticar duramente o ocorrido na Argentina, a imprensa brasileira não está agindo em defesa da liberdade de expressão, e sim tentando influir para que algo semelhante não ocorra no Brasil. Teme que seus muitos interesses, em nada relacionados com a população em geral, venham a ser ameaçados.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O domínio de Vettel

A Fórmula 1 tem um novo fenômeno: Sebastian Vettel. O piloto alemão, de apenas 26 anos, conquistou ontem, no Grande Prêmio da Índia, faltando ainda três corridas para o fim da competição, o seu tetracampeonato na mais importante categoria do automobilismo. Só três outros pilotos ganharam tantos ou mais títulos que Vettel: Juan Manuel Fangio, Alain Prost e Michael Schumacher. Porém, só Vettel e Schumacher ganharam quatro títulos de forma consecutiva. Schumacher em 2001, 2002, 2003 e 2004, todos pela Ferrari. Vettel em 2010, 2011, 2012 e 2013, todos pela RBR. Em apenas sete anos de F-1, Vettel já tem, afora os quatro títulos, 36 vitórias, 59 pódios e 43 pole positions. Está a caminho de bater o recorde de vitórias seguidas na categoria. Foi o piloto mais jovem a ser campeão, bi, tri e tetra da F-1. Tudo indica que vai bater todas as marcas da categoria. Afinal, só dois pilotos tem mais títulos do que ele na F-1, Fangio e Schumacher. Fangio foi campeão cinco vezes, Schumacher, sete. Com apenas 26 anos, Vettel tem tudo para superá-los. Após o fim da era Schumacher, não se esperava que, tão cedo, a F-1 vivesse, novamente, sob o domínio absoluto de um único piloto. Por um lado, isso desestimula um pouco o público, dada a previsibilidade do resultado das corridas. Por outro, dota o esporte, em geral, e o automobilismo, em particular, de um novo mito. Campeões o esporte tem muitos. Fenômenos, são poucos. Por tudo que já fez, e pelo que, provavelmente, ainda fará, Vettel já é uma lenda viva do esporte.

domingo, 27 de outubro de 2013

Rotina

O Inter perdeu por 3 x 2 para o São Paulo, hoje á tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a nona derrota do Inter no Brasileirão, e mais uma vez, o time tomou muitos gols, demonstrando que a saída do técnico Dunga, por si só, não solucionou os problemas. O clube continua com a sua rotina de maus resultados. O árbitro Péricles Bassols Cortez, do Rio de Janeiro, teve uma atuação muito ruim, mas não foi o culpado pela derrota. Ofensivamente, o Inter, novamente, teve um bom desempenho, mas, também de forma habitual, a defesa deixou a desejar. O resultado retira do Inter qualquer possibilidade lógica de se classificar para a Libertadores. O rebaixamento é uma possibilidade distante. O que parece restar ao Inter, em 2013, é portar-se com dignidade nos jogos que faltam, e voltar renovado em 2014.

Atuação vergonhosa

O Grêmio foi goleado por 4 x 0 pelo Coritiba, hoje, no Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro. Não só o placar foi vexatório. A atuação do Grêmio foi vergonhosa. O técnico do Grêmio, Renato, poupou três jogadores, alegadamente por cansaço muscular, Rhodolfo, Souza e Ramiro. Com isso, o Grêmio jogou com apenas dois zagueiros, em vez dos três habituais, sendo que um deles, Werley, retornava de lesão. Adriano mostrou as terríveis limitações de sempre, e Mateus Biteco, mais uma vez, teve uma atuação pífia. A solidez defensiva do Grêmio, que em muito se deve aos três jogadores poupados, desmoronou. Para piorar, com apenas 14 segundos de jogo, Pará, sem que nenhum adversário o estivesse acossando, marcou um ridículo gol contra. Aos três minutos, o Coritiba já fazia 2 x 0, pois Alex foi deixado sem marcação para chutar de fora da área e mandar a bola para as redes. Ainda no primeiro tempo, uma bola dada de presente ao Coritiba redundou em mais um gol. No segundo, o Coritiba marcou outro, ampliando o fiasco do Grêmio. Em todo o jogo, o Grêmio só teve uma chance de gol, com Elano, aos 39 minutos do segundo tempo. A exemplo do que fizera contra o Cricíuma, na Arena, Renato subestimou o Coritiba, poupando três titulares. Eles fizeram muita falta. O desempenho do time, afora ter sido tecnicamente horroroso, foi marcado pela apatia e ausência de competitividade. Faltou marcação, comprometimento. O êxito do Grêmio sob o comando de Renato tem sido alcançado com o time jogando "com a corda esticada", marcando muito e não dando espaços aos adversários. Hoje, não foi nada disso. Foi um time desmobilizado, desinteressado. O resultado fez o Grêmio cair para o terceiro lugar e ver vários clubes se aproximando na contagem de pontos. Não era a hora de poupar ninguém. O tropeço contra o Coritiba poderá custar muito caro ao Grêmio.

sábado, 26 de outubro de 2013

Ringo Starr está de volta

Desde 2010, quando Paul McCartney se apresentou em várias cidades brasileiras, não se passa um ano sem que um dos dois Beatles ainda vivos venham se apresentar no país. Ringo Starr esteve aqui em 2011. Paul  retornou em 2011 e 2012, sempre em cidades onde não tivesse se apresentado nas vezes anteriores. Agora, é Ringo quem está de volta para uma apresentação em São Paulo, na próxima terça-feira. Beatlemaníaco confesso, fui aos shows de ambos em Porto Alegre. São propostas diferentes, mas que resultam em espetáculos gratificantes. Paul, talvez a maior expressão viva da música mundial, apresenta-se para multidões em grandes estádios. Ringo faz seus shows em lugares fechados, de menor capacidade de público. Paul representa o mega-espetáculo. Ringo uma proposta mais intimista e próxima do espectador. Em comum aos dois, a magia beatle, que não se apaga com o passar dos anos, nem com a idade dos dois astros. Assisti-los é um privilégio de que não se deve abrir mão. Paul, aos 71 anos, e Ringo, aos 73, ainda estão em plena forma, e com seu carisma intacto. Deve-se lamentar, que, ao contrário de 2011, Ringo fará uma única apresentação no país. Porém, é muito bom constatar que o Brasil virou rota permanente de Paul e Ringo. Tomara que prossiga sendo assim, a cada ano. Assisti-los é um prazer sempre renovado.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sem surpresas

Uma pesquisa divulgada pelo Ibope revela que a presidente Dilma Roussef, se as eleições fossem realizadas agora, seria reeleita no primeiro turno em qualquer dos cenários propostos, até mesmo com Marina Silva encabeçando uma chapa. Evidentemente, uma pesquisa realizada um ano antes de uma eleição tem de ser relativizada, pois, assim como candidatos com índices inexpressivos crescem na reta final e vencem o pleito, o inverso também pode acontecer. Por isso mesmo, o PT já se previne contra os riscos do "já ganhou". Porém, os dados apurados mostram que, mesmo com todo o barulho e carga pesada da grande imprensa, a maioria do eleitorado brasileiro não está disposta a mudar os ocupantes do poder. Com isso, o PT poderá chegar a 16 anos consecutivos no comando do governo federal. A leitura que se pode fazer do levantamento é que o eleitor brasileiro não se entusiasma com Aécio Neves, ainda conhece pouco Eduardo Campos, e, talvez, tenha se desiludido, em parte, com Marina Silva, ao vê-la ingressar em outro partido após o registro do seu ser negado pela Justiça. Por mais que os meios de comunicação façam um ataque sem tréguas ao governo, o eleitor, mostrando consciência e independência, continua a entender que ele merece continuar o seu trabalho por mais tempo. Problemas todos os governos tem, corrupção e desvios de conduta, também. No entanto, as políticas sociais do governo, inclusivas e promotoras da cidadania, estão sendo reconhecidas pelo eleitorado. O eleitor sabe que nenhuma administração é capaz de tornar a vida perfeita para todos, mas reconhece quem age efetivamente para diminuir o fosso social e as injustiças históricas da sociedade brasileira. Convicto de que não se troca o certo pelo duvidoso, pretende que o país continue com a mesma condução. Para frustração de muitos, mas satisfação da maioria, caminhamos para uma eleição sem surpresas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Talento desperdiçado

No dia de hoje, foi ampla a repercussão da cobrança displicente de Alexandre Pato, na decisão por tiros livres da marca do pênalti, que deu a vitória ao Grêmio sobre o seu clube, o Corinthians, ontem, na disputa pela classificação para as semifinais da Copa do Brasil. Se os torcedores corintianos ficaram revoltados, mesmo quem não estava envolvido emocionalmente com a partida condenou a forma como o jogador se comportou no lance. Lamentavelmente, não se trata de um fato isolado. Pelo contrário, é mais uma de grandes decepções que o envolvem. Alexandre Pato foi uma revelação fulgurante do Inter, em 2006. Lançado no time em novembro, num jogo contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, no Parque Antárctica, causou grande impressão já na sua estreia e, um mês depois, estava no grupo que conquistou o título mundial de clubes. Logo foi adquirido pelo Milan, que pagou o valor da sua multa rescisória. Ainda muto jovem, tornou-se um milionário. No entanto, aos poucos, as expectativas em torno de Alexandre Pato foram se frustrando. Ele jamais comprovou ser o jogador espetacular que se prenunciava. No Milan, teve uma série de lesões, o que fez com que não tivesse uma continuidade de atuações. Fora de campo, teve um casamento fracassado com uma atriz da Globo, mais tarde envolveu-se com a filha do dono do Milan e ex-primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi. Tomou gosto pela vida mundana e pelo bem vestir. O Milan, cansado da falta de retorno em campo, negociou-o com o Corinthians, no início de 2013, por R$ 40 milhões, a maior transação da história do futebol brasileiro. Em momento algum Pato justificou o investimento. Não conseguiu se firmar como titular e fez poucos gols. Pato recém completou 24 anos, mas é improvável que reverta essa situação. Foi vitimado pelo deslumbramento, por empresários e assessores ávidos de faturarem com sua imagem. Tornou-se um produto, mas esqueceu-se de que todo esse esquema só pode se manter de pé se for adubado por grandes atuações em campo. Há poucos dias, já deixara péssima impressão no amistoso da Seleção Brasileira contra Zâmbia, levando a que todos concluíssem que foi a última vez que o técnico Felipão o convocou. Pato é mais um triste exemplo de uma previsão que não se cumpriu, pela falta de maturidade e pelo mau assessoramento. Poderia ter uma carreira grandiosa, mas ficou pelo caminho. Alcançou a fortuna, mas seu nome não atravessará gerações, privilégio reservado aos verdadeiros craques. Cairá no esquecimento, como mais um talento desperdiçado.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Noite gremista

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Corinthians, hoje à noite, na Arena, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Como no primeiro jogo também havia ocorrido empate pelo mesmo placar, a classificação para as semifinais foi decidida nos tiros livres da marca do pênalti, com vitória do Grêmio por 3 x 2. No mesmo horário, Atlético Paranaense e Inter empataram em 0 x 0 no Durival de Brito. Como, no primeiro jogo, no Estádio do Vale, houve empate em 1 x 1, o Atlético Paranaense se classificou pelo saldo qualificado. Mesmo sofrida, com suspense até o fim, a noite acabou sendo inteiramente gremista. No jogo em si, o Grêmio repetiu seu padrão de atuações. Muita segurança defensiva, enorme aplicação. As chances de gol, como sempre, foram poucas, basicamente duas, ambas de Vargas, uma em cada tempo. Em compensação, o Corinthians não levou perigo ao gol do Grêmio durante o jogo inteiro. Na abertura da série de tiros livres o Grêmio errou a cobrança, com Barcos, mas Dida defendeu três dos cinco chutes do Corinthians e garantiu a classificação. O destaque negativo ficou para a displicência com que Alexandre Pato fez a última cobrança do Corinthians, praticamente atrasando a bola para Dida. Mais cara contratação da história do futebol brasileiro, R$ 40 milhões, Pato, até agora, não disse a que veio e deve ter selado a sua sorte no Corinthians. Agora, o adversário do Grêmio, nas semifinais, será o Atlético Paranaense, com o primeiro jogo no Durival de Brito. Para essa primeira partida, o Grêmio estará desfalcado de todo o seu ataque titular. Klèber e Barcos receberam o terceiro cartão amarelo, e Vargas, novamente, foi expulso. Mais um desafio para a criatividade do técnico do Grêmio, Renato, que, até o momento, dispõe de amplo crédito. Porém, isso é algo para ser pensado um pouco mais adiante. Por enquanto, o Grêmio e seu torcedor só tem motivos para comemorar, pois, enquanto o clube está vivo em duas disputas, já que é vice-líder do Campeonato Brasileiro, ao Inter, 9º colocado na competição, só resta a contagem regressiva para as férias.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A história da Coligay

Tomei conhecimento de que meu colega de profissão e amigo Léo Gerchmann escreveu um livro sobre a história da Coligay, torcida organizada do Grêmio formada por homossexuais que surgiu no final dos anos 70. Considero a iniciativa importantíssima. Por várias razões, a Coligay é uma página das mais representativas da história do futebol do Rio Grande do Sul. Seu nome derivava da boate Coliseu, famosa à época, frequentada por seus integrantes. Naquele período, o preconceito contra a homossexualidade era muito maior do que hoje. Não havia nem sombra da relativa aceitação da condição homossexual verificada em nossos dias. Afora isso, o futebol era um reduto caracteristicamente machista, e o Rio Grande do Sul, sabe-se é um estado marcadamente conservador. Como se não bastasse, o Grêmio era tido como um clube fechado, austero. Pois bem, a Coligay desafiou o ranço homofóbico da sociedade, o conservadorismo gaúcho e a propalada sisudez do Grêmio, levando alegria e irreverência aos estádios. Obviamente, foi motivo de muita zombaria por parte dos adversários do Grêmio, principalmente de seu maior rival, o Inter. No entanto, acabou por conquistar a simpatia dos demais torcedores do clube e, certamente, contribuiu de modo decisivo para que o Grêmio se tornasse cada vez mais aberto. O Grêmio, há muitos anos, é o clube mais popular do Rio Grande do Sul, fato comprovado tanto pelas pesquisas quanto pela bilheteria. A Coligay deu sua contribuição para que isso acontecesse. A partir dela, o clube foi adquirindo uma nova imagem, mais inclusiva, avessa a preconceitos de qualquer natureza. Para um clube que era visto por muitos como elitista e, até mesmo, racista, foi um avanço considerável. A Coligay deixou de existir, mas o seu papel histórico tem de ser exaltado. Ao lançar um livro sobre a Coligay, Léo Gerchmann realiza um importante registro histórico, pois ela constitui um episódio que não pode cair no esquecimento. Assim, os mais jovens poderão saber que, numa época em que a homossexualidade ainda era um grande tabu, o Grêmio teve uma torcida gay, o que deve ser motivo de orgulho para o clube e os seus torcedores.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A criação de novos municípios

O Senado aprovou o projeto que regulariza a criação de novos municípios no país. A proposta aumentou as restrições para que um distrito se torne um município. A medida mais criticada pelas lideranças "municipalistas" é a que define uma população mínima para que o distrito possa se emancipar. No caso do Rio Grande do Sul, onde há 47 pedidos encaminhados, só poderiam se emancipar as localidades que tivessem um mínimo de 12 mil habitantes. O presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado José Sperotto (PTB), criticou o texto do projeto, que julga ser discriminatório, beneficiando as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, cujo índice mínimo de habitantes exigido é menor em relação ao Sul e ao Sudeste. Sperotto contesta, também, a "parte da mídia" que diz que os novos municípios aumentam custos. Particularmente, saúdo efusivamente o projeto aprovado. Jamais concordei com a farra emancipacionista que tomou conta do país a partir dos anos 80. Lembro que, quando ingressei na escola, no final dos anos 60, o Rio Grande do Sul tinha 232 municípios. Hoje, possui 496. Evidentemente, a maioria desses novos municípios caracteriza-se por ter populações pequenas e desempenho econômico irrisório, e se sustenta com o repasse do Fundo de Participação dos Municípios. O processo de emancipação de uma localidade deve ocorrer quando ela tiver um crescimento populacional e econômico que lhe permita adquirir autonomia. Esse é um processo que, do ponto de vista histórico, se desenvolve lentamente. Na verdade, a criação de municípios tal como tem sido feita, serve apenas para criar onerosas estruturas como novas prefeituras e câmaras de vereadores, favorecendo os que enxergam na política um meio de conseguir uma "boquinha". Chega a ser surpreendente que o Senado, num poder legislativo tão voltado para os próprios interesses, tenha aprovado o projeto. Ele vem em muito boa hora. Tomara que as exigências para emancipações de distritos se tornem cada vez mais rígidas. O país e o bolso do contribuinte só terão a ganhar com isso.

domingo, 20 de outubro de 2013

Outro empate

O Gre-Nal de hoje á tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro, terminou empatado em 2 x 2. Foi um jogo bem melhor do que o Gre-Nal do primeiro turno, no entanto, tanto em um quanto em outro, não houve um vencedor. A partida de hoje teve quatro gols, e uma qualidade que não se via em grenais há algum tempo. Ainda no começo do jogo, o Inter abriu o placar com um chute de fora da área de Williams em que Dida falhou gravemente. Ainda no primeiro tempo, o Grêmio conseguiu o empate num incrível gol contra de Jackson, que encobriu Muriel. No segundo tempo, numa jogada belíssima, Vargas desempatou para o Grêmio. A partir do gol, o Grêmio cresceu em campo e passou a dominar o jogo, parecendo inevitável que ampliasse o placar. Porém, uma bola entregue de presente para o ataque do Inter levou Bressan a cometer um pênalti. D'Alessandro cobrou, e Dida, mais uma vez falhou, roçando na bola mas permitindo que ela entrasse. A partir daí, dado o cansaço e o forte calor, os times pareceram considerar o empate um bom resultado. Ainda assim, houve oportunidades de gols para ambos os lados. A maior delas em favor do Grêmio, aos 46 minutos, quando Souza, de cabeça, perdeu um gol feito. O empate ficou adequado com o que se viu em campo, mas, se o jogo tivesse um vencedor, teria de ser o Grêmio. Ninguém festeja empate, mas, das duas torcidas, a mais frustrada com o resultado, certamente, foi a do Grêmio. Afinal, mesmo com uma campanha amplamente superior no Brasileirão, o Grêmio não conseguiu vencer o Inter em nenhum dos dois grenais da competição. Afora isso, com mais um tropeço do Cruzeiro, que perdeu para o Coritiba, o Grêmio desperdiçou, novamente, a chance de se aproximar do clube mineiro na tabela. A diferença entre os dois clubes caiu, apenas, um ponto. Menos mal para o Grêmio que Botafogo e Atlético Paranaense também não venceram na rodada, o que o mantém como vice-líder isolado, posição que garante uma classificação direta para a Libertadores. Agora, teremos uma pausa no Campeonato Brasileiro, e todas as atenções estarão voltadas para a Copa do Brasil, onde Grêmio e Inter, na quarta-feira, jogarão suas sortes contra, respectivamente, o Corinthians na Arena e o Atlético Paranaense no Durival de Brito, na busca  da classificação para as semifinais. O Grêmio, por jogar em casa, parece ter melhores perspectivas que o Inter, mas em competições onde impera o formulismo, tudo pode acontecer.

sábado, 19 de outubro de 2013

Os 100 anos de Vinícius de Moraes

O dia de hoje marca a passagem dos 100 anos de nascimento de Vinícius de Moraes. Vinícius foi diplomata, poeta e compositor. Nestas duas últimas atividades, está entre os maiores do Brasil em todos os tempos. Foi um dos pais da Bossa Nova, movimento musical que mudou a face da música popular brasileira. Junto com Tom  Jobim, compôs "Garota de Ipanema", a segunda música mais tocada de todos os tempos, atrás, apenas, de "Yesterday", dos Beatles. Vinícius foi múltiplo e intenso. Na vida pessoal, teve nove casamentos e muitos filhos. Amava a boemia e as mulheres. Compôs, também, para crianças. Afora Tom Jobim, teve vários parceiros, como Carlinhos Lyra, Baden Powell, Chico Buarque de Holanda, Toquinho. Com eles, compôs obras-primas da música brasileira, criações inesquecíveis e atemporais. Poucos souberam falar tão bem sobre o amor. Sua poesia não tem o tom academicista, fala direto ao coração, sem escalas. Vinícius é, sem dúvida, um patrimônio cultural brasileiro. A data de hoje merece ser reverenciada. O Brasil é um país com muitos talentos nos campos artístico e cultural, dos quais Vinícius é uma das maiores expressões. O centenário de nascimento de Vinícius de Moraes é uma ótima oportunidade para que os mais jovens possam tomar contato com a sua obra. Discos, livros, programas de televisão, matérias em jornais e internet, estão revivendo a trajetória pessoal e a obra de Vinícius. Para os que já apreciam Vinícius, um motivo para revisitá-lo. Para os que ainda não o conhecem a fundo, uma chance de fazê-lo que não deve ser desperdiçada.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Anistia injusta

O novo procurador geral da República, Rodrigo Janot, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, observa que a anistia brasileira deve se submeter às convenções internacionais que tratam do assunto. De acordo com tais convenções, tortura e morte de opositores políticos são crimes contra a humanidade, e, consequentemente, imprescritíveis. Portanto, ao contrário da interpretação em vigor no Brasil, militares e agentes que violaram direitos humanos na ditadura não podem ser beneficiados pela Lei de Anistia. Sem dúvida, é reconfortante que alguém que ocupe um cargo dessa relevância tenha esse discernimento. O ocupante anterior da função, Roberto Gurgel, tinha um entendimento contrário sobre o assunto. Por várias vezes, neste espaço, firmei minha posição de inconformidade com a anistia a quem praticou crimes tão hediondos. O argumento de que a anistia de 1979 era para os dois lados que se enfrentaram durante a ditadura militar é cínico, igualando desiguais. Coloca na mesma balança os que foram perseguidos por defender o país e a democracia e os seus algozes, que perpetraram torturas e assassinatos covardes. Países como Uruguai e Argentina também passaram por ditaduras ferozes, mas, depois de se livrarem delas, puniram com severidade os seus agentes. A manifestação de Janot vem, em muito boa hora, reavivar o debate em torno da questão. A imprensa conservadora e a elite brasileira insistem em dizer que a anistia foi para ambos os lados e que não se deve remexer mais nessas feridas, que o país precisa livrar-se desse esqueleto. Trata-se de uma interpretação muito conveniente para os interesses de tais grupos, mas que não serve ao país. O Brasil precisa, de uma vez por todas, virar essa página de sua história, mas não pela via do esquecimento, e sim da justa e devida punição aos torturadores e assassinos da espúria ditadura militar. Só assim o Brasil poderá seguir em frente, livre de amarras do passado. Varrer a sujeira para baixo do tapete não é solução, é perpetuação de uma abominável impunidade..

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Censura

Há poucos dias, escrevi sobre a tentativa de um grupo de artistas de impedir a publicação de biografias não autorizadas. O grupo denomina-se "Procure Saber", e é integrado, entre outros, por Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque de Holanda. Retorno ao assunto porque a polêmica em torno dele ampliou-se nos meios de comunicação. Não se pense que estamos diante de um tema que opõe a classe artística de um lado e biógrafos e editoras de outro. Entre os que condenam a posição do "Procure Saber" estão nomes como Fágner, Alceu Valença e Ivan Lins. Biografias autorizadas ou submetidas a verificação prévia são de pouco ou nenhum interesse para o leitor, pois a tendência é que sejam "chapa-branca", isto é, só relatem o que é favorável ou elogioso ao biografado. A liberdade de expressão é um pilar de qualquer sociedade que se pretenda democrática. Em nome da preservação da privacidade o que se está tentando fazer é, simplesmente, censura. O mais chocante é que quem está propondo tal medida já sofreu na carne o peso da repressão. Os revezes, no entanto, não tardaram. Após dizer que não havia concedido entrevista para o autor da biografia de Roberto Carlos, Paulo César de Araújo, e ser confrontado com a comprovação de que ela ocorreu, Chico Buarque de Holanda lhe pediu desculpas públicas. A imagem, antes imaculada, de Chico, Caetano e outros integrantes do grupo como baluartes da luta contra o autoritarismo e o obscurantismo sofreu um enorme arranhão. Os supostos prejuízos que pudessem vir a sofrer com a publicação de alguma biografia que considerassem inconveniente seriam, certamente, muito menores do que o desgaste que tiveram em suas imagens de heróis da cultura brasileira. Antes ícones, agora serão vistos como ídolos caídos do pedestal. Em nome de interesses mesquinhos e de uma ação censória injustificável, feriram o seu maior patrimônio, o conceito público amplamente favorável de que, até agora, gozavam. Decididamente, o movimento por eles lançado foi um tiro que saiu pela culatra.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tabu mantido

O Inter empatou em 0 x 0 com o Santos, hoje, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. O tabu de jamais ter vencido o Santos na Vila Belmiro prossegue para o Inter. O Inter chegou a ser superior no primeiro tempo, mas não traduziu esse fato em vantagem no placar. No segundo tempo, diminuiu o seu ímpeto, parecendo resignar-se com o empate. A campanha do clube segue insatisfatória, muito abaixo das expectativas. Afinal, o Inter está 21 pontos atrás do líder do Brasileirão, o Cruzeiro, e 11 de seu maior rival, o Grêmio. Domingo, por sinal, irá jogar contra o Grêmio, no Francisco Stédile. O mando de campo talvez seja sua única vantagem para a partida. O momento do Grêmio é melhor, e não é nenhum exagero lhe atribuir o favoritismo para a partida. As ambições dos dois clubes, dentro da competição, nesse momento, são muito desiguais. Enquanto o Inter tentará, apenas, atrapalhar a caminhada do seu adversário, o Grêmio buscará consolidar sua classificação direta para a Libertadores e manter suas esperanças, ainda que remotas, de conquistar o título. Ganhar o Gre-Nal poderia dar ao Inter uma motivação maior para tentar eliminar o Atlético Paranaense, na Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, no Durival de Brito, o que, hoje, parece pouco provável, dado o momento dos dois times. Em um Gre-Nal tudo pode acontecer, mas enquanto o Grêmio mostra grande mobilização, o Inter dá a impressão de apenas cumprir tabela.

Vitória suada

O Grêmio venceu o Corinthians por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Os dois times mostraram extremos cuidados defensivos, e o primeiro tempo acabou num previsível 0 x 0. Na volta do intervalo, o técnico do Grêmio, Renato, fez uma substituição que acabaria sendo decisiva. Mudou o esquema do 3-5-2 para o 4-4-2, trocando um zagueiro, Bressan, por um meia, Máxi Rodriguez. A mudança trouxe ao Grêmio uma presença ofensiva e uma retenção de bola de que o time não dispusera até então. Máxi Rodriguez passou a preocupar a defesa do Corinthians com penetrações insinuantes, passes e lançamentos. O lance que decidiu o jogo foi de sua autoria, um passe magnífico para Barcos, que matou no peito e fez um golaço, quebrando um jejum de mais de um mês sem marcar gols. A vitória manteve o Grêmio 10 pontos atrás do Cruzeiro, líder do Brasileirão, que também ganhou hoje. Se o Botafogo tropeçar amanhã, jogando contra o Vitória, no Barradão, o Grêmio voltará a ser vice-líder isolado da competição. A sucessão de jogos difíceis, no entanto, continuará para o Grêmio. A próxima partida pelo Campeonato Brasileiro será contra o Inter, domingo, no Francisco Stédile. Na quarta-feira da semana que vem, seu adversário será o Corinthians, novamente na Arena, pela Copa do Brasil, num jogo em que será decidido quem irá para as semifinaus. O jogo de hoje não foi muito diferente dos anteriores para o Grêmio. Mais uma vez, o time marcou apenas um gol. A diferença é que, dessa vez, ele lhe valeu a vitória, ao contrário das duas últimas partidas, em que havia sofrido uma derrota e amargado um empate no final. O retorno das vitórias consolida o Grêmio na zona de classificação para a Libertadores e aumenta a confiança do time para as partidas difíceis que tem pela frente. Com seu futebol de pouco brilho e muita aplicação, o Grêmio segue muito vivo nas duas competições que disputa.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Definições

A Seleção Brasileira venceu a de Zâmbia por 2 x 0, em amistoso realizado, hoje, em Pequim. Apesar da pouca expressão do adversário, que jamais participou de uma Copa do Mundo, o jogo serviu para o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, encaminhar a formação definitiva do grupo que irá disputar a Copa do Mundo de 2014. Afinal, serão apenas mais três amistosos até a lista final de convocados para a Copa. Três jogadores foram sacados da equipe no intervalo, Lucas, Alexandre Pato e Ramires. No caso de Ramires isso não deve indicar um corte, pois ele já tem um currículo respeitável a serviço da Seleção, mas Lucas e Alexandre Pato dificilmente serão chamados novamente. Lucas vive uma prolongada má fase, tanto na Seleção quanto em seu clube, o Paris Saint Germain, e Alexandre Pato continua sem confirmar as expectativas que foram depositadas nele desde o começo de sua carreira. Sua atuação, hoje, foi, mais uma vez opaca, e o mesmo vem acontecendo no Corinthians. Mais cara contratação da história do futebol brasileiro, tendo custado R$ 40 milhões aos cofres do clube paulista, até hoje não se firmou como titular, e parece mais empenhado em levar uma vida de superstar fora de campo. Dentre os que ainda buscam cavar um lugar no grupo, Dedé, certamente, ganhou pontos junto a Felipão. Marcou um dos gols e chorou emocionado, mostrando a importância que dá à Seleção. Maxwell é outro que deverá confirmar sua participação na Copa, pois, dentre os jogadores testados para a reserva de Marcelo, foi o que deu a melhor resposta. A Seleção Brasileira está com sua formação para a Copa encaminhada. As poucas dúvidas existentes começam a ser dirimidas. A fase não é mais de testes em série de jogadores, mas de definições. A Copa do Mundo se aproxima, e a Seleção já está quase pronta para a busca do sexto título mundial.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Favoritismo

A ansiedade da imprensa conservadora brasileira em desalojar o PT do poder levou-a a tirar conclusões precipitadas sobre os protestos de junho nas ruas de várias cidades do país. Os movimentos foram interpretados como uma rejeição ao governo, abrindo a possibilidade de uma mudança nos ocupantes do poder. Algumas pesquisas, feitas pouco tempo depois dos protestos, ajudaram a fazer crescer essas especulações. Nelas, a popularidade da presidente Dilma Rousseff sofria sensíveis quedas. Houve até quem, em face de tais números, aventasse a hipótese do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva assumir a candidatura, para evitar a derrota de seu partido. Agora, quatro meses depois das manifestações de rua, uma pesquisa do Instituto Datafolha revela que a popularidade de Dilma Rousseff voltou a subir, e que, caso seus adversários na eleição sejam Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), a presidente deverá ganhar no primeiro turno. Muitos devem ter se surpreendido com tais dados. Eu não. Sempre achei que a possibilidade de uma derrota de Dilma era muito remota. Por mais que a imprensa se esforce em divulgar escândalos e povoar a mente da população com fantasmas como o da volta da inflação, a maioria do eleitorado brasileiro continua a apoiar o governo. Não se trata de algo casual ou irrefletido, mas de uma escolha consciente. O eleitor age assim porque é capaz de constatar os benefícios concretos que obteve na atual administração. Por isso, concedeu dois mandatos sucessivos para Lula, e deverá fazer o mesmo com Dilma. Os programas sociais, as políticas de cotas, e tantas outras iniciativas de afirmação da cidadania, fazem com que o eleitor mantenha a sua preferência pelo atual governo. Não serão denúncias em série ou previsões catastrofistas que mudarão esse quadro. Para que haja uma troca no poder, é preciso que quem está na oposição proponha algo melhor para o eleitorado. Isso, até hoje, não aconteceu, e o PT deverá seguir governando o país por muito tempo.

domingo, 13 de outubro de 2013

Efetivação

O Inter goleou o Náutico por 4 x 1, hoje à tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiiro. O time não chegou a fazer uma grande atuação, mas, diante da fragilidade do adversário, lanterna absoluto do Campeonato Brasileiro, não teve dificuldade em construir o placar dilatado. O Náutico chegou a fazer um razoável primeiro tempo. Depois de D'Alessandro marcar um belo gol, o time pernambucano ainda conseguiu empatar. Porém, numa jogada em que Otavinho ficou desmarcado e pode ajeitar a bola para o chute, e em que o goleiro estava adiantado, o Inter desempatou. No segundo tempo, o jogo seguia com o mesmo placar do primeiro até o árbitro expulsar um jogador do Náutico. A partir daí, as coisas se tornaram fáceis e o Inter marcou mais dois gols. Após o jogo, um dos diretores de futebol do Inter, Marcelo Medeiros, anunciou que Clemer deixou de ser técnico interino, e está efetivado no cargo até o final do ano. Uma decisão acertada. Nenhum grande técnico está disposto a assumir no Inter antes de janeiro. Clemer conhece o grupo e o clube, e tem amplo apoio da torcida. Em termos salariais, também sai bem mais barato do que um "figurão". Se era a chance que Clemer precisava, ou se ainda é muito cedo para esse desafio, só o tempo irá dizer, mas, diante das circunstâncias, não havia alternativa melhor.

sábado, 12 de outubro de 2013

Duro castigo

O Grêmio empatou com o Fluminense em 1 x 1, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um resultado com sabor de derrota, pois o Grêmio vencia o jogo e sofreu o gol de empate aos 45 minutos do segundo tempo. Mais uma vez, o Grêmio sofreu um terrível prejuízo da arbitragem, que marcou um impedimento de Kléber quando ele ainda estava no campo de defesa, agravado pelo fato de que Gum, do Fluminense, lhe dava condição de jogo. Kléber ficaria de frente com o goleiro, se o lance não fosse paralisado. Na sequência, o Fluminense marcou o seu gol. Porém, ainda que o erro de arbitragem tenha sido "gravíssimo" e "sem explicação", conforme consideraram, respectivamente, Róger Flores e Edinho, comentaristas do Sportv, o resultado não deixou de ser um duro castigo pela postura do Grêmio em campo. Novamente, como havia ocorrido uma semana antes contra o Botafogo, o Grêmio realizou um jogo de muita marcação e fez um gol ainda no primeiro tempo e, também da mesma forma, abdicou de jogar no segundo, tentando, apenas, manter o placar. Contra o Botafogo deu certo, mas, como a comprovar que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, hoje o Grêmio sofreu o gol de empate no final do jogo, com poucas chances para tentar reagir. O esquema com três zagueiros e três volantes já comprovou sua eficiência, mas o Grêmio não pode jogar como fez no segundo tempo de hoje, apenas dando chutões e concedendo a posse de bola para o adversário. Tanta chance deu para o azar que acabou vitimado. O erro crasso de arbitragem que antecedeu o gol só dá um toque ainda mais cruel para o desfecho do jogo, mas não exime o Grêmio de culpa. Clube grande não pode ter uma postura tão covarde como a do Grêmio na partida de hoje. Tomara que o técnico do Grêmio, Renato, tenha humildade suficiente para perceber isso, e não permitir que se repita.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Vício autoritário

O Brasil, infelizmente, é um país que padece de um vício autoritario. A democracia ainda é algo raro e exótico no país. O período de continuidade democrática iniciado em 1985 e que vem até os dias de hoje é o maior da história do Brasil. Antes disso, só um outro, muito breve, entre 1946 e 1964. Afora isso, tudo o que se teve no país foram regimes autoritários ou simulacros de democracia. A consequência disso é que o conservadorismo, o apreço pela censura e a simpatia pelas soluções de força se enraizaram no íntimo dos brasileiros. Muitos acham que só uma ditadura é capaz de colocar o país nos eixos, outros clamam por censura aos meios de comunicação, em nome da moral e dos bons costumes. Essa visão tacanha e retrógrada por parte de muitos brasileiros não é novidade, o chocante é quando figuras que encarnaram ideais de rebeldia e contestação adotam um discurso semelhante. Há, atualmente, no Brasil, um movimento de personalidades do meio artístico que tenta inibir a produção de biografias não autorizadas. O grupo, que entre outros tem Caetano Veloso, Djavan, Jorge Mautner e Paula Lavigne, quer que os biografados tenham acesso prévio ao texto da obra e, também, a uma porcentagem do faturamento. Trata-se de uma proposta censória, por um lado, e argentária, por outro. Biografias são obras de grande interesse para a memória de um país. Se submetidas a uma verificação prévia de seu texto, tendem a se tornar insossas ou laudatórias, excluindo partes que, justamente por serem mais impactantes e polêmicas, são as que mais despertam o interesse do leitor. Ah, dirão alguns, mas é justamente isso o que se quer evitar, ou seja, a exposição de fatos de sua intimidade que o biografado não queira trazer a público. Porém, uma personalidade pública não pode querer reger a sua vida pelos parâmetros de um cidadão comum. As noções de privacidade que se aplicam aos mortais comuns não se estendem às pessoas de sucesso. Sua vida, ao contrário da dos anônimos, desperta grande interesse. Tudo o que a elas se refira, e não apenas a sua obra em si, chama a atenção do grande público. Ressalvados os casos de exploração sensacionalista ou de difusão de inverdades e calúnias, facilmente enquadráveis pela legislação já existente, não há razão para se cercear a elaboração de biografias. Esse é o lado censório do movimento. O outro lado, é o argentário. Não há justificativa para que os biografados recebam porcentagens do faturamento das biografias. No Brasil, as tiragens de livros são baixas, ninguém enriquecerá escrevendo biografias. Essa não é a primeira vez que artistas se voltam contra obras do gênero. Roberto Carlos conseguiu tirar de circulação um livro sobre sua vida que em nada o comprometia ou prejudicava e, posteriormente, entrou na Justiça para impedir o lançamento de uma obra sobre a Jovem Guarda. O que os artistas precisam entender é que, a partir do momento em que se tornam figuras públicas, eles ganham fama e dinheiro, mas perdem o direito á privacidade. Suas vidas, pelo interesse que despertam, não mais lhes pertencem. Excetuadas as abordagens escandalosas ou inverídicas, as biografias são obras de grande interesse para a memória cultural de um país. Sua produção deveria ser, cada vez mais, incentivada, nunca desestimulada.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Açodamento

O Inter perdeu por 2 x 1 para o Flamengo, hoje à noite, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a quinta derrota do Inter nos últimos seis jogos. Em meio a elas, uma única vitória, contra o Fluminense, na estreia de Clemer como técnico interino. Foi o que bastou para que muitos defendessem sua efetivação. O fato de a vitória ter sido por apenas 1 x 0, contra um adversário com somente três titulares, foi solenemente ignorado. Projeções otimistas começaram a ser feitas. O jogo de hoje mostrou que tais análises foram marcadas pelo açodamento. A derrota para o Flamengo mostrou um Inter com os mesmos problemas do tempo de Dunga. Uma defesa velha e vulnerável, volantes limitados, um goleiro em fase instável. Leandro Damião, festejado pelo gol contra o Fluminense, depois de 12 jogos sem marcar, voltou a jogar pouco. Diante de um Flamengo esforçado mas limitado, o Inter não teve forças para se impor, Chegou a estar perdendo por 2 x 0, e só depois de marcar um gol é que foi com maior insistência para o ataque, mas o jogo já estava próximo do final e o Flamengo conseguiu manter o resultado. Bastou uma nova derrota para que o otimismo desse lugar ao desencanto e a ideia de que, em vez de efetivar Clemer, o Inter tem de trazer um novo técnico efetivo. Assim, na ciclotimia própria do futebol, o Inter navega ao sabor dos resultados. Olhando os fatos com rigor, entretanto, o que se vê é uma campanha muito fraca do Inter, muito abaixo das expectativas. Se a possibilidade de rebaixamento é muito remota, a de título inexiste há muito tempo e a de classificação para a Libertadores é reduzida. Decididamente, ainda que o clube permaneça com chances na Copa do Brasil, 2013 se encaminha para ser uma página virada para o Inter. Está na hora de começar a projetar 2014.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Resultado desastroso

O Grêmio perdeu para o Criciúma por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Sabia-se que era um jogo traiçoeiro, por ser contra um adversário que está na zona de rebaixamento. Depois de enfrentamentos contra concorrentes diretos às primeiras posições do Brasileirão, Atlético Paranaense e Botafogo, é natural que se encare o Criciúma sem a mesma condição anímica. Afora isso, o Grêmio estava muito desfalcado, e o técnico Renato, em vez de manter o desenho tático, alterou-o. Escalou apenas dois zagueiros, em lugar dos habituais três, e recolocou no time Elano e Zé Roberto. Assim, o Grêmio, que vinha jogando sem nenhum meia, teve três, pois Máxi Rodriguez também entrou no time, e um volante a menos. Não foi à toa que o Grêmio, depois de ficar quatro jogos sem tomar gols, sofreu dois numa única partida. Com um zagueiro e um volante a menos, o sistema defensivo ficou mais frágil. Mais lógico teria sido escalar Saimon na zaga, mantendo os três zagueiros, e colocar Mateus Biteco junto com Adriano e Souza, conservando um trio de volantes. Barcos foi o único atacante de ofício a sair jogando, e foi, disparadamente, o pior homem em campo. Como se não bastasse o árbitro Elmo Alves Resende Cunha (GO), deixou de marcar um pênalti claro de Fábio Ferreira sobre Zé Roberto, aos 16 minutos do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava 0 x 0. Cunha paralisou vários ataques do Grêmio injustificadamente, com marcações absurdas, e deu apenas três minutos de acréscimos, ignorando a enorme cera feita pelo Criciúma. Com tantos fatores pesando contra, a derrota foi uma consequência quase natural. Um resultado desastroso, dado o fato de que o jogo foi em casa contra um adversário fraco. Perder os dois jogos da competição para o Criciúma é inaceitável para um clube com pretensões ao título. O Inter, por exemplo, que faz campanha muito inferior à do Grêmio, ganhou suas duas partidas contra o clube catarinense. Para tornar o resultado ainda mais doloroso para o torcedor gremista, o Cruzeiro perdeu em casa para o São Paulo, e, caso o Grêmio tivesse vencido, a distância entre os dois teria caído para oito pontos. Agora, o Grêmio já sente a aproximação de Botafogo e Atlético Parananense, dos quais tinha se afastado. O próximo jogo será contra o Fluminense, no Maracanã. Um jogo difícil, mas no qual a recuperação é obrigatória, para que os objetivos do Grêmio na competição não fiquem seriamente ameaçados.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Os 25 anos da Constituição Cidadã

O tempo passa muito rapidamente. A Constituição de 1988 está completando 25 anos. Depois de uma longa elaboração, que durou mais de um ano, ela se apresentou ao país denominada de "Constituição Cidadã". Setores conservadores da sociedade brasileira até hoje a criticam, por entenderem que ela refere-se mais a direitos do que a deveres, e por determinar benefícios sem identificar as fontes de recursos para viabilizá-los. Ainda que grande parte de seus dispositivos não tenha sido, até hoje, regulamentada, e que alguns itens, como a fixação da taxa de juros, soe como algo inaplicável, a Constituição de 1988 tem mais méritos do que defeitos. Seu texto refletiu a necessidade do país, sufocado por uma ditadura militar ignóbil que durou 21 anos, avançar no caminho das liberdades civis e da afirmação das ações de cidadania. Se é verdade que, a exemplo de outras constituições brasileiras, ela é exageradamente extensa, abarcando itens que não deveriam constar de uma carta magna, seu conteúdo é, predominantemente, progressista, buscando romper com o entulho autoritário deixado pelo regime militar. Não foi uma obra de lunáticos ou alienados, como gostam de insinuar os pragmáticos defensores da economia de mercado. Uma constituição elaborada após o fim de uma longa e execrável ditadura teria de, necessariamente, priorizar as questões referentes à cidadania, às liberdades individuais, à diminuição das desigualdades. Era mais do que natural que ela se concentrasse muito mais em direitos do que em deveres. Afinal, os direitos dos cidadãos são sempre suprimidos em períodos autoritários. O Brasil é um país absurdamente injusto e desigual. A Constituição Cidadã foi uma sinalização em sentido contrário. Claro, sozinha ela não teria o poder de mudar essa situação. Porém, apontou o caminho. Seus 25 anos, portanto, merecem ser festejados por todos os brasileiros.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O fator Marina Silva

Faltando um ano para a eleição presidencial, eis que surge uma novidade capaz de romper com o marasmo. A filiação de Marina Silva ao PSB para, provavelmente, fazer uma "dobradinha" como o pré-candidato do partido a presidente, Eduardo Campos, traz novas emoções a um pleito que se encaminhava para uma tranquila reeleição de Dilma Rousseff. Marina Silva recebeu 20 milhões de votos na eleição anterior para presidente. Ao contrário de Aécio Neves, que tem a simpatia da direita mas cujos índices de intenção de voto ainda são tímidos, e do próprio Campos, que não decolou nas pesquisas, Marina aparece sempre em segundo lugar nas sondagens, constituindo-se, assim, na única ameça concreta à continuidade do PT no poder. A atitude de Marina em se filiar ao PSB foi uma resposta à negativa do Tribunal Superior Eleitoral em autorizar a criação do seu partido, a Rede Sustentabilidade. Seria preciso muita ingenuidade para não imaginar que o governo "mexeu seus pauzinhos" para que o tribunal negasse registro para a Rede. Afinal, o PT sabe que Marina Silva, dentre os presidenciáveis, é a única ameaça concreta à sua permanência no poder. Marina, por ter conhecimento disso, preferiu correr o risco de sofrer críticas por se filiar a um outro partido, rompendo com o seu discurso de propor algo novo, e partiu para a briga, mostrando para o PT que não está disposta a sair da raia. A grande dúvida que fica é se Marina, como já foi especulado, será a candidata a vice-presidente na chapa de Campos, ou se eles inverterão as posições. Dado o potencial eleitoral de ambos, o mais lógico seria Marina ficar com a cabeça de chapa. Seja como for, a eleição presidencial de 2014, com o fator Marina Silva, ganha novos contornos. Dilma ainda é a favorita, mas sua vitória já não é algo líquido e certo.

domingo, 6 de outubro de 2013

Alívio

O Inter venceu o Fluminense por 1 x 0, hoje á tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Era uma vitória necessária, inadiável. Afinal, o Inter vinha de quatro derrotas consecutivas, que causaram a demissão do técnico Dunga. Não foi um grande jogo. O Fluminense, mesmo com apenas três titulares, equilibrou as ações e não merecia a derrota, sem contar que teve um pênalti claro de Índio sobre Biro-Biro que não foi marcado. O gol da vitória, de Leandro Damião, foi de "chiripa", como dizem os gaúchos, ou seja, feio, atrapalhado, na sorte, sem brilho. Porém, o importante era ganhar, e o Inter conseguiu. Clemer, o técnico interino, em princípio, deveria comandar o time apenas nesse jogo, mas o resultado positivo, somado às negativas dos treinadores que vem sendo contatados pelo Inter, deverão mantê-lo no cargo por mais tempo. Vários cronistas já fazem, até, campanha para a sua efetivação. Foi apenas uma vitória magra sobre um adversário descaracterizado, mas trouxe alívio para o Inter. Imediatamente, o tom pessimista dos últimos dias deu a lugar a projeções esperançosas. O futebol é assim, tudo flutua ao sabor dos resultados. Ninguém deve se iludir, no entanto, pois, seja qual for o técnico, há muito por fazer. Não será de uma hora para outra que o Inter se tornará um time confiável. Livrar-se do rebaixamento, por enquanto, está de bom tamanho.

sábado, 5 de outubro de 2013

Abrindo vantagem

O Grêmio venceu o Botafogo por 1 x 0, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. A exemplo do que acontecera contra o Atlético Paranaense, foi uma vitória sobre um adversário direto na luta pelas primeiras posições. Com isso, o Grêmio, agora, já abriu cinco pontos de vantagem sobre o Botafogo, isolando-se, cada vez mais no segundo lugar, e esperando que o Cruzeiro sofra alguns tropeços, para poder se aproximar da primeira colocação. Foi a terceira vitória consecutiva do Grêmio pelo mesmo placar. Não foi uma grande atuação do Grêmio, mas a vitória teve o mérito de ser conquistada com um gol, de Alex Telles, marcado depois que Kléber foi expulso, o que revela superação por parte do time. Marcação intensa, aplicação tática, um sistema defensivo quase impenetrável, um imenso esforço coletivo, tem sido as marcas do Grêmio nesse e em outros jogos. O time não joga um futebol empolgante, mas vem obtendo as vitórias que estão lhe levando a uma classificação direta para a Libertadores e a manutenção do sonho de ser campeão brasileiro. O próximo jogo, contra o Criciúma, na Arena, parece, em princípio, mais fácil, mas o Grêmio estará muito desfalcado devido a suspensões. Ainda assim, o Grêmio é favorito para ganhar mais uma partida, o que consolidaria sua privilegiada posição no Brasileirão. Com ou sem um futebol  brilhante, os tempos são risonhos no Grêmio.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A queda de Dunga

A derrota do Inter para o Vasco por 3 x 1, ontem, no Moacyrzão, em Macaé (RJ), pelo Campeonato Brasileiro, determinou uma consequência inevitável, a demissão do técnico Dunga. Foi a quarta derrota consecutiva do Inter. O clube, que se manteve durante várias rodadas em 5º lugar, a despeito de muitos tropeços, devido aos resultados paralelos, agora já despencou para o 10º lugar. Entre outras "façanhas" no Brasileirão, o Inter de Dunga, perdeu os dois jogos contra o Bahia, empatou um e perdeu outro para a Portuguesa, e foi goleado pelo Náutico, lanterna da competição. A saída de Dunga era inevitável. Ela já devia ter ocorrido após o jogo contra o Atlético Paranaense, no Estádio do Vale, pela Copa do Brasil, mas o gol de Otavinho, aos 43 minutos do segundo tempo, empatando a partida em 1 x 1, deu uma sobrevida ao técnico. Porém, a derrota de ontem, para um time que não vencia a sete jogos, e com direito a gritos de "olé" da torcida, tornou a permanência de Dunga insustentável. Especula-se, agora, quem será o novo técnico. O mais cotado é Abel Braga, mas Mano Menezes também é cogitado. A tarefa do novo técnico não será fácil. A distância para a zona de rebaixamento é de apenas sete pontos e ainda faltam 13 rodadas para o fim da competição. Não é, por enquanto, uma grande ameaça, mas, para um time que perdeu os últimos 12 pontos que disputou é uma hipótese que não pode ser ignorada. O time está desarrumado, envelhecido, e concentra qualidade do meio para a frente, mas tem severas limitações técnicas na defesa e nos volantes. O próximo jogo, que marcará a volta do Inter ao estádio Francisco Stédile, em Caxias do Sul, será contra o Fluminense, que faz uma campanha de recuperação e já está há oito jogos invicto. Nessa partida, o Inter será treinado pelo técnico dos juniores do clube, Clemer. Vencer esse jogo é uma necessidade imperiosa, para por fim a série de derrotas, mas não será uma tarefa fácil. A crise do Inter, por tudo que tem se visto, não será debelada tão facilmente.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Posição consolidada

A vitória do Grêmio por 1 x 0 sobre o Atlético Paranaense, ontem, na Arena, consolida o clube em 2º lugar no Campeonato Brasileiro. O Grêmio abriu dois pontos de vantagem sobre o Botafogo e quatro sobre o próprio Atlético, seus mais próximos perseguidores. Só o que não mudou foi a distância para o líder do Brasileirão, o Cruzeiro, que continua disparado, 11 pontos a frente. O sonho do título não pode ser abandonado, enquanto houver possibilidade matemática, mas a hipótese de que o Cruzeiro não venha a ser o campeão torna-se cada vez mais remota. O vice-campeonato, caso se confirme, não quebrará o jejum de títulos do Grêmio, mas lhe garantirá uma classificação direta para a fase de grupos da Libertadores, o que é importantíssimo para se fazer uma pré-temporada adequada. O próximo jogo do Grêmio, contra o Botafogo, sábado, no Maracanã, também é estratégico para as pretensões do clube. Se vencer, o Grêmio abrirá cinco pontos de vantagem sobre o clube carioca, tornando sua condição de segundo colocado ainda mais sólida. A competição começa a entrar numa fase de definição e o Grêmio parece bem equipado para atingir seus objetivos. Ontem, afora a disposição anímica e o empenho tático, já verificados em outras vitórias, o time jogou um bom futebol, principalmente no primeiro tempo. Riveros, o autor do gol, e Rhodolfo, tiveram grandes atuações. Souza e Ramiro, que formam o trio de volantes com Riveros, também se destacaram. O único senão foi a expulsão de Vargas, que poderia ter sido evitada se o jogador, que já tinha recebido um cartão amarelo, tivesse sido substituído, preventivamente, pelo técnico do Grêmio, Renato. Seja como for, o Grêmio vive seu melhor momento em 2013. Talvez, ele pudesse ser ainda melhor se o Grêmio tivesse contratado Renato assim que houve a paralisação do campeonato para a disputa da Copa das Confederações, lhe concedendo um bom período apenas para treinos. Ainda assim, depois de muito tempo, os ventos estão soprando a favor do Grêmio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pressão exitosa

O movimento Bom Senso F.C., formado por jogadores que querem tornar mais racional o calendário do futebol brasileiro, já está colhendo os seus frutos. Os campeonatos dos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul terão turno único, e não mais a disputa de duas taças, como ocorria até agora. Com isso, haverá uma diminuição de quatro datas nas competições, que, assim, começarão no dia 19 de janeiro, e não mais no dia 12, como previsto anteriormente. Com jogadores importantes dos grandes clubes lhe dando sustentação, o movimento mostra que, no Brasil, as coisas só acontecem com muita pressão. A tendência, inclusive, é que, para os próximos anos, novas modificações sejam feitas nos campeonatos estaduais, principalmente com a redução do número de participantes. São medidas que vem com atraso, mas antes tarde do que nunca. Os campeonatos estaduais são anacrônicos e de nível técnico muito baixo. Se não forem extintos, que pelo menos tenham sua duração encurtada. O ideal seria que pudéssemos ter um Campeonato Brasileiro de nove meses de duração, em vez dos atuais sete. Talvez, um dia, isso seja possível. Os primeiros passos já estão sendo dados. Tomara que o Bom Senso F.C., que em tão pouco tempo já obteve resultados, continue a colher frutos, para o bem do futebol brasileiro.