segunda-feira, 30 de abril de 2012

Neymar

A vitória do Santos sobre o São Paulo por 3 x 1, ontem à tarde, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, tem um significado que extrapola o resultado. Ela foi a demonstração definitiva de que Neymar é um fora de série, e já pode ser apontado como um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Neymar fez todos os gols do Santos no jogo, quase marcou outros, levou o lateral direito Piris, do São Paulo, a cometer uma falta violenta sobre ele, depois de uma sequência humilhante de dribles. O Santos é franco favorito para ser tricampeão paulista, feito que só conseguiu antes na época de Pelé. O título de campeão da Libertadores, conquistado pelo clube em 2011, também só havia sido obtido no tempo de Pelé. Sem que se queira comparar os dois jogadores, até porque considero que ninguém, em tempo algum, superará Pelé, é muito significativo que o Santos esteja alcançando com Neymar feitos que realizara apenas quando contava com o "Rei do Futebol" em campo. Neymar é mais uma prova de que a fábrica de talentos do futebol brasileiro é inesgotável. Cada vez que surgem os arautos do pessimismo, decretando que o futebol brasileiro está em decadência, que não tem mais craques, eis que o país revela um novo talento fulgurante. Neymar é mais um desses casos. Para os que não buscam apenas o resultado, e apreciam, sobretudo, o futebol bem jogado, assistir ás atuações de Neymar é um deleite. Ele é a prova de que a técnica sempre será o fator preponderante no futebol, independentemente de questões táticas ou de preparação física. Será somente uma questão de tempo para que Neymar seja escolhido o melhor jogador do mundo. Mesmo sem ter jogado, ainda, uma Copa do Mundo, Neymar já é uma unanimidade nacional. A galeria de craques do futebol brasileiro ganhou mais um integrante para se juntar a Pelé, Garrincha, Didi, Nílton Santos, Tostão, Rivelino, Zico, Romário. Com Neymar, ao menos no futebol, os bons tempos estão de volta.

domingo, 29 de abril de 2012

Confirmação

Não houve qualquer surpresa no resultado do Gre-Nal de hoje à tarde, no Beira-Rio. A vitória do Inter por 2 x 1, confirmou o favoritismo do ganhador, cujo desempenho em campo foi superior. Com isso, o Inter conquistou o título da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho, e irá decidir a competição com o Caxias, campeão da Taça Piratini, nome dado ao primeiro turno. O Grêmio segue, assim, sua rotina de fracassos. Sem ganhar uma competição de alto nível desde 2001, quando foi campeão da Copa do Brasil, agora não consegue vencer, nem mesmo, o modesto Gauchão. Seu técnico, Vanderlei Luxemburgo, um dos melhores e mais caros do país, teve um dia infeliz e pouco inspirado. Começou escalando mal, colocando Bertoglio, Miralles e André Lima juntos no time, o que fragilizou o meio de campo. A consequência foi que, ao longo de todo o primeiro tempo, o Grêmio não deu nenhum chute ao gol. No segundo tempo, já com Marcelo Moreno no time, no lugar do inoperante André Lima, o Grêmio chegou ao empate. Luxemburgo, contudo, errou novamente, dessa vez ao protestar contra um gandula, o que ocasionou sua expulsão e desestabilizou o time, que, pouco depois, sofreria o gol que determinou a vitória do Inter. Luxemburgo estreou no Grêmio sendo eliminado do primeiro turno pelo Caxias, e, agora, foi, mais uma vez, desclassificado. Sua contribuição, até aqui, não tem sido condizente com sua fama e salário. Se é verdade que o time e o grupo do Grêmio exibem carências notórias, a produção apresentada até o momento, ainda assim, está abaixo do esperado. Estamos apenas no mês de abril, mas, para o Grêmio, 2012 talvez já tenha se encerrado. Nada dá certo pelos lados do clube. Ainda que existam erros administrativos, contratações equivocadas, lacunas no time que não foram preenchidas, e imprevidências de toda a ordem, a falta de sorte também tem prejudicado o Grêmio. A fratura sofrida por Kléber, maior contratação do clube esse ano, é um exemplo disso. Sem ter ganho ao menos  um turno do campeonato estadual, cuja decisão assistirá de fora, fica muito difícil acreditar em melhores dias para o Grêmio até o encerramento do ano. Será preciso contratar muito, e acertadamente. Seu técnico terá de ser bem mais efetivo no seu trabalho do que foi até agora.  Diante de um quadro tão frustrante, o futuro imediato do Grêmio parece pouco promissor.

sábado, 28 de abril de 2012

Pesos diferentes

Muito se tem dito sobre o Gre-Nal que decidirá, amanhã, a Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho. Especula-se quem seria o favorito, qual time sentirá mais os desfalques, se o fator campo é ou não decisivo, quem está mais motivado, se o fato de que o Grêmio só treinou durante a semana e o Inter teve um jogo na quarta-feira poderá influir ou não no resultado. O que parece não estar sendo levado em conta  é a consequência de uma derrota em cada um dos clubes. Em caso de vitória, para qualquer um dos lados, os efeitos irão pouco além das gozações sobre o tradicional adversário. Afinal, o Campeonato Gaúcho, há muito tempo, deixou de ser uma competição prioritária para Grêmio e Inter. Em caso de derrota, contudo, a história muda de figura. O Inter ainda está na Libertadores e se tiver êxito nessa competição, anulará o impacto de um fracasso no Gauchão. Os exemplos concretos ocorreram em 2006 e 2010, quando o Grêmio foi campeão gaúcho e o Inter ganhou a Libertadores. Para o Grêmio, todavia, a derrota teria consequências maiores. Se ganhar o título estadual, em si, não significa grande coisa, perdê-lo, para o Grêmio, faria acrescentar mais um item no rol de fracassos que o clube acumula desde 2001. O discurso da diretoria, que no final do ano passado prometia um Grêmio diferente em 2012, com o clube voltando a formar um time forte e capaz de conquistar grandes títulos, cairia no descrédito. Sem ao menos se classificar para a decisão do Gauchão, como pretender que o Grêmio possa, ainda em 2012, ter condições para vôos mais altos? A derrota teria efeitos devastadores no Grêmio, praticamente condenando todo o trabalho feito no ano, até aqui, e forçando uma reformulação do projeto em meio às competições. O Grêmio precisa da vitória muito mais do que o Inter. Só ela poderá evitar que o clube mergulhe na crise e seja tomado pelo desalento. O Gre-Nal de amanhã será muito equilibrado, por diversas razões, o que dificulta um prognóstico, mas não me eximirei de opinar. Pelo fato de jogar em seu estádio, o Inter, ainda que levemente, é o favorito.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Código Florestal

O Novo Código Florestal, aprovado na quarta-feira pela Câmara dos Deputados, deverá ter alguns itens vetados pela presidente Dilma Rousseff. A repercussão quanto ao texto aprovado foi muito negativa entre os ambientalistas. A tendência é que pontos polêmicos, como a anistia para desmatadores, recebam o veto da presidente. O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que Dilma irá analisar os vetos com "serenidade" e "sangue frio", considerando compromissos sociais e ambientais. Desejo que tais previsões se confirmem. Seria muito triste que, às vésperas da Rio + 20, o Brasil aparecesse perante o mundo com um código florestal tão hostil à preservação do ambiente, e tão favorável aos agressores da natureza e aos defensores do chamado "agronegócio". Na verdade, Dilma Rousseff, e seu antecessor no cargo, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, nunca pareceram muito sensíveis às questões ambientais. Para os dois, e talvez para muitas outras pessoas, a luta pela preservação da natureza é vista, por vezes, como coisa de ecochatos. Nesse tipo de visão, pretensamente pragmática, tal postura seria apenas um entrave ao progresso. A necessidade de gerar mais energia, por exemplo, faz com que Dilma ignore os danos ambientais que serão causados pela construção de usinas hidrelétricas. Por isso, não pode ser descartada a hipótese de que a presidente sancione o texto sem qualquer modificação. Se assim ocorrer, contudo, o Novo Código Florestal deverá enfrentar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), movida pelo Ministério Público Federal. O embasamento da ação será um estudo que aponta redução significativa de áreas ambientalmente protegidas. Torço para que Dilma Rousseff imponha vetos ao texto aprovado na Câmara dos Deputados. O Brasil não pode caminhar na contramão da preocupação mundial com a preservação do ambiente. Em nome de mesquinhos interesses imediatos, não se pode comprometer o futuro das próximas gerações. O preço do progresso não há de ser a devastação ambiental.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cotas raciais

O Supremo Tribunal Federal decidiu, hoje, por unanimidade, pela constitucionalidade do sistema de cotas raciais, que visa proporcionar o acesso de negros e índios a instituições de ensino superior. Foi outra decisão elogiável da mais alta instância da magistratura brasileira, agindo em consonância com os interesses maiores da sociedade, sem ceder às pressões dos grupos conservadores. O julgamento de constitucionalidade se deu a partir de uma contestação ao sistema de cotas da Universidade de Brasília (UnB), apresentada pelo DEM. Os votos dos ministros ressaltaram a necessidade do país saldar a dívida histórica com etnias que foram marginalizadas do acesso ao ensino superior. Como toda medida que busca romper com desigualdades e injustiças, o sistema de cotas gerou furiosas reações dos adeptos do conservadorismo. Felizmente, os tempos são outros, e os magistrados brasileiros refletem, em suas decisões, a tendência modernizadora da maioria da sociedade, e não mais a postura de setores retrógrados. A baixa presença de negros e índios no ensino superior brasileiro é um retrato da discriminação histórica sofrida por essas etnias. O racismo sempre esteve presente na sociedade brasileira. Sua existência foi abafada, contudo, pela difusão da ideia de que o Brasil é um país sem preconceitos. Os argumentos contrários às cotas são pífios e inconsistentes, motivados apenas pela inconformidade dos detentores de privilégios de abrirem mão de suas vantagens. O ensino, em todos os níveis, tem de ser democratizado. A cor da pele e a condição econômica não podem servir de filtro para o acesso ao estudo. O sistema de cotas é uma iniciativa meritória, que deve ser incentivada, pois é um meio para que o país pague, ao menos em parte, a imensa dívida moral que tem com negros e índios.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Empate frustrante

O torcedor do Inter fez a sua parte. Foi em grande número ao estádio, vibrou o tempo inteiro. Porém, mais uma vez, o Inter não conseguiu vencer um adversário do seu porte. Apenas empatou com o Fluminense em 0 x 0, no Beira-Rio, pela Libertadores. Foi o quarto jogo importante do Inter, em 2012, contra grandes clubes, sendo três deles no Beira-Rio, com duas derrotas e dois empates. Sobrou vontade ao Inter, mas faltou futebol.  Sandro Silva, Guiñazu e Tinga desdobraram-se no meio de campo, com o argentino, como é de costume, abusando da violência. No entanto, Dátolo, o único homem de criação escalado no meio de campo, foi muito mal no jogo, e ainda errou um pênalti que poderia ter mudado a história da partida. Leandro Damião, como tem acontecido constantemente, esteve muito apagado. Dagoberto, até sair lesionado, nada havia feito em campo. Não fora a covardia do Fluminense, que se recolheu ao seu campo no segundo tempo, praticamente abdicando de atacar, e o clube do Rio de Janeiro poderia sair do Beira-Rio com uma vitória. Em termos de regulamento, a situação do Inter não é ruim, pelo contrário. Um novo empate em 0 x 0, no segundo jogo, no Engenhão, levará a decisão da classificação para os tiros livres da marca do pênalti. Caso haja empate com gols, o Inter se classificará. Para o Fluminense, portanto, só a vitória interessa. O problema é que o Inter não vem jogando um futebol que autorize a expectativa de um bom resultado. Se jogando em casa, com o apoio maciço do seu torcedor, não foi capaz de obter o que queria, é improvável que o consiga fora de seus domínios.

A decisão que ninguém esperava

A Liga dos Campeões será decidida, no dia 19 de maio, no Alianz Arena, em Munique, entre Bayern e Chelsea. Trata-se de um final de competição que contraria totalmente as expectativas. Havia uma quase certeza de que Real Madrid e Barcelona fariam a grande decisão. Os dois gigantes espanhóis tiveram a faca e o queijo na mão para confirmar os prognósticos. Perderam o primeiro jogo pelas semifinais, mas por resultados reversíveis, e decidiram a classificação jogando em casa. Ambos abriram uma vantagem de 2 x 0 no placar no segundo jogo, mas não souberam sustentá-la. Assim, o Chelsea, com uma vitória por 1 x 0 em casa, e um empate em 2 x 2 no Nou Camp, eliminou o Barcelona, ontem. Hoje, o Bayern, que havia ganho o primeiro jogo, em Munique, por 2 x 1, perdeu em Madri pelo mesmo placar, que se manteve inalterado na prorrogação. Nos tiros livres da marca do pênalti, venceu por 3 x 1, e alijou o Real Madri da competição. O destaque negativo desses jogos foi o desempenho dos supercraques Messi e Cristiano Ronaldo que, quando seus times mais precisavam deles, não deram a resposta esperada. Messi errou um pênalti no início do segundo tempo que teria selado a sorte do jogo em favor do Barcelona. Cristiano Ronaldo marcou os dois gols do Real Madri no tempo normal, um deles de pênalti, mas errou a cobrança nos tiros livres, abrindo caminho para a eliminação de seu clube. Agora, assistiremos a uma decisão inesperada e equilibrada. Um dado casual, contudo, poderá ser determinante para apontar o ganhador da Liga dos Campeões. O sorteio, feito antes do início da competição, apontou o Alianz Arena como o estádio da decisão. Para sorte do Bayern, justamente o seu estádio. Numa decisão em jogo único, é um trunfo considerável.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O fim de uma hegemonia

Enfim, a fase de time imbatível do Barcelona terminou. Nos seus últimos três jogos, teve duas derrotas e um empate, e duas dessas partidas foram no seu estádio, o Nou Camp. Com isso, o Barcelona ficou, praticamente, alijado do título do Campeonato Espanhol, e está eliminado da Liga dos Campeões. Era natural que isso acontecesse. A história do futebol mostra que os supertimes não conseguem manter seu predomínio por um tempo muito longo. A constante pressão por novas conquistas, a base de time e a comissão técnica mantidas por muito tempo, geram um desgaste que acaba por resultar no fim do ciclo de vitórias. A derrota para o Chelsea, em Londres, por 1 x 0, parecera circunstancial para o Barcelona, que chegou a colocar quatro bolas na trave. Tudo indicava que a reversão, no segundo jogo, em casa, seria fácil. Porém, entre esses dois jogos, o Barcelona enfrentou o Real Madrid. Mesmo jogando em seu estádio, não conseguiu evitar a derrota por 2 x 1, perdendo uma longa invencibilidade em seus domínios, e tornando quase impossível a conquista do título espanhol. No jogo de hoje, mais uma vez, tudo parecia favorável ao Barcelona. Abriu 2 x 0 no placar, viu o capitão do Chelsea ser expulso, e teve todas as condições para, quem sabe, alcançar uma goleada.. Não foi isso, contudo, o que aconteceu. O brasileiro Ramires marcou um golaço e, com a derrota por 2 x 1, o Chelsea estava se classificando para a decisão da competição. O Barcelona, então, começou o segundo tempo de forma avassaladora, na tentativa de desfazer o resultado desfavorável. Alugou o campo do Chelsea, buscando, de todas as formas, marcar um gol. Logo no início do segundo tempo, teve um pênalti a seu favor, que Messi cobrou no travessão. Era o indício do que viria. O Barcelona continuou pressionando, colocou uma bola na trave, num chute de Messi, mas não fez gol e ainda sofreu o empate, já no final do jogo. Classificação heróica do Chelsea. Para aqueles que acham que foi uma enorme zebra, cabe ressaltar que foi o sétimo jogo seguido entre os dois clubes sem vitória do Barcelona. O Chelsea chegou, assim, com méritos, à sua segunda decisão da Liga dos Campeões. O Barcelona, por sua vez, terá de partir para uma reformulação que lhe injete entusiasmo para iniciar um novo ciclo de conquistas. O início desse processo talvez se dê com a saída do técnico Josep Guardiola. Agora é esperar para ver quem será o adversário do Chelsea na grande decisão, Real Madrid ou Bayern de Munique. O Bayern ganhou o primeiro jogo, em Munique, mas o Real Madrid, embalado e jogando em casa, tem tudo para reverter a situação e se classificar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Popularidade

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, publicada no último domingo pelo jornal Folha de São Paulo, revelou que o governo da presidente Dilma Rousseff tem 64% de aprovação, após um ano e três meses decorridos da posse. Trata-se da mais alta aprovação de um presidente brasileiro com esse período de mandato. Com esse mesmo tempo no cargo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha 30% de aprovação, e Luís Inácio Lula da Silva, 38%. A pesquisa mostra, também, que, hoje, num eventual segundo turno da eleição presidencial de 2010, Dilma teria 69% da preferência dos entrevistados, contra 21% de José Serra, sendo que 26% dos que afirmaram ter votado nele, disseram que, agora, optariam pela atual presidente. Os números são muito expressivos, mas estão longe de serem incompreensíveis. O Brasil, como já vinha acontecendo no governo Lula, continua com a economia num estágio favorável. O país não foi contaminado pela crise internacional. O índice de emprego é bom e há mobilidade social, com pessoas de classes mais baixas ascendendo na escala de consumo. O que a pesquisa deixa evidente, mais uma vez, é que o eleitorado médio não se move por ideologias, mas, sim, de acordo com o próprio bolso. Enquanto a situação econômica do país permanecer favorável, será muito difícil a tarefa da oposição de tentar alcançar o poder. Como se percebe, os muitos escândalos envolvendo ministros e outras denúncias de malfeitos relacionados ao governo não influíram no humor do eleitorado. Os bons indicadores da economia servem para blindar o governo do efeito de qualquer deslize ético de seus integrantes, até porque a imagem da presidente não foi atingida por tais acontecimentos. Pelo contrário. Tendo demitido, até agora, sete ministros, Dilma construiu um conceito de quem não transige com a corrupção. Cada vez mais, as chances de a oposição retomar o poder nas eleições presidenciais de 2014 torna-se mais remota. O PT e seus aliados, tudo está a indicar, ainda terão uma longa hegemonia no governo federal. O mais significativo, contudo, é que essa não é uma situação imposta por uma ditadura, mas fruto da vontade popular.

domingo, 22 de abril de 2012

Facilidade

Nem mesmo a perturbação que poderia acontecer no Inter após a derrota para o Juan Aurich na Libertadores, e o fato de o Veranópolis ter feito a melhor campanha no Campeonato Gaúcho com exceção da dupla Gre-Nal, foram capazes de tornar mais difícil o jogo entre os dois clubes pelas semifinais da Taça Farroupilha, o segundo turno da competição. O Inter goleou o Veranópolis por 4 x 0, hoje à tarde, no Beira-Rio, num jogo cujo placar traduz fielmente a superioridade de um time sobre o outro durante a partida. O Veranópolis foi uma presa fácil para o Inter, comprovando a imensa distância técnica que separa os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul dos demais participantes do Gauchão. Com a vitória obtida, o Inter decidirá a Taça Farroupilha contra o Grêmio, no próximo domingo, no Beira-Rio. O Inter, sem dúvida, é o favorito, ainda que muitos digam que em clássicos prevaleça o equilíbrio. A má notícia do jogo de hoje para o Inter foi a nova lesão de D'Alessandro, que poderá deixá-lo de fora da primeira partida pelas oitavas de final da Libertadores, quarta-feira, contra o Fluminense, e, até mesmo, do Gre-Nal. Nei que recebeu o terceiro cartão amarelo, será desfalque certo contra o Grêmio. Porém, nem mesmo no tocante aos desfalques o Grêmio leva alguma vantagem. Afinal, sua maior contratação de 2012, Kléber, só voltará a jogar em junho ou julho, Marcelo Moreno ainda é dúvida, e Léo Gago, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Canoas, está fora da partida. A única vantagem do Grêmio é que irá se preparar durante toda a semana para o jogo, enquanto o Inter dividirá suas atenções com a partida contra o Fluminense. No entanto, a inconsistência do futebol mostrado pelo Grêmio até o momento não autoriza expectativas mais otimistas. A tendência é que o Inter seja o vencedor do segundo turno e decida a competição com o Caxias, ganhador da Taça Piratini, o primeiro turno.

sábado, 21 de abril de 2012

Vitória escassa

O Grêmio venceu o Canoas por 1 x 0, hoje à tarde, no Olímpico, e está classificado para a decisão da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho. A atuação do time, contudo, mais uma vez, não foi boa. O gol foi marcado cedo, logo aos 7 minutos do primeiro tempo, mas, depois disso, mesmo com amplo domínio do jogo, o Grêmio não encontrou soluções para aumentar o placar, nem mesmo quando o Canoas ficou com um jogador a menos em campo, em razão de uma expulsão. O técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, se mostrou, novamente, consciente do estágio do time, e revelou não ter gostado da atuação, apenas da classificação obtida. Mesmo classificado para a decisão do segundo turno, o Grêmio não inspira confiança no seu torcedor. O time acumula vitórias, mas suas atuações não conseguem entusiasmar ninguém. Algumas carências continuam muito evidentes, como a de um grande zagueiro e a de um articulador de qualidade no meio de campo. A ausência de Léo Gago, que recebeu o terceiro cartão amarelo, na decisão da Taça Farroupilha, deverá pesar muito, nem tanto pelo nível do seu futebol, mas pela falta, no grupo, de um jogador com as mesmas características que possa substituí-lo. O Grêmio vai esperar, agora, pela definição, amanhã, no Beira-Rio, do outro finalista do segundo turno, no jogo Inter x Veranópolis. Seja quem for o seu adversário, convém que o Grêmio consiga melhorar significativamente a qualidade do seu futebol, se quiser conquistar o segundo turno do Gauchão.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tempos estranhos

Decididamente, vivemos tempos insólitos. Ao navegar pelas chamadas redes sociais, verdadeira febre na atualidade, nos deparamos com infindáveis declarações de amor aos animais e de condenação a quem os maltrata ou abandona. A morte a tiros de um cão pit bull, ocorrida dias atrás em Porto Alegre, gerou inconformidade em muitas pessoas. A ferocidade dessa raça de cães foi deixada de lado por tais pessoas, que viram a execução do pit bull como um ato cruel. Não tenho nada contra animais, muito pelo contrário, mas me chama a atenção o crescente apego que eles despertam nas pessoas. Muitas casas não possuem crianças, mas quase todas tem um cão ou um gato. Há casais que decidem não ter filhos, mas enchem seu lar de bichos. Basta sair às ruas para ver todo o tipo de gente conduzindo seu animalzinho de estimação, jovens, velhos, casais, pessoas solitárias. Não resta dúvida de que os animais de estimação, principalmente os cães, podem ser extremamente afetuosos com seus donos. Os efeitos benéficos de se ter um animal de estimação já foram comprovados pela medicina. No entanto, chama a atenção que alguns reajam indignadamente diante de maus tratos contra animais ou a uma árvore que foi derrubada, mas não tenham a mesma postura diante de crianças abandonadas ou exploradas, famílias relegadas á miséria, doentes desassistidos, velhos maltratados e esquecidos. Talvez a explicação para isso esteja no fato de que o amor dos animais para com seu dono é uma relação passiva. O animal se submete docilmente ao comando, ao contrário do relacionamento interpessoal, feito de trocas e exigências. Crianças podem ser voluntariosas e birrentas, a vida a dois exige grande dose de compreensão mútua. Assim, muitos decidem não ter filhos e, às vezes, nem mesmo alguém com quem dividir a vida. Preferem satisfazer sua necessidade de afeto com seus bichinhos de estimação. Repito que nada tenho contra eles, mas não consigo entender quem coloque o contato humano em segundo plano, privilegiando a relação com animais. Acima de tudo, parece mais uma demonstração do enorme vazio existencial dos nossos tempos.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A teoria e a prática

O Inter, nos últimos anos, tem sido considerado, dentro e fora do Rio Grande do Sul, como possuidor de um grupo de jogadores qualificado, dos melhores do país, e, portanto, candidato permanente a conquistar os títulos de todas as competições de que participa. O problema é que, na prática, os resultados de campo não se mostram condizentes com avaliação tão favorável. Alguém poderá lembrar que, há apenas dois anos, em 2010, o Inter foi campeão da Libertadores pela segunda vez em sua história, o que confirmaria tal apreciação. Porém, quem for mais fiel à realidade, lembrará que, mesmo ganhando o título, o Inter não jogou um futebol convincente, tanto que trocou de técnico já classificado para as semifinais da competição. No final daquele ano, na disputa do Mundial de Clubes, viveu o maior vexame de sua história ao perder para o Mazembe, do Congo. No entanto, nem mesmo o "mico" histórico mudou o conceito da crítica especializada sobre o Inter, cuja base de time permanece desde aquela época. No ano passado, o Inter trocou de técnico durante a primeira fase da Libertadores. Não adiantou. O clube foi eliminado logo a seguir, nas oitavas de final, pelo Peñarol, em pleno Beira-Rio. Agora, em 2012, mais uma vez o Inter foi apontado como um time muito forte, e um dos principais candidatos ao título da Libertadores. Em campo, contudo, a prática teima em desmentir a teoria. O Inter terminou a primeira fase da Libertadores como o 16º colocado entre os 16 clubes classificados para as oitavas de final da competição. Ganhou apenas 8 pontos em 18 disputados. Nos jogos fora de casa, obteve apenas um ponto em nove possíveis. Terá de enfrentar, agora, o Fluminense, primeiro colocado entre todos os classificados, jogando a segunda partida fora de casa, fato que se repetirá enquanto permanecer na competição. Claro que o Inter pode até ser campeão da Libertadores, como, aliás, qualquer outro dos remanescentes na disputa. Porém, não é isso que o seu  desempenho no ano, até aqui, está a indicar. As desculpas são as mais variadas, como os desfalques causados por lesões, por exemplo, mas o fato é que, sempre que mais exigido, o Inter tem fracassado. Perdeu em casa o Gre-Nal pelas quartas de final do primeiro turno do Campeonato Gaúcho. Contra o Santos, em dois jogos pela Libertadores, foi derrotado fora de casa e empatou no Beira-Rio. Como agravante, no Gre-Nal, que perdeu por 2 x 1,  e contra o Santos, na Vila Belmiro, quando foi derrotado por 3 x 1, levou o que se chama de "banho de bola", escapando de placares mais amplos. Hoje à noite, com a derrota por 1 x 0 para o modestíssimo Juan Aurich, em Chiclayo, no Peru, pela Libertadores, o Inter confirmou que é um time nas manchetes dos jornais e outro dentro de campo. Nas manchetes, um time fortíssimo. Em campo, uma persistente decepção.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Panfletarismo

A ânsia de setores da imprensa brasileira de desgastar a imagem do governo, e permitir a retomada do poder pelas forças conservadoras, está atingindo níveis de histeria. Inconformados com o terceiro governo consecutivo comandado por um partido que odeiam, o PT, tais setores partiram, definitivamente, para o ataque explícito, com golpes abaixo da linha da cintura. A revista "Veja", sempre ela, em sua edição dessa semana, traz uma matéria intitulada "Eles querem apagar o mensalão". O texto, assinado por Daniel Pereira e Hugo Marques, não tem nenhum cunho jornalístico, é apenas uma peça panfletária. Já na abertura da matéria, os autores escrevem: "Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas, considerava as ideias mais perigosas do que as armas e, por isso, suprimiu-as, matando quem teimava em manifestá-las". Com tal início, dá para imaginar o que vem adiante. Trata-se de um texto raivoso, absurdamente parcial, que imputa toda a espécie de vícios e malfeitos às forças governistas e estabelece como baluartes da virtude os que se aninham no campo político contrário. Assim, a CPI mista que está por ser instalada para investigar o caso envolvendo o senador Demóstenes Torres, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e suas conexões no meio político, é tratada como uma cortina de fumaça para encobrir a discussão sobre a proximidade do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do chamado "mensalão", que a revista qualifica como tendo sido "o maior escândalo de corrupção da história brasileira". O tom ardoroso de defesa da visão direitista está presente em todo o texto, mas, em determinados trechos, atinge uma exaltação maior. Um exemplo é o que se segue: "Bem ao contrário dos laboratórios sociais totalitários tão admirados por petistas, o Brasil é uma democracia, tem uma imprensa livre e vigilante, um Congresso eleito pelo voto popular e um Judiciário que, apesar de fortemente criticado recentemente, tem demonstrado independência e vigor doutrinário". Faltou, apenas, aos autores do texto, dizer que o Brasil tem um governo que também foi eleito pelo voto popular, com índices de aprovação históricos. Não será com discursos panfletários travestidos de matéria jornalística que os atuais governantes serão apeados do poder. Para isso, será necessário oferecer ao eleitor uma opção melhor, o que, até o momento, não se vislumbra no horizonte da política brasileira.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Na contramão do neoliberalismo

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, continua ousando enfrentar os conceitos neoliberais defendidos pela grande imprensa sul-americana. Mostrando que coragem é o que não lhe falta, Cristina tomou a decisão de nacionalizar a YPF, companhia petrolífera argentina cujo controle estava nas mãos da empresa espanhola Repsol. A imprensa neoliberal dá ao fato um tom de absurdo, mas a presidente argentina nada mais fez do que restituir a condição original da YPF, que era uma petrolífera estatal, tal como a Petrobrás no Brasil. A onda direitista que varreu o mundo após o fim da Guerra Fria fez com que a privatização de empresas públicas fosse  tida como algo "moderno e saudável" para a economia dos países. Assim, no Brasil, empresas como a Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica Nacional e Embratel foram privatizadas. A Petrobrás por pouco não seguiu o mesmo caminho. Na Argentina, a YPF teve o seu controle passado para a Repsol. Na sua justificativa para a retomada do controle da empresa pelo governo argentino, Cristina Kirchner alegou falta de investimentos da companhia, o que obrigou o país a importar combustíveis. O texto do projeto de lei enviado ao Congresso da Argentina declara de "interesse público toda a produção, refino, transporte e comercialização de petróleo e gás". Não é fácil enfrentar a sanha da grande imprensa, dentro e fora do país, mas Cristina não tem se intimidado. Enfrentou o principal grupo editorial da Argentina, que publica o jornal "Clarin", que mantinha o monopólio sobre o papel de imprensa no país. As acusações, recorrentes por parte da imprensa comprometida com o neoliberalismo, de opção por um modelo econômico atrasado e populista, são ignoradas pela presidente da Argentina. Corajosamente, ela segue em frente, indiferente às pressões. A América do Sul, como bem comprova a linha ideológica dos presidentes de países como a própria Argentina, Brasil, Uruguai , Venezuela e Equador, não mais se sujeita a ser um quintal dos interesses do chamado Primeiro Mundo. Esses governantes não aceitam mais que a soberania nacional seja vilipendiada. Defendem os interesses econômicos de seus países, mesmo diante da avassaladora propagação de ideias privatizantes. São achincalhados pela imprensa submissa aos interesses do capitalismo internacional, mas terão, por certo, o reconhecimento da população por sua postura.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A agonia dos campeonatos estaduais

A imprensa começa a tratar mais incisivamente de um fato que vem sendo negligenciado no futebol brasileiro: a queda contínua de interesse pelos campeonatos estaduais. Competições que já tiveram um grande apelo e produziram jornadas gloriosas, os campeonatos estaduais, atualmente, nos principais centros do futebol brasileiro, não mais se justificam. O nível técnico dos participantes, à exceção dos grandes clubes, é baixíssimo. O número de integrantes é exagerado. O Campeonato Gaúcho, por exemplo, tem 16 clubes, apenas quatro a menos que o Campeonato Brasileiro! Desses 16 clubes, só os dois maiores, Grêmio e Inter, pertencem à primeira divisão nacional. Não há nenhum clube da Série B, apenas um da Série C, e dois da Série D. Os demais não pertencem a nenhuma divisão nacional. A consequência disso é um campeonato sem atratividade. No último sábado, por exemplo, Inter e Cerâmica, de Gravataí, jogavam pelas quartas de final do segundo turno do Gauchão, no Beira-Rio. Ainda que se leve em conta a péssima condição climática daquele dia, com muita chuva, um público de pouco mais de 4 mil pessoas é o retrato de uma competição que não mobiliza o torcedor. No Campeonato do Estado do Rio de Janeiro, a média de público é de pouco mais de 2 mil pessoas. Até mesmo o chamado "Clássico dos Milhões", entre Flamengo e Vasco, levou um público pouco superior a 12 mil pessoas, há alguns dias. Em São Paulo, apesar da ideia difundida por muitos de que seria um campeonato estadual ainda forte, a história não é diferente. A média de público é baixa e, nos jogos entre clubes pequenos, é irrisória. Em outros tempos, quando a enorme extensão geográfica do país e a falta de condições de infraestrutura e logística impediam a realização de competições nacionais, os campeonatos estaduais reinavam absolutos. Hoje, não é mais assim. Com um Campeonato Brasileiro consolidado há mais de quarenta anos e várias outras competições nacionais e internacionais atrativas, os campeonatos estaduais se tornaram anacrônicos. Ao menos para os grandes clubes, disputá-los não faz mais nenhum sentido. Urge que a CBF e as federações estaduais reconheçam o fato e busquem uma reformulação. Não é mais possível gastar quase um semestre inteiro do calendário esportivo, com um tipo de competição que não desperta o interesse dos torcedores.

domingo, 15 de abril de 2012

Confirmação

Com a goleada do Grêmio sobre o Ypiranga, de Erechim, hoje á tarde, no Olímpico, foi definido o último semifinalista da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho. Na verdade, foi apenas uma confirmação, pois todos esperavam que o Grêmio se classificasse. O resultado acarretou, também, o rebaixamento do Ypiranga. O Grêmio, mais uma vez, não chegou a jogar bem, mas obteve a vitória com tranquilidade, devido à fragilidade do adversário. Miralles, que saiu jogando, não repetiu as boas atuações de quando entra durante as partidas. Marco Antônio, novamente, foi irregular, alternando belas assistências, como a do primeiro gol, marcado por Werley, com erros bisonhos. Léo Gago esteve abaixo de suas atuações anteriores. Pará mostrou pouco futebol. O maior destaque do Grêmio foi Werley, que marcou dois gols e mostrou segurança como zagueiro. O Grêmio enfrentará, nas semifinais, o Canoas, de espetacular campanha no segundo turno, que deverá lhe exigir bem maior esforço para obter a classificação. Ainda assim, o Grêmio deverá eliminar o Canoas, no próximo sábado, e esperar pela definição, no jogo Inter x Veranópolis, domingo, no Beira-Rio, de quem será o seu adversário na decisão. O favoritismo, é claro, é do Inter.

sábado, 14 de abril de 2012

Definições

As semifinais da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho, tiveram três de seus participantes definidos hoje. Os resultados seguiram a lógica, com a vitória dos mandantes. O Veranópolis venceu o São José por 1 x 0, com um gol aos 35 minutos do segundo tempo. O Inter, depois de um empate sem gols no primeiro tempo, goleou o Cerâmica, de Gravataí, por 3 x 0. O Canoas, confirmando sua fantástica recuperação no Gauchão, ganhou do Pelotas por 3 x 1, saindo na frente, cedendo o empate, mas retomando a vantagem e ampliando o placar. Dessa forma, uma das semifinais já está definida. Será Inter x Veranópolis, no Beira-Rio. A outra semifinal será entre o Canoas e o vencedor de Grêmio x Ypiranga, de Erechim, que jogarão amanhã, no Olímpico. Caso o Grêmio seja o classificado, jogará contra o Canoas no Olímpico. Se quem se classificar for o Ypiranga, jogará contra o Canoas no Complexo Esportivo da Ulbra. Tudo indica que o Grêmio será o vencedor, e a tendência é de que elimine, também, o Canoas. O Inter, da mesma forma, deverá ganhar do Veranópolis. Se isso se confirmar, a Taça Farroupilha será decidida em um Gre-Nal, no Beira-Rio, o que dá uma leve vantagem para o Inter sobre o Grêmio. Será um Gre-Nal emocionante, pois o perdedor estará fora da competição, e o vencedor irá decidir o título com o Caxias, que foi o campeão do primeiro turno. Porém, por enquanto, são apenas conjecturas. Será preciso esperar pelos jogos para ver se elas se concretizam.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O aborto de anencéfalos

A aprovação, pelo Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 2, da interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos, é mais uma demonstração dos avanços que o Brasil vem alcançando em assuntos que mobilizam a sociedade. Com a medida aprovada ontem, essa passa a ser a terceira possibilidade de interrupção da gestação na legislação brasileira, já que o aborto, em si, não é permitido. As outras duas são quando a vida da mãe está em risco ou em caso de gravidez resultante de estupro. Esse posicionamento de nossos legisladores merece elogios. A lei brasileira não autoriza o aborto indiscriminadamente, abrindo, apenas, três exceções de inegável fundamento humanitário. O aborto não pode se tornar uma prática banal e corriqueira, feita com o único intuito de interromper uma gravidez não desejada. Tal comportamento avilta a dignidade humana. Porém, nas três exceções previstas, também é o caráter humanitário que fala mais alto. O risco de vida da mãe é um fato que justifica uma interrupção da gestação. O mesmo acontece em se tratando de uma gravidez resultante de estupro. Não é razoável exigir de uma mulher que leve adiante uma gestação originada de um ato tão bárbaro e vil. A interrupção da gravidez de fetos anencéfalos se explica pelo fato de que um bebê sem cérebro não tem possibilidade de sobrevivência fora do útero, sua morte se dá em questão de horas ou dias. A  medida aprovada, assim como as outras duas exceções previstas em lei, não obriga ninguém a proceder a interrupção da gravidez, somente concede à mulher a possibilidade de optar por ela sem sofrer sanções legais. Os protestos contra a decisão se originam de visões dogmáticas de fundo religioso. Felizmente, ao aprovar a medida, por ampla margem de votos a favor, o Supremo Tribunal Federal não se deixou influenciar por tais conceitos arcaicos, mostrando, para quem ainda duvide, que o Brasil é um país laico e democrático.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Aliança exótica

A política segue nos surpreendendo. Numa época de composições estapafúrdias, chegou-se ao inimaginável. Na eleição para prefeito de Porto Alegre, em outubro próximo, poderemos ter uma aliança entre o PC do B e o PP! Isso mesmo, um partido comunista concorrendo coligado com a antiga Arena, legenda de sustentação do regime militar! Tudo em nome dos interesses eleitorais. Alguns integrantes do PP resistem á ideia de se coligarem com o PC do B, argumentando, com razão, que tal aliança é uma incoerência ideológica, mas, provavelmente, serão suplantados pelos que apoiam a proposição. Tudo porque a grande estrela do PP do Rio Grande do Sul, a senadora Ana Amélia Lemos, é favorável ao apoio para a pré-candidata do PC do B, deputada federal Manuela D'Ávila. Ana Amélia já está de olho na eleição para governador, em 2014, e sua associação com Manuela, uma campeã de votos, poderia ser um trunfo. Duro é aceitar que, em nome do pragmatismo eleitoral, os perseguidos políticos de ontem selem uma aliança com os seus algozes. Mais do que nunca, a política se mostra como uma atividade dissociada da sociedade, em que apenas os interesses dos partidos são levados em conta, mesmo que afrontem o senso comum. Vivemos uma época em que não há mais qualquer idealismo na atividade política. O interesse eleitoral está acima de tudo, para os proponentes da coligação,  e é em nome dele que são sugeridas essas exóticas composições. A melhor resposta para tais alianças deveria vir das urnas, com o eleitor rejeitando, enfaticamente, essa reunião de ideologias tão díspares. Os partidos não podem ser, apenas, uma sopa de letrinhas. Há que se preservar um mínimo de coerência ideológica. Uma aliança entre esquerda e direita como a que está sendo aventada é uma afronta aos eleitores de ambos os partidos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Goleada

A goleada de 3 x 0 do Grêmio sobre o Ipatinga, hoje à noite, no Olímpico, não diz, exatamente, o que foi o jogo. Bertoglio fez um gol logo no início da partida, mas o resultado parcial de 1 x 0 permaneceu até o final do primeiro tempo e boa parte do segundo, até que Miralles e Léo Gago estabelecessem o placar definitivo. A defesa permitiu algumas conclusões perigosas do Ipatinga, o que traz preocupação para jogos contra adversários mais exigentes. Não foi uma partida de grandes atuações individuais, mas alguns jogadores merecem um destaque. Werley, cuja contratação foi cercada de desconfiança em relação ao seu futebol, vem jogando bem e se firmando. Seu desempenho tem sido simples, sem brilho, mas eficiente. Fernando continua a ser o mais regular dos titulares do Grêmio. Léo Gago vem crescendo de produção aos poucos e tornando-se um dos goleadores do time. Miralles fez seu segundo gol em dois jogos, ambos belíssimos, comprovando a insensatez que era deixar de aproveitá-lo no grupo. O Grêmio classsificou-se para a próxima fase da Copa do Brasil, como era esperado, e, agora, irá enfrentar o vencedor do confronto entre Náutico e Fortaleza. São adversários mais fortes do que os que o Grêmio enfrentou, até aqui, na competição, o que deverá garantir a classificação para mais uma fase. O problema, contudo, está mais adiante. O futebol que o Grêmio vem apresentando não parece sólido o suficiente para enfrentamentos contra times mais qualificados, o que pode comprometer o sonho da conquista do título.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A CPI do Ronaldinho

Depois da ideia ter sido inicialmente rejeitada, a proposta de realização da chamada "CPI do Ronaldinho" foi votada e aprovada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A CPI irá investigar contratos de convênios firmados entre a prefeitura de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho Gaúcho. Em boa hora, o prefeito José Fortunati, anteriormente contrário à realização da CPI, liberou os vereadores da base aliada para votarem a favor de sua instalação. Não havia razão para não permitir a CPI. A transparência no trato do dinheiro público é um dado imperativo de qualquer administração. O Instituto Ronaldinho Gaúcho beneficiou-se de verbas públicas para desenvolver seus programas assistenciais, mas acabou por fechar as portas. A população tem todo o direito de saber o que estabeleciam os contratos firmados entre o instituto e a prefeitura, se houve prejuízo aos cofres públicos, se há possibilidade de buscar ressarcimento pelas metas não cumpridas e pelo dinheiro investido. Não é só dentro de campo que Ronaldinho vai mal. Fora dele, também. Afora o instituto, também o clube de futebol fundado por ele e por seu irmão Assis, o Porto Alegre, fracassou e, ao que se saiba, encerrou suas atividades. O clube, no entanto, é um investimento privado, e ninguém tem nada a ver com isso. Porém, quando se trata de convênios envolvendo o dinheiro do contribuinte, a situação muda de figura. Esperemos, então, que a CPI não se torne, como tantas outras, apenas um espetáculo de promoção política para seus integrantes, sem resultados práticos, mas que, ao contrário, busque apurar, com rigor, possíveis irregularidades, e cobrar a reparação das mesmas.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tudo conforme o esperado

As vitórias de Grêmio e Inter na tarde de ontem apenas confirmaram as expectativas. O Grêmio venceu o Caxias, no Olímpico, por 3 x 1. Chegou a estar vencendo por 3 x 0, mas, como de costume, arrefeceu seu ritmo de jogo, permitindo ao Caxias levar mais perigo à sua defesa e, até, marcar um gol. O Inter, mesmo jogando com um time misto, goleou o São Luiz por 3 x 0, em Ijuí, numa confirmação da fragilidade do time adversário. Agora, pelas quartas de final da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho, o Grêmio enfrentará o Ypiranga, de Erechim, e o Inter irá encarar o Cerâmica, de Gravataí. A tendência é que ambos se classifiquem para as semifinais com facilidade. O Inter tem mais pontos que o Grêmio na classificação geral, mas, dependendo do que acontecer nas quartas de final e semifinais, é que se saberá se o hipotético Gre-Nal decisivo da Taça Farroupilha será no Olímpico ou no Beira-Rio. Essa decisão, caso venha, efetivamente, a acontecer, poderá ser a do próprio campeonato, já que o Caxias, campeão da Taça Piratini, o primeiro turno do Gauchão, não parece em condições de derrotar o Grêmio ou o Inter. Resta esperar para ver.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ares litorâneos

Depois de quatorze anos, retorno a Vitória, a bonita capital do Espírito Santo. Nosso país tem um belo e extenso litoral, e poder usufruir de seus encantos é sempre uma experiência gratificante. Vitória une os atrativos de uma cidade litorânea com a calma típica de algumas localidades interioranas. O que mais me fascina nas cidades situadas junto ao mar, é a sua luminosidade. Nelas, o sol brilha com uma intensidade que não se vê em nenhum outro lugar. Não são propícias para a melancolia ou para profundas reflexões, tudo nelas remete ao ritmo pulsante da vida, à alegria, à celebração. Os gaúchos, talvez por não terem sido brindados com um litoral tão belo quanto os dos demais estados, mostram-se, por vezes, refratários aos seus apelos. Gaúcho litorâneo que sou, nascido em Rio Grande, município que abriga a maior praia do mundo, a do Cassino, sempre fui fascinado pelo mar. Nem mesmo a aparente condição inóspita do litoral gaúcho fez diminuir meu encantamento. Por isso, cada oportunidade, ainda que breve, de estar junto ao mar, é, para mim, extremamente recompensadora. Serão poucos dias na capital capixaba, mas pretendo aproveitá-los o melhor possível. Ela não é tão badalada quanto outros locais do litoral brasileiro, mas, se você ainda não a conhece, tenha a certeza de que vale a pena visitá-la.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Classificados

Com a derrota do The Strongest para o Juan Aurich por 1 x 0, hoje à noite, em Chiclayo, no Peru, os classificados do Grupo 1 da Libertadores estão virtualmente definidos: Santos e Inter. O The Strongest ainda tem chances matemáticas, mas isso implicaria numa vitória sobre o Santos na Vila Belmiro e em uma derrota do Inter para o Juan Aurich, em Chiclayo, ou seja, algo que, na prática, beira o surrealismo. Na verdade, o grupo apresentava um desequilíbrio de forças evidente, o que facilitou a vida dos dois clubes brasileiros. O The Strongest permaneceu invicto nos jogos em casa, valendo-se da altitude de La Paz, mas perdeu os dois jogos que fez, até agora, como visitante. O Juan Aurich não tinha ganho um ponto sequer, mas valendo-se da fragilidade do The Strongest fora de seus domínios, conseguiu sua primeira vitória. Com adversários tão fracos, era natural que Santos e Inter se classificassem. O Inter, contudo, deve ficar atento, pois seu desempenho, até aqui, deixou a desejar, já que não ganhou nenhum dos jogos contra o Santos e, nas fases seguintes, certamente não enfrentará adversários tão modestos como The Strongest e Juan Aurich.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um jogo de muitos destaques

O jogo entre Inter e Santos, hoje à noite, no Beira-Rio, esteve á altura do que dele se esperava. A partida teve estádio cheio, emoção, bom futebol e grandes destaques individuais. O placar de 1 x 1 foi econômico, diante do que se viu em campo. O Inter começou o jogo pressionando fortemente o Santos, e fez seu gol cedo, numa magnífica cobrança de falta de Nei. Afora esse lance, contudo, o Inter levou pouco perigo para o goleiro Rafael, do Santos. Já o goleiro do Inter, Muriel, teve notável atuação, impedindo que o Santos chegasse à vitória. A impressão que ficou é que, se o Inter não tivesse feito um gol cedo, valendo-se de uma falta, o Santos teria imposto o seu futebol e vencido o jogo. Como referido acima, a partida teve atuações individuais muito destacadas. Pelo lado do Inter, afora o já citado Muriel, Tinga jogou uma enormidade, e Nei teve uma atuação como há muito tempo não realizava. No Santos, Neymar, Arouca, Jean e Íbson tiveram belo desempenho. Como nota destoante, as atuações dos centroavantes titulares de Inter e Santos. Leandro Damião e Borges tiveram péssimo desempenho. O resultado, embora frustrante para os seus torcedores, não chegou a ser de todo ruim para o Inter, que deverá se classificar para a próxima fase da Libertadores. Ainda que tenha jogado em casa, estava muito desfalcado, e o Santos veio completo. Porém, para a sequência da competição, o Inter terá de mostrar mais futebol. Afinal, foi o terceiro jogo contra um adversário de alto nível que o Inter fez em 2012, sendo dois deles no Beira-Rio. Nesses jogos, foram duas derrotas e um empate. O sinal de alerta está mais do que evidente.

Desperdício

O Grêmio poderia ter voltado de Ipatinga já classificado, sem a necessidade da realização do segundo jogo. Dominou completamente o Ipatinga, que quase não lhe ameaçou. O Grêmio custou a fazer seu gol, pela mesma razão que não lhe permitiu ampliar o placar, isto é, o desperdício de chances claras. O Ipatinga se revelou muito mais frágil do que se poderia esperar e escapou de ser eliminado aos 44 minutos do segundo tempo, quando foi salvo pela trave. Tal como aconteceu na primeira fase, contra o River Plate de Sergipe, o segundo jogo contra o Ipatinga será, apenas, o cumprimento de uma formalidade, pois o Grêmio já está virtualmente classificado. Porém, terá de melhorar muito o seu futebol para ir adiante na Copa do Brasil. Um desperdício tamanho de oportunidades de gol, como aconteceu hoje, não passará impune diante de adversários mais categorizados. O Grêmio ganhou mas, novamente, não empolgou o seu torcedor.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Os 70 anos de um craque injustiçado

No dia de hoje, Ademir da Guia completa 70 anos. Os mais jovens talvez não tenham a exata dimensão de quem ele foi. Filho de um dos maiores zagueiros brasileiros da história, Domingos da Guia, Ademir também foi um grande craque. Armador de muita habilidade, veio do Bangu para o Palmeiras  em 1961, e lá permaneceu até 1977, quando encerrou sua carreira. Se no Palmeiras era um ídolo incontestável, Ademir da Guia não teve o mesmo reconhecimento na Seleção Brasileira. O Brasil, na época, contava com outros notáveis jogadores em sua posição, e Ademir acabava sendo preterido. Na Copa do Mundo de 74, foi convocado pelo técnico Zagallo, mas só jogou contra a Polônia, na decisão do 3º lugar, e foi substituído no intervalo. Pesava contra Ademir a pecha de ser lento. Nada mais equivocado. Ademir da Guia não era veloz, mas tinha passadas largas. Foi um craque numa época de ouro do futebol brasileiro, em que desfilavam pelos campos nomes como Pelé, o melhor jogador de todos os tempos, Tostão, Gérson, Rivelino, Dirceu Lopes, este último outro injustiçado, como ele, em termos de Seleção. Por tudo que fez, cabe-nos dar os parabéns a Ademir da Guia pela data de hoje, e lhe agradecer em nome do futebol.

Aírton

O futebol do Rio Grande do Sul perdeu, hoje, o seu maior zagueiro de todos os tempos, Airton Ferreira da Silva, o "Pavilhão", que assim ficou conhecido quando o Força e Luz, clube pelo qual jogava, negociou-o com o Grêmio em troca do pavilhão social do antigo estádio da Baixada. Aírton atingiu o estrelato no Grêmio dos anos 50 e 60, que ganhou 12 campeonatos gaúchos em 13 disputados. Chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira e teve uma passagem pelo Santos de Pelé. Com uma notável técnica, Aírton, mesmo sendo zagueiro, não costumava cometer faltas. Aírton, contudo, jogou numa época em que a televisão ainda estava em seus primórdios no Rio Grande do Sul, e, por isso, suas atuações magníficas ficaram restritas às páginas dos jornais da época e à memória de quem as assistiu, não lhe dando uma fama, após o encerramento da carreira, do tamanho que merecia. Sua ligação com o Grêmio era tão forte que morava a poucos metros de distância do Estádio Olímpico. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e de conversarmos algumas vezes. Afora o craque que foi, Aírton também era um ser humano simples e afável. Sua morte deixa de luto não apenas o Grêmio, do qual foi uma das maiores expressões, mas o futebol gaúcho como um todo. Esperemos que ele receba homenagens na medida da sua importância. Aírton merece que seu nome seja dado a competições, troféus, avenidas, estádios. Seria o justo reconhecimento a um dos maiores nomes da história do futebol gaúcho.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Enfrentando um tabu histórico

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já teria garantido o seu lugar na história pelo simples fato de ser o primeiro negro a comandar um país que durante anos viveu numa condição de racismo explícito, mas está, afora isso, ousando enfrentar uma questão que ainda é tabu entre os americanos. Obama quer aumentar os impostos para os americanos mais ricos. Em seu discurso semanal por rádio e internet, realizado no último sábado, Obama destacou que são injustas as vantagens concedidas pelo atual sistema de impostos para os que têm rendimentos mais elevados. Obama citou multimilionários como o investidor Warren Buffet e o fundador da Microsoft, Bill Gates, que, sob o atual sistema de impostos, estão pagando taxas mais baixas que os secretários de seu governo. O presidente americano chegou a perguntar: "Queremos seguir concedendo taxas baixas a americanos como eu, ou  Buffet, ou Gates, pessoas que não precisam disso e que nunca pediram isso? Ou queremos continuar investindo dinheiro para fazer nossa economia crescer e nos mantermos seguros?" Barack Obama está comprando uma briga indigesta. O conservadorismo americano sempre recusou a ideia de impostos altos paras os mais ricos. Impedir a elevação de impostos, ou a criação de novas taxações,  é uma bandeira permanente do Partido Republicano. A evidente injustiça social de tal situação não comove os republicanos, defensores intransigentes que são dos privilégios dos mais ricos. Não é fácil bater de frente com algo tão arraigado na cultura americana. Obama, contudo, deu o primeiro passo. A sabedoria popular ensina que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe. A fala de Obama pode ser o início de um processo que culmine numa revisão de conceitos nos Estados Unidos, cujos reflexos se fariam notar em vários outros países, inclusive o Brasil, onde a mesma injustiça tributária é praticada. Uma mudança que, ainda, parece distante, mas, a partir do pronunciamento de Obama, tornou-se mais factível.

domingo, 1 de abril de 2012

Preocupações

As atuações de Grêmio e Inter, hoje à tarde, deixaram margem para preocupações de seus torcedores. O caso do Grêmio é mais grave, afinal perdeu para o Pelotas, na Boca do Lobo, por 1 x 0, enquanto o Inter venceu o Canoas, pelo mesmo placar, no Beira-Rio. Ambos os jogos foram pelo Campeonato Gaúcho, no qual, em que pese o baixo nível técnico dos adversários, Grêmio e Inter não conseguem jogar bem. O Inter usou o argumento de que estava com a cabeça no jogo contra o Santos, pela Libertadores, na próxima quarta-feira, para justificar sua pífia atuação. A desculpa é válida, mas de um time que estava com o que tinha de melhor, no momento, em campo, se podia esperar bem mais. Sem contar que, no jogo anterior pelo Gauchão, mesmo que com a atenuante de estar muito desfalcado, o Inter também fez uma apresentação muito fraca contra o Lajeadense, em Lajeado, empatando em 0 x 0. As atuações ruins, somadas aos desfalques de Guiñazu, D'Alessandro e Oscar, fazem com que o jogo contra o Santos, mesmo sendo no Beira-Rio, não apresente perspectivas das mais otimistas para o Inter. Pior, contudo, é a situação do Grêmio. Perdeu sua invencibilidade sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo e viu o Inter disparar na soma geral de pontos na competição. Levou um gol logo aos dois minutos de jogo, e mesmo tendo uma partida inteira para reagir, não conseguiu fazê-lo. Com exceção de Fernando, nenhum outro jogador teve uma boa atuação individual. Como agravante, Léo Gago declarou, após o jogo, que faltou ao time lutar mais em campo, o que, na verdade, vem acontecendo com o Grêmio há muito tempo, sem que nenhum técnico consiga alterar tal quadro. Talvez o Grêmio consiga, com o que vem jogando, passar pelo Ipatinga, na próxima fase da Copa do Brasil. Porém, se não evoluir muito, não poderá aspirar ao título em nenhuma das competições que está disputando. Com a ausência de Kléber, sem zagueiros qualificados e carente de um bom articulador no meio de campo, é muito improvável que o Grêmio consiga um futebol muito superior ao que vem exibindo. Com o que seus times mostraram hoje, os torcedores de Grêmio e Inter, por certo, terminaram o dia cheios de inquietações quanto ao que o futuro lhes reserva.