domingo, 13 de dezembro de 2015

Fiasco

Um fiasco. Não há outra definição para as manifestações realizadas hoje, em várias cidades do país, favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. As imagens de televisão não deixaram dúvidas. Em todas as localidades onde ocorreram manifestações, a adesão popular foi baixíssima. Aliás, a cada novo dia de concentrações pró-impeachment, o número de participantes diminui significativamente. Afinal, elas não traduzem um anseio popular autêntico. São fruto de uma ação golpista de grupos bem determinados, de orientação demofóbica. Por sinal, a data de hoje não poderia ser mais exemplificativa das aspirações de tais grupos, pois foi num 13 de dezembro que o país passou por um de seus momentos mais traumáticos, com a edição, por parte da ditadura militar, do Ato Institucional nº 5, que jogou o Brasil nas trevas do autoritarismo e da suspensão dos direitos civis mais basilares. O movimento pró-impeachment não tem sustentação popular, é uma iniciativa de elites fracassadas e ressentidas, incapazes de acatar resultados eleitorais desfavoráveis. Assim, um dos argumentos que se costumam usar para justificar ações de deposição de um governante, o da vontade popular, caiu por terra para os que pretendem a queda de Dilma Rousseff. O povo não é tão incauto como muitos julgam. Nem o imenso esforço de manipulação da opinião pública por parte de veículos de comunicação da grande imprensa foi capaz de inflar as manifestações em favor do impeachment. Se quiserem levar adiante a espúria tentativa de golpe contra uma presidente legitimamente eleita, os promotores dessa canalhice não poderão contar com a voz das ruas. O que se tenta tramar é um abjeto golpe palaciano, sem eco no coração do povo. A maioria dos brasileiros já assimilou que a democracia é inegociável. Golpe, nunca mais.