sábado, 11 de março de 2017

A contratação de Bruno

Ainda não havia abordado nesse espaço a soltura, por meio de um habeas-corpus, do goleiro Bruno, condenado a 22 de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio, com quem tivera um caso. Embora se tratasse de um assunto de grande repercussão na opinião pública, o absurdo da liberação de Bruno somado ao fato de que quem a concedeu foi o ministro Marco Aurélio Melo, até então o mais lúcido integrante do Supremo Tribunal Federal, fizeram com que eu o evitasse. O que ocorreu a partir da saída de Bruno da prisão fez com que eu não pudesse mais ignorar o fato. Num primeiro momento, Bruno foi requisitado por muitas pessoas para tirar selfies, como se nada houvesse contra ele. Agora, surge a notícia de que Bruno foi contratado pelo Boa Esporte, clube que irá disputar o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. A naturalidade com que algumas pessoas encaram a suspensão da pena de Bruno me soa chocante. Sua contratação por um clube, então, supera qualquer fato em termos de estupidez. A contratação de Bruno foi um erro do Boa Esporte, e ele logo perceberá isso. Hoje, um dos patrocinadores do clube, rompeu com a parceria. Fez muito bem. O Brasil é um país concessivo com todo o tipo de atrocidade, mas para tudo há um limite, e a contratação de Bruno excede qualquer parâmetro. Todos merecem uma chance? Nem todos. O lugar de um assassino é na prisão, não num campo de futebol.